Contrato de Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 11
Tempestades e perguntas inconvenientes.


Notas iniciais do capítulo

Heeeey, peoples!!
Desculpem a demora, mas eu voltei, aeee!!
Esse capítulo tá meio parado, só tem a Lisa tendo um ataque e os pais deles dando uma passadinha rápida, mas o próximo eu prometo que vai ser mais emocionante, Ok?
Espero que gostem, BOA LEITURA!! :)



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Eu nunca tinha ficado tão nervosa com a ideia de comer com alguém quanto eu estava agora, eu não cheguei a ir a muitos encontros, mas os poucos aos quais compareci me deixaram bem nervosa, só que nada comparado ao fato que eu estava prestes a ir almoçar com a Tia Cassy, por que tinha uma grande chance de que ela talvez descubra o fato de eu estar grávida. E como eu nunca fui muito discreta com nada na vida é bem capaz de eu me entregar. Se algum dia na vida eu tiver sorte provavelmente vai chover pedra.

  - Em, Lisa... Hei! me ouvindo? - Helena perguntou me encarando enquanto terminávamos de preparar​ a salada. Eu e ela estávamos cozinhando enquanto Miguel dava uma geral no apartamento deles. A primeira boa impressão para os sogros é tudo.

  - Desculpa, eu viajei aqui. O que foi?

  - Você acha que os arranjos de flores das mesas ficam melhores brancos ou coloridos?

  - As toalhas de mesa já não são brancas? É melhor colorido, não?

  - É, você tem razão - concordou. - Certo, podem deixar como estão - ela disse e foi só então que eu percebi que ela estava no meio de uma ligação enquanto falava comigo. - Mas lembrem-se, os arranjos das mesas dos padrinhos têm que ser maiores. Ok, vou ficar esperando. - ela desligou e se virou pra mim - Eu gosto muito de você Lisa, mas não quero comer seu dedo na salada - ela apontou pra baixo e eu percebi que estava prestes a partir meu indicador esquerdo em dois. - Qual o problema? Você está mais distraída que o normal.

  - É esse almoço com a tia Cassy que está me deixando uma pilha, e se ela descobrir alguma coisa?

  - Relaxa, Ok? - ela sorriu. - Ela não vai descobrir nada, você sempre foi uma neurótica com espírito de gorda, não é como se tivesse mudado alguma coisa - comentou divertida e eu a olhei indignada.

  - Como é?

  - Só disse a verdade.

  Eu estreitei os olhos pra ela e Lena caiu na gargalhada.

  - E esse almoço, sai ou não? - Miguel nos interrompeu antes que eu pudesse lhe dar uma resposta apropriada.

  - Você está duvidando das minhas habilidades culinárias? - a morena quis saber e ele riu.

  - Nunca.

  Eu revirei os olhos para a melação dos dois e eles riram. A verdade era que como Helena tinha sido criada no interior ela era uma baita de uma cozinheira e eu bem, tive que aprender por questões de necessidade e sobrevivência, e como Miguel não tem vocação nem pra fritar um ovo, tia Cassy ficou muito feliz em ter uma “filha” pra ensinar a cozinhar.

  Tínhamos começado a colocar​ a mesa quando meu maninho olhou pra mim e sorriu.

  - É verdade que você vai acabar na mesa das tias da Lena por que ninguém te quer? Digo, por que você não tem quem levar pro casamento?

  Eu estreitei os olhos pra ele. É sério isso?

  - Vá à merda, Miguel! - respondi toda educada e ele gargalhou. - E você, não vai cortar o cabelo para o casamento, não? - perguntei debochada e ele parou de rir na mesma hora.

  Helena me olhou divertida e nós duas rimos, ambas sabíamos a história do moreno com esse cabelo, mas não custava nada irritá-lo um pouquinho, não é mesmo?

  - Você sabe que minha mãe nunca me perdoaria se eu cortasse o cabelo, não sei nem por que pergunta. Afinal, eu já sou uma decepção como “O filho que virou advogado”.

  Nós rimos um pouco mais e Miguel revirou os olhos indo buscar a travessa de lasanha. Podia parecer loucura, mas a história toda era verdade, acho que a tia Cassy é a única pessoa louca o suficiente pra ficar indignada com o filho por ele quer fazer faculdade de direto.

  - Falando na Cassandra, cadê ela e os meus pais? - Lena perguntou assim que o noivo voltou com a travessa fumegante da melhor invenção culinária já feita pelo homem.

  - Minha mãe disse que não precisava que eu fosse buscá-los, que ela ainda lembrava o caminho. Na verdade o que ela disse foi mais como “Eu posso estar velha, mas não fiquei caduca não Miguel, ainda sei chegar ao apartamento em que morei quase a vida toda!” e depois desligou na minha cara. É, eles devem estar chegando.

  Helena e eu rimos enquanto terminávamos de colocar a mesa. Miguel estava colocando a jarra de suco no lugar quando a campainha tocou.

  - Eu atendo - Helena se adiantou e foi até a porta e eu me limitei a respirar fundo e desejar do fundo do coração que tudo desse certo. - Mãe, pai, Cassandra, entrem - ela os cumprimentou com um sorriso dando espaço para que entrassem.

  - Meu amor, quanto tempo! - tia Cassy fez drama assim que apareceu na porta e eu sorri, ela nunca iria mudar. 

  - Mãe, a gente se viu ontem - Miguel respondeu e ela revirou os olhos passando direto por ele e me abraçando.

  - Eu estava morrendo de saudades, raio de sol - tia Cassy me apertou um pouco mais e eu retribui o abraço com todo o meu carinho.

  - Também estava.

  - Mãe, seu filho sou, você se lembra disso? - o moreno perguntou dramático e tia Cassy riu me soltando para logo ir abraçá-lo também.

  - Tem espaço para os dois no meu coração, Ok?

  Ele revirou os olhos mais aceitou sorrindo o abraço da mãe.

  - Joe, Marta, desculpem a confusão. É bom vê-los de novo - cumprimentei os pais da Lena e eles sorriram pra mim.

  - É bom vê-la também, Elisa - Marta disse me abraçando. - Você está linda.

  - A senhora está mais - garanti e Joe concordou beijando a testa da esposa.

  A mãe de Lena era negra como ela, e tinha os mesmos olhos escuros e penetrantes da minha amiga, já seu pai era um moreno bastante alto e um pouco barrigudo que tinha um espesso bigode, ele na verdade me lembrava os lenhadores das histórias infantis, acabei rindo da minha própria besteira. Tia Cassy me olhou curiosa e eu apenas sorri pra ela que revirando os olhos voltou ao assunto dos arranjos de mesas com Marta e Lena. A morena que era minha segunda mãe se parecia muito com Miguel, ou seria ele que parecia com ela? Os dois tinham os mesmos olhos verdes (bem mais verdes que os meus), o cabelo escuro e o sorriso divertido. Sorri também vendo meu amigo no sofá no meio de uma conversa animada com o sogro sobre algum jogo de futebol e fui me juntar às garotas.

  Não demoramos muito pra ir comer, uma vez que a comida estava esfriando e eu estava morrendo de fome, claro que pra todos os efeitos eu usei a primeira desculpa.

  - Tia Cassy - choraminguei depois de outra garfada de lasanha. - Pede pra Lena parar de ser má comigo e não me deixar na mesma mesa das tias dela.

  - Eu não sou má, você que é uma forever alone — ela se defendeu. - Arruma um acompanhante que você não fica com elas, simples assim.

  - Tia...

  - Você não tem mesmo quem levar ao casamento? - ao invés de me defender, foi isso que tia Cassy perguntou.

  Eu gemi apoiando a cabeça sobre a mesa.

  - Não.

  - Mas eu achei que você tinha um namorado, como era mesmo o nome dele? Carlos?

  - Era Caio, e nós terminamos já tem mais de três meses - por que ele estava me traindo com a vadia da Bethany, eu quis completar, mas achei melhor não, tia Cassy não precisava saber as circunstâncias do término. Droga, só de me lembrar deles meu estômago revirou.

  - Isso é horrível, eu estava achando que agora eu ia conseguir casar a minha filha também - ela fez drama e eu finalmente levantei a cabeça para encará-la.

  - Que história é essa, tia Cassy? O Caio era um idiota, dificilmente eu me casaria com ele.

  - Então por que estava namorando? - Miguel se intrometeu na conversa e eu o olhei feio.

  - Por que não tinha nada melhor pra fazer - respondi ironicamente, por que era isso ou chorar. Eu nunca tive muita estabilidade emocional, grávida então. Mas a verdade era que eu gostava do babaca do Caio e sim, talvez a trouxa aqui tenha sonhado mesmo que por um minuto em se casar com ele, mais aí ele vai e faz o que? Isso mesmo, me trai com a vadia que trabalhava comigo.

  - Raio de sol, você está bem? - tia Cassy perguntou curiosa e eu assenti.

  - sim.

  - Fica assim não, querida - Marta disse com um sorriso gentil. - Você vai encontrar alguém melhor.

  Eu acabei sorrindo também.

  - O problema não é nem eu não ter mais um namorado, o problema mesmo é eu ter que ficar com as tias de Lena no casamento. Vai Lena, por favor.

  - Nada feito - minha amiga sorriu. - Ou você leva alguém ou é lá mesmo.

  - Seu monstro - disse fazendo bico e o pessoal na mesa riu.

  O almoço seguiu entre risos, conversas e reclamações (de minha parte) com Lena. Quando começou a chover os nossos convidados decidiram que ficariam um pouco mais. Estávamos na sala assistindo TV e tentando convencer os mais velhos que a ideia de ficar em hotel era absurda de mais quando haviam tantas camas livres e de graça em nossos apartamentos.

  - Mas mãe... - Miguel tentou pela milésima vez. - Não tem por que a senhora e os pais de Lena ficarem em um hotel. Há espaço suficiente aqui.

  - Já disse que não queremos atrapalhar - ela respondeu revirando os olhos. - E estamos muito bem lá. Vou levar Joe e Marta para conhecer a biblioteca amanhã.

  - Mãe... - Helena começou também, mas foi interrompida por um clarão e um estrondo absurdo vindo do lado de fora e consequentemente um grito meu. Me encolhi no sofá e agarrei a pessoa mais perto de mim, Miguel reclamou quando minhas unhas afundaram em sua pele.

  - Está tudo bem, raio de sol - tia Cassy garantiu enquanto eu sentia o coração acelerar, estava prestes a acreditar nela quando outro clarão cortou o céu e soltei mais um grito. Era ridículo, mas eu era uma mulher de vinte e quatro anos a beira das lágrimas por causa de uma tempestade.

  - Em Lisa​, o que você acha de levar o Anthony ao casamento? - Lena perguntou do nada e eu fiquei tão surpresa que levantei a cabeça do braço de Miguel para encará-la, ela estava terminando de fechar as cortinas e foi desligar a TV e ligou o som, e olha que surpresa, estava tocando Taylor Swift.

  - Como é? - consegui perguntar e ela se sentou no colo do noivo para me encarar.

  - Por que, não? - devolveu a pergunta.

  - Por que não faz o mínimo sentindo? - tentei e ela sorriu ao passo que tia Cassy me encarou.

  - Quem é Anthony?

  Outro clarão de luz cortou o céu lá fora, mas dessa vez não me abalou tanto, eu me encolhi em antecipação, só que a cortina na janela e o som ligado, impediram o raio de mostrar sua incrível presença.

  - Em Elisa, quem é esse? - tia Cassy perguntou outra vez e eu sabia que tinha que respondê-la, se ela não estava me chamando de raio de sol era por que era sério. A verdade por trás desse apelido é bem simples, quando me mudei pra cá com meus sete anos, já tinha quase dois que eu tinha perdido a minha mãe e tia Cassy disse que se encantou com o fato de que mesmo com tudo isso eu ainda continuava brilhando como um raio de sol, e pelo fato do meu cabelo ser loiro e ela meio hippie o apelido acabou ficando. - Vamos Lisa, estou esperando, você disse que não tinha namorado nenhum.

  Quando outro raio riscou o céu eu já tinha soltado o braço de Miguel, a pouca claridade que entrou pelas frestas da cortina não me incomodou muito, por que as perguntas de tia Cassy e minha súbita ânsia de vômito me impediram de prestar atenção em qualquer outra coisa que fosse.

  - Ele é só um cara que eu conheci por acaso no dia em que fui demitida, ele quase me atropelou e depois me pagou um café pra compensar, foi isso - contei a verdade​, ou ao menos uma parte dela.

  - Você foi atropelada, Elisa? - isso foi tudo o que ela ouviu?

  - Não! O carro dele nem encostou em mim, mas aí ele quis me pagar o café e eu aceitei, não aconteceu nada, a Helena que é louca.

  - Então ele é o seu namorado?

  - Tia Cassy, a senhora está ouvindo o que eu estou falando? - perguntei exasperada enquanto meus amigos seguravam o riso. - Ele não é nem meu amigo, quem dirá meu namorado.

  - Tem certeza? A Helena perguntou se você não ia trazer ele.

  - Já disse, ela é louca.

  - Hei! Também não é assim - a morena se defendeu - Eu só quero conhecer ele.

  - Então ele vem? - tia Cassy perguntou e eu gemi, entre enjôos, tempestades​ e perguntas inconvenientes, ia ser uma longa, longa tarde.


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Notas finais do capítulo

Quero comentários e opiniões...
Beijocas e até!! :3



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