Em cima de um convés molhado escrita por Sthefany F
— Mamãe, mamãe, nós vamos nos atrasar, vamos! — A pequena Cecília sorriu correndo até sua mãe pela pequena casa, que tinha apenas um quarto, uma cozinha e um banheiro.
— Cecília, se acalme, está quase na hora da madame Berta vir nos buscar. — Dulce abriu um sorriso, terminando de escovar seus fios ruivos.
Na pequena casa vivia apenas Dulce e sua filha de seis anos, Cecília. As mesmas eram muito parecidas. Ambas possuiam cabelo ruivo e ondulado, com a pele tão branca quanto a neve, acompanhadas de olhos verdes. Dulce não tinha condição financeira pois sua família perdeu a fortuna logo que a mesma nasceu e era criada na casa de uma amiga de infância, que sempre fora boa com ela, ainda mais depois de perder o marido.
Portanto, ela estava se arrumando para uma viagem pelo novo navio, que segundo Berta (sua amiga e senhora), era incapaz de naufragar, pois ela estava arranjando um nobre esposo para Dulce. Berta possuía uma filha da idade de Cecília, chamada Maria.
Dulce e Cecília possuíam apenas uma mala, pelo fato da condição financeira, cujo guardava todas as suas roupas e cosméticos. Berta pagava pelo casebre onde Dulce morava.
Uma buzina fora escutada por Dulce e Cecília, então as mesmas correram para a janela, observando um carro luxuoso para a época, cujo possuia um tom avermelhado. Logo um homem desceu da parte da frente, abrindo a porta para Berta, que desceu brigando para que a filha ficasse no veículo.
Cecília abriu a porta da casa e correu até sua madrinha, abraçando a mesma. A pequena ruiva trajava um vestido marrom escuro com um coque prendendo seus cabelos.
— Cecília, o que faz aqui fora sem a sua mãe? Sabes que é perigoso. — Berta disse rudemente, mas pelo tom de sua voz, parecia que a mesma sempre dava um aviso e não uma punição.
— Ela lhe viu pela janela. — Dulce sorriu com a mala na mão direita e um vestido marrom longo, bem simples, fechando a porta. Logo, a mesma se aproximou, com seus cabelos sendo balançados pelo vento.
— Dulce, prenda esse cabelo, sabes que tem vários homens interessados em cortesãs e cabelos soltos indicam uma! — Berta colocou Cecília no chão e se aproximou de Berta, sussurrando em seu ouvido.
Apesar de achar que Berta estava errada, Dulce apenas suspirou e abriu um sorriso em seguida.
— A senhora chegou rápido.
— Não me chame de senhora, Dulce! — Berta disse em um tom irritado, soltando a amiga depois de um abraço.
Ao se aproximarem do veículo, o motorista abriu a porta e Cecília agradeceu ao homem, subindo de forma rápida, encontrando sua amiga, Maria, sentada e abraçando a mesma. As duas eram muito apegadas, melhores amigas.
Logo, Dulce e Berta entraram no carro, cada uma de cada lado, então, Maria se afastou de sua amiga e tristemente se sentou do outro lado da carruagem, ao lado da mãe. Dulce aproveitou e olhou Berta com suas vestimentas, sem dúvidas, linda.
Berta possuía cabelos negros na altura da cintura, mas estava preso. Um vestido verde escuro com mangas nos cotovelos e bainha branca na ponta, que se estendia até o chão. Com as dobras do vestido formando um decote que mostrava apenas o colo de Berta. Seus olhos eram da cor do vestido, o que a deixava mais bonita ainda.
— Dulce — Berta a chamou forçando um sorriso, balançando a mão de forma rápida e se abanando com o leque, estendendo a mão esquerda com um leque fechado para Dulce.
— Obrigada. Desculpe-me, estava vendo seu deslumbrante vestido. — Dulce sorriu pegando o leque. A mesma era magra pelo fato de não comer muito e gostar de seu peso.
Dulce abriu o leque se abanando de forma lenta, assim como sua amiga. As mesmas olhavam a vista alegremente e estavam bem próximas do navio, então levaram um susto quando um rapaz que puxava a mão de uma moça passaram em frente ao veículo e quase foram atropelados.
— Céus! Que loucura! — Berta disse com os olhos arregalados, se inclinando um pouco para ver o casal correr e se misturar com o povo.
Quando as damas chegaram no local, Cecília e Maria dormiam como anjos. As mesmas levaram um susto com os toques das mães, acordando-nas. Logo, Cecília e Dulce pegaram sua mala e começaram a andar em direção ao navio, enquanto o motorista levava as quatro malas de Berta e Maria. Dulce e a filha ficaram deslumbradas com o tamanho do navio, sentindo a brisa bater em seus rostos.
— Vamos? — Berta sorriu parando em frente a grade e entregando os quatro bilhetes, avisando que o criado só iria deixar as malas e voltar. Entãos, os cinco passaram.
— Onde ficaremos? — Dulce perguntou em um tom de voz alto, sem parar de andar.
— Primeira classe, ficarei no B64 e você no B65. Os convés B e C são os mais luxuosos.
— Céus... É muito dinheiro, Berta. Sabes que eu poderia ter ficado na classe três, estou acostumada. — Dulce acelerou o passo e ficou um pouco atrás de Berta, que revirou os olhos.
Cecília abriu um sorriso de orelha a orelha ao realmente pisar no navio, saindo da plataforma inclinada de madeira.
— É lindo! — A pequena ruiva gritou e foi empurrada por um nobre que entrava no navio.
— Filha, está bem? — Dulce berrou segurando ainda mais a mão da filha, puxando-a para frente.
— Vamos, aqui em cima está muito confuso. — Berta acabou não escutando sobre o que aconteceu com Cecília, então começou a caminhar até encontrar a escadaria para a primeira classe.
As quatro desceram as escadas felizes da vida, indo até a recepção e em seguida aos seus quartos.
— Obrigada, Berta. — Dulce sorriu, abrindo a porta do quarto para que Cecília entrasse.
— Não há de que. — Berta sorriu e logo depois o mordomo saiu do quarto de Berta com uma mala. — Esta mala é para ti. Tem trajes para ti e para sua filha que eu e minha pequena não usamos mais.
— Muito obrigada, por tudo! — Berta rapidamente cruzou o corredor e abraçou a amiga, que abriu um sorriso e se afastou.
— Se não se importa, irei dormir agora.
A mesma entrou em seus aposentos, fechando a porta.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Olá, obrigada por ler o capítulo da minha história, é MUITO importante para mim! Quero pedir desculpas a você, leitor, que já leu as minhas histórias, gostou e aguarda outro capítulo. Infelizmente não estou mais trabalhando nas outras, então, essa aqui é a minha primeira fanfic que realmente será terminada e postada um capítulo por semana *palmas*. Bom, a fanfic "Em cima de um convés molhado" terá apenas 15 capítulos e toda terça terá um novo capítulo.
Obrigadinha.