Contrato de Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 10
Crises e... Agora são dois bebês?


Notas iniciais do capítulo

Heeeey amores!!!
Como vão?
Então, cá está um capítulo novinho, com vários, "O que está acontecendo?" Kkkkkkk
Por que como eu disse, confusão pouca pra Elisa é bobagem u.u
Espero que gostem e BOA LEITURA!!! :D



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Depois que a doutora limpou o gel da minha barriga eu fui me trocar no banheiro outra vez e quando voltei vi Anthony sentado em frente a sua mesa ainda parecendo estar assimilando a situação. Me juntei a eles e como eu estava com fome, cansada e com duas pessoinhas dentro de mim (eu ainda não conseguia acreditar nisso!) que pareciam não querer dividir o seu espaço com comida, eu não estava com paciência para silêncio mórbido​.

  - Como isso é possível? - perguntei e a doutora me olhou sem entender. - Quer dizer, a gente veio aqui mês passado e até você viu que era só um bebê, como agora são dois?

  Marina suspirou.

  - É muito comum no início da gravidez não dar para ver que se trata de uma gravidez gemelar, principalmente antes das sete semanas, e você agora que fez oito, não é? - ela perguntou e eu assenti. - Isso explica muita coisa, inclusive seus enjôos tão intensos, por que no fim não eram só um, mas dois bebês. De qualquer forma essa situação toda é surpreendente, meus parabéns pelos bebês e continue a se cuidar Elisa, o número de bebês dobrou, mas os cuidados são os mesmos.

  - Como você diz uma coisa dessas assim do nada como se fosse normal? - Anthony perguntou passando a mão pelos cabelos parecendo nervoso, na verdade, surtando o descreveria melhor nesse momento.

  - O que mais quer que eu diga Anthony? - Marina perguntou irônica. - Foi você quem se meteu nessa confusão, eu estou apenas apontando fatos. E o fato aqui é que, goste ou não, você tem dois bebês.

  O moreno ao meu lado suspirou e eu me senti meio mal por ele, isso era uma surpresa e tanto. Eu estava prestes a tentar diminuir o clima estranho que tinha se instalado quando Shake It Off começou a tocar e eu nem ao menos precisava ver o nome do visor do celular pra saber quem ligava. Helena tinha colocado esse toque para o seu contato e me proibiu de tirar. Isso mesmo, o celular era meu e eu nem tinha direito sobre nada.

  - O que foi, Lena? Eu ocupada - disse assim que atendi. Eu tinha pedido licença e ido até os fundos do consultório​ perto da maca pra atender enquanto Anthony e Marina ainda se encaravam no meio do climão. Mas convenhamos que a culpa do climão era dele, afinal, foi ele quem começou com essa história de ter um filho.

  - EU ESTOU NO MEIO DE UMA CRISE! – Lena berrou e eu quase fiquei surda tentando afastar o celular o mais rápido que consegui da orelha, os morenos a minha frente me olharam curiosos e eu corei. Até quando não tinha culpa de nada eu passava vergonha, valeu mesmo universo.

  - Helena, por favor, respira e depois fala, o que aconteceu?

  - O buffet - ela respondeu do outro lado da linha e eu quase conseguia sentir seu ódio pelo telefone. - Eles acabaram de ligar e disseram que aconteceu alguma confusão com os pedidos. Confusão eles disseram... Confusão! Aqueles filhos da mãe simplesmente me ligaram hoje! Hoje Lisa! Pra falar que "Ha... Nós sentimos muito o inconveniente, mas acreditamos que tenha ocorrido um engano com o seu pedido e ele não poderá ser entregue na dada, desculpe o transtorno e não se preocupe, você será reembolsada". Reembolsada o caralho! Você está entendendo, Lisa? - ela perguntou exasperada e eu suspirei, estava começando. - Esses filhos da mãe me ligaram duas semanas antes do meu casamento pra me dizer que eu não tenho mais um buffet! DUAS SEMANAS, LISA! - ela berrou outra vez e Marina e Anthony me olharam curiosos outra vez, sorri sem graça voltando a colocar o celular na orelha. - É bom você vir pra cá logo, ou eu vou acabar matando alguém.

  - Certo - concordei respirando fundo. Lá se vai o meu sábado livre. - Onde você está?

  - Em casa, ligando para o buffet para xingá-los, não demore - avisou e desligou logo em seguida. 

  Eu acabei sorrindo enquanto me sentava outra vez onde estava. Helena normalmente era um amor de pessoa, a louca histérica da nossa relação sempre fui eu, então para deixá-la brava era preciso muito, muito mesmo, e quando ela fica assim é melhor sair de perto, por que às vezes ela consegue ficar pior que eu.

  - Aconteceu alguma coisa? - a Dra. Stuart perguntou divertida e eu revirei os olhos, era óbvio que tinha acontecido alguma coisa.

  - Minha amiga vai casar em duas semanas e o buffet acabou de furar com ela. Vocês ainda vão precisar de mim ou eu posso ir ajudá-la? - quis saber e Anthony me olhou parecendo meio surpreso.

  - Já terminamos aqui Elisa, pode ir e não se esqueça de se alimentar bem, tomar as vitaminas e não se exceder em nenhuma atividade.

  - Sim senhora - respondi divertida e ela revirou os olhos. - Tchau doutora, Anthony, até mais.

  Anthony ainda me encarava quando sai da sala.

  Tudo bem que ele também estava no meio de uma crise, e que talvez eu também devesse estar, por que afinal agora são dois bebês, mas a verdade é que essa crise no fim não tinha nada a ver comigo, por que no fim eram os bebês de Anthony, não meus, mas é claro que ainda tinha o fato deles estarem dentro de mim.

  Parei de queimar meus neurônios pensando nisso assim que cheguei ao meu prédio, eu tinha que lidar com uma crise de cada vez se não ia pirar, e a prioridade agora era Helena que já devia estar pirando o suficiente sozinha.

  - EU VOU PROCESSAR VOCÊS SEUS IDIOTAS! - eu a ouvi berrar do corredor. - É SÓ ESPERAR!

  - Lena, pelo amor de para de xingar os outros pelo telefone e abre a porta - pedi assim que me aproximei.

  A morena não demorou nem um minuto para abrir a porta do seu apartamento e me arrastar pra dentro.

  - Quantas mensagens dessas você deixou? - perguntei cautelosa apontando para o celular, não faz bem pra saúde mexer com uma noiva possessa de raiva.

  - Três - murmurou suspirando. - Talvez quatro. Quer saber? Isso não importa, o que realmente importa é que eu vou me casar em duas semanas e não tenho mais um buffet. Você tem noção do que é isso, Lisa? Tinha mais de seis meses que eu tinha contratado aqueles filhos da mãe e agora o meu casamento não vai mais ter comida! Comida!

  - Helena, pelo amor de Deus, calma - pedi. - Só respira. Você continuar surtando não vai te ajudar a encontrar outro buffet, por que é isso que precisamos agora, não é? Resolver o problema? Daí depois a gente arma uma vingança maligna contra eles - comentei sorrindo e Helena revirou os olhos, mas acabou sorrindo também.

  - Já disse que amo você?

  - Hoje ainda não.

  - Pois então, eu amo você Elisa, sério, você é a melhor amiga do mundo - ela disse sorrindo​ e em seguida me esmagou em um abraço de urso.

  - Eu também te amo, sua louca - respondi assim que ela me soltou. - Mas agora vamos, que temos uma confusão enorme pra resolver.

  Não era assim que eu tinha imaginado passar meu primeiro sábado de folga. Na verdade não era nem folga, Chloe e Mike tinham fechado a doceria para fazer um inventário do estoque e um levantamento sobre as vendas, basicamente ela estava fechada para balanço, e eu até tinha me oferecido para ajudar, mas eles me dispensaram logo de cara, estão assim desde que eu contei sobre a gravidez, no fim, depois de passar mais tempo no banheiro vomitando que no balcão atendendo, eu não tive escolha, mas é claro que eu tinha deixado de fora a parte das circunstâncias dessa gravidez, principalmente a parte do contrato, eles não precisavam saber, então só disse que tinha sido um caso de uma noite e que não sabia bem o que faria depois do bebê nascer. E eles pareceram acreditar, por que não tocaram mais no assunto de eu ser supostamente uma louca descuidada.

  Lá pelas sete da noite Lena e eu estávamos deitadas em seu tapete incrivelmente fofo da sala sem saber mais o que fazer, já tínhamos ligado para vários buffets, mas nenhum queria aceitar uma encomenda tão grande para uma data tão encima da hora e eu já estava começando a ficar sem ideia de como acalma-la, por​ que eu mesma já estava começando a ficar nervosa.

  - Meu casamento está arruinado - ela choramingou encarando o teto da sua sala de estar. Lena estava assim há quase uma hora, oscilando entre raiva homicida e tristeza profunda num piscar de olhos. E olha que a grávida cheia de hormônios era eu.

  - Não, não está - garanti a ela desejando do fundo do coração que isso fosse verdade, Helena e Miguel eram os meus melhores amigos e eu queria muito que tudo desse certo em seu dia mais importante. Respira e pensa, disse a mim mesma e assim o fiz, e foi ai que uma ideia me ocorreu. - Eu sou muito burra mesmo! - exclamei me sentando de uma vez no tapete e tendo uma leve tontura no processo. - Merda - murmurei fechando os olhos para logo em seguida os abrir e encarar Lena que tinha se sentado também e me encarava confusa.

  - O que foi?

  - Eu acabei de me lembrar que trabalho em uma doceria.

  - Sério? - ela perguntou irônica. - Não diga. Mas o que isso tem a ver com a minha crise?

  - Pensa Lena, o Mike trabalho no ramo alimentício, e com certeza deve conhecer alguém disposto a nos ajudar.

  - Ai meu Deus! - ela exclamou com os olhos brilhando. - Como foi que eu não pensei nisso antes?

  - Quer mesmo que eu responda?

  - Só não te bato por que você pode ter acabado de salvar o meu casamento - ela avisou me olhando feio para logo em seguida pegar meu celular e começar a procurar o contato de Mike.

  Felizmente para mim e Lena, Mike realmente conhecia alguém disposto a nos socorrer, ele tinha um amigo que era dono de um buffet e que, depois de explicarmos toda a situação ficou feliz em ajudar. Helena passou umas belas duas horas com o “amigo do Mike” no telefone falando sobre o buffet enquanto eu calmamente comia o meu biscoito água e sal, aparentemente essa era a única coisa que eu podia comer sem colocar pra fora, isso e picolé de limão, mas depois de chupar três hoje de manhã, acho que é melhor dar um tempo.

  - Eu nem acredito que deu tudo certo - Lena sorriu assim que desligou o celular. - E tudo graças a você Lisa, obrigada.

  - Só estou cumprindo a minha obrigação como madrinha e melhor amiga da noiva - disse sorrindo. - Mas fico feliz de termos conseguido.

  - E eu então - ela suspirou se jogando no sofá. - Essa vida de noiva é uma droga se você quer saber. Eu quase tive um aneurisma hoje de tanto me preocupar e o Miguel está lá trabalhando feliz e contente sem nem mesmo saber o que aconteceu.

  Eu acabei rindo de todo o drama que Helena fez.

  - Falando no noivo, cadê ele? Miguel não deveria ter chegado a um tempão? Achei que ele saísse mais cedo no sábado.

  - E sai, mas foi buscar a Cassandra e meus pais na rodoviária. Eles chegam hoje para me infernizar um pouco mais sobre o casamento.

  - Hoje? - perguntei surpresa. - E quando é que vocês pretendiam me contatar isso?

  - Agora? - ela tentou e eu estarei os olhos pra ela. - Ha, desculpa, eu sabia que você não ia curtir muito saber, principalmente por causa disso — ela apontou pra minha barriga e eu suspirei.

  Era verdade, eu amava a tia Cassy como uma segunda mãe, e na verdade, era isso mesmo que ela era, mas eu sabia que se ela sonhasse com que eu estava fazendo, ela ia surtar e talvez me matar.

  - Vendo por esse lado - murmurei. - Foi bom mesmo eu não saber de nada.

  Helena sorriu e eu revirei os olhos.

  - Mas deixando isso de lado, você já resolveu se vai ou não levar alguém com você no casamento? - Helena perguntou mudando de assunto e eu gemi abaixando a cabeça sobre a bancada da cozinha onde estava. - Nem vem com drama, eu quero nomes e uma resposta se não você vai acabar na mesa com as minhas tias. 

  Eu gemi de novo e Helena riu. Não era a primeira vez que tínhamos essa conversa e se eu não desse uma resposta, provavelmente não seria a última. Da primeira vez em que tocamos no assunto, achei que ela​ estivesse brincando comigo​ quando disse que eu ficaria com suas duas tias solteironas e uma prima esquisita se eu não levasse ninguém comigo ao casamento, mas não estava, não mesmo. Ou seja, se eu não fosse acompanhada era melhor nem ir. Mas como eu ia ir acompanhada se os únicos homens na minha vida ultimamente eram Miguel e Mike? Ok, talvez Anthony, mas ele estava fora de cogitação, assim como também estava fora de cogitação passar a festa toda com as tias de Lena.

  - Eu preciso mesmo levar alguém comigo para não sentar com suas tias? - choraminguei e Lena sorriu

  - Sim.

  - Seu monstro sem coração. Você sabe que eu não tenho ninguém pra levar comigo. Por que você está fazendo isso? 

  - Você sabe que eu não tenho escolha - ela deu de ombros. - E se você choramingasse menos e agisse mais já teria um namora há muito tempo.

  - Quem disse que eu quero um namorado? Eu quero mesmo e que esses enjôos acabem.

  - Viu Lisa? - ela perguntou irônica. - É por essas e outras que você está sozinha.

  - Não me importo - cantarolei e ela revirou os olhos.

  Lena provavelmente pretendia me dar uma resposta, mas foi nessa hora que a porta se abriu e Miguel entrou e surpreendentemente estava sozinho.

  - Cadê os meus pais e a sua mãe? - Lena perguntou antes que eu pudesse fazer o mesmo. - Você não tinha ido buscá-los?

  - Aqueles cabeças duras quiseram ficar num hotel - meu amigo suspirou tirando o paletó e a gravata.

  - Como assim hotel? Que idéia é essa? Eles têm que ficar aqui em casa - Helena​ disse indignada.

  - Tia Cassy pirou de vez? Achei que ela ia ficar comigo - comentei sem entender também.

  - Eu tentei - Miguel se defendeu - Mas o único jeito de trazer eles pra casa hoje seria os carregando nas costa e eu estava cansado de mais pra isso. Amanhã eles vêm almoçar aqui. Sintam-se a vontade para tentar persuadi-los, por que eu desisto, meu dia foi horrível.

  - O seu dia foi ruim? - Helena perguntou com aquele brilho homicida no olhar mais uma vez esquecendo completamente dos pais.

  - Se eu fosse você não tinha dito nada - comentei e Miguel olhou sem entender de Lena pra mim e depois de novo pra noiva.

  - Qual o problema? - ele perguntou todo inocente e eu fiz uma careta antes de pegar outro biscoito.

  - O problema? - Helena perguntou o encarando irritada. - O problema é que hoje eu quase morri de estresse e é tudo culpa sua!

  Eu sorri da cara de bobo do meu maninho e ele me olhou em pânico pedindo ajuda, eu me limitei a lhe soprar um beijo.

  - Boa sorte - desejei, por que ele com certeza ia precisar.


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Notas finais do capítulo

Eai? Mereço comentários?
Please, façam o meu dia feliz *-*
Beijocas e até!! :3



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