Akai Hana escrita por Lyare


Capítulo 1
Capítulo 01 — Missão




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/730049/chapter/1

Capítulo 01 — Missão

 

Acordou sobressaltado com o pesadelo que tivera. A kunai na mão direita, o sharingan ativo. Mas só viu o quarto vazio do quarto da hospedaria que tinha alugado. O céu estava escuro lá fora e decidiu que era melhor voltar logo à base da organização.

Itachi saiu do prédio fatigado, não conseguia dormir direito fazia tempo. Assim que colocou os pés na rua, a fina camada de chuva o encontrou. O homem fechou os olhos aproveitando a sensação da chuva engrossar, ainda era relativamente cedo.

Acreditou estar molhado o bastante e começou a andar. A rua estava movimentada, ninguém o encarava, uma vez que a Akatsuki firmou o acordo de manter a vila protegida desde que os moradores mantivessem-se quietos.

Foi então que uma borboleta de papel veio voando em sua direção. Sabia do que se tratava antes da dobradura pousar em seu dedo. Reunião.

Quando entrou na base foi direto para a sala de reuniões. Sentou-se entre Deidara e Sasori, o primeiro fazia uma escultura de argila sob a mesa, longe do olhar de Pain que não parecia nada feliz.

— Temos missões. As habituais duplas, mas Kisame ficará com Deidara e Sasori— Pain foi jogando os pergaminhos e os membros foram pegando. Itachi encarou Kisame que começou a ler com um olhar entediado.

— Vocês devem ser os mais rápidos possíveis. Rapidez e precisão. — Konan estreitou os olhos para Deidara. — Não façam bagunça além do necessário. Estão dispensados, menos o Uchiha.

Deidara deu um sorriso de lado, mas desfez a expressão assim que viu o olhar assassino de Pain. Konan e Pain continuavam na sala, a mulher fazia uma dobradura sentada ao lado do líder.

— Recebi uma missão específica que requer suas habilidades. — Pain falou lançando-lhe um pergaminho.
Abriu e começou a ler. Parecia algo muito simples. Olhou novamente na direção de Pain e ele tinha o queixo apoiado nas mãos.

— Você precisa proteger uma sacerdotisa do templo da vila das flores. A princípio pode parecer simples, mas ela tem habilidades especiais que estão sendo alvo de mercenários e fomos contratados para protegê-la. — Pain o encarava enigmático.

— E você é um dos que está atrás disso? — Itachi chutou e viu o sorriso do líder.

— Seria muito interessante se você conseguisse trazê-la pra mim. Nosso plano com os bijus está perto de começar, mas tê-la seria um bom trunfo. Na verdade, estou curioso sobre o que ela pode fazer. — Konan parou de mexer com o papel. Os olhos cor de mel não enganaram o Uchiha. A mulher não tinha gostado do interesse do ruivo.

— Quanto tempo? — Indagou levantando da cadeira e guardando o pergaminho dentro da capa.

— Quanto tempo precisar. O contratante pediu nossa proteção por um mês. Você deve partir imediatamente. — Itachi assentiu e saiu da sala.

 

Quando entrou no quarto sabia que era questão de tempo até uma certa pessoa aparecer. Nem dez minutos depois ela entrou e fechou a porta.

— O que foi? — Ele indagou arrumando algumas coisas em cima da cama.

— Não gostei do jeito que ele falou. — Konan bufou indo sentar no espaço vazio da cama do Uchiha.

— E você falou isso pra ele? — Itachi continuou a arrumar-se para a viagem sem olhá-la.

— Não... Mas...

— Ele não vai adivinhar o que você sente por ele. — O Uchiha a encarou suspirando. — Achei que você estava reunindo coragem pra isso.

— Eu ainda estou. — Ela mordeu o lábio. — Tenho medo de ele me rejeitar e continuar do mesmo jeito. Não sei se aguento mais isso.

— Bom, aproveite que ficarão sozinhos por algum tempo. Diga a ele como se sente, que o deseja. — Itachi fez a mulher corar.

— Nem parece que você é o mais novo aqui. — Ela suspirou indo até a porta.

— Como se você fosse horrivelmente velha. — Ela revirou os olhos. Konan hesitou por mais algum tempo, temerosa. — Você não tem algo a fazer? Que nesse momento deve estar num quarto do outro lado da base?

— Ok, seu chato. — Ela levantou as mãos em sinal de rendição e escapuliu pra fora do quarto.

O moreno sorriu e pegou a pequena mochila que tinha feito selando-a em um pergaminho, para em seguida guardá-lo dentro da capa e deixar a base.

 

 

Estava deitada encarando o véu transparente que envolvia a cama. Imóvel, escutava os passarinhos em sua janela. Levantou e sentou-se observando a janela. Os longos cabelos rosados estavam soltos e logo os prendeu em um coque firme.

Bocejou e levantou indo até a janela, viu que o sol começava a mostrar-se no horizonte e decidiu ir tomar banho nas termas. Assim que abriu a porta, encontrou uma das empregadas que era responsável por ajudá-la.

— Bom dia, Toka. — Murmurou ao ver a mulher inclinar a cabeça.

— Bom dia, Sakura-sama.

As duas andaram em silêncio pelos corredores vazios e em pouco tempo chegaram aos fundos do templo. Sakura não tinha qualquer humor de manhã cedo, Toka bem sabia disso, tanto é que nem falava com a jovem naquele horário. Ajudou-a a tirar as roupas e logo estava mergulhando nas águas quentes.

Relaxou aos poucos e logo Toka a deixou sozinha com seus pensamentos. Estava cansada, essa era a verdade. Estava saturada da rotina que levava desde sempre, cansada das obrigações. Cansada dela mesma. Suspirou e deixou que o corpo boiasse observando o céu com algumas nuvens. O invejava.

Queria liberdade. Mais do que qualquer outra coisa, queria liberdade. Queria ir para qualquer lugar que quisesse sem ter que dar satisfação, queria não estar presa ao templo. Mas sabia que não poderia sair dali sem mais nem menos. Nunca a deixariam ir embora, pois precisavam dela ali. Infelizmente, possuía poderes valiosos demais.

Ficou em pé e a água bateu em seu quadril. Encarou suas próprias mãos. Pareciam tão inofensivas ao olhar desatento. Andou até a outra borda que ficava ao lado da cerca de madeira, seu alvo era uma planta que crescia ali. Os olhos esmeraldas encaravam a vegetação antes de tocá-la. Sim, gostava de ter noção do que poderia acontecer se cometesse um deslize.

Assim que a mão tocou a planta, sentiu a vitalidade daquele ser ser drenada para dentro de si. Sabia que naquele momento seus olhos estariam com uma cor mais clara e viva, pois era isso que acontecia quando usava seu poder. Ora maldição, ora benção. Sobraram apenas farelos secos e escuros do que antes era vida e esmagou tudo entre seus dedos. Se ela não tivesse nascido daquele jeito, seria como qualquer outra pessoa. Livre.

 

No quarto, Sakura estava sentada no chão com diversos pergaminhos e papéis ao seu redor. Só pela parte da tarde teria que ir ao templo cumprir suas obrigações, por isso dedicava-se a estudar.

Foi quando fazia o talismã com uma precisão absurda que Itachi surgiu na janela do quarto da garota. Há alguns minutos tinha encontrado o sacerdote que o contratou e foi instruído a vigiar a jovem.

Tamanha foi a surpresa do ninja quando a viu. Os cabelos longos e rosados presos em um rabo de cavalo, a franja que cobria parte da testa e os olhos verdes o surpreenderam. Ela mordia o lábio enquanto usava o pincel para imitar os desenhos encontrados num livro.

Itachi a observou por algum tempo, não reclamaria de olhá-la o dia todo. Foi quando ela alternava o olhar entre o livro e o papel que percebeu a sombra na janela. Virou imediatamente, assustada, para seu visitante.

— O que faz aqui?! — O coração batia acelerado. O desconhecido estava sentado relaxadamente na janela, uma perna dobrada no parapeito e outra encostando no piso do quarto.

— Sou sua proteção pelos próximo trinta dias. — Murmurou fechando os olhos ao apoiar as costas na madeira. — Seu pai me contratou. Disse que seria uma boa ideia eu me apresentar pra você não ter uma reação dessas.

Ela estreitou os olhos. O pai tinha comentado mesmo que havia contratado um ninja para protegê-la nos próximos dias, pois o templo receberia um festival para comemorar a primavera.

— E você é...? — Ele abriu os olhos com a pergunta.

— Itachi.

— Bom, meu nome é Sakura. Você pode ir pra qualquer outro lugar e me deixar sozinha. — Ela balançou a mão como se o dispensasse. O Uchiha ergueu as sobrancelhas com o gesto. Ela achava que ele era o quê?

— Sinto informar que serei companhia constante, uma vez que seu pai está pagando por isso. Então a senhorita pode continuar seus afazeres e fingir que não estou aqui.

Ela o olhou raivosa. Só virou a cara e continuou seu trabalho. O Uchiha decidiu tirar um cochilo ali mesmo, tinha a esperança de que dessa vez não tivesse pesadelos envolvendo seu irmãozinho. A verdade era que a consciência pesava, pois apenas alguns meses tinham se passado desde que cometera o massacre. Indagava-se continuamente se Sasuke estaria bem, se o Hokage mantinha sua palavra sobre protegê-lo.

A menina espiava de canto de olho o homem. Ele tinha dormido. Que ótimo vigia o pai tinha encontrado. Se bem que aquela capa lembrava-lhe alguma coisa, mas não sabia bem o que era.

— Sakura-sama — Toka apareceu trazendo o almoço. — Hoje seu pai está ocupado e pediu para a senhorita comer aqui. Também trouxe pro visitante.

— Acho que ele não vai comer agora. — Murmurou vendo que ele não havia se mexido. — Seria melhor se ele fosse pra um dos quartos.

— O quarto dele é ao lado, seu pai quis garantir que ficaria segura. — Sakura fez um bico com a informação.

— Não é como se alguém fosse vir atrás de mim... — Murmurou contrariada. A verdade era que não gostava de se sentir vigiada, sentia-se mais presa do que nunca.

— A senhorita é preciosa, sabe disso. — Toka sorriu pra jovem. — Agora coma antes que esfrie. Seu pai...

Itachi tinha os olhos abertos. Os olhos negros eram ferinos quando encarou a mulher que carregava a bandeja de comida e a colocava na frente da menina.

— Você. — Toka o olhou surpresa. — Experimente primeiro.

— O que você está fazendo? — Sakura reclamou cruzando os braços. Toka não se mexia.

— Obedeça. — Toka continuou sem se mexer. O Uchiha levantou e começou a andar na direção da mulher.

— Você está sendo ridículo. Toka não... — Então Sakura encarou a comida. Seus olhos ficaram mais claros e suou frio. Era capaz de ver que havia morte ali.

Sakura não hesitou quando lançou a comida longe. Toka a encarou surpresa e viu os olhos magoados da menina. Não contava que ela fosse capaz de ver o veneno que com tanto cuidado preparou para sua adorada protegida.

— Eu não esperava isso de você. — A garota sentiu a garganta começar a fechar em um bolo. Se ela não tivesse absorvido poder na hora do banho, estaria morta. Teria sido morta por aquela que cuidou dela desde que nascera.

— Não sei do que está falando Sakura-sama, acho que há algum engano... — Toka sorria e movia a mão pra trás do kimono.

Então, tudo aconteceu rápido demais. Itachi avançou com uma kunai na mão e a mulher parou o golpe com uma faca. Sakura gritou quando o moreno a empurrou pra cima da cama, tirando-a do caminho. Itachi tinha o sharingan ativo, mas a mulher não o encarava. Ela sabia quem ele era e estava preparada para aquilo.

— Você não vai escapar. — Ele murmurou e a troca de golpes começou.

A menina observava abismada a até então empregada mover-se com uma leveza e agilidade que desconhecia. Mas em poucos segundos percebeu que o moreno a subjugaria. Itachi a lançou na parede e por um deslize, os olhos da mulher encontraram-se com o sharingan. Ela pendeu a cabeça e caiu deitada no chão.

— Você a matou? — Itachi a encarou já com o sharingan inativo. Ela estava tão branca quanto era possível para um ser humano. Sakura sentiu as mãos geladas e imaginava que estava perto de desmaiar.

— Não. — Nisso, guardas apareceram. Sakura continuou sentada na cama e imaginou ter ouvido alguém falar alguma coisa, mas seus pensamentos estavam longe. Só sentiu seu corpo cair em um abismo e a inconsciência abraçar-lhe.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Akai Hana" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.