Capitulo 1

What is it?

Uruha acabará de chegar a sua casa, como seus pais trabalhavam até tarde e Uruha sempre ficava sozinho, às vezes conversava com a governanta, mas esta também estava muito ocupada, ainda sobrava o filho dela Kazamasa, mas esse sempre estava fora fazendo alguma loucura. Mas hoje por algum motivo sua mãe já havia chegado e estava na sala principal lendo algumas revistas

- Kouyou, já chegou? Como foi o colégio hoje? – perguntava a senhora Takashima com um tom doce

- Sim, Kaa san, Bom... – Dizia enquanto se dirigia até a mulher. – Meu professor de japonês pediu uma redação sobre o que é o amor, e eu... – suspirou – Eu não tenho a mínima idéia de como ele é.

- Ah meu filho, já experimentou perguntar para alguém? E que mal faz você não fazer essa redação, afinal suas notas são boas.

- Kaa san, eu tenho que fazer essa redação querendo ou não, afinal ela é a avaliação desse bimestre – dizia Uruha já cansado – E por mais que eu leia em livros sobre esse assunto não consigo entender. – Suspirou novamente – E sobre perguntar, bom hoje eu fui falar com umas pessoas que talvez pudessem me ajudar, mas eles se negaram a me dizer, disseram que era uma coisa que tenho que aprender sozinho.

- Bom Kouyou, de certa forma eles tem razão, talvez o amar é algo que as pessoas devem aprender sozinhas, talvez o amor seja algo que as pessoas têm que entender na própria experiência. – Dizia a senhora Takashima, olhando nos olhos de Uruha.

- Como eu vou fazer isso Kaa san?  - Uruha evitava o olhar de sua mãe – Eu não sei como posso descobrir o que é o amor, e essas pessoas que poderiam me ajudar disserem para eu me apaixonar... – Suspirou novamente enquanto mantinha o olhar fixo em um ponto qualquer do chão.

- E para quando é essa redação Kouyou?

- Para daqui 25 dias. – suspirou mais uma vez antes de se levantar – Bom acho que vou tomar banho agora Kaa-san.

- Está bem Kouyou, Yuukina disse que logo o jantar estará pronto então se apresse

Uruha não respondeu nada, apenas seguiu até as escadas subindo degrau por degrau até chegar ao segundo andar da casa, seguiu para seu quarto, separou umas roupas deixando as sobre a cama, despiu-se vagarosamente pegou uma toalha e foi para o banheiro, entrou no box, regulou a temperatura da água para depois entrar.

“O que aqueles dois queriam dizer hoje? Será que realmente tem alguém que possa me interessar naquele colégio?” Pensou Uruha enquanto tomava seu banho “Aqueles dois, amanhã eles terão que me dar uma resposta” Continuou a pensar sobre esse assunto, vinte minutos depois ele termina seu banho se enxuga e sai do banheiro, já vestindo as roupas que deixará separada sobre a cama, ele desce novamente se juntando a sua mãe na sala principal.

- Kaa san, posso te perguntar uma coisa? – começou Uruha, a senhora Takashima apenas resmungou alguma coisa para que Uruha prossegui-se – Como a senhora conheceu o to san? Digo como a senhora sabia que estava apaixonada por ele?

- Bom Kouyou – Começou a senhora Takashima fechando a revista que lia. – Seu pai sempre foi o garoto mais popular do meu colégio. Tinha a atenção de todas as meninas, menos a minha, no começo eu o odiava, era a única que não daria nada para estar ao lado dele, e assim consequentemente ele sempre estava ao meu lado quando eu precisava, era o único que me via chorar, o único que me ouvia. – Suspirou antes de continuar. – Era engraçado como todas as outras garotas me olhando torto por conta disso. – Ela riu discretamente antes de continuar. – Um dia seu pai se declarou para mim, e eu por impulso o beijei, aquele beijo foi minha declaração de amor, para dizer que eu também o amava.

- Mas como a senhora percebeu isso? – indagou Uruha

- Kouyou, eu só me dei conta mesmo foi quando seu pai se declarou pra mim, foi quando meu coração acelerou, meus olhos lagrimejaram de emoção como se eu esperasse por aquela declaração a tempo.

- Obrigado Kaa san, agora vou escrever a minha redação.

- Com licença senhor Kouyou, senhora Yukie o jantar já está servido – A governanta veio informar

- Obrigada Seiko san, nós já vamos – respondeu – Vamos Kouyou, depois você escreve essa tal redação

Uruha apenas concordou com a cabeça, logo a seguindo para a sala de jantar. O jantar ocorreu tranqüilo afinal somente duas pessoas estavam sentadas a mesa. Logo ambos já haviam terminado sua refeição, e uma das empregadas veio trazer a sobremesa.

- Kouyou – Chamou a senhora Takashima

- Sim Kaa san? – respondeu Uruha

- Sobre sua redação... Acho que você não deve fazê-la ainda, acho que você precisa experimentar essa magia que é o amor antes, sabe? Pra você ver mesmo se é desse jeito em você também. Para que você consiga passar o que é o amor tanto na escrita quanto na parte sentimental

- Por que? – Uruha ergue uma sobrancelha

- O amor é uma coisa bonita de mais para ser escrita somente por escrever, acho que você deveria vivenciá-lo primeiro, ou pelo menos se apaixonar, até porque na sua idade, acho meio difícil você amar alguém, no máximo se apaixonar.

- Entendi – Uruha sorriu

Os dois continuaram a mesa conversando banalidades, Uruha contou sobre o torneio que teria no dia seguinte, sua mãe disse que se tudo ocorresse certo ela iria vê-lo junto com seu pai.

Uruha tinha muita sorte de ter uma família como aquela, afinal, nem toda família era unida como a dela, a de seu melhor amigo Reita, por exemplo, não era, seus pais sempre brigavam, e nunca tinham tempo para ele, ao contrario de Uruha Reita era um delinqüente mirim, mas fazia de tudo para que seu melhor amigo não seguisse o mesmo rumo que ele. Mas Reita não vinha ao caso agora, pois Uruha tinha que pensar, e pensar muito sobre o que Bou e Miku queriam dizer com aquilo de amanha você verá, e só você não percebeu ainda.

- Tadaima – Disse o chefe da família, segurando um buquê de rosas em uma mão e um embrulho na outra.

- Okaeri To san

- Okaeri

O senhor Takashima sorriu, e entregou o buquê para a senhora Takashima e o pequeno embrulho para Uruha, logo sentando-se a mesa.

- Se eu soubesse que hoje você viria mais cedo teríamos esperado você para o jantar

- Mais cedo? Queria já passam das onze da noite

A senhora Takashima olha assustada para o relógio, de fato já eram onze e quarenta e cinco da noite.

- Kou chan acho melhor você ir dormir – Disse o senhor Takashima, fazendo Uruha sorrir.

- Hai – Respondeu ainda sorrindo

Uruha se levantou da mesa e deu um beijo estalado na bochecha de sua mãe, e um abraço em seu pai, desejou boa noite aos dois e subiu para seu quarto, pegou seu pijama e foi ao banheiro trocar se e escovar os dentes.

Voltou ao quarto depois de fazer tudo, deitou se na cama e cobriu-se, não estava quente mas também não estava frio, olhou para a janela que estava aberta, viu um feche de luz riscar o céu, deduziu então que era uma estrela cadente, não desejou nada, até porque não acreditava mais que elas tinham tal poder, pois já haviam decepcionado ele uma vez desde então parou de acreditar nas estrelas. Fechou os olhos lentamente, pois eles já estavam pesando e assim adormeceu.

Mal sabia que naquela mesma cidade existia alguém que também havia visto aquela estrela cadente, e que esta mesma pessoa havia desejado algo, algo que envolvia seu nome, algo que envolvia Uruha.

Mas isso nosso protagonista descobriria depois, pois se tinha algo certo nisso tudo era que aquele desejo que Uruha havia feito uma vez estava preste a se realizar. Era somente uma questão de tempo até isso acontecer