Derek estacionou em um prédio bem parecido com um hospital, e na placa de entrada podia-se ler: Casa de cuidados de Beacon. Tratamentos a longo prazo. 

Eles desceram do carro e Scott e a ruiva tiveram que apertar o passo para acompanhar Derek. 

— O que estamos fazendo aqui ? -Emily deixou sua curiosidade transparecer-

Derek levou-os em silêncio até um quarto, abriu a porta cuidadosamente e entrou. Ele encarou um cara na cadeira de rodas enquanto Emily e Scott ficavam cada vez mais confusos. 

— Quem é ele ? -Scott perguntou após trocar olhares com Emily e observar Derek-

— Meu tio. Peter Hale. -Derek falou baixinho-

— Ele é como vocês ? Um lobisomem ? -Mily sussurrou-

— Ele era. Agora ele mal é humano. -Derek olhou rapidamente para os dois- Há seis anos, eu e minha irmã estávamos na escola. Nossa casa pegou fogo e onze pessoas ficaram presas lá dentro. Ele foi o único sobrevivente.

— Por que tem certeza de que eles causaram o incêndio ? -Scott perguntou-

— Eles eram os únicos que sabiam sobre nós. -Derek olhou para Scott-

— Então eles tinham um motivo. -Scott deu de ombros-

— Qual ? -Derek encarava Scott indignado-

Mily estava intrigada sobre o tio de Derek. Ele exalava algo. Algo que ela não entendia, não conseguia explicar.

— Diga o que justifica isso. -Derek virou a cadeira de rodas, mostrando o lado direito do rosto do tio dele, totalmente queimado-

Scott arregalou os olhos e Emily deu um passo pra trás, tampando a boca em espanto. 

— Eles dizem que só matam adultos e só se tiverem certeza absoluta. Mas havia gente normal na minha família que estava no incêndio. - Emily sentiu um pouco de raiva- Isso é o que eles fazem. E é o que Allison vai fazer. -Dessa vez, depois de encarar Scott, ele encarou Emily-

— O que estão fazendo ? Como entraram aqui ? -Eles ouviram a voz de uma enfermeira na porta-

— Estávamos indo embora. -Derek puxou Scott e Emily-

...

Emily pagou o moço do caixa e saiu do restaurante com  sacola de comida na mão. Ela deu dois passos e atendeu o celular.

— Emily, você tá onde ? -era Andrew, o pai da ruiva-

— Comprando comida. -ela respondeu enquanto continuava a andar em passos rápidos-

— Eu vou sair da delegacia agora, quer que passe te pegar ? 

— Uh, seria ótimo. Te espero onde ? -ela parou de andar-

— Vai na locadora, escolhe um filme enquanto eu chego porque hoje teremos uma noite típica de família. -ele riu e Emily sorriu, se sentindo feliz-

— Tudo bem pai. Tchau. - eles desligaram enquanto Emily ia até a locadora-

Ela entrou na locadora, cumprimentou o atendente que trocava a lâmpada e começou a andar pelos corredores. Ela estava tão absorta, tentando encontrar o filme perfeito que só soube que tinha mais alguém na loja quando ouviu uma voz conhecida. 

— Alguém pode me ajudar a achar ' um diário de uma paixão' ? - Mily olhou para trás e viu Jackson, no começo da loja, olhando para os lados- Olá ? Tem alguém aqui ? -Foi quando ele viu ela- Ah, oi, não sabia que trabalhava aqui. 

— E não trabalho. -Emily murmurou dando as costas-

Jackson voltou a andar por ali quando avistou dois pés no corredor.

— Acho que ele tá aqui. Dormindo. -ele falou para Mily, que foi bufando até o loiro-

Antes que Emily pudesse chegar onde Jackson estava, ele viu o corpo do cara com a garganta cortada e foi para trás, assustado. Bateu na escada que estava ali no meio, fazendo com que a luz fosse atingida e assim, desligando a maioria delas. As que restaram, ficaram piscando. 

Jackson virou na direção de Emily, que estava tensa e o viu encarar um ponto longe -atrás- dela. Ouviram um rugido e Emily virou o rosto rapidamente a tempo de ver olhos vermelhos. Jackson entrou no corredor e puxou Emily, os dois ficaram abaixados. 

Jackson coloou a cabeça no corredor para observar mas voltou rapidamente, respirando ofegante. Emily começara a ficar nervosa, o corpo esquentando devagar.

Quando as prateleiras começaram a cair em dominó, Emily foi mais rápida que Jackson e ainda sim ficou mais ou menos no mesmo lugar que ele. Com as pernas presas. Eles ofegaram e paralisaram quando ouviram a respiração animalesca perto deles. Emily já sentia seu corpo pegar fogo e o que estava atrás deles, fungou na nuca da Emily, se afastando rapidamente e foi para Jackson, onde passou a unha na nuca dele levemente e então saiu. Jackson e Emily se encararam confusos. 

Emily sabia que ele poderia ter poupado ela porque era sobrenatural mas e Jackson ? Ele também era ?

...

Emily suspirou olhando a pequena faica em seu antebraço, onde havia um corte feito por um pedaço de lâmpada que quebrou. Lydia estava sentada ao lado dela, na ambulância e Jackson na frente da namorada.

Andrew chegou pouco tempo depois, foi até a filha e a abraçou.

— Você tá bem ? -ele perguntou, checando-a-

— Sim. -Emily manteve seu pai ali, abraçado a ela-

Stiles chegou de viatura com o pai e quando viu os três ali, mal pode acreditar. Queria sair, ver como Emily estava mas ficou no carro, como seu pai mandou. 

O xerife chegou perto deles, cumprimentou Andrew e Emily e foi falar com Jackson primeiro. 

— Porque eu não posso ir para casa ?

— O Paramédico disse que você bateu a cabeça com força. Só querem garantir que não tenha uma concussão. 

— Que parte do 'eu estou bem' você não entendeu ? Quero ir para casa. -Emily rolou os olhos, cansada de Jackson-

— Eu entendo isso. -O xerife acenou com a cabeça-

— Não, você não entende. O que me deixa chocado já que deveri ser uma coisa fácil de ser entendida por um policial proletário como você. -Jackson apontou pra ele- CERTO, AGORA QUERO IR PRA CASA. -Jackson gritou-

Emily já estava de pé, nervosa, pronta pra socar a cara do loiro, quando Stiles, fora do carro aponta.

— Nossa, aquilo é uma pessoa morta ? - ele praticamente gritou com aquela voz estridente -

O xerife mandou um olhar censurado para Stiles. Andrew pediu licença a filha e foi com o xerife. Stiles aproveitou para ir até Emily mas ela teve a mesma ideia. Acabaram se encontrando no meio do caminho. 

— Você tá bem ? 

Emily assentiu devagar e Stiles acabou dando um abraço desajeitado nela, que corou e sentiu seu coração acelerar. 

Eles se afastaram devagar, os olhos grudados, respirações levemente desreguladas, narizes quase se encostando quando...