Cicatrizes - Em busca do amor perdido escrita por Débora Silva


Capítulo 8
Capítulo 7 - "É a minha neném?"




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Marina saiu do quarto e M. Inês se aproximou da cama o examinou e olhou a medicação, tocou o pulso dele e quando foi tirar sua mão ele a segurou abrindo os olhos. Ela o olhou a mão dele e subiu o olhar ate encontrar os dele.

— Me perdoa! – Falou num sussurro abrindo e fechando os olhos ele completou a frase. – Eu sempre te amei! – Ele se deixou dormir novamente.

M. Inês sentiu seu coração ir a boca, não soube o que fazer apenas ficou aqui segurando a mão dele por um longo tempo, ate que ouviu vozes vindas do corredor vindo em direção ao quarto.

— Eu vou entrar sim, ele é o meu marido! – Úrsula dizia atrás da porta.

M. Inês saiu de seu transe e foi em direção a porta, abriu e olhou bem dentro dos olhos dela.

— Eu posso saber que fuzuê é esse? – Cruzou os braços.

— Essa enfermeira que não me deixa ver o meu marido! – Falou com desdém.

— Eu disse a ela doutora que é norma do hospital e ela não quis entender! – Argumentou a enfermeira.

— Ela não pode me proibi eu sou a mulher dele. – M. Inês fechou a porta do quarto. – Você também vai me proibir? – A encarou.

— Se ela disse que são normas, é porque são normas! – Úrsula sentiu o sangue ferver. – Seu marido esta bem, esta sendo tratado e não pode receber visitas! Nem mesmo a esposa, sua filha já esteve aqui e eu disse a ela que não podia, assim como estou lhe informando agora! – Deu a prancheta para a enfermeira que se retirou.

— Vocês não podem fazer isso comigo! – Olhou para os lados. – Você esta fazendo isso por despeito, o quer somente para você não é? – M. Inês riu alto da cara dela.

— Me poupe minha queria, Marcelo é figurinha repetida e figurinha repetida não completa álbum! – Piscou para ela. – Aconselho que a senhora vá pra casa e volte amanha, porque hoje aqui nesse quarto você não entra! – Úrsula bufou e saiu batendo o pé.

M. Inês suspirou e olhou a porta atrás de si e se lembrou do que ele havia dito momentos atrás, sabia que quando ele acordasse não se lembraria, pois estava sob os efeitos dos antibióticos. Ela suspirou e saiu dali indo atender seus últimos pacientes ate que seu plantou terminasse.

[...]

DOIS DIAS DEPOIS...

M. Inês passou aqueles dois dias ansiosa, queria saber se de fato era a sua menina a sua bebê, Regis havia ligado no dia anterior dizendo que tinha ótimas novidades a ela e que estava no aeroporto voltando para casa.

Ela mal comeu e mal dormiu naquela noite de tão ansiosa que estava, Marcelo, ela não viu mais desde que ele teve alta, não chegou perto e muito menos quis algum tipo de conversa mesmo ele insistindo que queria falar com ela, ela sempre dizia não.

[...]

Era por volta do meio dia, M. Inês estava na sala de sua casa andando de um lado ao outro com um dedo na boca roendo uma unha, vestia uma calça jeans, saltos e uma camisete branca um pouco mais larguinha, ali ao lado estava seu fiel amigo e mordomo Escobar que segura uma xícara de chá tentando fazer com que ela bebesse.

— D. Maria Inês a senhora tem que se acalmar ou irá passar mal! – Ela o olhou.

— Ele esta demorando de mais Escobar! – Pegou a xícara que ele mais uma vez ofertou. – Será que por fim eu vou ser feliz? – O olhou e ele sorriu.

— Tenho certeza que sim dona M. Inês! A vida vai voltar a sorrir para a senhora. – Ela bebeu do chá.

— Deus te ouça! – Ela sentou no sofá e a campainha tocou a fazendo dar um pulo do sofá deixando a xícara cair no chão a partindo em dois.

Escobar foi ate a porta de imediato e a abriu, Regis o cumprimentou e ele deu passagem para ele entrar. Regis olhou nos olhos de M. Inês e sorriu se aproximando dela.

— Me desculpe, eu atrasei porque peguei um transito horrível. – Estendeu a mão para cumprimentá-la.

M. Inês pegou a mão dele e ele a sentiu gelada e um pouco tremula.

— Vamos nos sentar e preciso de você calma! – Sorriu e a fez sentar. – O que eu tenho aqui para te mostrar é um trabalho de anos que eu acho que podemos dar como solucionado! – M. Inês quis chorar.

— É a minha neném? – Falou com lagrimas nos olhos.

— Só precisamos de um exame de DNA para confirmar, mas temos tudo que aponta que ela é sim a Laura, as fotos de crianças, tudo M. Inês. – Ela se afogou em suas próprias lagrimas e olhou Escobar.

Escobar se aproximou e sentou perto de M. Inês e segurou sua mão dando o apoio que ela precisava naquele momento.

— Me conta, me conta tudo! – Ele assentiu.

Regis abriu sua pasta e espalhou muitos papeis pela pequena mesa de centro que ali tinha e muitas outras fotos, M. Inês tremia segurando a mão de seu fiel amigo, não contou a ninguém que ele viria hoje, não queria nem sua irmã e nem seu filho com falsas esperanças novamente.

— Você sabe que eu venho a anos trabalhando nesse caso e sabe também que não é fácil, Laura sumiu tão misteriosamente naquela época que parecia impossível de se acreditar, mas como já havia te falado, Laura foi vendida para o exterior. – M. Inês assentiu.

— Trafico de crianças você já havia falado nessa possibilidade o que tornava o caso ainda mais difícil. – Ela falou.

— Sim, e foi exatamente isso que aconteceu com a sua bebê, ela foi vendida a esse casal por uma mulher brasileira que eles não lembram como ela é, eu conversei com eles e disse que eles podem ser julgados por isso, eles só querem a filha feliz e se ela for mesmo a sua Laura o que eu tenho certeza, eles não vão a proibi de estar com você! – M. Inês levantou e deu uns quantos passos na sala.

— E nem podem, ela é a minha filha! – Falou quase chorando.

— M. Inês entende que ela cresceu com essas pessoas, que eles são sim os pais dela independente de como as coisas aconteceram? Foram vinte e cinco anos com aquela família! – Ela suspirou.

— Sim, eles foram feliz às custas da minha infelicidade, eu quero ver ela, onde estão? – Ele levantou.

— Chegam amanhã para fazer o exame no seu hospital! Ela, Laura, sabe de você e quer te ver, eles nunca esconderam dela que era adotada e quando eu conversei com os três, ela foi à primeira em dizer que viria! – M. Inês Sentiu o mundo girar.

Escobar foi rapidamente ate a cozinha buscar um copo com água e voltou, Regis fez ela se sentar e a abanou, ela estava branca e quase perdendo os sentidos. Escobar entregou a água para ela que bebeu e o olhou.

— E se ela não for? – Ela não aguentou mais e chorou.

— Vai ser, olha as fotos. – Pegou e deu a ela. – É a sua neném! – Ela olhou as fotos e chorou mais.

M. Inês e Regis conversaram por mais um longo tempo ate que ele se foi e ela subiu para seu quarto, estava com dor de cabeça e queria que aquele dia terminasse e ela por fim pudesse por fim comprovar que aquela jovem que estava já em um avião poderia mesmo ser a sua filha.


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