A Cidade do Sol escrita por Helen


Capítulo 125
Vereda.




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A velha guiou Bendito e Frank por uma vereda no meio do matagal que ficava em volta da pequena cidade. Os dois estavam curiosos. Suas cabeças não paravam de perguntar: “O que ela sabia sobre aquelas árvores-máquina? Por que os estava guiando para lá? Por que ela mesma não foi para seja-lá-onde-for?”, mas ficaram quietos, esperando ver a árvore que ela os mostraria. Querido se preparava caso a velha tentasse alguma coisa – apesar de que, pensava ele, não temos nada de valor pra ser roubado.

Eles encontraram o mesmo riacho de antes. Nas suas margens, homens e mulheres dormiam debaixo da sombra das árvores, protegidos parcialmente da leve chuva que caía. Alguns moinhos de água giravam loucamente com a velocidade da água do riacho, produzindo energia para ser armazenada em algumas caixas, que Bendito deduziu serem baterias. Era a primeira vez que ele via a natureza sendo usada para fazer energia de forma tão improvável.

Depois de alguns metros, eles chegaram numa clareira com grama alta. Alguns minúsculos mosquitos saíram de dentro do verde enquanto eles passavam, incomodando um pouco seus ouvidos com seu zumbido. A velha parou em frente a uma árvore frondosa, que ficava no centro da clareira. Suas raízes, diferente das outras plantas, estavam todas espalhadas por cima do chão, na superfície da terra. Aquilo era raro de se ver. Nenhuma planta tão grandiosa sobreviveria com tão poucos nutrientes – já que todos tinham sido arrastados para o fundo do solo.

Bendito percebeu, depois de um tempinho, que o lugar era mais iluminado do que o normal. Pensou que a luz viesse da planta, que nem nas pinturas: uma aura iluminada por uma luz mística, como se fosse algo sobrenatural e...

— Essa é a Árvore de Espelhos. Até onde eu sei, é a última árvore com esse desenho de sol que vocês vão encontrar. – explicou a velha.

— Por que ela tem esse nome? – perguntou Bendito.

— Se eu tentar explicar, vocês não vão entender...

— Como sabe que é a última? – questionou Querido, desconfiado desde o início.

— Eu fiz um mapa com todas essas árvores. Sei para onde cada árvore leva, sei todos os caminhos possíveis. E todos eles levam até aqui. Como se aqui fosse uma Rhôma da vida.

— Um mapa? Pra que?

— O que essas árvores têm de tão importante?! – perguntou Bendito. – Que mistério é esse por trás delas?

A velha não deu uma resposta. Bendito a sacudiu.

— Ei! Ouviu o que eu disse?!

— Moleque, eu não sei! Eu não lembro! – ela quase que rugiu a frase. – Pare de me amolar e vá ver por si mesmo! Eu só sei que tenho um mapa, conheço essas árvores todas, mas não sei porquê. Não sei por que elas existem ou se tem um propósito, nem mesmo se eu estou inserida nele.

— Isso não faz nenhum sentido! Como você pôde esquecer de algo tão importante?!

— Não é culpa minha!

Bendito calou-se. Lembrou de Porcelana, por algum motivo. E ficou pensativo.

— Boa sorte. – a velha foi embora com seu guarda-chuva.

E os dois meio monstros assistiram a mulher indo embora.


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Notas finais do capítulo

É o início do fim.



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