She Likes Girls escrita por Jubileep


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Heyy babys, tudo bom?? Essa one é inspirada na música she likes girls que btw, super recomendo e também inspirada nos boatos que cory shippava achele alksandks enfim, espero que curtem essa vibe do finnzoca :D



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I like you girl, but you don't seem excited
Since she walked in where has your mind been?

 

•••

 

Finn Hudson não poderia e nem ao menos conseguiria – porque era um péssimo mentiroso – negar a queda que tinha pela estrela do coral e sua parceira de duetos, Rachel Berry. Era inegável que quando se tratava de música e competições de corais não havia mais ninguém tão apto quanto os dois para performar canções românticas que só o Sr. Shuester escutava.

Ele não tinha realmente certeza se estava apaixonado pela baixinha, mas querendo ou não ela fora a garota que lhe introduzira no mundo musical e fizera com que ele se desvencilhasse de alguns de seus preconceitos para explorar seus talentos – tanta na voz quanto na bateria. Talvez essa fosse a parte excitante em ter uma queda por Rachel: ela era determinada, ela fazia todos ao seu redor se aprimorarem – exceto quando tal aprimoramento pudesse superá-la, aquilo já tornava-se inadmissível.

A verdade era que, apesar de ela ser às vezes irritante, era difícil não começar a acreditar mais em si mesmo quando se convive com alguém tão motivacional quanto Berry numa escala diária.

Por motivos como esse, Finn via-se preso nessa quedinha adolescente. Quem sabe ele só estivesse fascinado com a forma que Rachel mudava as pessoas, mas quem sabe ele realmente quisesse se tornar seu namorado.

Naquela noite de sexta ele estava dando uma festa em sua casa, uma vez que sua mãe e Burt Hummel haviam viajado numa espécie de férias de dia dos namorados. Kurt havia hesitado quando Finn fizera tal proposta no dia anterior, mas bastara ele sugerir que o garoto convidasse Blaine Anderson que o menor cedera às suas vontades e fora comprar salgadinhos para o tal evento do “irmão”.

Hudson sabia que usar Blaine como uma desculpa convenceria o filho de Burt, uma vez que ele mesmo só estava montando aquela festinha porque queria desesperadamente ter uma chance de beijar Rachel Berry e convencê-la de que ele poderia ser um bom partido para investimentos amorosos futuros.

Com a ajuda dos rapazes o quarterback conseguira deixar sua casa razoável para a “social” e às oito da noite só lhe restava aguardar ansiosamente a chegada das pessoas – ou melhor, a chegada da garota que andava povoando seus pensamentos nos últimos tempos.

Havia música, bebidas, almofadas, copos vermelhos e fileiras e mais fileiras de tigelas recheadas de Cheetos e todo tipo de baboseira; não tinha como seu plano dar errado, tinha? Tudo que poderia ter feito para realizar uma festa digna de se frequentar ele havia feito, o que lhe liberava para ter como única preocupação conquistar certa baixinha.

Você tem certeza que não estou ridículo? – Perguntou à Kurt enquanto os dois esperavam a chegada dos demais; Hummel não conseguiu evitar uma revirada de olhos e respondeu que sim pelo que seria, provavelmente, a milésima vez.

Não era como se Finn tivesse programado seu visual minuciosamente para entrar no coração de Rachel, mas se você algum dia já gostou de alguém deve imaginar que, numa situação como essa, todos os mínimos detalhes se tornam preocupações gigantescas.

Você vai conseguir dar uns amassos com ela, Finn. Está gastando a minha beleza te ver andando de um lado pro outro, e eu não posso gastar minha beleza: Blaine está a caminho. – Retrucou, tentando soar positivo e otimista, mas provavelmente falhando. – Além do mais, Berry não está em posição de escolher, basta mostrar interesse.

Não fale assim dela. – O maior defendeu.

Você alguma vez já a viu com algum garoto? – Indagou, levantando as sobrancelhas de modo provocativo e deixando o questionamento no ar.

Finn ponderou e depois de engolir em seco ao lembrar que, realmente, nunca vira Rachel com algum garoto assumiu que deveria haver alguma outra explicação para isso.

Ela é uma garota ocupada, você não entende.

Estou tentando te ajudar, Finn. Estou tentando fazer você se acalmar porque conquistar Rachel Berry não deve ser o monstro de sete cabeças que você está imaginando que será.

Tudo bem, se você diz.

Próximo às oito e meia as pessoas começaram a chegar e se acomodar nos sofás e em qualquer lugar que servisse como assento. Começos de festa são sempre as partes mais tediosas: todos ainda estão terrivelmente sóbrios e conversando sobre o teste da semana que vem ou sobre aquele exercício complexo de matemática da semana passada – e por isso, por ora, Finn encontrava-se num canto ligeiramente desapontado.

Rachel demorou a chegar e o quarterback até cogitara que a garota não viria, mas, ao vê-la entrando pela porta de entrada, seu olhar se iluminou. Mesmo nervoso o garoto não mediu esforços para ir até ela e puxar algum assunto, tentando enxergar em suas íris escuras qualquer indicio de interesse.

No início Berry parecia extremamente focada, como o usual. Ela tagarelava sobre suas técnicas vocais, sobre sua agenda compromissada, sobre seus planos profissionais para daqui vinte anos, sobre tudo que ela pudesse possivelmente extrair algum assunto.

E os planos amorosos? – Finn ousou perguntar, enquanto os dois se aproximavam mais e mais.

Eu…

Ela engoliu em seco.

O quarterback nunca presenciara um momento onde a menor soasse ligeiramente hesitante sobre algum assunto, mas aparentemente há uma primeira vez pra tudo.

Ao fundo, as pessoas dançavam e gritavam e riam de piadas que só são engraçadas sob efeito de álcool. Kurt e Blaine pareciam cada vez mais próximos, Santana Lopez mordiscava o canudo de seu copo enquanto observava a melhor amiga Brittany S. Pearce fazer um strip-tease na bancada de mármore, Mercedes ria de alguma piada com Tina Cohen-Chang enquanto Puck e Mike riam da gargalhada patética das meninas.

Tudo isso acontecia simultaneamente à chegada atrasada – e repentina – de Quinn Fabray, uma das garotas mais bonitas que você já deve ter ouvido falar. Seus cabelos loiros e ondulados caíam pelo ombro e ela usava esse vestido rosa bebê com uma jaqueta jeans, fazendo com o que mais simples dos visuais se tornasse facilmente invejável.

Era como se não importasse o que ela vestisse, tudo sempre cairia perfeitamente bem em seu corpo escultural.

Enquanto todas aquelas situações aconteciam – incluindo a chegada de Q na festa – Rachel Berry tinha dificuldade em responder a pergunta do maior, limitando-se a balbucios e palavras gaguejadas e incompreensíveis.

Finn não podia afirmar com precisão mas, em alguma fração de segundo entre a pergunta e todas aquelas pequenas situações de fundo, Rachel começara a soar mais dispersa do que o normal.

Seu olhar parecia navegar por qualquer coisa no cenário, menos a conversa dos dois em si. Ele questionava-se se havia feito de algo errado, talvez a pergunta tivesse sido audaciosa demais para alguém que nunca demonstrara interesse romântico antes.

O lado mais otimista do quarterback diria que ela estava anestesiada com a possibilidade de ele querer algo com ela, contudo, por mais lento que Finn pudesse às vezes demonstrar ser, sua sanidade não se convencera de tal desculpa.

Está tudo bem? – Ele perguntou, recheado de insegurança e nervosismo. O que havia acontecido?

Está… Eu só… Fiquei distraída.

Talvez Rachel não pensasse que ele fosse notar, talvez ela acreditasse fielmente que ela estivesse disfarçando bem, mas quando ela levantou um dos pés com certa leveza para procurar com o olhar algo – ou alguém – no cômodo Finn começou a deduzir que, quem sabe, o problema não fosse necessariamente ele.

Quem sabe deveríamos analisar que música cantaremos nas próximas Nacionais, você não acha?

Eu… Acho uma ideia boa. Mas é uma festa e… – Rachel engoliu em seco; Finn perceberia à milhas de distância: sua mente estava em outro lugar.

Sabe quando você lê três parágrafos de um livro e, no final, percebe que não leu absolutamente nada? Berry agia exatamente daquela forma, você podia ver em seus olhos que ela estava em Modo Avião para a conversa dos dois, ela estava não no mundo da lua mas em outro mundinho por ali – e Finn não conseguia parar de pensar sobre quem ela dedicava seus atuais devaneios.

Você tem certeza que está bem?

Sim, Finn. Eu tenho, eu só preciso… – Berry ponderou por alguns segundos, arquitetando o que diria em seguida. –… Pegar um refrigerante.

Ao lado do grande balde de gelo cheio de bebidas Quinn Fabray se encostava na parede julgando todos mentalmente. Ela parecia mais quieta do que o normal; a garota era naturalmente meio babaca, mas algo parecia desapontá-la.

Hudson analisava cautelosamente o que poderia ter feito Rachel se perder e por um momento nada parecia soar claro e óbvio. Puck estava de camisa e ele duvidava que a estrela do coral pudesse desenvolver uma queda pelo garoto de moicano, Mike namorava Tina, Artie não pudera vir e Kurt e Blaine estavam completamente fora de cogitação.

E então ela começou a observar a baixinha se aproximar das bebidas e cumprimentar Quinn timidamente. Era um gesto simples mas havia uma espécie de eletricidade emanando entre as duas – e até mesmo o mais bobalhões dos rapazes era capaz de notar.

Quinn havia chegado há pouco tempo, enquanto Rachel mordia o lábio inferior e hesitava quanto à sua resposta sobre relacionamentos amorosos.

Você alguma vez já a viu com algum garoto?

A voz de Kurt Hummel ecoava em sua mente.

Deve haver outra explicação” sua mente se convencera quando o outro proferira tais palavras a respeito de Rachel.

A expressão desagradável no rosto de Fabray desapareceu e uma feição ligeiramente mais animada iluminou-se assim que a menor se aproximara, seus olhos se encontraram e se fixaram por mais segundos que o aceitável, seus lábios trêmulos pareciam desesperados e as pernas de Rachel pareciam querer falhar a qualquer momento.

Berry voltou a rumar até Finn, suas bochechas ruborizadas a entregavam sem sombra de dúvidas e agora sim Hudson enxergava as coisas com mais clareza. Ela gostava de garotas.

Rachel?

Hm?

Como está Quinn?

A menina arregalou os olhos, quase cuspindo o refrigerante na cara do quarterback.

Vocês estavam conversando.

Ela… Ela deve estar bem.

Preciso ser honesto com você, Rach…

Desembuche.

Seu coração estava acelerado, a futura cantora promissora da Broadway podia sentir ele batendo de modo que logo fosse pular pela sua boca.

Eu gosto de você, mas você não parece animada…

Ah, Finn, é que ultimamente ando tão ocupada. Eu preciso aprimorar minhas técnicas vocais e começar a me dedicar mais à teatricalidade e aos meus movimentos corporais no palco.

Desde que Quinn Fabray entrou sua mente está em outro lugar, e eu não queria precisar ser a pessoa que vai te avisar isso, mas está bem na cara.

Eu? O que? Do que você está falando?

Você gosta de Quinn Fabray, não?

E apesar das bochechas enrubesceram ainda mais, Rachel consentiu com a cabeça.

Ela também gosta de você. Quando você chegou seu olhar se iluminou…

Não, ela não gosta.

Rach, ela gosta. — Finn deu uma olhada para a ex-Cheerio no outro lado do cômodo; ela tinha o olhar fixo para os dois e ao mesmo tempo que a loira parecia emburrada por estar longe de Berry havia uma certa ansiedade estampada em sua íris. – E você está com medo de ser pega, mas, por mais que me machuque um pouco, eu posso guardar o segredo de vocês.

Isso é bobagem, não há nada entre nós.

Mas não era bobagem. Rachel Berry queria desesperadamente beijar os lábios de Quinn Fabray – só não fazia ideia do caminho que precisava fazer para chegar neles. Já fazia algum tempo que elas trocavam mensagens de texto amigáveis e levemente galanteadoras, mas a baixinha nunca sabia se aquilo deveria significar algo a mais – o medo de se iludir amorosamente a cegava como nunca.

Vez ou outra, nos ensaios, elas trocavam esses olhares cheios de recadinhos e flertes nas entrelinhas – mas nenhuma das duas parecia disposta a ceder primeiro. Havia o medo dos olhares nos corredores da escola, o medo da reação dos pais, o medo delas mesmas.

Vocês podem usar o meu quarto, se quiserem. – O grandalhão deu de ombros.

Ele não diria que estava 100% satisfeito com aquilo, mas, pelo menos, ele percebera que sua quedinha por Rachel Berry não passava de um ligeiro desespero por atenção. Apesar de querer beijá-la alguns minutos atrás, agora, não havia mais nada o que ele pudesse fazer além de melhorar a estadia de duas amigas em sua casa.

Vamos lá, eu sou seu parceiro de duetos… Você precisa confiar em mim. – Insistiu. – Meu meio-irmão é gay, eu sei que não é algo simples e eu sei que vocês devem estar com medo… – Rachel, honestamente, não sabia o que responder. –… Não estou falando que vocês devem começar a namorar agora mesmo e gritar aos quatro ventos, ‘tou falando que se vocês precisarem o segredo de vocês estará a salvo até vocês decidirem se querem fazer com que não seja mais um segredo.

Finn, ela não está interessada.

Sério?

O grandalhão rumou até a ex-Cheerio, que fingia se distrair com o resto do clube do coral dançando freneticamente à Like a G6, assim que ele se aproximara a garota estremecera mas, no momento que ele sussurrara algo em seu ouvido, algo mudou nela.

Seu olhar hesitante pousou sobre Rachel, que corou imediatamente. Ela mordeu o lábio inferior e, antes que a baixinha pudesse correr para o quintal dos fundos e enterrar sua cabeça a sete palmos do chão, Fabray já estava se aproximando.

Segundo quarto à direita. – Finn murmurou, enquanto Berry sentia suas mãos serem tomadas pelos dedos gélidos e macios de Quinn, que por sua vez, pulava de alegria por dentro, mas, ao mesmo tempo, tentava mostrar que tudo estava sob controle.

Elas nunca pensaram que Finn Hudson, o ex-namorado de Quinn e o garoto que vivia cantando canções de amor com Rachel, poderia ser um aliado crucial pras duas. Na verdade, elas nunca nem haviam parado realmente pra pensar o que elas significavam.

Houve um dia que Rachel teve dúvida num exercício de Química e, por alguma razão, decidira pedir ajuda à Quinn. N’outra vez fora Fabray quem lhe enviara uma mensagem de texto pedindo sugestões de músicas para cantar no clube do coral e, gradativamente, aquilo tornara-se um costume.

Passavam horas com a orelha grudada no telefone, conversando todo tipo de assunto. Desde amenidades a assuntos mais arriscado como relacionamentos, amor e afins.

Um dia Fabray dissera algo num tom mais galanteador do que deveria e, mesmo hesitante, Rachel retribuíra com a resposta que ex-líder de torcida esperava.

Continuaram assim por semanas que pareciam anos intermináveis, sempre no mesmo lugar. Havia definitivamente algo entre elas, algo muito maior que uma amizade, mas no cenário preconceituoso que se encontravam em Lima era complicado demais ousar dizer algo, explícito, em voz alta.

Elas não queriam divagar sobre isso no momento, entretanto.

Não queriam ocupar sua mente com suas paranoias e com seus habituais medos, queriam ocupar suas mãos e seus lábios – como agora, finalmente, já o faziam.

Quinn depositava beijos contínuos pelo corpo da baixinha, enquanto Rachel mostrava grande interesse em se livrar das peças de roupa da outra. Seus dedos passeavam ora por seu corpo escultural, ora por seus fios dourados, ora pelo rosto mais belo que já tivera a oportunidade de apreciar.

Não sentiam mais aquela solidão que vez ou outra as assombrava, elas gostavam de garotas e finalmente não precisavam esconder.

Na cama, se conhecendo, com seus corpos se alinhando e entrando em perfeita sincronia elas perceberam que não havia mais aquela nuvem escura e ilimitada de medo sobre suas cabeças, elas perceberam também que não havia tal coisa como “para sempre” – mas aquele instante era o suficiente para elas.

•••

 

If you craving her body you shouldn't hide it
You told her the truth the flame was ignited


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Notas finais do capítulo

O que acharamm do finn ser um aliado para faberry? Comentem, vamos ser loucos por faberry juntoss ♥



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