Caçadora Pelas Circunstâncias escrita por Cris de Leão
Num beco de uma rua, em Manhattan, um adolescente de dezessete anos abria os olhos. Ele estava deitado em algo macio e mal cheiroso, torceu o nariz e se levantou, olhou ao redor. Havia vários sacos de lixo pelo beco.
— Miserável! – resmungou. – Pra onde me mandou Zeus?
Nisso passa dois rapazes mal encarados que param ao verem uma vítima em potencial.
— Ei olha só o que temos aqui – disse um deles -, um bêbado.
— E aí cara, tá perdido? – pergunta o outro.
— Onde estou?
— Ele ainda tá grogue – disse o primeiro sorrindo.
— Tu tá no beco dos otários, seu Mané.
— Onde fica o beco?
— Aí, tu não tá em posição de perguntar nada não, cara – disse o segundo. – Passa tudo que tu tem.
— Se não vai me dizer, então não tenho por que te dá alguma coisa... Mané.
Um olhou pra cara do outro.
— Nesse caso, vamos ter que tirar na marra.
Os dois avançam pra cima de Poseidon, mas ele se defende dando um soco no primeiro Mané, digo rapaz que recuou surpreso. O outro vendo o companheiro cambalear veio com fúria pra cima de Poseidon que não hesitou em revidar. Os caras eram mais fortes que ele, mas eram desajeitados e por esse motivo ele podia manter a luta. Poseidon de vez em quando treinava luta corporal com Ares, por isso estava se saindo muito bem, até que uma garota que passava por ali ficou parada olhando a luta, o que acabou distraindo Poseidon, o rapaz com quem lutava aproveitou a distração e deu um soco em seu estômago fazendo ele se dobrar e então, os dois caíram em cima dele dando-lhe socos e ponta pés.
A garota, uma estudante de quinze anos horrorizada com a cena começou a gritar por socorro. Os rapazes pararam com a agressão e voltaram a sua atenção para a menina que continuava gritando.
— Ei cara, olha só que gata! – disse um deles.
— É, vamos nessa – disse o outro.
Os dois rapazes cercam a menina que recua e tenta fugir, mas eles a agarram e a levam para o beco.
— Me larguem! – ela grita.
— Só depois que a gente se divertir.
— NÃÃÃO!
— Soltem ela – disse uma voz um pouco fraca.
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Poseidon que estava enrolado no chão tentando tomar fôlego, ao ouvir os gritos da menina, fez um esforço para se levantar. A dor era terrível, mas tinha que ajudar a garota.
Os dois rapazes olharam na direção de Poseidon que respirava com dificuldade, mas que ainda tinha determinação no olhar.
— Dá um jeito nesse cara – disse o que estava segurando a menina.
— Tá, mas não começa sem mim – disse o outro tirando um canivete do bolso da calça e se aproximando de Poseidon que mal conseguia manter-se de pé.
— Deixa ele em paz seus covardes! – disse a garota.
— Fique quieta lindinha, logo daremos um trato em você – disse o meliante.
— Cara, você devia ter ficado quieto, agora vou ter que te matar.
Agora eu tô ferrado — pensou.
De repente, a situação virou. Duas meninas apareceram do nada e deram um chute no rapaz que voou para cima dos sacos de lixo. Enquanto a morena socava o Mané do lixo, a ruiva cuidou do outro que de tão surpreso largou a menina que não perdeu tempo e saiu correndo.
Ártemis estava com cara de poucos amigos.
— Diga suas últimas palavras – disse ela se aproximando. – Você tem cinco segundos.
— E... espera aí ruivinha, vamos conversar....
— Seu tempo esgotou – disse ela – rato.
— O quê?
— Você é um rato – ao dizer isso o rapaz começa a se transformar num rato branco.
— Kikiki – guinchou o rato em desespero.
Ártemis sorri satisfeita e se junta a Nina que socorria o pai que estava muito machucado.
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Quando Nina e Ártemis reaparecem, ambas olham ao redor para se localizarem.
— Manhattan é grande, ele pode está em qualquer lugar – disse Nina.
— Ouça – disse Ártemis.
— O que foi?
— Alguém está pedindo socorro – ela diz. – Vem daquele lado.
As duas saem correndo pelas ruas de Manhattan até que ouvem o grito de uma menina e se dirigem para lá. Ao chegarem, elas não perdem tempo e ambas chutam o rapaz que ia esfaquear Poseidon, Nina pega o cara do lixo e lhe dá muitos socos até deixá-lo desmaiado. Depois corre até o pai que estava sendo amparado pela menina desconhecida.
— Pai! – ela corre até ele e o abraça, Poseidon geme. – Desculpa.
— Ele tá muito machucado, aqueles dois o chutaram – disse a menina.
— Venha, sente-se aqui – ela ajuda o pai a se sentar em um caixote. – Deixe-me ver – ela diz examinando seu rosto que estava ficando roxo.
Nina pega o kit de primeiros socorros na sua mochila e passa a cuidar dos ferimentos pelo rosto de Poseidon que gemia de dor.
— Puxa, isso vai ficar inchado – disse Ártemis.
— Pronto – disse Nina. – Isso deve dar.
— Ele vai ficar bem? – a menina pergunta.
— Vai ele só precisa de repouso – disse Nina olhando para ele que estava com os olhos fechados e cenho franzido. – Obrigada por ajudá-lo.
— Ele foi valente, se não fosse por ele....
— Qual o seu nome? – perguntou Ártemis.
— Sarah Andrews.
— Bem, Sarah, obrigada por ajudá-lo. Nina precisamos ir, vamos levá-lo para casa – disse a deusa.
Nina assente e se despede de Sarah. A menina dá um tchau e vai embora.
— Vamos levantá-lo – diz a deusa.
As duas pegam cada uma de um lado e o levantam.
— Segure-o bem – diz a deusa se teletransportando para o seu acampamento.
Chegando ao acampamento, Ártemis e Nina levam Poseidon para a barraca de Nina. As meninas ao verem sua senhora e a filha de Poseidon arrastarem um garoto para a barraca de Nina ficaram curiosas.
— Quem será? – perguntou Patrícia, filha de Hermes.
— Levaram-no para a barraca de Nina – disse Cássia, filha de Hefesto.
Mirian estreitou os olhos.
Nisso Ártemis sai da barraca.
— Sophie!
Uma menina de cabelos castanhos dourados e olhos azuis, se aproxima.
— Pois não senhora.
— Tem um mortal aqui dentro que precisa de cuidados – disse – ajude a Nina.
— Sim senhora – a menina entra na barraca.
Thalia vem correndo ao saber que sua senhora e Nina trouxeram um homem para o acampamento.
— Senhora! Correu tudo bem?
— Sim, mas ele tá muito machucado – disse ela. – Nina e Sophie estão cuidando dele.
— Mas o que deu em Zeus pra fazer uma coisa dessas? – Thalia pergunta – Será que ele ainda não se deu conta de que afastar um dos Três vai deixar o Olimpo em desvantagem?
— Parece que ele não está se importando muito com isso – disse a deusa. – Isso vai dá uma grande confusão.
— E agora senhora, o que vai acontecer, ele já sabe de tudo – perguntou Thalia baixo o suficiente para que ninguém ouvisse.
— Por enquanto, é melhor que o Percy permaneça como está. Aqui pelo menos ele estará seguro – disse ela. – Com Poseidon nesse estado, agora mesmo que ele tem que ficar conosco.
— Certo, mas as meninas estão curiosas. O que diremos a elas?
— Bem, eu pensei em dizer a todos que Percy Jackson está de volta, mas...
— Como assim?
— Quando olhar Poseidon, você vai saber por quê.
Thalia olhou pra ela, curiosa.
— É melhor contar a verdade – disse ela. – Já chega de mentiras.
Na barraca, Sophie colocava uma pomada curativa ao redor de um dos olhos de Poseidon, enquanto Nina passava em seu queixo.
— Pronto. Agora é esperar ele acordar para dar a medicação – disse a filha de Apolo.
— Obrigada Sophie.
— Eu sei como se sente, meu pai também é mortal. Isso é assustador – disse ela. – Se precisar de mim é só me chamar.
Nina assente.
— Vou cuidar de você pai – ela diz dando um beijo em sua testa.
— Já terminei senhora – disse a filha de Apolo.
— Muito bem, reúna-se às outras, quero dar um anúncio – disse a deusa.
As meninas curiosas se reuniram e esperam a deusa, falar.
— Agora a pouco vocês viram que Nina e eu trouxemos um garoto para cá – disse. – Esse garoto salvou uma donzela de ser violada por dois homens e por defendê-la ficou muito machucado. Nina e eu, chegamos a tempo de salvar a sua vida, pois um dos homens tentou matá-lo. Enquanto Nina espancava um dos meliantes a ponto de deixá-lo desacordado eu transformei o outro em um rato – disse ela sorrindo. – Agora ele faz parte do mundo animal.
As meninas riram.
— Vocês sabem que Zeus transformou Apolo e Hera em mortais como punição, pois bem, ele transformou outro deus em mortal – ela fez uma pausa – O garoto que está na barraca de Nina e que salvou a donzela é Poseidon.
— OHHHH! – disseram as meninas em uníssono.
— Por isso, ele ficará conosco até se restabelecer – disse a deusa.
— Podemos ajudar a Nina senhora? – perguntou uma das meninas.
— Podem, no que ela precisar – disse a deusa. – É só.
As meninas se dispersam murmurando a respeito dos acontecimentos.
Mirian sorriu minimamente e pensou: Bem feito!
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Até o próximo.