Cicatrizes - Em busca do amor perdido escrita por Débora Silva


Capítulo 6
Capítulo 5 - "Será ela?"




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— Seu nome não me é estranho. – Tentou buscar na memória. – Obrigada por cuidar de meu marido.

M. Inês não aguentou e o riso foi ouvido.

— Desculpe!

— Úrsula, M. Inês é minha ex-esposa.

M. Inês sorriu como se dissesse "Culpada" para ela e um riso nos lábios que impressionou ate Caíque. A cena estava armada e o circo poderia pegar fogo a qualquer momento.

— Mãe, como assim ex-marido? – Caíque a interrogou. – Você não disse que ele estava morto? - Marcelo olhou Caíque e depois olhou M. Inês.

— Morto M. Inês? Você diz pra todo mundo que eu estou morto? - Se levantou da cama.

— Eu não tenho obrigação alguma em dizer o que não quero e você esta morto e enterrado pra mim! – Falou cruzando os braços.

— Não precisamos nos exaltar! – Úrsula argumentou.

— Mãe ele é o pai da minha irmã? – M. Inês sentiu o sangue ferver o que Caíque queria com tantas perguntas naquele momento.

— Meu filho depois conversamos! – Caíque assentiu.

Marcelo a olhava sem acreditar no que ouvia, ela havia dito que ele estava morto, mas havia contado da filha para o filho que ele nem sabia que ela tinha, se perguntava se ela também tinha um relacionamento e só de imaginar não gostou nada.

O silencio se instaurou naquela sala e só se ouviam as respiração,  Marcelo tinha perguntas e buscariam resposta, não naquele momento mais iria atrás do que precisava saber. M. Inês queria matar Caíque por ele ter aberto a boca de mais e Úrsula apenas analisava toda aquela cena.

A porta foi aberta e Marina adentrou aquela sala exasperada queria ver o pai, queria saber se estava tudo bem, os médicos a prenderam para uma bateria de exames mesmo ela dizendo que estava bem e que  quem precisava de cuidados era o pai e não ela. Todos a olharam.

— Pai, paizinho como você está? – Marina o abraçou com cuidado beijando seu rosto. – Que susto que você me deu pai!

— Eu estou bem minha filha! – A amparou em seus braços a beijando.

M. Inês sentiu seu coração partir, como assim pai? Ela se sentiu quebrar por dentro ao ver que ele tinha uma filha, uma filha a qual ele dava amor e por isso havia se esquecido da dela. Ela ofegou cheia de raiva, Marina se afastou dele e olhou M. Inês.

— Meu pai tá bem? – Marina a olhou sorrindo e tocou na mão de M. Inês.  – Foi você quem cuidou dele? Se foi você, eu quero agradecer muito, meu pai é tudo pra mim! – Marina acariciou a mão dela sorrindo.

M. Inês tinhas os olhos prendidos nos dela, foi capaz de dar um soluço mais alto do que o normal e saiu dali sem conseguir dizer uma única palavra para aquela garota. Marina olhou para todos ali sem entender.

— O que eu fiz? – Ela perguntou.

— Vocês desculpem a minha mãe, ela não é assim! – Ele se aproximou e pegou a prancheta lendo. – O senhor ainda precisa de duas medicações e esta liberado, eu vou providenciar para vocês! – Olhou a todos deu um meio sorriso e saiu dali.

Caíque pediu que fosse ministrada a medicação em Marcelo e logo foi atrás de sua mãe, foi ate a sala dela mais ela não estava, procurou pelo hospital onde achou que ela estaria mais nada dela ate que se lembrou de onde ela sempre ia quando estava sob forte pressão.

Caíque adentrou a ala da maternidade e subiu direto para o berçário e quando passou pelo vidro a viu quase que debruçada sobre uma incubadora falava baixinho com um bebê que estava ali com apenas uma semana de nascido.

Ele entrou com cautela e sorriu ao vê-la falando uma pequena bobagem de mãe, a presença dele foi notada e ela o olhou, Caíque abriu os braços e M. Inês o abraçou deitando a cabeça em seu peito e ali ficou agarrados um ao outro, palavras não precisaram ser ditas o amor que os uniam era muito maior que qualquer palavra.

[...]

MAIS TARDE...

Algumas horas haviam se passado e Marcelo foi dado de alta, M. Inês apenas assinou sua alta mais não o viu mais naquela manhã, estava com o coração apertado e ao entrar em sua sala, pegou seu telefone e ligou para sua irmã.

— Oi, minha irmã. Tudo bem? – M. Inês sorriu de leve.

— Eu o vi! – Confessou.

— Minha irmã, me conta isso direito! – Tina ate sentou no sofá para ouvir melhor a irmã.

— Ele, ele tomou um tiro e veio parar aqui no meu hospital! – Passou a mão no rosto.

— Meu Deus M. Inês e como você se sentiu? – M. Inês controlou o choro.

— Eu não sei, ele tem uma família. – Lembrou-se de Marina. - Criou uma menina, uma menina que poderia ser nossa filha, ele... – Parou de falar e chorou por um instante.

— M. Inês, calma, olha você não pode se alterar assim minha irmã, você quer que eu vá ate ai? – Falou preocupada.

— Eu o odeio, ele não tem sentimentos algum, ele vive tão bem com aquela família que aposto nem se lembra da nossa filha! – Secou as lagrimas.

— Eu estou indo ai minha irmã, me espera e almoçamos juntas! – M. Inês levantou para atender a porta.

— Tudo bem te espero! – Ela desligou e abriu a porta, era a secretaria informando uma ligação. – Pode me passar! – Sorriu de leve com a pontinha do nariz vermelha.

Ela fechou a porta e sentou em sua mesa atendendo o telefone.

— M. Inês Bittencourt. – Falou ao atender.

— Bom dia D. M. Inês, Regis falando. – M. Inês arregalou os olhos e sentou melhor na cadeira.

— Não me diz que... – Ele a interrompeu.

— É só uma suspeita, mas depois de anos M. Inês finalmente uma pista valida! – O coração dela acelerou de tal forma que ela quase desfaleceu ali sentada.

— Onde? – Foi o único que saiu.

— Estados unidos! – Falou com calma. – Eu estou aqui na cidade e vou entrar em contato com a família.

— Eu vou ate ai! – Falou levantando de sua cadeira.

— Não, M. Inês o caso é bem mais complicado do que imaginamos, por isso a demora da descoberta de onde ela estava. Preciso que se acalme e eu entro em contato com você amanhã ou o mais tardar em dois dias, preciso averiguar e confirmar que possa ser mesmo ela. – M. Inês sentou novamente.

— Pelo amor de Deus como me pede calma se isso é o que eu espero a vinte e cinco anos! – Falou quase gritando com ele.

— Eu sei, eu sei de tudo que passou, estou contigo desde o inicio e sei a sua luta e por isso não desisti do caso! Mas agora eu preciso desligar e voltar ao trabalho. Eu entro em contato. – Desligou.

M. Inês segurou o telefone contra o peito não acreditando no que acabará de ouvir, era uma chance uma pequena chance mais ela já estava agarrada a esperança de ser a sua pequena Laura. Ela passou as mãos no cabelo e olhou para o nada.

— Será ela?


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