Em cima de um convés molhado escrita por Sthefany F


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oi Peoples, me perdoem pela demora, eu simplesmente estava em semana de provas, escola nova e tudo ficou complicado. Enfim, conheçam a história de Peter e Áurea ♥



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— Vira, vira, vira, vira! — Os rapazes nas outras cadeiras do balcão berraram.

Peter levou o copo de cerveja nos lábios, virando a cabeça para trás lentamente, até todo o líquido no recipiente acabar. Quando o loiro bateu o copo no balcão e o barulho ecoou, os homens ao lado berraram felizes da vida, mas pouco tempo depois, os sorrisos se desfizeram, cada um colocando uma nota na mesa. Peter sorriu mais ainda, puxando as notas e guardando no bolso.

— Este é Peter, então? — Uma voz grave saiu do fundo do lugar, o homem parecia vir da entrada ou da escada para os quartos.

— Prefiro Senhor Baldocchi. — Peter se virou tranquilamente, mas ao ver quem era, engoliu um seco.

Na mesma hora, dois capangas do cafetão se aproximaram, puxando o mesmo pela blusa e o levando para a sala do chefe, o jogando na cadeira.

— Estas vestes foram caras! — Peter gritou virando o rosto para frente, encarando o homem misterioso.

— Você... — O cafetão disse em um tom normal. — VOCÊ! — O mesmo elevou o tom, agora berrando, apontando o indicador para o rosto de Peter.

O cafetão utilizava um chapéu preto, com um paletó preto, calças e sapatos pretos. Suspensórias roxo escuro e uma blusa branca.

— Tentou fugir com minha garota! Minha mais nova garota! Será decapitado esta tarde em público. Terás meia hora. — O cafetão estava enfurecido, então, saiu junto com os capangas, cujo ficaram do lado de fora.

Peter levou as mãos a cabeça e seus dedos se entrelaçaram em seus cabelos loiros. O mesmo então elevou a cabeça, olhando tudo em volta, até que percebeu uma portinha nos fundos. O loiro se levantou e andou até a porta, abrindo a mesma e observando uma torneira com uma banheira no fundo.
Peter escutou alguns gemidos e entrou no pequeno banheiro, pisando na banheira para olhar através de uma pequena janela atrás da mesma e levou um susto quando a banheira soltou.

— Ai... — O mesmo murmurou puxando o pé rapidamente, cujo acabou raspando na porcelana da banheira, causando um arranhão no tornozelo.

Os gemidos estavam mais altos e quando Peter abaixou a cabeça, viu uma mulher amordaçada. O cafetão havia escondido a mesma em um lugar mais apertado que um caixão, a jovem estava toda amordaçada. Peter puxou a mulher pelos cotovelos, com medo de machucá-la, mas não tinha outro jeito.
O loiro olhou o banheiro todo, caminhando rapidamente até o espelho quebrado e puxando uma parte, até conseguir tirar.

— Ah! — O mesmo levou o indicador que sangrava aos lábios, sentindo o gosto do sangue.

Peter não podia perder tempo, então, caminhou com o pedaço quebrado do espelho a mulher, forçando a mão e sentindo sua mão ficar mais machucada ainda, cortando uma parte do vestido da moça. O loiro pegou o pano e enrolou no vidro, para não se machucar tanto e raspou na corda das mãos até rasgarem e a dos pés também.

— Obrigada. — A moça disse baixo, ofegante. Estava descabelada e trajava um vestido vinho. Seus cabelos eram uma mistura de laranja avermelhado, bem escuro. Era uma "herança" de família. Além de joias baratas. — Ele irá lhe matar!

— Não... — Peter subiu nas bordas da banheira com cuidado, batendo no vidro com o cotovelo, fazendo o material quebrar. — Temos pouco tempo!

Eram segundos até os capangas do cafetão aparecer. A ruiva pegou na mão estendida de Peter e passou pela pequena janela. Com dificuldades pois o vestido agarrou, mas passou. Logo depois foi Peter.

— Você é louco! — A mesma disse correndo, puxando o vestido para que não caísse. — Vamos!

— Não posso ir! Não sem a Áurea. — Peter parou de correr.

— Estás brincando? — A ruiva parou alguns metros dele.

— Nunca mais volte aqui, fuja para longe e não olhe para trás! — Peter berrou se virando e voltando a correr para o cabaré, olhando as janelas.

A mulher voltou a correr, deixando Peter para trás.

— Ele fugiu, senhor! — O loiro escutou um dos capangas berrar, então, Peter ouviu o barulho de passos apressados.

Peter entrou em um dos becos ao lado, subindo no muro e pulando o mesmo. O rapaz deu a volta no cabaré e entrou no mesmo, agora, não tinham homens da segurança.

— Por favor, me ajudem! — Peter correu até os homens que apostaram nele.

— Isso não irá acabar bem... — Um deles resmungou.

— Não temos nada a perder, somos bêbados, solteiros e pobres. — O ao lado disse em um tom brincalhão.

Os outros três do lado — inclusive o resmungão — concordaram com a cabeça e se levantaram.

— Não deixem ninguém subir até que eu desça! — Peter subiu as escadas correndo, então, um homem armado saiu de um dos quartos, passando o dedo em suas suspensórias. Peter berrou e se agachou, escutando os tiros. Ele não estava sendo muito cuidadoso correndo e berrando.

O loiro empurrou a porta de um dos quartos disfarçadamente e escutou o grito da mulher, que se cobriu rapidamente com o lençol branco, o mesmo que o homem. Peter entrou no quarto e fechou a porta, deixando uma brecha aberta. O mesmo viu o capanga passar correndo enquanto procurava pelo foragido. Peter abriu a porta rapidamente e correu pelo corredor, empurrando todas as portas até achar a do quarto de Áurea.

— Me solte! — A mulher demonstrava fúria e tentava empurrar um homem que a beijava e apertava a mesma contra a parede.

Peter entrou correndo no quarto e com toda a sua fúria, deu um soco na lateral do rosto do homem, que foi ao chão imediatamente. Peter aproveitou e desferiu outro soco no rosto do homem e um chute em seu órgão masculino. Finalmente, o loiro olhou no rosto da mulher para ver se era a amada.

— Áurea! — O mesmo correu até ela e a abraçou.

— Achei que nunca mais iria lhe ver... — A ruiva suspirou, abraçando o jovem.

— Precisamos ir! — Peter puxou-a pela mão.

— Estás louco? Harriot irá lhe matar! — Áurea parou, tentando soltar sua mão.

— Quando um homem ama de verdade, é capaz de dar tudo por esta pessoa e para esta pessoa, como dei meu coração para ti, sou capaz de entregar minha vida a senhorita. — Peter sorriu, mas logo, tiros foram escutados do primeiro andar.

O loiro pegou a cadeira da penteadeira e correu até a janela do banheiro, quebrando a mesma. Logo, Peter quebrou a janela do quarto, saindo pela mesma e apoiando os pés na madeira da parede, escorregando algumas vezes, mas conseguiu chegar no chão.

— Pule! — Peter tentou berrar, mas chamaria muito a atenção, então sussurrou.

— Esta é uma prova de que eu lhe amo! — A mesma tinha muito medo de altura, mas sentou-se na janela, criou coragem e pulou, caindo em cima de Peter, fazendo os dois levarem um tombo.

— A senhorita é pesada. — O mesmo murmurou, então, Áurea se levantou, passando a mão nos fios ruivos.

O loiro pegou na mão de Áurea — que com a outra mão, a desocupada,  segurou a barra do vestido — e correram.

— O novo navio sairá em pouco tempo e está bem perto! — Peter berrou, correndo com todas as forças que tinha, passando rapidamente em frente a um carro que quase atropelou ele e Áurea.

Os dois seguiram correndo por uns dez minutos até chegar a grade do Titanic.

— Acabou, Peter, não tem como passar!

— Nós vamos dar um jeito! — O mesmo viu os vigias distraídos. — Vá. Entre e salve sua vida!

Peter odiava drama, mas naquela hora, era a realidade.

— Não! — Áurea estava prestes a gritar que não novamente quando Peter puxou da mão dela e caminhou rapidamente até uma senhora que tinha três bilhetes e estava a entrar sozinha. — Por favor, deixe-nos entrar com a senhora, necessitamos disto!

A idosa o olhou de cima abaixo, olhando suas vestes rasgadas e suspirou, vendo um dos vigias se aproximar.

— Ele está comigo. — A idosa segurou o braço de Peter, que rapidamente puxou Áurea pela cintura.

Quando os três passaram, a idosa olhou para o casal. Os dois estavam ofegantes e suados.

— Muito obrigada, senhora! — Áurea sorriu subindo a rampa de madeira, agarrada ao braço esquerdo de Peter.

— Sim, obrigado. — Peter completou.

— Não há de que. Já tive muitas aventuras com meu falecido marido antes de nos casarmos e nas mais perigosas precisávamos de ajuda. — A idosa sorriu, caminhando pela rampa. — Meu filho e a esposa iam vir, mas não puderam.

O sorriso de Áurea se desfez.

— Sinto muito.— Peter completou e os três chegaram aos convés.

— O seu aposento... — A idosa se virou para o loiro. — Digo, vossos aposentos, é ao lado do meu, D2, o de vocês, D1.

— Muito obrigada mesmo... — Áurea sorriu feliz da vida, estranhando o elevador.

— Nunca andaram em um? — A idosa sorriu entrando no mesmo junto com Peter e Áurea, que balançaram a cabeça negativamente.

Aquilo arrancou um sorriso da mulher que aparentava ter seus setenta anos. Áurea apertou o braço de Peter, com medo. Quando o funcionário abriu a grade do elevador e os três saíram, começando a caminhar pelos corredores na direção de seus aposentos.

— Peter... — Áurea se aproximou do ouvido do marido. — Irão nos julgar por não termos roupas adequadas.

— Áurea, não. Não pense assim. — Peter abriu um largo sorriso, colocando a gélida mão no rosto de sua amada.

— Estarei ao lado. — A idosa virou-se, então, Áurea deu uma olhada nos cabelos brancos dela. 

— Como se chamas? — Áurea sorriu, parada.

— Madame Parker. — Em seguida, a idosa, exausta, entrou no quarto, fechando a porta em seguida.

— Céus. Estou cansado demais. — Peter resmungou, abrindo a porta e dando espaço para Áurea entrar. 

Assim que a ruiva entrou, Peter adentrou os aposentos e fechou a porta. Ao virar, varreu o quarto com os olhos. Áurea entrou no banheiro, começando a tirar a parte grande de seu vestido.

 

Peter foi até o pequeno banheiro, olhando seu reflexo no espelho. Quando virou-se, observou Áurea, deitada na cama de qualquer jeito. A mesma adormeceu só de encostar na cama. Aquela cena arrancou um sorriso do rosto de Peter, que caminhou até a cama, pegou Áurea e a deitou novamente na cama, de forma delicada, ajeitando-a em seguida. Depois, Peter deu a volta na cama e tirou apenas os sapatos, deitando em seguida.

 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Semana que vem tem mais! Me desculpem, se eu atrasar ou alguma coisa, irei avisar a vocês, sem sombra de dúvidas.



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