Caçadora Pelas Circunstâncias escrita por Cris de Leão


Capítulo 44
Cap.44 - Treta Olimpiana




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No acampamento, precisamente no chalé oito, Nina contava às companheiras sobre Meg.

— Pelos deuses! – exclamou Caroline. – Eu nunca podia imaginar que a Meg...

— Ela não é uma traidora – disse Nina. – Ela está sendo usada por Nero. Infelizmente, ela acredita que ele não é uma pessoa má.

— Você disse que ela entrou pra caçada para se esconder dele, não foi? – perguntou Mirian e Nina assente. – É bem provável, que ela não quisesse fazer o que ele mandou, mas no fim...

— Ela não teve como se livrar do seu destino – emendou Thalia.

— Por isso ela foi embora – disse Patrícia. – Talvez ela achasse que a repudiaríamos, não é?

— Na verdade, ela foi atrás dele, achando que pode convencê-lo a mudar de ideia – disse Nina.

— É mesmo uma tola – disse Caroline. – Ela vai acabar morta.

— Vamos torcer que Apolo a encontre – disse Nina. – Não vamos perder as esperanças.

— É. Quando ela voltar vai levar uma bronca – disse Thalia.

As meninas sorriram.

Enquanto isso, na Casa Grande, Hermes aparece na sala onde Quiron e Rachel conversava.

— Boa tarde Quiron – cumprimentou o deus.

— Lorde Hermes! – disse o centauro que ia se ajoelhar.

— Não se dê ao trabalho Quiron – disse o deus. – Zeus o convocou para a reunião.

— Ah, pois não – disse o centauro que se vira para Rachel –, avise aos outros de que vou me ausentar – Rachel assente e Quiron e Hermes desaparecem.

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No Olimpo, depois que Quiron narrou todos os acontecimentos desde a ida de Apolo para o acampamento até o ataque da estátua, os deuses ficaram chocados e sérios ao saberem que foram manipulados todo esse tempo.

— Triunvirato S.A. – murmurou Atena. – É típico dos romanos. Sabemos quem são os outros imperadores?

— Infelizmente não – disse Quiron –, o que sabemos é que eles dividiram os Estados Unidos em três partes. Nero, por exemplo, ficou com Nova York e para ter seus objetivos alcançados ele tem que remover os obstáculos.

— O Olimpo e o Acampamento Meio-Sangue – disse Atena.

— O objetivo principal do Triunvirato é conquistar o mundo – disse Quiron. – Por isso, eles querem todos os oráculos sob o seu controle. Se conseguirem seu intento, eles poderão fazer o que quiserem.

— Isso é horrível! – disse Afrodite. – Eles querem controlar o destino.

— Temo que sim milady – disse Quiron. – Delfos já está sob o controle de Píton.

— Espere um pouco – interrompeu Poseidon – de quantos oráculos estamos falando?

— De cinco – respondeu Quiron. – Quatro destes oráculos estavam sob o controle de Apolo, menos Dodona que está sob o poder de Reia.

— Então é por isso que Nero queria destruir Dodona – comentou Deméter – porque é o único que não está sob o controle de Apolo.

— Isso mesmo milady – afirmou Quiron. – E também porque ele não queria que Apolo fizesse uso dele.

— Mas no fim, Dodona acabou dando uma profecia a ele – disse Hades.

— Sim milorde – disse Quiron – nesse momento, Apolo está a caminho de cumpri-la.

— E para onde ele foi? – perguntou Zeus.

— Para o Oeste, Indiana para ser mais exato – respondeu. – Lá está a Caverna de Trofônio.

— Apolo nunca gostou daquele lugar – comentou Ártemis. – Essa caverna enlouquece as pessoas que vão em busca de profecias.

— Uma parte da profecia dizia que ele seria forçado à loucura e a morte – disse Quiron.

— Agora que ele é mortal é bem capaz de enlouquecer e... morrer – disse ela num sussurro.

Zeus olhou para a filha e então perguntou:

— Quem foi com ele Quiron?

— Leo Valdez e... Calipso.

— Calipso? – perguntou Hefesto. – Então ele conseguiu tirá-la de lá?

— Sim, mas infelizmente a moça perdeu seus poderes – disse Quiron. – Agora ela é tão mortal quanto Apolo.

— E quanto a minha filha Meg, o que aconteceu a ela? – perguntou Deméter.

— Segundo o que Apolo nos contou, ela foi atrás de Nero – disse Quiron. – A menina tem a ilusão de que Nero não é uma pessoa má. Apolo se comprometeu de encontrá-la e trazê-la de volta.

— Ela abandonou a caçada? – perguntou Ártemis alterada. – Meg será punida por isso.

— Calma aí Ártemis não sabemos se ela realmente abandonou a caçada – disse Deméter. – Dê-lhe o benefício da dúvida.

— Tudo bem, mas você sabe que abandonar a caçada sem um pedido de demissão é um ato de traição – disse a deusa da caça. – Ela fez um juramento.

— Eu sei disso – disse a deusa da agricultura. – Se ela nos trair, eu mesma a punirei.

— Cof... eu posso ajudar em mais alguma coisa? – perguntou Quiron desconfortável.

— Alguém tem mais alguma pergunta? – perguntou Zeus olhando ao redor. Como ninguém se manifestou ele dispensou o centauro que galopou até a saída.

Os deuses olharam um pra cara o outro.

— E agora, o que faremos? – perguntou Deméter.

Todos olharam para Zeus.

— A única coisa que podemos fazer no momento é esperar – disse ele -, não podemos interferir.

Os deuses rolaram os olhos.

— Ah claro, as Leis Antigas – disse Poseidon com desdém. – Torça para que Apolo reveja todos os oráculos ou então estaremos realmente com problemas.

Nisso Belona reaparece.

— E então, está tudo bem por lá? – perguntou Zeus.

— Por enquanto, sim, senhor – respondeu a deusa da guerra. – A única preocupação deles é com a falta de comunicação com o Acampamento Meio-Sangue – informou. – Frank Zhang e Hazel Levesque foram pessoalmente verificar isso.

— Obrigado Belona.

A deusa volta para o seu lugar e pergunta a Nêmesis:

— O que eu perdi?

A deusa da vingança conta resumidamente o que aconteceu durante a sua ausência.

— É por isso que estamos sem comunicação? – perguntou Belona.

— Pois é, mas agora vamos assistir uma treta das boas – disse Nêmesis cochichando.

As duas deusas param de falar quando ouvem Zeus.

— Não há nada que possamos fazer – disse ele. - Não quero ninguém interferindo na missão de Apolo, entenderam? – disse ele olhando principalmente para Ártemis que sustentou o seu olhar sem se abalar.

Então ele se vira para Poseidon.

— Agora vamos terminar aquele assunto, irmão – disse ele.

— Tava demorando – murmurou Deméter.

— Bem, como eu havia dito antes, Nina foi um presente que me veio de surpresa e que por isso escondi de seus olhos – disse Poseidon. – Não trouxe Nina antes porque você seria capaz de matá-la junto com Percy, assim como tentou fazer com os filhos de Hades.

— E por que só agora você resolveu revelá-la? – perguntou Zeus desconfiado.

— Eu falei a Nina sobre o irmão dela, o que atiçou a sua curiosidade – disse Poseidon. – Eu havia lhe prometido apresentá-la ao irmão no acampamento no dia do seu aniversário, mas por sua culpa isso não vai acontecer.

— Pelo o que eu pude perceber você não agiu sozinho, não é Ártemis? – disse Zeus se virando para a filha.

Antes que Ártemis abrisse a boca, Poseidon falou:

— Depois do que você fez com o Percy eu procurei Ártemis – disse ele olhando para a deusa. – Pedi a ela que aceitasse Nina como sua serva, assim eu ficaria mais tranquilo sabendo que minha filha ficaria em segurança.

— Nina foi uma boa aquisição – disse Ártemis. – Ela já mostrou do que é capaz. Tem boas habilidades em luta, é prestativa e assim como o Percy é leal às companheiras.

— Satisfeito Zeus? – perguntou Poseidon. – Mais alguma coisa, irmão?

Zeus ficou calado por algum tempo, os presentes ficaram um pouco tensos, cada um com seus próprios pensamentos, até que ele fala:

— Estou cercado de traidores – resmungou ele de punhos cerrados. – Alguém mais está me escondendo alguma coisa? – vociferou.

De repente, Hefesto ficou muito interessado em sua nova invenção.

— O que você vai fazer Zeus? – perguntou Hades.

— O que você acha? – disse ele emitindo eletricidade e seu raio mestre já surgindo na sua mão.

Poseidon se preparou fazendo surgir seu tridente. Na sala dos tronos, os deuses se remexeram desconfortáveis. Ártemis fez surgir seu arco, ela estava disposta a lutar, mesmo sabendo que não ia adiantar.

— Zeus pare com isso! – gritou Deméter.

Zeus não lhe deu ouvidos e atacou. Jogou seu raio mestre em Poseidon que rebateu com seu tridente, o raio foi na direção dos deuses menores que se abaixaram ao mesmo tempo em que Belona, com seu escudo rebateu o raio que foi na direção de Hermes. O deus usou sua velocidade e saiu bem em tempo, mas o raio acabou por acertar seu trono o destruindo. Hermes desmaiou e foi perdendo o brilho divino transformando-se em mortal na forma de um bebê.

Para Héstia, foi a gota d’água. Uma labareda de fogo surgiu entre Poseidon e Zeus, fazendo os dois deuses recuarem. Ambos olharam para a deusa da lareira cujos olhos brilhavam em fúria, seus cabelos vermelhos estavam revoltos e seu corpo emanava um calor insuportável. Os deuses menores recuaram para o fundo do salão e Hécate usou sua magia fazendo uma barreira mágica para impedir que o calor os alcançasse. Atena protege Hermes com a sua magia antes que ele evaporasse. Ela e os outros deuses se protegem com sua aura de poder.

— O que vocês acham que estão fazendo? – ela pergunta.

— Héstia, o que significa isso? – pergunta Zeus furioso. – Não se intrometa!

— CALE A BOCA! – gritou ela aumentando sua aura. – Você está cego por acaso? Hermes foi transformado em mortal porque o seu raio atingiu o trono dele.

Só então Zeus notou que o trono de Hermes estava destruído.

— Onde ele está? – perguntou aflito.

— Está aqui – disse Atena apontando para um pequeno bebê que flutuava ao seu lado.

— Ele está....

— Está vivo – disse ela -, mas vai precisar de cuidados, agora que é mortal.

— Você devia se envergonhar Zeus, seu filho mais leal acabou nesse estado por causa do seu descontrole – disse Héstia diminuindo a sua aura. – Será que não percebe que está dando ao Triunvirato mais poder?

— Ela tem razão pai – disse Atena. – Com mais um deus do conselho afastado nossas chances estão diminuindo.

Zeus fez seu raio mestre sumir e Ártemis e Poseidon fizeram o mesmo. Héstia fez sua labareda desaparecer e os outros deuses voltaram aos seus lugares.

— Hermes vai ter que ir para o mundo mortal, não podemos cuidar dele – disse Deméter.  – Sugiro mandá-lo para o acampamento para que seus filhos cuidem dele.

— Não seria melhor mandá-lo de volta pra mãe? – perguntou Dioniso.

— Hermes vai precisar de alimento mortal, néctar vai matá-lo – disse Deméter.

— Héstia, leve Hermes para o acampamento e explique a Quiron o que aconteceu – disse Zeus.

Héstia pegou Hermes e desapareceu.

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No acampamento, os campistas estavam treinando quando de repente, o céu começou a escurecer e relampejar. Jason e Thalia se entreolharam, sabiam que era seu pai que estava provocando aquilo.

— E agora, o que está deixando Zeus tão zangado? – perguntou Thalia.

— O céu está ficando mais sombrio, boa coisa não é – disse Jason.

Nina que estava um pouco afastada olhou em direção ao mar. Ela podia sentir que seu pai estava agitado e por isso o mar estava bravio. Annabeth que estava ao seu lado sentiu sua tensão.

— Nina o que foi?

— Meu pai – disse ela. – O mar está agitado. Está acontecendo alguma coisa lá em cima.

Ambas olham para o céu que estava relampejando.

— Eu acho que Zeus finalmente descobriu sobre mim – disse Nina.

— Acha que ele já sabe sobre.... você sabe – perguntou.

— Espero que não – disse ela amedrontada – Nem quero pensar no que Zeus faria se soubesse a verdade.

— Olhe, parou de relampejar – disse Annabeth.

— O mar parou de se agitar – disse Nina.

Nisso Thalia, Jason e Nico correm até as duas.

— O que será que aconteceu? – perguntou Nico.

— Poseidon e Zeus estavam em conflito – disse Annabeth.

Os três olharam para Nina.

— Acho que seu pai descobriu a minha existência – disse Nina.

— Parece que ele não gostou nem um pouco de saber disso – disse Jason.

— Mas agora as coisas se acalmaram – disse Thalia.

— O mar também ficou mais calmo – disse Nina. – Espero que meu pai esteja bem.

Nisso um sátiro aparece no campo de treino procurando os filhos de Hermes. Ele localiza Connor Stoll conselheiro do chalé 11 e fala agitadamente com o semideus que arregala os olhos e corre para a Casa Grande. Os outros vendo isso ficaram curiosos e chamaram o sátiro.

— O que aconteceu? – perguntou uma filha de Afrodite.

— Lady Héstia apareceu na Casa Grande trazendo um bebê consigo – disse ele – e vocês não vão acreditar quem é o bebê.

— Fala logo criatura – disse Clarisse se aborrecendo.

— Hermes – disse o sátiro.

Os semideuses ficaram mudos e perplexos, mas de repente...

— O QUÊÊÊ!!

— Mais um? – perguntou alguém.

Nina não perdeu tempo e correu para a Casa Grande seguida por Annabeth e companhia.

Ao chegarem se deparam com um Connor sentado no sofá perplexo olhando para um bebê de apenas alguns meses deitado dentro de uma cesta.

Héstia ao notar a presença dos outros sorri ao ver a filha de Poseidon, ela se levanta e chama os outros para entrarem.

— Você deve ser a Nina, filha de Poseidon – disse ela sorrindo. – Você é muito parecida com seu irmão.

— Obrigada – disse ela sorrindo.

— Seu irmão é um grande herói querida – disse a deusa. – Saiba que ele é um dos meus favoritos.

— Milady – disse Nina enrubescendo.

— Com licença milady – disse Annabeth vendo que Nina ficou sem jeito. – É verdade o que acabamos de saber, esse bebê é Hermes?

— Infelizmente sim querida – disse a deusa suspirando. – Zeus acidentalmente acertou o trono dele com seu raio e por isso, ele perdeu todo o seu poder e... ficou desse jeito.

— É permanente? – perguntou Thalia.

— Acho que não – disse ela – enquanto seu trono não for restabelecido ele permanecerá assim.

— O que aconteceu lá em cima lady Héstia, eu senti o mar agitado – disse Nina. – Meu pai está bem?

— Está sim querida – disse ela. – Seu pai e Zeus discutiram por sua causa, os dois quase travaram uma batalha, mas eu consegui impedir.

— Por isso o céu estava sombrio e tempestuoso – disse Jason.

— Mas depois do que aconteceu com Hermes, Zeus se acalmou – disse Hestia – A propósito Quiron, dois semideuses romanos estão vindo pra cá, eles foram enviados pela pretora e são conhecidos de vocês.

— Hazel? – perguntou Nico sorrindo.

— Isso mesmo querido, ela e Frank estão vindo pra cá – disse Hestia. – Como não conseguem fazer contato resolveram verificar pessoalmente o motivo.

— Obrigado lady Héstia, vamos aguardá-los – disse Quiron.

— Preciso voltar – disse ela. – Cuidem bem desse bebê, viu?

Héstia desaparece e todos olham para o bebê adormecido na cesta.

— Ele até que é bonitinho – disse Thalia.

— Verdade – disse Nina admirando.

— Eu nunca cuidei de um bebê – disse Connor desesperado. – Por que ele não veio um adolescente como Apolo?

— Vai ter que aprender – disse Quiron. – Suas irmãs poderão ajudá-lo. Essa será a tarefa de vocês do chalé 11.

— Ele vai precisar de leite e fraldas – disse Annabeth. – Onde se consegue isso por aqui?

— Eu posso providenciar o alimento – disse Quiron. – Quanto às fraldas, vocês terão que improvisar.

Connor gemeu só de pensar em trocar fraldas.

— Eu posso conseguir um manual de como cuidar de bebês – disse Nico.

— Não se preocupe Connor, bebês só comem e dormem – disse Thalia. – Eu sei disso porque eu cuidei do Jason quando era um bebê.

— Sério? – o mesmo pergunta.

— Alguém tinha que cuidar de você – disse ela. – Eu posso te dá algumas dicas.

— Obrigado – disse Connor pegando a cesta com o bebê e o levando para o seu chalé.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo.



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