Menor Aprendiz escrita por Duba


Capítulo 2
O Respeito




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Eu entrei pra gangue, porém eu preciso ir além, preciso ganhar respeito. Naquele dia, antes de eu ser deixado em casa, eles me deram um envelope com alguns cruzeiros. Ao chegar a casa minha mãe pergunta de onde eu tirei o dinheiro. Não mãe, hoje eu não vou contar a você.    
                Uma semana após o assassinato. 30 de junho de 1980. Bate o sinal de saída, chego ao portão da escola técnica e vejo o 147 vermelho com um dos membros da gang. Ele veste sapato, calça branca e apertada e uma camisa branca com listras azul-clara abotoada até metade deixando mostrar os pelos de seu tórax além de estar com óculos escuros na cara. Seu nome é João.          
                Esse cara, me entrega um pequeno papel, está escrito “me espere às duas da manhã, em frente da sua casa”. Ao me entregar esse papel, ele vai embora e eu também pego meu rumo pra casa.          
                Ajo normalmente em casa, eu moro sozinho com minha mãe, ela trabalha de doméstica e o dinheiro fica muito curto, compramos quase nada. Logo, não me resta muitas escolhas, eu teria que fazer essa missão.   
                Esperei ela adormecer, sai escondido de casa e cá estou eu, pontualmente no local combinado. A noite está tranquila e não havia ninguém na rua. Eis que surge o 147 vermelho e estaciona ao meu lado. Desta vez só está o João. Entro no carro e sou guiado à parte dos fundos de uma fábrica. E então ele fala o que eu preciso fazer e me dá um lockpick, um relógio de pulso e uma lanterna. Apenas para roubar os documentos no escritório.             
                Parece fácil, mas não é. Como vou invadir essa fábrica? Ele me deixa na rua atrás do local, e fala para espera-lo no mesmo local às três e trinta. Pulo o muro. Minimizo a aterrissagem me pendurando em seguida caindo. Com a luz da lua eu consigo observar o lugar. Há uma escada de metal que leva a uma parte mais alta. Provavelmente ali é o escritório.   
                Subo aquele lugar com cautela. Quando chego lá. Pego o lockpick e destranco a fechadura da porta. Há três gaveteiros e uma mesa de escritórios. Coloco a lanterna na boca para liberar as mãos e começo a procurar minuciosamente em cada gaveta e em cada canto. Levo aproximadamente uma hora pra achar o maldito documento. Quando encontro, escuto passos de botina subindo aqui. Desligo a luz e observo escondido pela janela. É o segurança do local subindo. Parece-me que ele empunha um revolver. Deu merda. Escondo-me atrás da porta. O segurança abre a porta mirando em tudo. Ao entrar na sala eu saio por trás dele. E corro... Muito. O cara grita, mas quando percebe que não respondo. Ele começa a atirar.              
                Finalmente eu alcanço o muro e pulo ao outro lado. Nesse instante chega João e seu carro. Nunca vi aquele 147 correr tanto. Chegamos à frente de casa em menos de dez minutos, eu entrego o documento a ele e recebo um pacote mais gordo que o da primeira vez. Entro escondido em casa e volto a minha cama e demoro a dormir... Hoje, eu quase morri. Bom, é melhor eu me acostumar.


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