A Cidade do Sol escrita por Helen


Capítulo 151
Resposta.




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Tudo estava tão escuro, que era quase possível tocar a escuridão. O meio monstro sentia a solidão e o frio tão característicos do seu porão. A porta de cima se abriu, e ele viu uma silhueta que lhe era muitíssimo familiar.

— Por que você não liga as luzes? — perguntou a menina.

— Eu não consigo me ver no escuro. — respondeu.

— Isso não é motivo de você justamente ligar a luz? – ela começou a descer a escada.

— Você não entende...

— Sempre quem diz isso nunca tenta se explicar aos outros! – ele lembrava dessa frase. Não quis repetir o que tinha dito a ela.

—... Está disposta a me ouvir?

— Claro que sim. Você é o meu irmão por parte de padrasto. É por isso que não te abandonaram lá fora, além dos muros. Você é especial pra todos nós...

A moça encontrou o interruptor, e ligou as luzes da sala. De repente, tudo ficou visível. E lá estava ele. O jovem alto, de ombros largos, cujos cabelos eram negros e curtos e o rosto era decorado com algumas espinhas, graças ao fato de ser jovem. Ele vestia uma bermuda desbotada e velha e usava luvas pretas, presentes de tempos atrás.

Porcelana se aproximou do irmão, e ele se levantou. Ao olhar para a meia-irmã, não conseguiu conter-se e chorou. Chorou alto, como nunca tinha se dado ao luxo de fazer. Ela também começou a chorar. Ambas as dores ecoaram pelo porão, antes solitárias, mas agora consoladas uma pela outra. Amaldiçoado abraçou Porcelana com força, enquanto tremia e suas lágrimas molhavam o cabelo escuro dela. O abraço foi correspondido com a mesma intensidade, e os olhos azuis quase perdiam sua cor diante de tantas lágrimas.

— Por que não disse nada, antes? – sussurrou Porcelana.

— Eu não achava que você queria me ouvir. – respondeu Amaldiçoado. – Eu sempre achei que ninguém quisesse me ouvir.

— Não ache mais isso. Eu estou aqui. Mesmo que não aparente. Mas eu estou aqui. E peço desculpas por não ter dito isso antes...

— Eu te amo, Porcelana.

— Eu também te amo, Amaldiçoado. Ou seja lá qual nome você tem agora...

Os dois riram. E o meio monstro fechou os olhos.


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