Heather amanheceu pensando no encontro que teria com Mycroft, então foi tratando de se preparar. Depois de um bom tempo, ela já estava pronta, com um vestido preto até os joelhos, esperando o Holmes mais velho chegar.

Mycroft toca a campainha e aguarda a moça o atender, ele está elegantemente vestido, como de costume e segurando sua bengala.

Ela abria a porta e, o jeito de Mycroft a deixava um pouco nervosa. “Senhor Holmes! O senhor tem preferência por algum lugar? Ou gostaria de sentar-se?”

“Por favor senhorita, venha comigo, sim?” 
Mycroft ia até o carro e abria a porta, indicando para a moça entrar enquanto mantinha um pequeno sorriso no rosto.

Suspirando, ela o seguia e sentava no carro. “Vejo que está de bom humor, isso é ótimo. Tentava controlar seu nervosismo.

“Na verdade tento me manter sorrindo em tempos de crise.” Mycroft dizia pouco antes de fechar a porta, logo ele dava a volta e entrava na outra porta, logo se sentando ao lado da moça. E com um gesto de sua mão, o motorista dá a partida. Ao olhar para ela, porém, o sorriso de seu rosto desaparecera. “Ouça, preciso de sua ajuda. É em relação ao meu querido e não simpático irmãozinho cabeça dura.”

Ela estreitava os olhos, e logo depois deu uma risada baixa. “Pra que precisa de minha ajuda? Ele exagerou na morfina?”

“Eu não sei, esse é o problema. Preciso de um informante de dentro e o Dr.Watson está em lua de mel. Gostaria de lhe oferecer uma quantia generosa em troca apenas de informação sobre ele.” Mycroft tira um envelope do bolso e deixa entre os dois, logo depois olhava para ela dando um pequeno sorriso. 

“Eu não quero seu dinheiro, senhor Holmes... Mas gostei da ideia de ficar de olho nele. Como faço para lhe informar sem que ele suspeite?”

“Vou procurá-la sempre que possível para que me conte tudo. Mas me diga, por que fará isso de boa vontade?” Mycroft guardava o envelope com um pouco de suspeita no olhar.

“Ora, ele me ajudou. Quero fazer algo por ele e é assim que pensa não? Só está preocupado com seu irmão, tanto que pagaria a uma "estranha" para vigiá-lo.”

“Sim. De qualquer forma, aqui estamos. Baker Street.” A porta se abre e assim que a moça desce, ela se fecha, o vidro desce lentamente e Mycroft a olha.“Uma última pergunta, Srta. Green... Como vai se infiltrar durante um tempo longo no escritório de Sherlock?”

“Deixe isso comigo, Holmes.” Ela sorri e se despede de Mycroft. Bate à porta do apartamento 221B e uma simpática senhora atende. “Oh é você de novo, querida!”

“Sra Hudson! Será que Sherlock está?”

“Entre!” Heather escuta uma voz grossa que ecoa pelo corredor de cima das escadas que levam até o escritório de Holmes.

“Nos vemos depois, senhora Hudson, é sempre bom vê-la! Com licença.” Dizia enquanto se afastava da mulher e ia em direção ao escritório de Sherlock. Um cheiro forte envolvia o cômodo. “Por Deus, que cheiro é este?

“Calma, estou apenas verificando se o cheiro de pele humana morta fica em um ambiente e por quanto tempo.” Sherlock estava sentado em sua cadeira enquanto na cozinha havia algo em chamas.“Então, a que devo a honra de tê-la aqui novamente?

“É fácil para o senhor ter calma quando há carne humana no mesmo recinto onde está!” Ela respirava fundo e enfim sorriu. “Vim fazer uma visita cordial.”

“Pra mim?” Sherlock estava perplexo enquanto encarava a moça em pé a sua frente. “Falou com Mycroft hoje mais cedo?” Sherlock pergunta enquanto te olhava sério.

“Para o senhor, para a senhora Hudson, para Watson se ainda estivesse aqui...” Ela viu seu violino e se aproximava dele. “Posso?” Evitaria falar sobre a conversa com o irmão.

Sherlock apenas acenava positivamente com a cabeça , e se levantava indo em direção ao fogo e o apagando com um pequeno extintor que tinha ao lado da mesa.“Mas você ainda não me disse o que Mycroft queria com você.
Sherlock diz despreocupado, com um tom pairo e tranquilo em sua voz.

Ela tirou algumas notas do violino, e logo o deixou de lado. Ficara pensativa, ‘Não tem exagerado na cocaína e morfina, tem?”

Sherlock soltava um longo suspiro seguido de alguns resmungos e então se sentava em sua poltrona.
“Mycroft te ofereceu dinheiro pra vir me espionar? Sério? Quanto foi?”
Sherlock agia como se aquela não fosse a primeira vez que Mycroft tivesse feito isso.

Ela sorria de um jeito inocente, cruzando os braços. "Ele ofereceu dinheiro, mas não aceitei. Vim visitá-lo porque quis."

"Que estúpido, da próxima vez aceite, podemos dividir..." Sherlock não segurava um pequeno riso e então se joga no sofá.

"Bem... Da próxima vez eu pego o dinheiro e me caso. Já que está está bem, eu vou indo."