Sombras do Passado: Uma Segunda Chance escrita por BLACKHEART


Capítulo 12
A Conversa




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"Pela primeira vez, sinto o tempo passar a cada batida do coração, os segundos pulsam em meu peito como em um acerto de contas, os mistérios inefáveis que pareciam tão distantes e irreais ameaçam se aclarar na presença de uma verdade acolhida não na juventude, mas apenas na sua passagem. Sinto essas palavras como se tirassem o peso de seu significado de cima de mim, sabendo que ao lê-las compartilhará meu fardo, pois não confiei em mais ninguém. Que conhecerá meu coração, olhará dentro dele, e lá encontrará a memória e a experiência que lhe pertencem, que são você. É um incentivo para mim, agora sem forças e sem perspectiva, para prosseguir nessa viagem que começou há não muito tempo, e que recomeçou com uma fé abalada e revigorada por suas convicções. Se não fosse por elas, eu não seria tão forte agora, ao reencontrá-lo e ao vê-lo, incompleto, esperando que possa perdoar-me por não poder seguir o resto da viagem ao seu lado."

 

Monólogo Dana Katherine Scully, Arquivo X S4 Ep.14 (Memento Mori- Lembranças Finais)

 

Depois de alguns segundos daquele choque inicial Dana consegue falar.

—O que você quer? –ela responde ao homem no telefone.

—Quero falar com você pessoalmente, mas só com você, não adianta vir com o Agente Mulder, pois a conversa é só com você.

— Por quê? O que você tanto quer comigo? Você já não me prejudicou o suficiente? –Scully estava exaltada.

—Eu tenho algo que você muito quer e você terá que fazer algo por mim para que eu te de isso. Amanhã mandarei a Mônica te buscar e conversaremos.

—Tudo bem. –Scully resolve ceder já que ele pode ter a cura para seu filho.

—Amanhã nos veremos. - o homem desliga.

Dana fica segurando o telefone sem reação, ela não conseguia pensar em nada a única coisa que passava por sua cabeça era o fato de que aquele seria a única chance de salvar seu filho.

Dana preparara um lanche e estava comendo enquanto assistia a um filme quando a campainha toca. Ela vai até a porta olhando pelo olho mágico, ela sorri e abre a porta.

—Oi. –ela sorria ao ver Mulder ali parado em frente a sua porta com um ramalhete de flores. Ela as recebe.

—Oi. –Mulder entrega as flores e a abraça, lhe dando um beijo, entrando em seguida.

— Você já jantou? –Dana o questiona.

—Não, mas estou sem fome.

—Você precisa comer alguma coisa. Eu vou fazer um lanche pra você.

— Não precisa.

—Mas eu quero.

Mulder não discute ele sabe que não tem como argumentar contra ela, ele sabia que discutir com Dana Scully era perda de tempo, ele a segue até a cozinha e se senta á mesa enquanto ela prepara o lanche.

—Está tudo bem? Você parece muito pensativa. –Mulder havia reparado na expressão preocupada da mulher.

—Não muito, recebi um telefonema nada agradável do Canceroso. Ele quer conversar comigo e só comigo, ele disse que se eu não for sozinha não irá me ajudar com o William. –ela fala enquanto Mulder comia o lanche.

—Como assim ele quer falar com você sozinha ele é perigoso, eu tenho medo que ele te possa te ferir ou ao nosso filho.

—Mas e se ele tiver a cura para o William, agora eu tenho certeza que foi ele que levou o nosso filho e fez algo que o deixou doente.

—Como você vai fazer para encontra-lo? Ele já te disse o lugar?

—A Mônica virá me buscar, sei que não devo confiar nela, mas preciso.

—Tudo bem eu vou ficar com você até ela chegar.

Depois de comer o lanche eles arrumam a cozinha e vão se deitar. Dana coloca um pijama e Mulder também, eles se deitam e adormecem na segurança dos braços um do outro.

Dana acorda antes das 06h30min da manhã, ela estava nervosa e ansiosa com aquele encontro, toma um banho, coloca um terninho cinza e uma camisa branca. Ela prepara o café e logo Mulder aparece e se junta a ela.

—Bom dia. –ele a abraça.

—Bom dia, café. – Dana lhe dá um selinho e o serve com uma xícara de café.

—Que horas ela vem te buscar? – Mulder se senta à mesa.

—Não sei, na verdade não perguntei, não consegui pensar muito a respeito desse encontro, não sei o que esperar daquele homem. Só vou porque tenho a esperança de conseguir algo que ajude o nosso filho.

Ás 9:00 a campainha toca, Dana se levanta e vai até a porta, ao abrir ela vê Monica ali parada, com uma expressão preocupada. Dana sabia que a mulher a sua frente escondia algo, e ela iria descobrir.

—Bom dia. –a mulher a cumprimenta.

—Bom dia. Entre e só vou pegar a minha bolsa. – Dana dá passagem a mulher.

Monica entra na sala e dá de cara com Mulder que não estava com uma cara boa.

—Bom dia Agente Mulder.

—Bom dia Monica. –o agente a cumprimenta de forma seca e pouco amigável. –Espero que você a traga de volta o mais rápido possível.

—Vou trazer pode confiar em mim Mulder.

—Mas quem disse que eu irei confiar em você, a partir do momento que você se uniu ao canceroso você não é digna de confiança. –Mulder fala quase aos berros, ele não é um homem de se alterar, mas naquele momento ele não conseguia se manter calmo. Porque ele confiou naquela mulher assim como Dana e ambos foram traídos por ela.

—Tudo bem, eu sei o que eu fiz e eu tenho os meus motivos, já que você não confia que irei trazer Dana de volta não preciso justificar as minhas atitudes. – ela fala sem alterar a voz. – Mas eu tenho certeza que você irá entender o que e por que estou fazendo tudo isso. Porque me aliei ao seu pai. –Ela o lembra de quem era o homem pra quem trabalhava.

—Ele pode ser quem for, mas nunca o considerarei meu pai, ele só é um cara com quem a minha mãe dormiu e engravidou. Meu pai é, e sempre será Bill Mulder.

— Estou pronta, vamos Monica. Dana entra na sala e percebe aquele clima pesado.

—Vamos, até mais tarde agente Mulder. –Monica sai da sala.

—Me liga quando chegar lá. E quando sair também, que virei direto pra cá. – Mulder dá um selinho em Dana a acompanhando até a porta.

—Te ligo pode deixar. – Dana vai até o carro, saindo em seguida.

Mulder fecha a casa de Dana e vai direto pra agencia, ao chegar ele começa a rever alguns supostos casos, nem tudo o que era encaminhado para eles valia a pena investigar. As horas parecem não passar e Mulder decide ir até o escritório de Skinner, talvez ele tivesse algo mais interessante para Mulder fazer.

A viagem seria longa Dana sabia, mas ela não tinha o que conversar com Monica, ela fica mexendo no celular vendo as fotos que tirou de William quando bebê e as de agora, tentando encontrar semelhanças, esperança.

—Me desculpe. –Monica fala sem a olhar.

—Pelo quê? –Dana também não a olha.

— Por não ter sido sua amiga quando precisou.

— Isso é passado Monica o que importa é o agora. Você sabe o que ele quer comigo? Tem como você me falar, adiantar alguma coisa.

—Não posso, eu não tenho autorização. Mas posso te dizer que se você fizer o que ele quer, você terá a cura para o William.

— Como você sabe sobre o meu filho? –Dana a questiona.

—Ele me contou, eu entendo você. Um dia quando isso acabar, eu te contarei tudo o que aconteceu e porque estou aqui agora.

Dana nada respondeu, elas seguiram a viagem por mais 3 horas sem trocar uma palavra, até chegar a uma casa grande, um enorme jardim. Monica estaciona na entrada. Elas descem do carro, Dana manda uma mensagem a Mulder, depois de enviar ela entra na casa acompanhada de Monica. Monica a encaminha até uma sala, apesar de muito bonita ela tinha um forte cheiro de cigarro.

—Boa tarde.

—O que você quer comigo?

— Bom já que você continua tão direta como antes eu quero algo muito simples. Que você mate o agente Mulder e eu lhe darei o que você precisa para curar o seu filho. –ele fala de forma calma enquanto dá mais algumas tragadas em seu Morley's.

—Como assim matar o Mulder, você está de brincadeira – Dana entra em desespero – porque você quer fazer isso ele é seu filho.

— Eu não preciso te explicar o motivo eu só preciso que isso seja feito ou você não terá o que você precisa para o seu filho, você decide o que você vai fazer, te dou 48 horas para você se decidir.

Dana não responde, o homem saí da sala e ela fica ali aturdida.

—Está tudo bem?-Monica entra na sala.

—Não está e você sabe, me leve embora daqui por favor.

—Tudo bem, vamos. –Elas saem da sala e vão ao estacionamento, entram no carro e seguem viagem. Monica deixa Dana em sua casa e volta.

Depois de chegar em casa Dana avisa Mulder, em seguida o telefone toca e ela se surpreender ao ver o nome de Jeffrey Spender.

—Alo. –Dana atende.

—Dana preciso falar com você, o que aconteceu na casa do meu pai? O que ele quer dessa vez?

— Seu pai sequestrou o William e fez alguma coisa com ele que o deixou doente e em uma UTI entre a vida e a morte e pra piorar ele só vai me dar a cura se eu matar o Mulder. – Dana fala de uma vez ela precisava falar com alguém sobre isso e Mulder não seria a pessoa indicada para isso.

— Estou indo aí pra conversarmos.

—Tudo bem. – Dana desliga o telefone .Depois da ligação Dana fica ali sentada no sofá pensando no que fazer. Ela estava entre a cruz e a espada, ela não sabia o que fazer, ela não queria perder seu filho, ela não queria perder Mulder demorou muito pra eles se reencontrarem, e pra viver o amor que por anos nutriram um pelo outro.


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