Cicatrizes - Em busca do amor perdido escrita por Débora Silva


Capítulo 10
Capítulo 9 - "Nos braços de outro"




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/729735/chapter/10

M. Inês não agüentou e chorou e só conseguiu abrir os braços, Laura nem pensou apenas se jogou nos braços de sua mãe.

— A minha mãe... – Laura repetia aquela frase muitas vezes. – Minha, minha mãe. – M. Inês se afastou um pouco e colou sua testa na dela.

— Minha filha, como você é linda! – Tocou o rosto dela e voltou a abraçar ela.

A emoção era tanta que elas somente choravam agarradas uma a outra, Tina as olhava com lagrimas nos olhos e agradecia a Deus por sua irmã por fim poder ser completa.

Tina as deixou mesmo querendo abraçar a sua sobrinha, mas o momento era delas, somente delas e ela não estragaria, saiu de fininho e M. Inês soltou a filha e as duas sentaram no sofá e se olharam por longos segundos. M. Inês tocou o rosto de sua menina com um sorriso meigo, estava tão mais tão feliz que ela não conseguia pensar direito.

M. Inês a olhava e não conseguia acreditar no que seus olhos viam, era ela a sua menininha, tocou mais o rosto dela desenhando suas formas, ela era tão linda e transmitia a paz somente com aquele olhar de menina. Laura não ficava atrás, admirava cada olhar, cada toque de suas mãos e sorriu, sorriu pela primeira vez em meio as lagrimas.

— Eu sempre quis te encontrar! – Laura quebrou o silencio. – Meus pais, eles nunca me contaram como eu cheguei ate eles, mas quando Regis chegou lá, eles me contaram tudo. – Secou as lagrimas de sua mãe.

— Meu amor foram tantos anos, tantos anos nos quais eu sonhava com esse dia! O dia que eu estaria completa. – Laura sorriu. – Como conseguiu chegar aqui antes de Regis? – Laura respirou fundo parando de chorar.

— Eu peguei o exame e sai correndo, eu achei seu endereço na internet e quando abri esse. – Pegou o envelope do exame. – Envelope e vi "POSITIVO", eu apenas queria estar aqui frente à senhora, a minha mãe!

M. Inês olhou o envelope e o pegou, abriu, queria que seus olhos vissem que era mesmo verdade, foram tantos anos e nenhum resultado que seus olhos custavam a acreditar. M. Inês sorriu ao ver o seu "sim" o seu "sim" da felicidade, do recomeço e de magoas que ela deixaria para trás. Laura sorriu com o sorriso de sua mãe e pegou a mão dela e beijou colocando em seu rosto.

— Eu estou aqui e sou de verdade mamãe! – M. Inês sentiu seu coração pulsar somente em ouvir aquela ultima frase.

Ela sorriu e seus olhos foram direcionados a Regis que acabará de entrar na casa e se surpreendeu, pois nem ele sabia do resultado, queria abrir junto a ela e sorriu vendo que por fim ele via os olhos dela sorrir como sempre quis, se aproximou mais e olhou as duas, M. Inês levantou e nem pensou o abraçou forte agradecendo por todos aqueles anos de dedicação para que esse dia chegasse.

— Eu achando que iríamos abrir o resultado juntos e quando chego o resultado já esta aqui! – Falou brincando e a soltando do abraço.

— Obrigada meu amigo, por todos esses anos e por trazer a minha filha de volta! – ele sorriu.

Laura levantou e agarrou sua mãe e sorriu também para ele, queria ficar assim agarrada a ela, sentindo seu cheiro que era tão bom. M. Inês a segurou em seus braços e a beijou nos cabelos.

— Bom, eu acho que não tenho mais nada a fazer aqui. – Abriu a pasta e deixou o envelope que seria dela. – Deixo aqui o seu, mas sei que não é preciso. – Sorriu. – Eu te ligo depois. – Piscou para ela.

— Obrigada Regis, muito obrigada mesmo. – Ele sorriu e se retirou.

Elas voltaram a se sentar e Laura deitou a cabeça no peito de M. Inês e ali ficou enquanto as duas conversaram por um longo tempo, M. Inês contou a ela como a perdeu e de como sofreu, Laura perguntou de Marcelo e M. Inês desconversou naquele momento e Laura percebeu mais não quis entrar em detalhes no momento.

Tina logo apareceu junto a Escobar e compartiram daquele momento os três, logo Escobar saiu e deixou as três conversando. Caíque não estava em casa e não chegaria naquele dia, teria um plantão duplo já que a mãe não estava comparecendo ao hospital.

Os sorrisos eram evidentes no rosto das três, elas almoçaram e logo Tina foi para sua casa deixando as duas sozinha novamente. Elas ficaram na sala de TV onde o sofá era maior e as duas poderiam ficar deitadas abraçadas uma na outra enquanto conversavam de tudo um pouco, estavam se descobrindo e se conhecendo o que era melhor e muito mais gostoso.

A tarde foi maravilhosa e quando a noite chegou, Laura avisou a seus "pais" que não iria para o hotel e que iria ficar com M. Inês aquela noite. M. Inês ficou radiante e as duas dormiram juntinhas na mesma cama agarradas uma a outra se esquecendo do mundo lá fora.

[...]

Na manha seguinte Laura conheceu Caíque e de cara foi encantamento um pelo outro, M. Inês depois do café levou a filha para o hotel e foi para o hospital trabalhar, seu humor estava ótimo e na metade do dia Regis ligou e a convidou para jantar, ela aceitou de imediato e as cinco ela foi para casa, tomou um longo banho e relaxante em sua banheira e quando faltava dez para as sete ele chegou.

M. Inês desceu as escadas e ele estava a esperando na sala, ele sorriu ao ver como ela estava perfeita em um vestido preto, dois palmos a cima do joelho, um decote discreto mais que dava asas a imaginação, nos pés um salto preto,uma maquiagem discreta e cabelos devidamente alinhados. Ele estendeu a mão e ela pegou, sorriram em cumplicidade e ele beijou sua mão.

— Esta linda M. Inês! - Beijou o rosto dela.

— Obrigada! - Sorriu.

Eles saíram da casa e foram para o carro.

— Aonde vamos? - Ele a olhou e sorriu.

— Tomei a liberdade de preparar o jantar em minha casa! - A segurou pela cintura ao lado do carro. - Você se importa?

M. Inês negou com a cabeça e passou o braço pelo pescoço dele.

— Não, acho melhor ainda! - Ele a beijou.

M. Inês o correspondeu em um beijo rápido e o soltou, ele sorriu e abriu a porta para ela que entrou e ele foi para o outro lado e sentou frente ao motorista, dirigiu até sua casa e ao chegar tudo tinha um clima de romance.

M. Inês por mais que estivesse ali  sentiu que naquele momento de plenitude algo iria lhe faltar. Amor talvez? Não se sabe mais ela se sentiu estranha.

Regis estava lindo e fazia de tudo por ela naquele momento, ele a amava e eles tinham um "Relacionamento" a quase cinco anos, mas M. Inês nunca o assumiu publicamente,  era discreta e não queria ninguém de olho em seu relacionamento com ele.

Ele a conduziu até a mesa e puxou a cadeira pra ela que sentou e sorriu agradecendo ele, Regis sentou ao lado dela e beijou sua mão. Ele tinha um sorriso tão lindo no rosto.

— Sabe que dia é hoje? - Ela negou com a cabeça e ele continuou. - Hoje nós dois fazemos cinco anos juntos, fora os outros cinco que temos de conhecido! - Ele sorriu.

M. Inês sorriu discreta e por sua cabeça se passou um milhão de coisas, cinco anos, cinco nos quais ela foi amada e tentou amar, mas não conseguiu agora ela se perguntava se estava fazendo certo em estar com ele por todos esses anos e deixar ele a amar e ela não o retribuir como deveria.

Ali olhando aquele par de olhos que brilhavam um amor puro por ela, sua mente vagou por um passado que sim ela era plena e logo veio as lembranças do que era a vida dela agora, pensou que se ele poderia ser feliz ela também poderia e agora ela tinha o que lhe faltou a vida toda, o seu bem mais precioso. Sua filha.

Uma empregada adrentou a sala de jantar e depois de um sonoro "Boa noite", ela os serviu e se retirou, Regis abriu um bom vinho e os serviu, conversaram alegremente sobre Laura e como foi o primeiro dia dela com a filha e ela contou tudo a ele, depois do jantar ele a chamou para dançar. Ela aceitou e ele a segurou bem junto de seu corpo a cheirando e dando leves beijos por seu rosto e pescoço.

— M. Inês, eu te amo tanto! - Beijou o rosto dela e depois os lábios.

Ela o correspondeu e ambos intensificaram o beijo, ele a pegou no colo e a levou para o quarto.

[…]

LONGE DALI…

Marcelo entrou em casa furioso, jogou as coisas no sofá e nem se deu conta de que era observado por Úrsula, ele foi até o bar e tomou uma dose de whisky e esbravejou algo inaudível. Foi para o escritório e sentou se recordando da cena que havia visto.

Não acreditava, tinha ido ali pra conversar com ela e quando chega a encontra aos beijos com Regis, se perguntou o porquê de estar tão bravo já que ele era casado e "Feliz".

— Ela não podia ter feito isso comigo! - Ele falou alto e tomou mais de seu copo.

Úrsula entrou no escritório justo nesse momento e o questionou.

— Quem não poderia ter feito isso com você? - Analisou a expressão dele.

Marcelo ficou tenso e nada respondeu somente a olhou nos olhos.

— Eu não falei nada! - Ele terminou sua bebida e levantou saindo.

Subiu para o quarto e andou de um lado para o outro e não conseguia entender aquele sentimento todo dentro dele. Resolveu ir para o banho.

Tirou toda sua roupa e adentrou no boxe, ligou a água morna e deixou cair em seu corpo, a lembrança dela beijando outro era repassada em sua cabeça por várias vezes e ele falou para si mesmo.

— Ela não pode estar nos braços dele, não pode!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cicatrizes - Em busca do amor perdido" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.