Contrato de Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 44
Brigas, beijos e... Casa comigo?


Notas iniciais do capítulo

Vooooltei!!!
Ok, eu não devia estar tão animada com o fato desse ser o penúltimo capítulo da história, mas estou, sorry... A ideia de estar chegando ao final me deixa triste, mas animada a continuar escrevendo depois que Contrato de Amor acabar. O que acham? Ainda não tenho planos certos, mas volto, disso eu tenho certeza!!
E como o título entregou agora é só final feliz e amor, bem, depois das brigas pelo menos kkkkk Anthony e Elisa são o melhor casal, simples assim *-*
Mas é isso, tá acabando e espero que gostem, que levem um pouquinho da Lisa e do Tony com vocês como eu vou levar também. Obrigada por tudo, pelo carinho, pelos comentários, recomendações, vocês são de mais!! ♥
BOA LEITURA!! :3
PS: Eu tenho que dizer que a fic recebeu OUTRA recomendação, eu já nem estava esperando mais nada e a Garota Confusa me deu esse presente incrível, obrigada amore!!! Agora são quarto, não que eu esteja contando kkkkkk obrigada por me fazer feliz assim agora na reta final da história, esse capítulo é pra você!! ♥



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Segui em direção ao portão determinada, eu iria fazer isso, ir embora, nunca mais voltar, viver com a minha menina eu...

  Perdi a linha de raciocínio quando escutei meu próprio soluço, Analu se assustou e eu quis muito que toda essa angústia simplesmente desaparece.

  - Desculpa, meu amor, desculpa. - sussurrei a beijando e fazendo meia volta. - A mamãe não tem coragem de fazer isso, ela não pode simplesmente deixar o seu irmão e o idiota do seu pai. Ela ama de mais os dois pra isso. Você entende, né?

  A garotinha me olhou curiosa e eu quis ter coragem de entrar em casa e enfrentar Anthony como devia ser, mas não consegui, me virei para a piscina e segui até lá, era afastado, calmo e me ajudaria a pensar, me sentei na beirada, tirei os sapatos e coloquei os pés na água, e no meio dessa confusão acabei me lembrando do que a Dra. Stuart me disse há muito tempo atrás, antes mesmo de eu ter contado sobre os bebês ao Anthony “Talvez daqui a algum tempo você entenda e faça Anthony entender que mexer com pessoas não é mesmo que mexer com um amontoado de números, sobretudo no que diz respeito a um serzinho que ainda está sendo formado.”, bem no fim ela tinha razão, valeu mesmo pelo conselho que obviamente não segui Marina. Respirei fundo e ergui Analu para que pudesse olhar em seus olhos verdes como os meus.

  - O que a gente faz agora? Seu pai me deu um pé na bunda, eu provavelmente deixei Jane bem preocupada e se seu irmão não estivesse dormindo lá no andar de cima, eu provavelmente teria ido embora com você há dez minutos atrás - comentei olhando pra ela que parecia mais interessada em meus cabelos que em minhas palavras. - É tem razão, eu devia falar com o seu pai. Mas o que eu digo?

  Era muita maluquice, mas eu provavelmente estava esperando a bebezinha me responder alguma coisa, o que eu devia fazer? Pra onde ir? Com quem falar? Eu não fazia ideia. Queria matar Anthony, xingá-lo até a última geração, exigir uma resposta para aquilo tudo que ouvi. Queria que ele dissesse que me ama e que eu posso ficar. Por que... Por que é tão difícil?

  - É tudo culpa sua, seu idiota! - gritei como se ele pudesse me ouvir. - Argh! Por que disse aquilo tudo, Anthony? Por que não fez nada? Por que não veio atrás de mim?

  - Como esperava que eu fizesse isso se você nem mesmo me deu chance de saber o que estava acontecendo!? - uma voz respondeu atrás de mim e eu me virei surpresa, e lá estava Anthony parado com os olhos escuros muito irritados e ainda de pijama.

  - Vocês querem, por favor, parar de me assustar assim? Eu estou com uma bebê na beira de uma piscina! - exclamei ficando de pé.

  Ele me encarou incrédulo.

  - Você ficou louca, Elisa!?

  - Louca eu? Você fala um monte de merda sobre querer ficar sozinho e o diabo a quatro e eu que estou louca!? - gritei. Eu não sabia muito bem como, mas já estávamos discutindo, de novo.

  - E você me deixa uma carta e foge!? Muito maduro da sua parte - ele debochou.

  - Carta?

  - É, ou você não escreveu isso? - ele balançou o papel rabiscado na minha frente.

  - Quem te deu o direito de mexer nas minhas coisas? 

  - Ela era pra mim e não estava exatamente guardada!

  - Não tinha seu nome em lugar nenhum! - comentei tentando alcançá-la, mas ele não deixou, a afastou com um braço e me puxou para si com o outro, Analu era a única coisa que nos impedia de não termos cada parte nossa colada ao outro.

  - Por que você fez isso? - ele perguntou num sussurro e eu senti meu coração bater descompassado. - Por que não ouviu tudo? Por que me deixou aquele cheque?

  - Você acha mesmo que eu ia ficar ouvindo você falar que não me queria por perto? O que acha que eu sou? E o cheque é simples, se fosse pra começar alguma coisa com você, não queria aquele dinheiro, nada paga pela vida dos meus filhos, nada!

  - E você não podia falar isso como uma pessoa civilizada, não? Tinha que armar uma cena, fugir? - ele acusou e eu tentei me desvencilhar do seu aperto.

  - Me solta! E não, eu não fugi! Se eu quisesse tinha ido! Levava Analu e você nunca ia nos encontrar! - berrei com lágrimas nos olhos. - Seu idiota!

  - Você não faria isso - ele respondeu com convicção olhando em meus olhos e secando minhas lágrimas com as pontas dos dedos. - Você não ia por que seu coração é grande de mais para deixar Drew para trás. Eu sei que nunca faria isso e é por isso que eu te amo.

  - É, eu não iria, eu... O que disse!? - perguntei sem acreditar e Anthony sorriu beijando minha testa.

  - Disse que amo você, Elisa Christine Banks. Com cada loucura e defeito. Amo você, amo nossos filhos, amo a família que construimos juntos, amo acordar de manhã e te ver ao meu lado, amo sua comida, sua companhia. Então, por favor, não faça mais algo como isso. Se alguma coisa que eu fizer te incomodar, grite comigo e me atire coisas como gosta tanto de fazer, mas não vá embora, por favor, nunca mais.

  Eu tinha ouvido suas palavras, mas não conseguia entender o que elas diziam, o “Eu amo você” não me deixava pensar em mais nada, ele me amava e me queria por perto.

  - Eu também amo você, seu idiota! Mas por que você não disse isso antes!? - perguntei usando a mão livre para bater nele, lá estava eu chorando outra vez. - Por que me fez acreditar que não queria que eu ficasse? - ele segurou minha mão sorrindo e me beijou, Analu se remexeu em meu colo animada de mais com toda a comoção ao seu redor para se assustar. Anthony se separou de mim me encarando com um sorriso tão grande que sorri também mesmo que não soubesse o motivo.

  - Você acha mesmo que eu não te queria por perto? Sério, Elisa? Suas coisas no meu guarda-roupa, sua escova de dentes no meu banheiro e o fato de que Jane já a considera minha mulher, não foram o suficiente pra você, não?

  Essa foi a minha vez de sorrir.

  - No dia em que os gêmeos nasceram, você disse a atendente que eu era sua mulher, aquilo era sério? Eu não tive coragem de perguntar, mas queria saber. É isso que eu sou? Sua mulher? - perguntei com o coração a mil, era isso, né? Ele já tinha dito que me amava, então só podia ser isso. Eu não me importava de estar me comportando como uma criancinha a espera do presente de natal, só queria sua resposta.

  - O que você acha? - ele riu me beijando. - Você é minha mulher, Elisa. A única capaz de me fazer rir e me estressar com a mesma facilidade. Eu tinha imaginado fazer isso hoje a noite num jantar romântico em um restaurante caro, mas já que planos obviamente não funcionam com a gente, eu quero saber se você, Elisa Christine Banks, quer se casar comigo? - ele perguntou tirando uma caixinha de veludo preto do bolso e se ajoelhando a minha frente. Nesse momento eu não conseguia mais conter as lágrimas que agora rolavam como uma cachoeira pelo meu rosto.

  - Eu aceito! - exclamei e só não me atirei em cima dele por que Analu anida estava em meu colo, caso contrário, provavelmente o teria derrubado no chão. - É claro que eu aceito! Amo você!

  Eu ainda sorria em meio ao choro quando Anthony colocou o anel delicado com uma pedra azul em meu dedo. Ele ficou de pé, me beijou e nessa hora Analu finalmente reclamou de estar sendo esmagada por nós. Eu beijei a garotinha e Anthony a pegou.

  - Você ouviu isso, Analu? A mamãe disse sim! Sim! - ele comentou animado olhando para a garotinha e eu sorri. - Você tinha razão, eu devia ter perguntado antes.

  - Então Analu já sabia dos seus planos? - perguntei divertida secando as últimas lágrimas e ele sorriu pra mim.

  - Claro, o que você acha que estávamos conversando antes dela dormir?

  - Só ela que dormiu? - quis saber e ele me olhou revirando os olhos.

  - Não sei do que está falando.

  Eu ri e me abaixei para pegar meus sapatos.

  - Eu tenho fotos que provam o contrário - comentei seguindo para dentro de casa outra vez e ele veio atrás de mim.

  - Como é?

  Eu ia continuar com a brincadeira, mas choro agudo vindo da sala me chamou a atenção e eu quase corri até lá. Entrei só para ver Jane tentando acalmar Drew que berrava a plenos pulmões.

  - Graças a Deus a senhora voltou - ela disse assim que seus olhos encontraram os meus, Jane veio até mim e me entregou o bebê que chorava desesperado. - Ele acordou assustado agora há pouco, não consegui acalmá-lo.

  - Hei, vem aqui com a mamãe, meu amor. Tudo bem, calma - eu ia dizendo ao Drew e o ninando em meus braços, fui conversando com ele e o balançando pra lá e pra cá e alguns minutos depois ele já havia se acalmado. - Não precisa chorar, Ok? A mamãe não vai a lugar nenhum. Na verdade, você sabia que o papai me pediu em casamento? Isso mesmo! Não vamos nos separar nunca mais. Nenhum de nós.

  - Isso é sério, Sr. Whitmore? - Jane perguntou sem conseguir esconder a felicidade.

  - É Jane, já pode continuar perguntando a Elisa sobre os jantares e as visitas, já que não é mais da minha conta mesmo - ele fez drama e eu ri.

  - com ciúmes é?

  - Claro, Jane não demorou nadinha pra me trocar por você, um absurdo isso.

  A morena revirou os olhos depois sorriu pra mim.

  - Então senhora, quando vai ser o jantar de noivado?

  - Depois que o Anthony convidar a minha tia.

  - Eu?

  - Claro, não sei se tem um jeito fácil de contar tudo a ela, mas ela gosta de você, a probabilidade dela te bater é menor do que bater em mim.

  - Vou aguardar ansiosa, e estou muito feliz  por vocês. Se me dêem licença, vou fazer o jantar - Jane deu um último sorriso e saiu em direção à cozinha.

  Quando eu e Anthony ficamos sozinhos outra vez eu sorri olhando meu anel caro.

  - Esse é aquele anel da joalheria do shopping? - perguntei depois de me sentar no sofá, o moreno com a bebê no colo me acompanhou.

  - Você parecia ter gostado, então resolvi tentar a sorte - ele deu um meio sorriso e eu quis beijá-lo.

  - O resguardo poderia ser um pouquinho menor - choraminguei e Anthony riu.

  - Você é mesmo muito louca.

  - Sincera. E não me chame de louca quando eu estou afim de beijar você.

  - Você ia fazer isso mesmo?

  - Beijar você? Claro - comentei e ele riu.

  - Não, eu falando de ir embora com Analu, você faria mesmo isso? - ele perguntou beijando o cabelo da filha em seus braços e eu suspirei me sentindo mal. Abracei Drew um pouco mais apertado.

  - Faria, se eu tivesse coragem, eu teria feito. Você queria seu garotão, então ia deixá-lo com você - comentei com uma pitadinha de ironia. Mesmo que meu coração se apertasse com a afirmação.

  - Eu nunca disse isso.

  - Não? Nem naquele dia que a Marina falou que talvez fossem duas garotinhas e você ficou lá chocado de mais pra falar qualquer coisa?

  - Não foi bem assim, eu... - o olhei feio e ele suspirou. - Eu tinha ficado meio chocado, Ok? Sempre imaginei que teria um garoto pra seguir com meus negócios, e sim esse é um pensamento bem machista, mas eu imaginei assim. Então do nada a Marina diz que são duas garotas, aquilo foi um choque. Mas naquele mesmo dia na discussão no meio da chuva eu pensei que se elas fossem como você, lindas, cheias de atitude e com um coração enorme eu não me importava com nada. Poderiam ter sido duas garotas que não teria feito diferença pra mim. Eu as amaria da mesma forma. 

  Quando ele terminou eu estava tentando conter as lágrimas inutilmente.

  - Da pra você parar de me fazer chorar? - perguntei tentando limpar as lágrimas e ele se curvou na minha direção para me beijar.

  - Mas independente disso tudo, você tem noção de que se tivesse mesmo fugido com Analu, seria sequestro, né?

  - Aí que você se engana meu amor, de acordo com meu advogado, eu poderia ter saído com ela sem ir para a cadeia - comentei sorrindo e Anthony me olhou surpreso.

  - Você falou com Miguel sobre isso?

  - Tinha que falar com alguém, né?

  - Mas que papo é esse de que não é sequestro?

  - Simples. Quando nós assinamos o contrato há muito tempo atrás, ainda não sabíamos que eram gêmeos. E a palavra que consta lá é “bebê” no singular, então se eu levassem Analu, você ainda teria Drew, ainda teria um bebê. Desse jeito eu não estaria violando nenhum termo do contrato. Você não podia me acusar de nada - comentei e ele sorriu.

  - A não ser é claro de virar a minha vida de cabeça pra baixo e roubar meu coração. Fora isso nada mesmo. Mas eu entendi seu argumento e fico feliz de não ter que usá-lo.

  - Não mais que eu, acredite - sorri para ele e Anthony me beijou outra vez.

  Nós passamos o resto da tarde assim, entre beijos, brincadeiras com os gêmeos e sorrisos. Eu nunca imaginei que esse dia que começou tão pra baixo e ficou ainda pior poderia terminar assim, comigo noiva do Bonitão e sem data pra ir embora. Se eu soubesse o que me esperava quando Anthony me atropelou, talvez eu tivesse me atirado na frente do carro bem antes.

  - Senhor, senhora - Jane chamou se aproximando enquanto eu terminava de trocar Drew, Analu havia dormido nos braços do pai e ele não parecia nem perto de querer colocá-la no berço.

  - É sobre o jantar? Por que eu estou faminta - comentei e Anthony riu.

  - Você está sempre com fome.

  - Detalhes.

  - Bem, o jantar está pronto sim, mas não é sobre isso. Vocês têm visita - ela anunciou e eu e o moreno nos entreolhamos e por fim ele olhou para Jane.

  - Quem é?

  - O Sr. e a Sra. White - ela sorriu e eu revirei os olhos.

  - Aqueles dois não têm casa, não? - quis saber vestindo o macacão de Drew outra vez e Anthony riu.

  - Mande-os entrar, por favor, Jane. Coloque mais dois pratos à mesa e pode servir o jantar - o moreno pediu e ela assentiu saindo.

  - O que eles querem agora?

  - Talvez seja culpa minha - o bonitão admitiu e eu olhei sem entender. - Quanto você sumiu eu liguei para Helena para perguntar de você e talvez a tenha assustado um pouquinho.

  - Você o que!? - exclamei quando Lena apareceu na sala e se atirou sobre mim, felizmente Drew ainda estava deitado no sofá, se não teria sido esmagado pela tia desesperada.

  - Lisa! Graças a Deus você está bem! - ela me apertou e eu comecei a me preocupar em morrer sufocada.

  - Lena me larga, não conseguindo respirar - pedi e ela se sentou no tapete onde eu estava, fui ver Drew, mas Miguel já tinha pegado o bebê.

  - Quem é o garotão do tio? - ele perguntou ao bebê bochechudo e depois se virou pra mim. - O que aconteceu, Lisa? A louca da minha esposa me ligou desesperada depois que o seu namorado veio com um papo estranho sobre perguntar onde você estava. tudo bem?

  - Noivo - o corrigi e ele me olhou sem entender.

  - O que?

  - É noivo. Você disse namorado, Anthony me pediu em casamento - balancei a mão ostentando meu anel.

  - Espera! O que? - Lena puxou minha mão e encarou o anel. - Ai meu Deus então era isso! Meus parabéns! Mas me conta, como foi?

  - Antes ou depois da Elisa fugir com a Analu? - Anthony perguntou divertido e eu corei.

  - Como é!? - o casal a minha frente perguntou junto e eu fiz careta.

  - Não foi bem assim, não.

  - Ah foi. Bem assim mesmo - meu noivo riu e eu atirei uma almofada em suas pernas, por que se atirasse mais alto que isso, como a minha mira, provavelmente acertaria Analu em seu colo.

  Meu irmão e sua esposa fofoqueira quiseram saber de tudo e como eu sabia que eles não me deixaram em paz enquanto eu não contasse, resolvi falar, contei do drama com o contrato e sobre a conversa do Anthony com o Dan, nessa hora nós dois começamos outra discussão sobre eu ouvir ou não toda a conversa. Minha amiga teve que intervir por que queria saber o que aconteceu depois, a gente falou da conversa, do pedido, do choro todo. Foi lindo, e quando terminei de narrar Anthony e Lena (que tinha pegado Drew dos braços do marido) tiveram que deixar os pequenos no berço no andar de cima.

  - Nós precisamos de carrinhos de bebê - comentei assim que nos sentamos a mesa.

  - Por quê? - Anthony perguntou se servindo de salada. Já há algum tempo eu tinha dito a Jane que nós mesmos iríamos nos servir, era o mínimo que podíamos fazer depois dela preparar todo o jantar.

  - Pra sair com os gêmeos? Como espera que eu consiga carregar os dois?

  - Não espero que saia - ele disse simplesmente e eu o olhei arqueando uma sobrancelha. - Digo, você tem o Marco, certo? Ele leva você.

  - Pra dentro do shopping, de carro? - debochei e Lena riu enquanto Miguel saiu da mesa para atender o celular. Anthony me encarou como se não acreditasse que estávamos tendo essa conversa, isso me fez sorrir.

  - Tudo bem - ele cedeu. - Você venceu, vamos esse fim de semana comprar.

  - Te amo - sorri lhe soprando um beijo e ele sorriu pra mim também.

  - O amor é lindo, mas eu tenho que te dizer uma coisa, Lisa - Miguel voltou a mesa e trocou um olhar com Lena.

  - Que seria?

  - Seu irmão boca grande disse a Cassandra que eu estava grávida - Lena disse e eu a olhei sem entender.

  - E?

  - E que minha mãe vindo pra cá - Miguel respondeu e eu engasguei com o suco que estava tomando.

  - O que!? - exclamei. - Quando foi isso? Quando ela vem!?

  - Miguel contou hoje de manhã - Lena sussurrou e eu arregalei os olhos.

  - Como assim “Miguel contou hoje de manhã”? Se isso aconteceu hoje de manhã por que raios você não disse nada quando veio aqui Helena? Eu morta. Ferrada. Já era.

  - Eu não me lembrei, Ok? - Lena se desculpou e Anthony suspirou.

  - Elisa, calma - ele pediu e eu fiz bico.

  - Pra você é fácil falar, tia Cassy vai adorar saber que você é o novo genro dela, ela já é apaixonada por você, mas eu? Eu ela vai matar por ter feito essa loucura toda sem ter dito nada a ela. E quando ela vem? Sabe, pra eu me preparar psicologicamente.

  - Ela meio que já está num táxi a caminho daqui - meu irmão comentou como se não fosse nada e dessa vez os pares de olhos surpresos foram três, eu, Lena e Anthony o encaramos sem acreditar.

  - Acho que eu ouvi mal, você disse que ela a caminho daqui? - perguntei só pra confirmar e ele assentiu.

  - Você melhor do que ninguém sabe que a minha mãe é louca. Ela simplesmente juntou as coisas e veio. Agora a pouco no telefone era ela me perguntando onde eu estava, bem, eu disse e ela respondeu com um “Ótimo! Chego aí em meia hora” e desligou.

  - Você só pode estar de brincadeira! - praguejei e a campainha tocou.

  - Sua meia hora acabou de acabar - Anthony sorriu e eu quis matá-lo. Ele ainda não tinha entendido que havia uma grande chance dele ficar viúvo antes de casar?

  Eu ouvi quando Jane atendeu a porta e suspirei, vamos lá né. Seja o que Deus quiser.

  Segui para a sala deixando muito relutante meu jantar e fui cumprimentar tia Cassy. Ela sorriu assim que me viu e veio me abraçar.

  - Raio de sol! Que saudades, já sabe da novidade? Eu vou ser avó! - exclamou toda animada e eu quis sumir.

  - Isso é ótimo tia, mas por que não disse que vinha? - perguntei só pra enrolar mesmo.

  - Por que o inútil do seu irmão só me contou hoje sobre o bebê.

  - Senhora, coloco mais um prato na mesa? - Jane questionou e eu fiquei feliz em ter mais um assunto para prolongar a conversa.

  - Por favor, Jane, faça isso. E você pode fazer um mousse de maracujá pra gente? Acho que da tempo, por que isso aqui ainda vai demorar - comentei e os três morenos comigo sorriram. Traidores.

  - Sim senhora.

  - Ah Jane, essa é a mãe do Miguel e bem, minha segunda mãe também, Cassandra White. Tia, essa é Jane, a governanta do Anthony.

  - É um prazer - disseram as duas e tia Cassy puxou Jane para um abraço que ela claramente não esperava. - Obrigada por cuidar do meu raio de sol - minha tia disse a Jane e ela sorriu e depois se retirou parecendo meio constrangida. - Certo, o que eu perdi? - ela perguntou olhando para o meu anel e eu suspirei, lá vamos nós.

  - Então tia, é o seguinte...

  - Cassandra - Anthony me interrompeu sorrindo para minha tia ela se virou com muito gosto para encará-lo. - Eu gostaria de comunicar a você que pedi a sua filha em casamento e gostaria de pedir a sua benção também - ele sorriu e tia Cassy faltou derreter. Ele a havia bajulado muito bem dizendo que eu era sua filha e pedindo a benção. Talvez eu não morresse hoje, afinal.

  - É claro que eu abençoo! - ela exclamou animada e veio nos abraçar, prendeu eu e Anthony num abraço coletivo e eu sorri para o meu noivo, ele claramente sabia o que estava fazendo. - Parabéns meus amores! Isso é felicidade de mais, minha filha vai casar e meu filho vai me dar um neto.

  - Sobre isso tia - comecei respirando fundo, essa parte tinha que ser eu a falar com ela. Eu a devia ao menos isso. - Eu queria falar com a senhora...

  Um choro agudo me interrompeu e pelos meus cálculos provavelmente era Analu reivindicando seu jantar. Tia Cassy me olhou curiosa e eu senti o coração acelerar e a verdade me atingir como um raio. O que minha segunda mãe pensaria dessa loucura toda?

  - O que foi isso? - tia Cassy perguntou quando ninguém disse ou fez nada. Analu continuou chorando e eu respirei fundo, não poderia deixar minha filha morrer de fome de qualquer forma.

  - É o assunto importante que eu tinha que tratar com a senhora - disse por fim sorrindo. No fundo eu sabia que independente de qualquer coisa (minha morte, por exemplo), tia Cassy iria se apaixonar por eles assim como já tinha se apaixonando pelo pai deles. - Quer conhecê-los?

  - Conhecer quem? - ela perguntou me seguindo escada a cima e eu sorri outra vez.

  - Você vai ver.

  Segui o chorinho desesperado até o quarto de Analu e quem a visse pensaria que a bebezinha não comia a dias e não há algumas horas. Fui até o berço e a peguei.

  - Não precisa chorar, Ok? Eu já cheguei, você já vai comer - disse me sentando na poltrona com ela no colo, sem ter coragem de me virar para encarar minha tia que eu sabia estar seguindo cada movimento meu com os olhos. Dei o seio para Analu sugar e finalmente levantei os olhos para encarar tia Cassy. Ela estava parada na entrada do quarto com os outros três bem atrás dela. Me encarava com um misto de encantamento e choque.

  - O que está acontecendo aqui, Elisa? - ela perguntou num tom tão calmo que chegava a ser assustador.

  - Como a senhora pode ver, eu me meti em mais uma confusão. Eu estava desempregada, desesperada e provavelmente com um parafuso a menos quando aceitei a proposta de Anthony. Aquela história sobre ele me atropelar era verdade, mas o que eu não contei a senhora daquela vez foi que ele me ofereceu um emprego, um bem louco, mas ainda assim um emprego. Eu tinha que gerar seus filhos pra ele. Só isso, simples assim, só que não. Rolou um monte de confusão, teve os desejos estranhos que me deixaram ilhada em um estacionamento no meio da noite, teve o casamento da Lena e do Miguel, teve os acidentes desse idiota que quase me matou do coração, teve as chuvas, as panquecas, as mensagens e bem, em algum momento no meio dessa loucura eu me apaixonei por ele e pelos bebês, e aí tudo ficou ainda mais confuso e eu só não te disse nada por que eu sabia que iria me matar. Mas eu mudei de ideia, logo depois, só que já era tarde de mais e eu estava grávida. E bem, entre confusões, beijos e brigas nós terminamos aqui. Agora somos uma família e eu amo cada um dos membros dela. Se a senhora for me dar uma bronca, ficar sem falar comigo ou sei lá se recusar a vir no meu casamento, eu vou entender. Mas não culpe Anthony pelas minhas escolhas, nem os bebês, isso é tudo que eu peço a senhora - disse tudo de uma vez sem nem parar para respirar e correr o risco de perder a coragem, tia Cassy piscou e eu vi seus olhos verdes estavam marejados.

  - Você é mesmo uma sem juízo! - ela ralhou comigo se aproximando. - Isso é um trabalho que se aceite assim? Você já estava grávida quando eu vim aqui? - ela perguntou e eu apenas confirmei sem ter coragem de dizer nada. - Eu não consigo acreditar... Você está feliz, Elisa? Com suas escolhas? Com o rumo que essa sua atitude impensada tomou, está feliz?

  - Estou, tia – garanti sorrindo e olhando para Analu em meu colo. – Estou mais feliz do imaginei ser possivel depois da morte dos meus pais. Tenho a senhora, o Miguel e a Lena, meus próprios filhos e um amor. Definitivamente não tem niguém mais feliz que eu agora.  

  Tia Cassy sorriu, piscou para afastar as lágrimas e me deu um beijo na testa.

  - Se é assim tudo bem – disse acariciando os cabelos da bebezinha em meu colo e depois sorriu pra mim. - Isso tudo já passou, certo? Eu não vou brigar com você, por que acho que já aprendeu com seus erros e também conseguiu mais do que pretendia, filhos, uma família, um amor. Só tenho um pedido a te fazer raio de sol e falo sério.

  - O que seria? - perguntei determinada a atender o que quer que fosse.

  - Que na próxima vez em que ficar grávida eu quero ser a primeira a saber, não vou sair do seu lado um segundo se quer durante os nove meses. 

  - Não é como se fosse acontecer outra vez - disse divertida. Só tia Cassy mesmo para me fazer um pedido desses. No fim a conversa tinha sido melhor do que eu esperava.

  - Como não? - Anthony perguntou se juntando a conversa. - Ainda quero pelo menos mais um.

  - Isso é por que não é você que passou por tudo aquilo, né? - ri ironicamente. - Nenhum a mais é o que eu digo. Já tenho dois tia Cassy. Peça outro ao Miguel que só tem um.

  - Dois? - foi tudo o que ela perguntou e eu sorri.

  - Essa aqui em meus braços é a Anna Laura, e dormindo do outro lado correr está o Andrew - disse sorrindo e tia Cassy me olhou surpresa.

  - Dois? - repetiu a pergunta e todos rimos enquanto eu ouvia o choro de Drew do outro lado do corredor.

  - Anthony vá buscar seu filho - pedi e ele me olhou divertido.

  - Agora é meu filho?

  - Claro, vai logo - pedi e ele revirou os olhos antes de sair.

  - Certo, agora que ela já terminou me dê a pequena aqui - tia Cassy pediu e eu lhe estendi a bebê que estava comigo.

  - Analu, vá conhecer a vovó - disse e vi tia Cassy sorrir enquanto limpava as lágrimas.

  - Não me faça chorar assim - reclamou comigo e olhou para a garotinha em seu colo sorrindo. - Oi Analu, você é linda sabia? Se parece com a sua mãe. Que tal contar a vovó tudo que tem acontecido por aqui?

  Amamentei Drew também e depois disso os tios quase saíram no tapa para ver que o pegaria primeiro, depois que Lena ganhou a briga simplesmente por que Miguel cedia tudo para a esposa eles seguiram outra vez atrás do jantar com tia Cassy e Analu. 

  Eu e Anthony ficamos pra trás, ele sorriu entrelaçando seus dedos aos meus. Sorri vendo nossa família seguir a nossa frente.

  - Desculpe se eles são um pouco inconvenientes - comentei e Anthony sorriu vendo Lena e Miguel tentando ensinar Drew a falar tio e tia.

  - Sua família é incrível, tenho um carinho enorme por eles.

  - Nossa família - o corrijo e ele me olha com um brilho novo no olhar. - O que? Pensou que quando me pediu em casamento essa família barulhenta não viria inclusa? Sinto muito, Bonitão, mas sua paz já era.

  Ele sorriu e me puxou para um beijo.

  - Eu não sinto - ele garantiu. - Te amo.

  - E eu amo quando você diz isso - digo lhe dando um selinho. - Também te amo, meu Bonitão. Pra caramba!

  - Parem de melação e venham comer! - ouvi Lena gritar e me separei do moreno revirando os olhos, ele riu.

  - Já vamos, Lena - surpreendentemente foi Anthony quem respondeu, os olhos escuros da minha amiga brilharam quando ela ouviu o apelido, meu noivo sorriu em resposta e começou a me arrastar em direção ao resto da nossa família.

  Eu só pude sorrir e me deixar ser arrastada. Depois de hoje, eu sabia que minhas confusões com o bonitão durariam para sempre, e quem sabe se eu tivesse sorte, talvez um pouco mais que isso.


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Notas finais do capítulo

Eeeee? Me digam o que acharam, please!!
Beijocas e até!! ♥



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