Contrato de Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 34
Agora vai!


Notas iniciais do capítulo

Caramba gente eu voltei e tô superultramega ansiosa em postar esse capítulo, sério... Sabe quando as expectativas estão a mil?
É que não sei se o título entregou, mas vocês finalmente conseguiram o que queriam kkkk (e eu também u.u) então vamos lá né...
Espero meeeesmo que gostem do capítulo (eu me esforcei!) e BOA LEITURA!! :D



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— Isso foi uma péssima ideia - reclamei.

  - É, mas foi você quem disse que não tinha problema vir - Anthony rebateu e eu gemi.

  - Só não imaginei que o shopping fosse estar tão cheio.

  - Sério, Elisa? Justo num domingo? - ele perguntou ironicamente e eu suspirei.

  - Se quiser ir embora...

  - Nós já estamos aqui, vamos ficar. 

  - Como quiser, papai - sorri divertida e ele revirou os olhos.

  Nós tínhamos acabado aqui depois que perguntei a Anthony sobre os quartos e as roupas dos bebês hoje de manhã. Nosso sábado tinha sido muito divertido, mesmo com todo aquela drama que rolou antes do Dan chegar, e foi o moreno em questão o responsável por boa parte da diversão. Ele veio supostamente para verificar se Anthony estava vivo, mas resolveu ficar para o almoço, irônico, não? Eu tinha amado o melhor amigo do bonitão e já tinha até outro jantar marcado, desde que eu cozinhasse, palavras de Dan, não minhas.

  O resto do nosso dia foi regado a filmes antigos como Uma Linda Mulher e a coleção completa de Exterminador do Futuro, quando eu perguntei a Anthony o porquê dele ter esses filmes em DVD a sua resposta simples me fez sorrir.

  - Eram da minha mãe - dissera ele.

  Tinham filmes como O Rei Leão e Tarzan, esses provavelmente não eram da mãe dele. Mas como a boa visita que era, eu o fiz assistir quase todos comigo, ele só saiu mais tarde quando disse que precisava fazer algumas ligações para a empresa. Tinha sido um recorde ele ter ficado tanto tempo sem falar ao telefone. A chuva tinha dado uma trégua e eu tinha falado com Edu sobre sua nova tentativa de pedir Vic em casamento, dessa vez, de acordo com ele, ela aceitaria, como eu era curiosa de mais o convidei para ir lá em casa para contar os detalhes​ do tal pedido, nessa hora Anthony pareceu incrivelmente incomodado e não vou mentir, adorei vê-lo assim. Lena também havia ligado depois do almoço para saber como eu estava, ela e Miguel tinham se tornado desempregados, minha amiga por que a clínica onde trabalhava alagou e a água destruiu a rede elétrica e meu irmão pelo mesmo motivo que eu, não conseguia chegar ao trabalho, ele até pediu para falar com o chefe, mas Anthony estava ao telefone nessa hora. Liguei também para Chloe e Mike outra vez, só para garantir que eu ainda tinha um emprego para o qual voltar.

  Depois de toda essa conversa e mais um pouco de filme nós fomos dormir, cada um em uma cama dessa vez. E isso era horrível, eu só tinha passado uma noite com ele e nem tínhamos feito nada além de dormir e eu já estava sentindo sua falta. A barriga grande e pesada já há algum tempo me incomodava na hora de dormir, mas a verdade era que na noite passada com Anthony eu tinha dormido tranquilamente de um jeito que eu não fazia há muito tempo. Então encontrar uma posição confortável sozinha tinha sido bem difícil e era tudo culpa do bonitão! 

  - Elisa? - o moreno em questão me chamou e eu o olhei feio.

  - O que?

  - Aconteceu alguma coisa? Você está aí encarando a loja de doces parecendo perto de bater em alguém.

  - Adivinha em quem quero bater? - perguntei ironicamente e depois suspirei encarando a cascata de chocolate na vitrine da loja. - Preciso de chocolate, muito e de preferência daqueles caros e gostosos.

  - Isso é um pedido, um desejo de grávida ou só uma afirmação? - ele perguntou divertido e eu dei um sorriso mesmo contra a minha vontade.

  - Acho que um pouco de cada, vou ali gastar todo o meu dinheiro em chocolate, se me der licença, já volto - anunciei e segui para a loja de doces que me lembrava um pouco meu próprio emprego. Anthony me seguiu resmungando alguma coisa sobre eu não fazer sentido algum e isso só me fez sorrir um pouco mais.

  Eu estava tão ansiosa para comer chocolate que peguei cada um com um recheio diferente, e na hora de pegar, Anthony fez questão de o fazê-lo, eu até tentei argumentar, mas ele não desistiu até que eu cedesse, ele ainda pegou mais chocolate e até alguns brancos.

  - Por que pegou isso? - quis saber balançando um dos chocolates em questão depois que saímos da loja.

  - Eu gosto - disse simplesmente e eu comecei a rir. - Qual a graça?

  - Até nisso não damos certo, eu odeio chocolate branco - fiz careta depois de me recuperar e ele sorriu.

  - Se desse certo, alguma estaria errada - comentou e eu continuei sorrindo. Não é que o bonitão estava fazendo piada? Isso seria uma surpresa se ultimamente ele não estivesse sempre sorrindo. - Vamos? - chamou e eu assenti.

  - Vamos.

  Nós seguimos pelo shopping olhando as vitrines e comendo chocolate, bem pelo menos eu estava. Passamos em frente a uma joalheria (acho que a mesma onde eu e Lena passamos vergonha da outra vez, por que o guarda ficou me encarando) e eu me encantei por um anel com uma linda pedra azul, será que era uma safira de verdade? Provavelmente sim, por que ele ficou feio no instante em que a quantidade de zeros em sua etiqueta. Tive que arrastar Anthony dali, por que ele tinha empacado me encarando e eu ainda não sabia o porquê dele tanto fazer isso.

  - Mamãe! Você voltou! - a mesma vendedora que quase tinha me matado do coração da outra vez me cumprimentou. - E trouxe o papai dessa vez! - disse animada vendo minha mão entrelaçada a de Anthony. Eu até pensei em soltá-la como eu sempre fazia, mas dessa vez não faria isso, se o bonitão não soltasse minha mão, não soltaria a dele. E ele não soltou, então entramos de mãos dadas na loja de bebês.

  Quando eu dei a ideia de vir aqui hoje de manhã eu nunca imaginei que Anthony diria sim, ele tinha passado o sábado todo em casa então passar o domingo também seria de mais. Mas ele ficou, Jane fez o nosso café e Marco voltou de sua viagem, mas Anthony não deixou que ele nos trouxesse aqui, de acordo com ele, Marco estaria de folga até amanhã quando ele precisaria dele para ir à empresa. Só que nem em um milhão de anos eu se quer pensei que terminaríamos discutindo no meio da loja, mas é isso que fazemos, certo? Nós discutimos.

  - Mas por que não pode ser rosa? - Anthony perguntou parecendo não acreditar que estávamos tendo uma conversa daquelas ali. Bem, eu também não estava.

  - Por que sempre rosa? Por que não roxo ou azul?

  - Por que azul vão ser coisas do menino, Elisa - ele soltou o ar com força. - Só vamos comprar as coisas rosa pra ela e pronto.

  - Não me convenceu, não é por que a sociedade diz que ela é uma garota e por isso tem que usar rosa que eu vou aceitar.

  - Mas Elisa, ela nem nasceu, são só as coisas do berço!

  - Então por que não podem ser azuis ou vermelhas se não fazem diferença? - perguntei e Anthony grunhiu.

  - Tudo bem, você venceu - ele cedeu e eu sorri. - Que cor você quer?

  - Lilás! Vai ficar lindo.

  - Então vai ser lilás e azul? – a vendedora perguntou quase num sussurro. Acho que a assustamos um pouquinho.

  - Aparentemente sim – Anthony deu um meio sorriso. – O que você tem ai pra nós?

  A vendedora parecia mais empolgada que nós por estarmos comprando tudo aquilo, em determinado momento terminamos as coisas do berço e começamos com as roupas, toda vez que eu via alguma roupinha de menino ou menina fofa assim, eu me encantava. E a vontade de levar tudo? E não era só isso, só o fato de eu e Anthony estarmos juntos e nos divertindo assim já teria sido o auge do meu dia, quem nos via dizia que éramos um casal apaixonado e feliz, e não por uma vez a vendedora animada se referiu a ele como “meu marido”. Como nós tínhamos comprado varias coisas para o quarto dos bebês e o bonitão não tinha comprado o berço deles ele resolveu ir a uma loja de móveis, enquanto eu fui atrás de um sorvete e algumas roupas pra mim. Por que, de acordo com a repórter na TV eles levariam pelo menos uma semana para liberar a ponte, isso se eles a conseguissem concertar nesse meio tempo.

  Peguei umas peças básicas e baratas e uma hora depois eu já estava sentada em uma das mesas da praça de alimentação decidindo se pegaria outro sorvete ou talvez um hambúrguer dessa vez. Eu estava tão distraída com o cardápio que quando senti o movimento em minha barriga, me assustei.

  - Oi pra vocês também – comentei olhando pra ela. – Como estão por ai? Eu se querem saber, estou com fome. – a garotinha como sempre se mexeu, mas dessa vez o menino também resolveu participar. Algum deles deu um chute ou talvez uma cotovelada bem perto do meu umbigo, a protuberância chegou à doer, fiz uma careta massageando o local para tentar acalmá-los. – Isso ai não é um ringue de luta.

  - O que não é um ringue de luta? – Anthony perguntou surgindo do nada e dessa vez eu nem me assustei mais, isso já estava se tornando um hábito.

  - Minha barriga, e você poderia dizer isso para os seus filhos, né?

  Ele riu se sentando ao meu lado.

  - Comprou o que queria?

  - Sim. E você? Conseguiu os móveis para os quartos deles?

  Anthony assentiu e eu notei uma coisa estranha.

  - Cadê todas as sacolas que estavam com você?

  - Levei tudo para o carro e imaginei que já quisesse ir embora, afinal já são quase oito da noite.

  - Até quero – disse olhando para os meus pés inchados. – Mas não sem antes comer. Daqui não saio e daqui ninguém me tira sem um hambúrguer.

  O sorriso de Anthony aumentou e eu quis muito beijá-lo bem ali mesmo. Esse idiota não tinha o direito de mexer assim comigo!

  - Certo, então vamos comer.

  Nós comemos e conversamos sobre a diferença entre os hambúrgueres que existem um uma praça de alimentação, é muito louco pensar que há um tempo atrás eu nem sonharia em estar comendo com Anthony assim tão tranquilamente e discutindo sobre esse tipo de coisa, a ideia de manter uma conversa como essa com ele era meio, ou totalmente surreal. Mas antes de irmos eu fiz o moreno voltar comigo a loja de doces para que eu pudesse comprar mais chocolate, era bom sempre ter um estoque.

  Um vendedor moreno e simpático veio me atender.

  - Está procurando algo em especial? – ele perguntou todo educado e eu neguei com a cabeça.

  - Não, o que me interessar, estou levando – disse divertida e ele sorriu.

  - Então no que eu puder ajudar, é só dizer.

  - Quero esse, e esse e acho que esse também – ia dizendo enquanto pegava os bombons, já estava com a mão cheia quando fui até Anthony que estava parado como um poste na entrada da loja segurando minhas sacolas e parecendo incrivelmente irritado, fiquei sem entender, mas estendi todos os chocolates pra ele assim mesmo. – Segura pra mim? Você quer algum? Posso pegar alguns brancos e peguei também alguns com amendoim, então, por favor, leia a embalagem antes de comer. Você tem alguma coisa aqui com recheio de cereja? Deu uma vontade enorme de comer alguma coisa com cereja – disse me virando para o atendente e ele piscou parecendo surpreso.

  - Vocês estão juntos? – ele perguntou olhando de mim para Anthony. Eu não entendi muito bem a pergunta, mas assenti, nós tínhamos vindo juntos, então isso era um sim, certo?

  - Estamos, por quê?

  - Nada não – ele engoliu em seco e deu um sorriso forçado. – A senhorita queria bombons com cereja, não é?

  - Isso – concordei meio perdida na “conversa”, o que acabou de acontecer?

  No fim eu não tive resposta para a minha pergunta, o vendedor estava parecendo quase com medo de me atender e Anthony continuou de cara feia até chegarmos ao carro. Depois que nos sentamos nos bancos e ele deu partida o olhei curiosa por mais tempo do que devia. Tinha começado a chover.

  - O que foi? – ele quis saber e eu dei de ombros.

  - Nada.

  - Com certeza não foi nada. Qual o problema?

  - Eu quem pergunto. O que aconteceu lá na doceria?

  - Não sei do que está falando.

  - Não sabe? – perguntei irônica. - O vendedor pareceu que ia ter um ataque do coração depois de te encarar. Vai me dizer que estava com ciúmes? – provoquei divertida.

  Se eu soubesse onde essa brincadeira iria dar, talvez eu a tivesse feito muito antes.

  - Por que eu estaria? – ele perguntou e eu o olhei sem acreditar.

  - Como é?

  - Por que eu devia ter ciúmes de você, Srta. Banks? – ele debochou e eu quis matá-lo. Tudo bem que ele não era obrigado a gostar de mim, mas daí ser mau assim já era de mais. E “Srta. Banks”? Já tinha um tempão que ele não me chamava assim.

  - É verdade, você não teria ciúmes de alguém como eu. Mesmo por que eu não preciso.

  - Não? – ele arqueou uma sobrancelha surpreso, lhe dei o meu sorriso mais irônico.

  - Claro que não. Pra isso eu tenho o Edu – respondi me sentindo vingada quando vi a expressão de raiva do moreno. Como ele não sabia que eu e Edu não tínhamos mais nada, eu podia brincar um pouquinho com ele, certo?

  - Mas é claro, eu tinha me esquecido completamente do seu namoradinho. Por que ele não veio buscá-la quando ficou presa aqui?

  - Você está me expulsando da sua casa, é isso? – perguntei perplexa e Anthony parou o carro em um acostamento para me encarar.

  - Não foi isso que eu disse!

  - Mas foi o que insinuou! – gritei morrendo de raiva. Quando tínhamos chegado a isso?

  - Eu não insinuei nada, Ok? Só disse que se ele gostasse tanto assim de você, teria dado um jeito de vir aqui, não acha?

  - Ele pode não ter vindo aqui, mas pelo menos se lembra das coisas que faz! – berrei sentindo o sangue ferver, a chuva lá fora devia estar deixando o clima frio, mas dentro do carro, o ar estava extremamente quente.

  - Como é!?

  - É exatamente isso que você ouviu! Não devia ficar julgando ninguém quando você é o primeiro a aparecer em meu apartamento e me destruir, pra depois não se lembrar de nada! Seu cretino hipócrita e filho da mãe! – berrei sem conseguir me conter e Anthony piscou me encarando. – Eu te odeio – murmurei tentando acalmar a respiração.

  - Elisa, eu...

  - Agora eu sou Elisa? – perguntei irônica. – E não, se você for vir com papos de “Me desculpe”, ou coisa parecida, não fala nada.

  - Mas eu...

  - Só cala a boca, Anthony!

  - Eu me lembro, Ok!? – ele gritou mais alto que eu e eu pisquei sem entender.

  - O que você disse?

  - Eu disse que me lembro, Ok? Dá noite da bebedeira, do que eu falei, do beijo, eu me lembro. Lembro de tudo – ele disse meio nervoso meio irritado.

  - Você se lembra seu cretino!? – gritei socando seu braço e ele segurou minhas mãos me fazendo encará-lo. – Então por que raios você disse que não se lembrava!?

  - Por que eu não me lembrava! Eu só me lembrei de tudo depois de chegar em casa e mesmo assim as memórias eram meio borradas. – ele disse parecendo não saber mais o que fazer e me soltando logo depois. – E eu não disse nada, por que você não tocou no assunto então eu imaginei que não quisesse falar disso.

  - Como eu ia falar alguma coisa se pra mim você não se lembrava de nada!? – perguntei sem acreditar e Anthony sorriu tocando meu rosto de um jeito que fez meu coração disparar na mesma hora.

  - Eu devia ter aproveitado mais.

  - O que? – perguntei num sussurro sem me mexer nem um milímetro, com medo dele se tocar do que estava fazendo e se afastar.

  - A desculpa da bebida para beijá-la mais – respondeu e eu pisquei surpresa. Isso estava mesmo acontecendo?

  - Então por que não beija agora?

  - Por que você tem um namorado e traição é uma coisa que eu não faria com ninguém, mesmo que eu o odeie com todas as minhas forças – ele comentou e eu sorri abraçando seu pescoço, nossos narizes estavam colados.

  - Então que bom que eu levei um pé na bunda, né? – sorri.

  - Como é?

  - Só cala a maldita boca e me beija – pedi e dessa vez ele obedeceu.

  Nosso beijo foi ficando cada vez mais intenso e quando dei por mim já estava no colo do bonitão, a barriga atrapalhou um pouco, mas eu estava tão feliz que o mundo poderia acabara agora, que não faria mais diferença pra mim.

  - Se você não sair de cima de mim, nós vamos ter que continuar com isso bem aqui mesmo nesse carro – Anthony murmurou contra a pele sensível do meu pescoço me fazendo arrepiar. Se eu queria que ele continuasse com isso? Com certeza sim.

  - Não sei se você sabe - comecei fazendo com que ele me encarasse. – Mas o apetite sexual de uma grávida é enorme.

  O sorriso que o moreno abriu provavelmente poderia ser visto lá da lua. E nós teríamos voltado a nos beijar se uma luz forte em nossos rostos não tivesse nos impedido. Quando olhei pela janela do carro quase cai de cima de Anthony. Havia um policial lá fora debaixo da chuva nos encarando.

  Eu voltei o mais rápido que consegui para o meu lugar e bati o meu cotovelo em alguma parte de Anthony que não consegui identificar no processo, ajeitei o cabelo e o moreno comigo a camisa antes de abrir a janela.

  - Algum problema policial? – ele perguntou com a voz rouca e um sorriso atípico e o policial olhou dele pra mim e depois para a minha barriga de grávida. Eu corei.

  - Só vim ver se precisavam de ajuda. Mas vejo que estão bem – ele comentou ironicamente e eu fiquei subitamente interessada em minhas unhas. – Em períodos de chuva não fiquem tanto tempo parados em um acostamento sem a devida sinalização, é perigoso. Melhor irem embora.

  - Sim senhor – Anthony respondeu e o policial se afastou, eu soltei o ar com força e o moreno riu.

  - Qual a graça? Nós quase fomos presos por atentado ao pudor – reclamei. Ele só riu um pouco mais.

  - Também não é pra tanto, Elisa. E eu nunca pensei que isso aconteceria comigo outra vez.

  - “Outra vez” é? – perguntei e ele riu.

  - Eu estava falando sobre o ensino médio. Agora melhor irmos pra casa para resolvermos nossos assuntos inacabados – ele deu um meio sorriso que me deixou imaginando coisas e me deu um selinho antes de ligar outra vez o carro.

  Dessa vez, diferente de quando entramos no carro, o sorriso de Anthony era enorme e meu coração estava acelerado só com a antecipação do que poderia acontecer. Não conversamos muito, talvez por que nenhum de nós soubesse muito bem o que dizer, e acho que o moreno deve ter conseguido umas três multas por excesso de velocidade, mas chegamos a casa dele em tempo recorde mesmo que debaixo da chuva.

  Quando ele estacionou o carro em frente a sua casa eu subi os degraus aos pulos para fugir da chuva e como sempre teria caído se ele não tivesse me ajudado. Mal entramos e demos de cara com Marco usando roupas casuais (o que foi bem estranho) e carregando um terno em direção a cozinha.

  - Sr. Whitmore! Srta. Banks! Que bom que voltaram – ele cumprimentou sorrindo e Anthony sorriu de volta.

  - Marco, será que você poderia pegar as compras no porta-malas e guardar o carro na garagem? – Anthony pediu e o senhor assentiu. – E diga a Jane e fique você avisado também que uma loja de móveis virá fazer uma entrega aqui nos próximos dias então quero que a receba, por favor.

  - Sim, senhor – ele concordou olhando de mim para Anthony e vice versa e depois sorrindo. – Se me derem licença – pediu e seguiu para a cozinha.

  - Agora é a hora em que você se arrepende do que aconteceu e me pede desculpas? – eu perguntei assim que Marco saiu sentindo o coração acelerar. Para ele surtar como aconteceu na festa do Henry, não ia custar nada. Para ele me magoar outra vez não seria trabalho algum. Respirei fundo já imaginando o que viria.

  - Eu realmente preciso me desculpar... – ele começou e eu o interrompi, não conseguiria ouvir. Não outra vez.

  - Não precisa dizer nada, vou para o meu quarto, eu...

  - Elisa – ele chamou me fazendo virar para encará-lo. Seu enorme sorriso não combinava com a situação. – Me escute uma vez na vida, Ok? Eu ia dizer que quero me desculpar por não ter feito nada antes, eu estava com medo de me machucar outra vez.

  Sua declaração me pegou de surpresa.

  - Então agora você não está mais com medo, é isso?                   

  - Não, eu ainda estou. Mas meu medo agora é outro, e eu só entendi isso hoje depois de te ver com aquele vendedor idiota – ele reclamou e eu sorri, no fim ele estava mesmo com ciúmes. – O medo de alguém aparecer e te levar embora, por que tenho que ser sincero e dizer que para alguém se encantar com esse seu jeito não custa nada.

  - Então você está dizendo que gosta de mim, é isso? – quis saber divertida e ele me enlaçou pela cintura me puxando para si.

  - Estou dizendo que você não vai a lugar nenhum – sussurrou a centímetros dos meus lábios antes de me beijar.

  Anthony me pegou no colo e subiu as escadas comigo assim o mais rápido que conseguiu, ele seguiu para o fim do corredor e entrou em seu quarto me colocando na cama com maior delicadeza. E eu não sei exatamente quem beijou quem, mas quando dei por mim eu já estava deitada em sua cama com ele beijando meu pescoço. Mas subitamente ele parou e me encarou arfando.

  - Você tem certeza disso? – ele perguntou e eu sorri o puxando pela gola da camisa até quase colar seus lábios aos meus.

  - Quantas vezes eu vou ter que dizer que sim? – quis saber e ele voltou a me beijar, primeiro meus lábios, depois meu pescoço e por último foi descendo ate chegar a minha clavícula, ele abaixou a manga da minha regata revelando a alça de renda branca do meu sutiã. E assim que Anthony notou isso, ele parou o que estava fazendo e eu fiquei sem entender, mas quando ele começou a rir eu já não estava entendendo mais nada. – O que foi?

  Anthony se sentou na cama ainda rindo e eu o acompanhei.

  - Eu não acredito que isso está acontecendo – ele respondeu e eu fiquei ainda mais perdida e irritada, quando eu finalmente acho que vai, alguma coisa tem que acontecer.

  - Isso o que, Anthony? – perguntei com um misto de descrença e raiva, isso só o fez rir ainda mais e me puxar para o seu colo.

  - Você ao menos tem ideia do quanto eu imaginei te ver usando essa lingerie? Caramba, Elisa!

  - Como você sabia sobre ela? – perguntei surpresa. Essa lingerie ara aquela que Lena havia me feito comprar com ela mês passado. Ele não tinha como saber sobre ela, a não ser é claro... – Na noite da bebedeira.

  - Eu não consegui dormir depois que você me beijou e saiu, então eu vi a sacola encima da mesa de centro, não quis ser intrometido, mas eu nem se quer imaginei o que teria dentro.

  Essa foi a minha vez de rir.

  - Você sabe o quão irônico é isso tudo? – perguntei brincando com os botões de sua camisa. – Eu tinha trago ela para devolver lá na loja quinta, mas aconteceu esse monte de coisas e eu fiquei presa aqui e a necessidade falou mais alto que a vergonha. Fora que eu nunca imaginei que você fosse realmente me ver nela de qualquer forma - murmurei ainda sem acreditar no que estava acontecendo.

  - Então você a comprou pensando em mim? – ele perguntou me fazendo encará-lo e eu sorri.

  - Bem, não foi para o meu irmão – comentei e ele riu me deitando na cama outra vez.

  - Então é melhor eu ter certeza de que ela combinou com você logo de uma vez – ele deu um meio sorriso que eu já tinha catalogado como “Você não vai quer saber o que eu estou imaginando” antes de beijar outra vez.

  E eu estava mesmo louca para saber o que aconteceria quando ele finalmente visse a minha lingerie.


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Notas finais do capítulo

Eu sinceramente quero saber o que vocês acharam.
Ficou estranho? Foi rápido de mais? Não ficou legal? Eu tô surtando aqui, então espero que vocês tenham compaixão de mim e me digam!!! Please...
Beijocas e até!!! :3