“Senhor Holmes! Aqui venho humildemente pedir tua ajuda.” Sherlock estava andando de um lado para o outro e nem reparava que alguém entrara em seu escritório da rua Baker, ele parecia preocupado, mas logo soltava em alta voz com uma aparente raiva: “TÉDIO!”

“Tua fama chegou aos meus ouvidos. Vai me convidar para sentar?” Holmes olhava a mulher a sua frente e depois de alguns segundos se sentava em sua poltrona indicando uma cadeira de madeira que se posicionava a frente do mesmo. “Por favor, sente-se e me diga, qual é o caso.”
Sherlock juntava as duas mãos e parecia um pouco excitado por sair do tédio.

Sentando-se na cadeira indicada, ela tinha um semblante calmo e começou a falar “Há alguns dias recebi isso-“ Tira um anel do bolso e dá a ele.

“Um anel?” A feição de Sherlock parecia decepcionada.
O detetive pegava a joia com um pouco de desgosto no olhar esperando a mulher continuar sua história.

“Um anel, sim senhor. Percebe a coloração, o aspecto dele? O que pode dizer sobre?”

“Posso dizer muito, mas prefiro que você me diga o que ele significa, ajuda para a dedução ficar correta.”
Sherlock mantinha-se olhando para o anel com um olhar quase morto, como se viajasse em pensamentos.

Não sei quem possa me ter enviado isto, senhor. Com ele vem cartas, como isso pode ficar mais estranho? Cartas anônimas e nelas contém até ameaças.

“Acredito que não seja alguém que quer lhe fazer mal, muito pelo contrário, alguém que é obcecado por você, ele pretende intimidá-la para que talvez ele consiga se aproximar como um ombro amigo talvez, o anel está bem polido e provavelmente sem digitais, ele foi bem cuidadoso. E digo mais, ele não faria isso se você não o conhecesse bem, pode ver que ele poliu o poliu umas três vezes antes de embalar, e acabou passando a unha enquanto polia, dá pra notar só por essa pequena parte riscada logo aqui na parte de dentro da joia.
Sherlock pegava o anel e demonstrava cada detalhe enquanto explicava.
“Posso ver as cartas e o que está escrito nelas? Ou você já imagina quem possa ser?”

Sem dizer nada e olhando fixamente para o homem a sua frente, ela retira as cartas de seu bolso, entregando a ele

Sherlock pega as cartas, as examina e depois joga todas fora, exceto a que a senhorita reconhece como a primeira que recebeu. O mesmo abre a carta e ignora o que estava escrito; começa a passar a mão no papel e depois olhava para a mulher.
“Seu suspeito é um homem que se embriaga, podemos ver por essa primeira carta que ele ganhou coragem pelo álcool, as letras estão tremidas e tortas e, pode-se ver mesmo que quase apagado um círculo que foi feito pelo fundo de um copo não muito grande eu diria...” Sherlock cheirava a carta como um grande suspiro. Whisky - não dos bons inclusive - o suspeito não é rico, ele mesmo entrega as cartas, mesmo sendo discreto com as digitais ele precisa ter acesso a sua casa ou ele entrega quando você não está lá, mas se for a segunda opção é fácil pegá-lo. 
Sherlock soltava um suspiro longo como se ficasse entediado.
“Você está procurando um Homem entre 26 e 30 anos, branco, trabalha em escritório e com cabelo longo. 
Sherlock se levantava pegando seu sobretudo o colocando e arrumando a gola.

Ela olha para o homem espantada, porém admirada. Quando ele se levanta, solta o ar rapidamente, que nem sabia que estava segurando. “Deus do céu... Tudo o que ouvi sobre o senhor era verdade...”