A Cidade do Sol escrita por Helen


Capítulo 95
Porão.




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— Hum? Biblioteca? Pra que você quer ir numa biblioteca? – perguntou Nazaré.

— Queria ver uns jornais...

— De quando? É pra um trabalho da escola? Deixa que eu vou lá e pego pra você.

— Ah... não... é que... eu queria ler as tirinhas. – ela sorriu amarelo.

— Ah. – decepção nos olhos da mulher – Pra que ir numa biblioteca só pra isso? Tem um montão de quadrinhos e jornais no porão.

—... Ok. Vou ver lá.

Porcelana entrou de novo em casa e foi ao porão. Desceu as escadas, na escuridão. Isso lhe trazia más memórias, de quando Amaldiçoado quase arrancou sua perna. Quando parou pra pensar, percebeu o quão violento seu irmão era, ou tinha sido. Nunca pensou que usaria uma palavra assim para descrever o meio-irmão amaldiçoado.

Só sossegou quando ligou as luzes: não havia mais ninguém ali. Só um grande tapete, um colchão velho, um prato de comida devorado por formigas e outros bichos e uma garrafa d’água. Ah sim, e os montes de jornais e quadrinhos. Todos estavam espalhados, devido às crises de fúria de Amaldiçoado, nas quais ele destruía tudo o que via pela frente. Esse era o motivo de manterem ele trancado no porão.

Porcelana pegou um dos quadrinhos, que era feito de papel ofício, e começou a ler. Sentou-se no chão frio. A história era sobre um menino que não conhecia a mãe. Começava tudo dramático, ele gritando com o pai, perguntando a ele onde estava sua mãe. Não era muito bem desenhado, mas o texto era tocante. O pai então leva o menino pra fora, onde está um belo céu estrelado, que não conhece as nuvens eternas. E ele aponta pra cima.

“Ela foi pra lá. E um dia nós vamos também.”

Porcelana achou a história bem peba*. Na contra capa, uma mensagem do autor:

“agora que eu parei pra ver, que negócio ridículo.”

Porcelana ficou curiosa em saber quem era o autor. Virou para a capa de novo, e o encontrou embaixo do título:

“Feito por.... quem lá se importa com meu nome de verdade? Todo mundo me chama de Amaldiçoado”

A garota piscou duas vezes pra ter certeza do que tinha lido.


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Notas finais do capítulo

*ruim, sem sal, medíocre.
até os próximos cinco capítulos.



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