Capítulo V

A família feliz

Parte I

— Ela é uma sangue-puro! — exclamou Narcisa indignada.

— Tecnicamente eles também são... — comentou Draco fazendo com que seu pai lhe desse um olhar de repreensão. — Não estou defendendo, até por que se ela está com a família Weasley, ela também está com Harry Potter, sendo assim também estará com Hermione Granger, uma sangue-ruim e...

— Chega! — gritou Bellatrix. — Não sei como irei tira-la de lá. Essa altura aquele velho maldito terá feito sua cabeça dizendo um milhão de asneiras!

Bellatrix andava de um lado para o outro. Estava apreensiva e nervosa, não sabia como chegar perto da filha, provavelmente a casa estava cheia de aurores e certamente não queria voltar para Azkaban tão cedo. A família Weasley recusaria a presença de Narcisa, e sequer falariam com Lucius. A única solução era Draco se aproximar da prima.

— Ela me odiaria. — comentou o garoto após ouvir a proposta da tia. — Somos uma família muito odiada pelos Weasley... Tem que ter outro jeito...

— Não tem e esse é o problema! — berrou Bellatrix. — Deveria ter me aproximado dela antes...

— Afinal, por que raios quer uma pirralha? — indagou Lucius.

— Ela é muito importante para o Lord... Ele não me deu muitas explicações, mas não preciso mesmo. Uma ordem é uma ordem e não devemos desobedecer... E se não conseguirmos a confiança dela... Todos nós iremos sofrer.

Draco arregalou os olhos e um nó surgiu em sua garganta. Teria que conseguir a confiança da prima de um jeito ou de outro, não gostaria de sofrer os castigos que o Lord das Trevas lhe daria caso não conseguisse a garota.

— Vou me aproximar dela. — falou Draco fazendo com que Bellatrix e Narcisa sorrissem. — É uma ordem do Lord.

                                          Parte II        

Amelie encantava-se cada vez mais por aquele mundo. Durante três dias seguidos ela aprendeu coisas maravilhosas com aquelas pessoas incríveis. Os gêmeos lhe ensinaram a pregar peças, Rony ensinou-lhe a montar na vassoura, Ginny lhe mostrou algumas das celebridades bruxas mais famosas da atualidade, Molly lhe mostrou como fazer diferenciadas comidas, Arthur lhe mostrou artefatos bruxos e Harry contou-lhe a história de Lord das Trevas (a pedido da garota).

A jovem não conseguia entender como um bruxo tão inteligente tornou-se das trevas, um homem que poderia mudar o mundo com sua inteligência... E mesmo assim decidiu destruí-lo.

— Ele foi abandonado, talvez seja por isso. — comentou Harry.

— Também fui abandonada e nem por isso sai tacando fogo e matando pessoas inocentes. – rebateu Amelie. — Desculpe-me, Harry... Mas é tão difícil entender.

Harry compreendia a garota. Ele não havia sido abandonado na soleira de ninguém, na verdade seus pais haviam sido mortos por Voldemort, mas da mesma forma havia sido criado por outras pessoas... E ali existia mais uma diferença entre ambos. Ela crescerá numa casa aconchegante e com amor, e ele crescerá num quartinho sob a escada feito um ser inferior aos Dursley.

A campainha tocou e Molly deu um grito da cozinha e em seguida os dois adolescentes correram, mas ao chegar lá, Harry sorriu. Havia um homem com cabelos grandes e desgrenhados, usava roupas rasgadas e sujas. Ele abraçou Harry de imediato e deu um grande sorriso, depois se afastou e olhou para o afilhado.

— Como você cresceu! — exclamou contente. — Está tão diferente... Cada vez mais parecido com o pai, ah, mas esses olhos da Lily! Uau...

— Olhe quem está aqui. — interrompeu Harry se afastando.

O homem olhou para a garota que estava parada perto da porta. Ela estava quieta e parecia estar assustada com a aparência do homem. Sirius esperava que ela corresse gritando de medo, ou até mesmo saísse lhe distribuído tapas e xingamentos, mas a garota fez exatamente ao contrário. Ela correu até o pai e o abraçou com demasiada força.

Sirius chorava cada vez mais. Nunca imaginou que aquele dia chegaria, estava tão contente. Amelie sentia tanto amor, tanto carinho... Seu coração parecia prestes a explodir. Quando imaginou o reencontro com seu pai biológico nunca pensou que seria daquela maneira, cheio de lagrimas de alegria e abraços; ela decorou um grande discurso sobre o abandono e a falta de comunicação do mesmo... Mas vendo-o ali, tão acabado, desgastado, sendo culpado por algo que não fez... Quando descobriu a verdadeira história ela entendeu.

— Quero muito conversar com você, filha... Na verdade com você e Harry... — falou Sirius, mas logo fora interrompido por Molly.

— Antes disso você vai tomar um banho e comer alguma coisa! Olhe como você está magro... E sujo! Ande!

Sirius deu uma risada, mas não desobedeceu à amiga e em seguida foi para o banheiro. Alguns minutos depois estava limpo e bem alimentado. O homem sentou-se juntamente a Amelie e Harry e todos compartilharam histórias, principalmente Sirius. A cada palavra que contava sobre as antigas aventuras ao lado dos amigos, deixava Amelie cada vez mais contente e sedenta por histórias.

— Minha nossa, olha só a hora! — exclamou Sirius ao perceber que a lua já havia tomado seu lugar no céu ao lado das estrelas. — Preciso ir.

— Ir? — perguntou Amelie.

— Alguns aurores ainda estão me procurando e geralmente fazem revista nas casas bruxas... E tenho alguns assuntos a serem tratados...

— Mas você mal chegou. — comentou Harry chateado.

— Eu sei, mas prometo voltar amanhã e passar mais tempo com vocês.

Sirius abraçou Harry e depois Amelie. Agradeceu à Molly por cuidar de Amelie e em seguida despediu-se da família Weasley.

Parte III

Amelie estava tão feliz que mal conseguia dormir, ficava remexendo-se de um lado para outro na pequena cama improvisada e com medo de acordar Ginny, decidiu retirar-se do quarto. Desceu as escadas calmamente, mas era quase difícil não fazer barulho, a cada degrau um rangido diferente e mais alto. Quando finalmente consegui descer sem que acordasse toda a casa, ela foi até o jardim e sentou-se sob o pomar onde estivera mais cedo junto ao seu pai e Harry.

Durante uns bons minutos ela ficou imaginando como seria sua vida se tivesse sido criada por Sirius. Ela teria iniciado o ano letivo em uma escola bruxa, moraria com Harry e seriam todos felizes... E seus pais adotivos seriam tristes, afinal, Miranda não podia ter filhos.

— Algumas coisas acontecem para o nosso bem. — ela ouviu alguém falar e tomou um susto. Ao olhar para trás percebeu que era Fred. — Não consegue dormir?

— Muito agitada para isso. — ela respondeu. — Não achei que ficaria tão contente...

— Sirius é um cara bacana... Só teve a infelicidade de levar a culpa por algo que não fez...

— Você acha que ele gosta de mim? — ela indagou cabisbaixa.

— Claro! E por que não gostaria?

— Sou a filha de uma Comensal da Morte... Da prima dele! Certamente fui um acidente catastrófico. — Fred deu uma gargalhada e depois falou:

— Você acha que meus pais queriam todos nós? E olha que nem estamos todos aqui, ainda faltam mais dois... Foi como eu disse: algumas coisas acontecem para o nosso bem.