— Eu não vou fazer teste algum porque eu sei que essa porcaria vai dar negativo! - M. Inês a encarou e Úrsula continuou. - Faz você M. Inês e vai ver os resultados... - M. Inês a soltou.

— O que esta dizendo? - Úrsula sorriu.

— Que você é tão tola que acreditou na primeira pessoa que te trouxe sua filha!

M. Inês não queria acreditar no que seus ouvidos estavam ouvindo, que brincadeira era aquela? Que tipo de monstro poderia brincar daquela forma? M. Inês já tinha sua filha junto a ela a sua pequena Laura porque essa desgraçada estava ali fazendo com que seu mundo viesse abaixo com aquela insinuação.

— Minha filha esta comigo há meses Úrsula! - ela riu.

— Tola! Engraçado que sua filha chegou a sua vida quando eu e Marcelo também voltamos à cidade! - insinuou venenosa.

M. Inês olhou para Marcelo que também tinha cara de espantado ao ouvir a sua mulher dizer aquelas coisas.

— O que esta querendo dizer com isso Úrsula? - ele perguntou com medo da resposta.

— Você só pode estar louca! - M. Inês se alterou e Úrsula a olhou com ódio. - Você é um monstro que esta fazendo isso com a sua própria filha, você não merece ser mãe! - a respiração quase faltava.

— É você que não merece ser mãe e foi por isso que sua filha foi roubada de você... - M. Inês sentiu seu sangue ferver e sentou a mão na cara dela.

— Você lave a boca pra falar de mim! - Úrsula segurou o rosto e sorriu.

— Você é fraca e depois de tudo eu consegui tudo que você tinha e pra falar a verdade M. Inês não foi difícil não. - riu e começou a confessar. - Quando eu e Marcelo dormimos junto e planejamos tudo, eu achei arriscado mais ele sabe como convencer uma mulher não é mesmo? - se referia ao caso dos dois. - E agora ele esta aqui tentando te dobrar novamente para esconder a culpa dele, mas a Marina ficou doente fazendo com que os planos mudassem e ai esta sua piranha desgraçada a sua filhinha! - Úrsula contava com tanta malicia que era impossível não acreditar.

M. Inês sentiu seu mundo girar e a voz de Marcelo ecoar em sua cabeça mais ela não o ouvia apenas estava focada em seus pensamentos que foram de encontro a primeira vez em que viu aquela menina em sua frente. Os olhos se encheram de lágrimas e dali ela saiu correndo para o quarto onde ela estava e sem a roupa apropriada ela invadiu o quarto de Marina e a olhou adormecida naquela cama e sentiu que um buraco se formava em seus pés e chorou.

Aquela ali era a sua filha e não a outra? Que verdade era aquela? Que destino era aquele em que tudo que tinha perdido estava ali na sua frente a um tempão e ela não conseguia enxergar, mas quem era Laura e qual era a historia daquela menina que chegou na casa dela em busca do seu amor perdido e agora simplesmente tudo não passava de uma mentira. Perguntou-se como resolveria aquele dilema e primeiramente ela se aproximou da cama e tocou a mão de sua menina.

M. Inês chorou, chorou de soluçar ali segurando a mão dela que de leve apertou a sua mais não acordou era apenas um reflexo a sua presença que todos aqueles dias em que esteve ali com ela ao lado sentindo e fazendo por ela o que uma verdadeira mãe faz por seu filho. M. Inês sabia que não poderia ficar ali e depois de beijar sua testa ela saiu do quarto e secou suas lágrimas precisava pensar e agir com a cabeça e foi o que fez.

Ela foi ate o laboratório e pediu que um exame de sangue fosse feito nas duas e que fosse analisado com certa urgência e que o exame de medula também queria que Marina saísse do estado critico em que estava e suspirou fundo sem falar com ninguém apenas olhando para um ponto qualquer ate que todo o material foi coletado e ela saiu dali sem dizer para onde ia mais sabia que voltaria assim que o resultado estivesse pronto dali a umas três horas.

Marcelo olhava Úrsula sem acreditar naquela mentirada toda que ela tinha dito a M. Inês e tentou achar ela mais sem sucesso ela tinha saído do hospital e sem dizer para onde. Úrsula o olhava como se tivesse triunfado em seus planos e ali ela sabia que quando desse o resultado positivo ele e M. Inês nunca mais ficariam juntos e se isso não acontecesse, ela tinha outra carta na manga que estava disposta a usar e acabar com os dois, se ela não seria feliz eles tão bem não.

— Porque disse todas essas mentiras Úrsula? Marina é sua filha porque brincar com os sentimentos dos outros dessa maneira? - tentava ser o mais calmo possível.

— Não é mentira Marcelo, você assim como ela são dois desgraçados que nunca vão ser felizes! - ele tentou avançar nela, mas como toda cobra ela se desviou dele. - Não toca em mim ou eu acabo com você de verdade Marcelo e eu não brinco em serviço! - sorriu a ele e saiu dali para não ter que ouvi-lo.

[...]

As horas se passaram e M. Inês que não tinha ido longe voltou e foi ate o laboratório e pegou os dois resultados e quase os rasgou de tanta pressa que tinha, o primeiro resultado foi o da medula em que ela era sim compatível com Marina e poderia salvá-la o segundo resultado deu que ela tinha 99% de ser a mãe de Marina. Os olhos encheram de lágrimas e ela amassou o papel entre os dedos e saiu correndo dali passando por Caíque que a chamou mais ela não parou e ele resolveu segui-la.

M. Inês ao chegar a sala de espera deu de cara com Marcelo e buscou Úrsula com os olhos e a viu no corredor de saída, ela sabia que as coisas iriam se complicar e tratou de ir mesmo querendo ver a reação dela e mesmo que apanhasse de M. Inês e essa era a maior probabilidade naquele momento em que ela tivesse certeza. M. Inês nem pensou e correu até ela e a puxou pelos cabelos e a levou para fora do hospital e a jogou no chão.

Úrsula não teve nem chance de se defender e como um coco maduro caiu ao chão, M. Inês montou em cima dela e mostrou o papel segurando em seu rosto...

— Agora você abre a boca e come a merda que você fez! - M. Inês começou a enfiar o papel na boca dela e Úrsula se debateu a empurrando de cima dela que cuspiu o papel.

M. Inês não se deu por vencida e a puxou pelos cabelos e deu três tapas seguidos na cara dela e foi impedida de agredir ainda mais Úrsula por Caíque que tirou sua mãe de cima dela.

— Me solta que eu vou arrebentar a cara dessa desgraçada! - se debateu mais não teve a chance de sair dos braços do filho.

Marcelo pegou Úrsula e a arrastou dali para que a cena não fosse maior e ai sim Caíque soltou sua mãe.

— O que foi isso mãe? - ela não deu ouvidos a ele e depois de arrumar o cabelo voltou a entra no hospital.

Passava por aquelas portas com tanta pressa que quando parou frente a Marcos estava ofegante e sentindo que não podia respirar com toda aquela informação mais não tinha tempo e ela falou com seu ultimo fio de voz.

— Vamos fazer a transfusão de medula para ela! Eu vou doar.

Marcos nem pensou apenas a levou para a sala especifica e como ela já sabia como era todo aquele processo. M. Inês apenas concordou com tudo que ele estava dizendo e as duas foram conduzidas para a sala de cirurgia, ela olhou por mais uma vez sua menina ali ao seu lado e em minutos adormeceu pelo sedativo que foi ministrado a ela...