O som do mar enchia as orelhas de Vinícius e de Jorge. Eles andavam pela areia, e observavam o céu, agora azul, apesar das várias nuvens. O botânico não parava de sorrir, cantando e arriscando alguns passos. O meio monstro somente o acompanhava. Eles foram andando até encontrarem uma caverna.

— Olá?? – gritou Jorge para a caverna. – Aqui que moram os Meio Monstros do Oeste?

— Sim! – respondeu uma voz de dentro. – O que quer?

— Eu sou Jorge, jardineiro e botânico de Castle Hill. Eu vim acompanhado de Amado, protegido do rei de lá. Viemos aqui para ver se vocês precisam de ajuda!

Um meio monstro saiu da caverna. Ele era familiar.

— Vinícius?! – Camila olhou assustada para ele. – Você aqui?!

— É... – ele desviou o olhar.

— Nunca achei que você pisaria em praia de novo!

— Me obrigaram a vir pra cá pra saber sobre a vila...

— Deu sorte, ein? “Protegido do rei de Castle Hill”. Amaldiçoado te deu uma sorte e tanta.

— Talvez.

— Entrem, vocês dois. Estamos fazendo uma reunião.

E os dois entraram.

Naquela simples reunião, Jorge e Amado descobriram sobre os projetos de expansão da vila, e sobre todos os que já estavam se abrigando lá. A ideia tinha salvado a sanidade de muitos. Quando voltaram e contaram sobre isso ao rei, Bernardo comemorou e decretou que construíssem uma vila perto de sua cidade junta, que doou para o projeto. Essa foi somente uma de muitas outras vilas que uniram os meios monstros espalhados pelo continente, e por causa delas, muitos conseguiram confessar suas dores e achar apoio para retornar à sua completa humanidade. Inclusive a própria Camila, Vinícius, e seus companheiros de viagem.