Mentirosos escrita por Blair Herondale


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Postei rápido. Nos vemos no final!



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“O máximo que despertava nele era o esboço de um pálido sorriso na sua boca melancólica.” (Oscar Wilde)

Foi sentindo a noite fria que ambos saíram do apartamento da rua Eastwood. June se encolhendo contra o fino tecido de sua blusa e Christian abraçando a penumbra como a uma velha amiga. Haviam várias árvores na rua em que moravam e, se olhassem para cima, poderiam ver a extensão dos finos galhos marrons formando uma rede que lembrava uma conexão de veias e artérias.

O garoto gostava daquela vista, principalmente nas manhãs nubladas, quando o verde se tornava ainda mais vibrante pelo contraste com o céu acinzentado.  

—Você não pode mais me beijar daquela maneira, Connor. -June falou por fim, quebrando o silêncio que se instalara entre eles durante o percurso que faziam até o posto de conveniência mais próximo.

As bebidas prometidas pelo garoto realmente iriam ser compradas.

—Nós aceitamos fingir um namoro, o que você esperava que fosse acontecer? -Christian retrucou, talvez um pouco irritado pelo fato da garota jogar toda a culpa em sua direção, como se ele quisesse ter ultrapassado aquele limite entre os dois, ou até mesmo como se tivesse feito algo muito profano.

Ele não fizera, porque aquilo havia sido apenas um beijo.

—Esperava apenas algum aviso de sua parte.

Ele ergueu a sobrancelha, lhe lançando uma expressão que era um misto de deboche e descrença.

—Beijos foram feitos para serem roubados, não pedidos. -retrucou de forma sagaz, abrindo um sorriso presunçoso para a garota.

Uma forte corrente de vento passou pelos dois no exato momento em que June se virou na direção de Christian para olhá-lo com uma expressão incrédula no rosto. Seus cabelos negros voaram ao seu lado ao passo que todos os seus pelos se arrepiaram pelo aumento da sensação de frio.

Havia se esquecido de trazer o casaco quando saira do apartamento para a noite densa, uma vez que todos os seus pensamentos estavam confusos devido ao beijo.

—Você não está levando essa discussão a sério.

—Muito pelo contrário. -disse, o sorriso ainda brincando no canto de seus lábios -O que lhe irrita é que eu tenho razão.

—Beijar alguém sem permissão é assédio.

O garoto deu de ombros, deixando claro que não se importava muito com todo aquele discurso. Haviam diversas variáveis que precisavam ser levadas em conta naquela situação específica. Primeiramente que eles não eram desconhecidos, então já descartava o medo de que ele pudesse forçá-la a fazer algo a mais ou lhe passar uma doença e segundo, tinham combinado agir como namorados. Um beijo era algo mínimo em qualquer relação.

—Você poderia ter acabado ele em qualquer momento.

—Foi o que eu fiz.

—Apesar de ter retribuído no começo. -pontuou espertamente, fazendo a face da garota esquentar em constrangimento.

Se Dimitri estivesse ali provavelmente procuraria por uma câmera, como um náufrago busca um navio perdido no horizonte, a fim de gravar aquele momento. June Silver se vangloriava por ser capaz de conter o rubor apesar da pele pálida. Entretanto, lá estava ela, corando por um comentário, acentuando o tom de azul dos seus olhos tempestuosos.

Quem saberia dizer que Chrisitan poderia ter tal efeito nela?

—É realmente impossível manter uma conversa com você. Qualquer que seja. -June respondeu irritada, por fim, optando por ignorar o comentário do garoto.

—Se você diz. -falou, tirando um maço de cigarro de dentro do bolso de sua jaqueta surrada para acender um cigarro.

—A cada cigarro que você fuma, perde dois dias de vida. -June pontuou, apenas para focar sua atenção em algo além do frio que sentia. Olhando para seus dedos, podia ver suas unhas adquirindo tons cada vez mais voltados para o roxo.

Se ao menos tivesse se lembrado de pegar um agasalho.

—Pensei que fossem dois minutos. Não importa muito, na verdade, acho que só fico feliz em saber que você se preocupa com a minha saúde.

June revirou os olhos, se afastando alguns passos de Christian para que não precisasse inalar a fumaça tóxica do cigarro.

—O seu ego me toca.

—Não teria como, ele não é tão grande assim.

Repousando o cigarro na boca, embora mantivesse o sorriso de canto ainda com a única finalidade de irritar a colega de apartamento, Christian tirou sua jaqueta preta bastante surrada pelo uso para colocar sobre os ombros de June, ficando apenas com uma blusa cinza e uma outra camiseta escura de mangas compridas e botões.

—Não vão deixar você comprar cerveja se estiver parecendo uma garota de 16 anos. -explicou, indiferente ao gesto feito, levando a mão direita até a boca afim de soltar a fumaça sem derrubar o cigarro.

—Eu pareço ter a sua idade, Connor. -June retrucou por força do hábito, embora estivesse imensamente agradecida por ter algo para cobrir seus braços.

Rapidamente fechou o zíper até a altura do queixo, feliz pela jaqueta  já estar previamente aquecida pela temperatura corporal de Christian. Não por ser de Christian, que fique bem claro, mas por aliviar o frio sentido com mais eficácia.

Porém, foi apenas quando entraram na loja e o garoto comprou cervejas sem maiores dificuldades, cumprimentando o atendente do posto de gasolina como se fossem velhos amigos, que June questionou a veracidade do comentário anterior. Talvez ele pudesse ter percebido o estado de frio em que se encontrava e lhe dado a jaqueta como um gesto de cortesia, entretanto, a mera possibilidade já fazia a garota ter vontade de rir.

Aquilo era impossível, porque Connor não era capaz de se importar com ninguém mesmo além de si mesmo.

—Vamos? -o jovem questionou, tirando os fios negros dos olhos para poder olhar uma desconfiada June sem qualquer impedimento. -O que foi? -perguntou, incomodado pela falta de reação da garota.

—Nada. -June respondeu, por fim, preferindo não entrar na discussão de como era estranho ele ter dado a jaqueta para ela, quando obviamente ele estava sentindo o frio que anunciava o final do outono. Poderia até não estar tremendo da forma como ela estava, mas sua pele pálida evidenciava o efeito do clima ao avermelhar a ponta de seu nariz e de suas orelhas.

Christian a olhou como se ela tivesse algum problema mental, antes de dar um resmungo inaudível e começar a percorrer o caminho de volta até a rua Eastwood.

O lado bom do apartamento em que viviam se devia ao fato de, principalmente, parecer pertencer a uma outra realidade. Fora da rua Eastwood, tudo era moderno demais. As luzes brancas realsavam o movimento e a correria da sociedade, as vitrines apareciam belas e atraentes, cheias de produtos prontos para serem comprados, os prédios posavam com a típica arquitetura contemporânea. Era uma cidade americana e desenvolvida como qualquer outra. Tudo entediantemente limpo e organizado.

Eastwood, por outro lado, preservava a nostalgia do velho tempo. Um quadro para sempre preso na década de 60.

A rua se tornava atraente por suas árvores altas, que se entrelaçavam em forma de arco; pela sua iluminação alaranjada, que parecia sempre confortar aqueles que por ela andavam; pela sua calçada quebrada, que dizia na forma de um sussurro discreto que o imperfeito também podia ser belo; pelos seus prédios coloridos, que davam vida ao rotineiro.

Desde o primeiro momento em que June colocou o pé em Eastwood, ela sabia que aquela não era uma rua como qualquer outra. Suas pedras e muros contavam história.

Foi, portanto, sobre aquela atmosfera que Christian e June se sentaram para beber todas as cervejas compradas na loja de conveniência. Ele, escorado em uma árvore cuja raiz subira ao solo, e ela, sentada no meio fio que ficava bem em frente ao apartamento.

O vento, naquela noite, não passava de um suave arrepio. Nada de segredos sussurrados em seu ouvido, ou carinhos escorregadios em seu cabelo. O vento optara por dar um momento de paz para a garota que tanto gostava de interpretar os sinais da natureza.

É o outono, June pensou ao abrir a primeira garrafa de cerveja. Ele se torna mais ameno com a aproximação do inverno, como se quisesse abdicar suas obrigações quaternais com a cordialidade de milênios.

Pelo canto do olho, observou Christian colocar um cigarro atrás da orelha e dar um gole na bebida já aberta.

Ele era todo ângulos e sombras.

Diferente dos belos protagonistas descritos em livros como ‘O retrato de Dorian Gray’, o garoto não possuía uma beleza que o lembrasse as criaturas angelicais.  Sua beleza se concentrava muito mais na excentricidade, no seu sério semblante e nos seus misteriosos olhos azuis. Todo o apelo de Christian se dava também pelo modo como se portava, a forma que deixava suas madeixas negras caírem sobre a pele pálida, o sorriso de lado. Um exótico e perigoso animal.

—Por que você fuma com tanta frequência? Não se importa com todos os problemas que está causando ao seu corpo?- June perguntou, apenas porque sabia que não seria capaz de esperar em silêncio Winter e Dimitri fazerem o que quer que estivessem fazendo no apartamento.

O garoto se virou, surpreso com o direto questionamento.

—Meu corpo sofre muito mais com a ausência do cigarro do que com o próprio cigarro em si.

—Mas talvez você diga isso porque já se viciou.

—Não tem nada a ver com a questão de vício. -Chrisitan afirmou, como se aquilo fosse o bastante para encerrar toda a questão.

—Então tem a ver com o que? -June retrucou, irritada com as respostas de Christian.

—Esqueça. -falou impaciente, após alguns segundos de ponderação -Você não entenderia.

June conteve um xingamento ao levar a bebida até a boca. Sabia que nada do que dissesse teria qualquer impacto no garoto, então se pouparia de qualquer raiva.

Ao invés disso, preocupou-se em analisar a copa das árvores acima de si, que permitia a passagem de apenas alguns feixes de luzes alaranjadas pelas folhagens amarronzadas do outono.

O silêncio entre os dois já era tão costumeiro que apenas após alguns minutos de contemplação, June voltou a questioná-lo. Normalmente, ela esperaria completamente calada e indiferente que Dimitri aparecesse na porta para se despedir de Winter, entretanto, a sensação de frio misturada com a alta quantidade de bebida, que vinha ingerindo desde o começo da noite, a deixavam desinibida.

—Mas não te preocupa o fato de morrer um pouco a cada dia, a cada vez que você coloca um cigarro na boca?

—Não te preocupa o fato de comer açúcar todo dia? Isso está contribuindo com a sua morte, sabia? Já foi atrás de pesquisar quantas pessoas morrem de diabetes, colesterol e outras doenças, por conta da ingestão de açúcar, em comparação aquelas que morrem pelo cigarro? -questionou, sem realmente esperar por uma resposta- Eu prefiro morrer um pouco a cada dia se isso significar me permitir viver.

June mordeu o canto dos lábios, irritada pela desnecessária grosseria de Connor.

—Certo, porque o seu estilo de vida realmente justifica o absurdo uso de todos esse cigarros diários.- alfinetou sarcasticamente, uma crítica velada aos diversos relacionamentos do garoto.

—Cale a boca. -pediu, sem paciência para entrar naquele tópico- Ainda não bebi o suficiente para escutar as suas reclamações sobre isso.

Afinal, após anos de convívio forçado, a noção dos discursos de June haviam se tornado relativamente claras.

—Não são reclamações, são pontuações. E elas te incomodam tanto, porque você sabe que são verdadeiras.

—Tanto faz. -resmungou, voltando a se encostar na árvore, direcionando o olhar para a porta do apartamento em que moravam. -Só quero beber minha cerveja em paz.

—Pelos céus! -June riu em descrença- Você não é capaz de lidar nem com uma crítica mínima. Eu sei que deve estar acostumado com todas as pessoas caindo sobre seus pés, mas tem algumas verdades que merecem ser encaradas.

—Escuta aqui, Silver. -Christian começou, ao jogar o final do cigarro na rua e se virar na direção de June. A impaciência que sentia estava clara em seu pálido rosto. - Vamos deixar uma coisa bem clara por aqui. Você não me conhece, não sabe nada sobre a minha vida, sobre o que eu faço ou deixo de fazer. Talvez você pense que sabe coisas sobre mim, mas elas não passam de construções baseadas no que você viu. E, acho que isso pode ser uma surpresa pra você, mas o que você vê nos corredores da academia ou nas poucas horas que dividimos um cômodo naquele apartamento não é nada comparado com o que eu realmente sou ou faço. Então será que você pode, por favor, parar de agir como se tivesse propriedade para falar de algo da minha vida? Porque, sinceramente, você não tem.

Explodiu.

June sentia como se tivesse levado um forte murro na cara, principalmente porque a possibilidade de uma explosão como aquela nunca havia passado pela sua cabeça. Acreditava que ele fosse voltar a ignorá-la ou xingá-la em algum idioma que ela não era capaz de reconhecer e pronto, as coisas terminariam como sempre. Eles calados, irritados, imersos no próprio mundo.

—Eu…- balbuciou, sem reação, porque uma parte de si sabia que ele tinha um ponto em todo o seu discurso. Ela talvez não soubesse de diversas características simplesmente porque nunca tivera o interesse de ir atrás. Então, se não sabia de certos aspectos da vida de Connor, quem era ela para julgá-lo? Pensou, envergonhada.

Porém, antes que a culpa pudesse tomar conta de June, a lembrança de todas as garotas com corações partidos veio a tona e ela se recompôs em poucos segundos.

—Você é mais do que aquilo que demonstra ser? Tudo bem, talvez seja. Você tem razão quando diz que não sei quase nada sobre você, mas preciso discordar quanto às minhas interpretações, porque posso extrair muitas informações sobre um cara pela forma como trata as mulheres. -June afirmou, virando-se para ele com seu olhar feroz- Você as trata como se fossem produtos exibidos em uma vitrine, como se você tivesse o direito de usá-las como bem entender para depois largá-las com corações partidos, ignorando completamente o fato de que elas possuem sentimentos, Connor. Eu me canso de observar garotas chorando nos banheiros por sua causa, ou suspirando aliviadas por você ter dado ao menos um pouco de atenção para elas, como se você fosse muito mais do que realmente é. Mas vou lhe dizer uma coisa, você não está abaixo ou acima de ninguém, nada lhe dá o direito de tratá-las dessa forma tão...tão...repugnante! -soltou, as palavras que há tanto tempo estavam presas em sua garganta finalmente tiveram a liberdade que gostariam.

Mágoa.

Era uma coisa que poderia ser vista no duro olhar que Christian lançava para June. Suas sobrancelhas negras estavam levemente franzidas, a surpresa misturada com a ofensa.

Não tinha como ser mágoa, corrigiu-se June. Aquele risco nos olhos azuis fora mal interpretado por ela, uma vez que para sentir mágoa a pessoa deveria se importar, e Christian Connor, definitivamente, não se importava com a opinião de June Silver.

—É isso que você pensa de mim?- perguntou, a voz abaixando alguns tons, tornando-o muito mais parecido com um lobo ferido. Os ombros levemente curvados quase faziam June se sentir culpada pela rudeza de suas palavras. Quase. - Acho engraçado que você faz tanta questão de ser imparcial em todas as suas análises que nem ao menos se esforçou para ver um outro ponto de vista quando se tratou dos meus relacionamentos. Shame on you.—disse, um pequeno sorriso brincou no canto de seus lábios por breves segundos- Eu não escolho ficar com as essas várias garotas apenas para quebrar seus corações, muito menos planejo iludi-las com falsas promessas. Não que eu deva estar me explicando para você, mas todas elas sabem, antes mesmo de sairmos pela primeira vez, que muito provavelmente não passaremos de algumas poucas semanas, porque isso faz parte de quem eu sou. Algumas pessoas nasceram para ter longos relacionamentos, outras não. Qual é o problema com isso? Eu me torno, automaticamente, um babaca por escolher ficar com várias garotas? É tão errado assim uma pessoa se sentir frustrada e confusa e optar por experimentar antes de ter um relacionamento sério, no qual realmente se importe com a garota de sua escolha? Ou será que, de acordo com suas críticas, eu devesse escolher qualquer uma dessas, para lhe encher com mentiras, apenas para me encaixar em um relacionamento estável? Não, Silver, me desculpe, mas não sou capaz de tal fingimento. Não consigo fingir que me importo quando a verdade é justamente o contrário.

June permaneceu calada, envergonhada pela própria intransigência. Naquele momento, ela se tornou muito mais consciente do frio que a abraçava e do balançar dos cabelos de Christian, como só depois que todas as sinceras palavras foram colocadas na conversa, ela pudesse reparar a passagem do tempo. Era a luz da casa ao lado que havia sido apagada, as pessoas que deixaram de passar pelo horário, as garrafas de cerveja já vazias no canto da calçada. June percebeu as sobrancelhas franzidas do garoto, a estampada pintada em sua pálida face, a vontade de escutar uma resposta agressiva dela. Não viria, porque perceber os próprios erros era o bastante para calá-la.

—Desculpe. -pediu com sinceridade. Porque aquela era a primeira vez que observava o caso de Christian sobre uma outra lente. Passara tanto tempo colocando-o sobre esteriótipos que já nem se esforçava mais para quebrá-los.

Que grande erro.

—Eu…- balbuciou, a vergonha presente em cada sílaba pronunciada pela garota- Acho que talvez você tenha razão. Eu deveria ter percebido um outro ponto de vista da situação.

Christian a observou por alguns segundos, mantendo o intenso olhar azulado em June, estudando a veracidade de suas palavras. Entretanto, logo que se certificou o que quer que gostaria de certificar, deu de ombros, como se aquilo bastasse para ele.

June franziu as sobrancelhas, surpresa pela brusca mudança de humor de Christian. Em um segundo ele jogava várias informações para cima dela, em outro, dava de ombros e bebericava sua bebida, como se aquilo fosse o gesto mais normal do mundo.

Estranho. Pensou, se virando para o prédio de poucos andares, esperando que Winter ou Dimitri saíssem dali, a fim de que pudesse voltar para o conforto de seu quarto.

Suspirou, voltando a se aninhar na jaqueta que Christian lhe entregara antes de entrar na loja, mas que até aquele momento não fizera questão de ter de volta. Se não estivesse com aquilo, provavelmente teria morrido de frio há um bom tempo.

A medida que o tempo passava, o silêncio confortável se estendia entre eles. O que era estranho, considerando que haviam acabado de ter, possivelmente, a conversa mais bizarra da vida deles.

June mordeu os lábios, curiosa, não sendo capaz de conter a própria pergunta.

—Você nunca sentiu nada por nenhuma delas?

—Você está falando sobre amor? -Christian não conteve a risada de descrença. -Porque eu amaria qualquer uma delas?

—Porque, Connor, elas são seres humanos. -e o modo como June falou havia sido tão suave, como se estivesse ensinando a uma criancinha de cinco anos de idade a importância de cuidar da natureza ou respeitar o próximo- Elas tem sentimentos e sentem da mesma forma que você.

—Tanto faz. Nunca amei nenhuma delas.

—Não acredito. Você já deve ter amado ao menos uma garota na vida.

—Talvez.

—Quem? -a curiosidade brincava em sua língua.

Christian soltou uma baixa risada, se divertindo com o efeito que a bebida tinha sobre June.

—Você leva as minhas palavras muito a sério. -afirmou, as sombras alaranjadas acentuando o canto de seu lábio discretamente curvado para cima- Acho amor uma palavra forte demais, não sei se seria capaz de dizê-la para quem quer que seja. Talvez eu já tenha sentido uma afeição maior por alguém, mas não interessa quem foi.

June abriu a boca para retrucar, entretanto, Winter apareceu, brilhante como sempre, na porta do apartamento.

Time to go home.—Christian soltou, se levantando com o saco de garrafas vazias, encerrando a conversa sem qualquer palavra final sobre amores.


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Notas finais do capítulo

Olá, pessoas. Esse capítulo foi grandinho (comparado com os outros) e...sei lá. Estou nervosa com a opinião de vocês. Vamos, comentem, porque o próximo capítulo vai demorar um pouquinho para sair e seria muito importante (até mesmo para eu me motivar mais) escutar o que vocês estão achando. Se eu deveria ajeitar algo, se algum diálogo não fez sentido...enfim, o que estão achando em geral. É isso! Beijinhos!
P.s: Gente, quem quiser favoritar também, ein ein? *-* Beijinhos de novo!



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