Vai ser assim pra sempre? - Dramione escrita por Anna Carolina R


Capítulo 6
3° ano Pós-Hogwarts (3)


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente!!
Tudo bacana?
Genteeeee, desculpa mesmo a demora para postar esse capítulo! Eu estava em ano de vestibular e com a proximidade das minhas provas eu não conseguia ter tempo de vir postar!
Maaaas acabou de sair mais um capítulo e prometo postar os próximos mais rápido!
Aproveitem a leitura!

Beijos repletos de Magia *-*



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POV HERMIONE GRANGER:

Era dia 24 de dezembro, uma manhã fria e com neve, como de costume em Londres. Eu estava sentada em minha cama sem querer me mexer, enquanto qualquer coisa passava na TV. A preguiça tomava meu corpo de tal maneira que nem olhar para ver as horas eu queria. Eu sabia que era de manhã porque tinha combinado de almoçar com meus pais, como todo dia 24 de dezembro.

Era sempre assim, eu almoçava com eles, a noite eu passava a ceia com os Weasley e então dia 25 eu almoçava novamente com meus pais. Desde que acabou a Guerra essa rotina se instaurou na minha vida e não era ruim, os Weasley’s eram a minha segunda família e eu seria eternamente grata por eles terem me acolhido todos esses anos. Molly era uma pessoa incrível e eu não tinha nada a reclamar sobre eles.

Me mexi colocando meus pés para fora da cama e constatando no meu relógio em cima do criado mudo que já se passava das dez da manhã. Olhei ao redor vendo a bagunça em que meu quarto estava. Lembrava-me de ter chegado tarde na noite anterior e simplesmente tacar tudo na poltrona, tomar um banho e me enfiar debaixo das cobertas.

Eu estava morta, Luna havia me convencido a ir a um karaokê. O que não sei o porquê de ter aceitado. Tudo em mim doía. Além de cantar, dançamos a noite inteira. Eu, ela, Gina, Angelina, Fleur e Ana Abbott (que incrivelmente ainda saía eventualmente conosco, por termos nos aproximado no último ano devido a monitoria).

Tudo o que havia na poltrona eram meu sobretudo usado na noite anterior, os presentes de Natal da Gina, Luna, Blásio, Molly, Harry e claro, Draco. Fui até eles e murmurando um feitiço fiz com que eles fossem flutuando até o escritório que eu tinha em casa. Depois eu os mandaria.

Decidi tomar banho, afinal teria que ir para casa de meus pais. Ah, como eu sentia falta de morar com eles. Ter o café da manhã pronto e com companhia para a refeição mais importante do dia. Meu quartinho de frente para o deles e a sala sempre com alguém presente. Meu apartamento não era ruim. Era muito bom por sinal, tinha um escritório, minha suíte, uma sala de estar e outra de jantar (que eu tirei uma parede para deixar uma coisa só), uma cozinha, lavanderia, lavabo e uma varanda em que eu sentava aos domingos de sol para ler um pouco.

Estava passando pela porta do banheiro quando escutei um barulho vindo da janela. Olhei e rapidamente me aproximei. Inconscientemente eu já sabia o que era e já esperava por. A coruja adentrou o meu quarto e parou em cima do encosto da poltrona. Ela carregava um pacote não muito grande e uma rosa branca no bico.

Peguei a rosa e levei-a até meu nariz. Todo ano era assim, e todo ano eu cheirava a rosa esperando sentir um pouco do perfume que eu tanto amava, o cheiro do loiro que eu encontrava todas as quartas e sábados. Andei rapidamente até meu criado-mudo onde um copo com um pouquinho de água já a esperava ali. Depositei-a no frasco e voltei até a coruja. Acariciei sua cabeça e peguei o embrulho, ela levantou voo, mas voltou para o mesmo lugar. Olhei o pacote e deduzi que havia uma carta ali. Eu estava certa. Abri.

 

“Feliz Natal, ma petit!

Não estou atrasado, né?! Não queria que ela chegasse quando você já tivesse saído para ir ao seus pais.

Espero que goste do meu presente e cuide bem da rosa, sei que gosta dela tanto quanto eu.

Apesar de saber que não aceitará, saiba que o convite para que apareça na festa aqui em casa hoje ainda está de pé.

Fique bem...

D.M.

PS: Espero que tenha comprado algo para mim haha “

Eu revirei os olhos lendo a carta. Fui até o escritório rapidamente pegando pergaminho e tinteiro para responder.

“Malfoy, quantas vezes tenho de repetir para que não me chame de ma petit?

Feliz Natal, loiro!

Não, não está atrasado, estava indo tomar banho ainda. Daqui a pouco irei para os meus pais.

Tenho certeza que amarei, independente do que for. Você sabe que eu amo tudo o que você me dá, você tem muito bom gosto e me conhece como ninguém.

Tenha certeza que eu cuidarei muitíssimo bem da rosa, ela me lembra você.

Tem razão, não aceitarei o convite, porque não tem cabimento. Como chegarei na sua casa para uma festa, sem nem receber convite da sua mãe e sendo sua amiga colorida, não. Mas obrigada pelo convite.

Fique bem também...

H.G.

PS: Não comprei nada, seu mimado. “

Dei para a coruja que finalmente saiu voando pela minha janela. Entrei para tomar banho. Queria terminar antes que eu obtivesse uma resposta, que eu sabia que viria. Me ensaboei e lavei meus cabelos. Enxaguei tudo e peguei minha toalha. Saí do vapor muito quente para o meu quarto. Coloquei um roupão e sentei na cama novamente observando a TV, que continuava passando o mesmo de antes.

Com um aceno de varinha meu guarda-roupa começou a flutuar, com todas as roupas passando uma a uma na minha frente. Acabei escolhendo duas para que eu usasse e com outro aceno todas as roupas voltaram para seu devido lugar.

Outra batida.

 

“Ma petit!

Não precisa perder seu tempo falando, eu não pararei de te chamar assim, eu gosto e sei que você também, só não quer admitir.

E prefiro quando você me chama de ‘meu loiro’, maaaaas...

Que bom que não cheguei atrasado, mande um beijo para seus pais (apesar de saber que não mandará).

Abra logo o presente, Granger, quero saber o que achou! Sei que lembra a mim, tem meu cheiro. E sei que te conheço como ninguém, anos dividindo a cama com ti, dá nisso.

Você é muito chata, já te falei isso? É só uma festa, Hermione, só isso, nada demais.

Como não comprou nada? Sou a pessoa mais importante que existe! E não sou mimado!

D.M.

PS: Você podia me convidar para esse banho, né?! “

Me levantei e fui até o pacote que eu havia deixado ali mesmo. Abri. Tinha um vestido rodado florido, que eu presumi ser quase nos joelhos, um pouco acima disso e tinha um outro, verde musgo, também rodado, só que com um decote um pouco mais aparente e bem mais justo na cintura que o anterior.

Malfoy sempre me dava roupa, e eu não tinha o que reclamar, porque eram sempre muito bonitas e eu sempre as usava. Ele tinha muito bom gosto, e sempre que podia me dava peças verdes, só pra me irritar.

“Não, eu não gosto! Você fica se exibindo!

Eu amei as roupas, sério! São lindas! Eu falo que tu sabes o que me dar sempre.

Eu poderia mandar um beijo para meus pais, mas eles nem te conhecem, então ficaria meio estranho.

E eu só te chamo de meu loiro quando o meu humor está radiante, o que não é sempre.

E sim, já me disse que sou chata, mas só estou sendo realista.

E você não é a pessoa mais importante para mim, então não me enche.

H.G. “

Fui até o escritório e voltei com o presente dele nas mãos. Era um livro que ele queria sobre quadribol e duas gravatas com as cores da Grifinória. Desde que começamos a nos encontrar mesmo, criamos esse hábito de dar coisas para o outro com as cores da nossa casa. Atualmente tenho muitas coisas verdes e ele muitas vermelhas no armário.

Entreguei as duas coisas para a coruja e fiz um carinho em sua cabeça antes dela levantar voo

***

Voltei para casa com a barriga estourando de tanto que comi. Meus pais tinham feito um verdadeiro banquete. Eles adoravam cozinhar juntos, sempre se dividiam na cozinha, e se você visse os dois cozinhando veria a paixão de um pelo outro, eles eram um casal totalmente apaixonado. Eu queria ter alguém assim um dia, como meus pais.

Além de nós três meus tios e minha prima tinham se juntado a nós no almoço. Tinha sido maravilhoso. Todos conversando e falando alto em volta da mesa, e comendo e comendo e comendo.

Joguei minha bolsa no sofá e desabei na poltrona da minha varanda. Estava muito frio lá fora, mas eu sempre colocava um feitiço de aquecimento na minha casa para que eu pudesse usar a varanda inclusive no inverno. Eu só não colocava um feitiço anti-chuva porque eu morava em um bairro trouxa e não queria que os vizinhos estranhassem chover em todas as varandas menos na minha.

Acabei cochilando ali mesmo e quando vi já eram quase 7:00PM. Corri para tomar um banho e me preparar para a festa dos Weasley’s. Não lavei o cabelo, pois já tinha o feito de manhã, antes de sair de casa. Apenas ensaboei meu corpo e enxaguei.

Quando saí passei creme hidrante por todo ele e me preparei para me arrumar. Com meu roupão quentinho branco e chinelos da mesma cor no pé sentei na cadeira da minha penteadeira e comecei a me maquiar. Nada muito excessivo, só preparei a pele com base, corretivo e pó, depois passei uma sombra branca bem clarinha só pra iluminar e rímel. Era isso. Terminei com um blush rosado e um batom quase nude.

Decidi prender meu cabelo em uma trança de raiz, já que ele tava meio armado, por eu não tê-lo secado mais cedo. Me olhei no espelho ao terminar e gostei do resultado. Coloquei meu brinco que o Draco havia me dado no ano anterior e um colar que combinava com os brincos (que ele havia me dado no meu aniversário, para completar o conjunto, segundo ele). Terminei com a pulseira que ele também havia me dado no Natal anterior (que eu quase não tirava).

Coloquei minha lingerie vermelha rendada que eu amava e fui buscar meu vestido que eu já tinha separado. Ele era vermelho combinando com minha calcinha. O vestido ia até a metade da coxa, justo, vermelho e inteiro rendado. Por baixo da renda tinha uma camada de seda, um pouco mais curta de modo a ficar uma faixa de renda na minha coxa. O decote não era muito aparente, as mangas eram inteiras rendadas e iam até o cotovelo, e as costas eram nuas (impedindo o uso de sutiã).

Olhei o relógio e já passava das 8:00PM, fui até o escritório e mandei os presentes para suas respectivas árvores de Natal. Com certeza todos já estariam n’A Toca, com exceção de Luna e Blás, que passariam a noite na festa de Draco e o dia seguinte iriam com o pai da menina na casa dos Weasley’s almoçar.

Meu celular apitou. Eu quase não o usava, apenas para falar com meus pais e com minha prima. A mensagem não era de nenhuma dessas pessoas.

Draco Malfoy: Oi, ma petit. Sei que quase não nos falamos por aqui, é que fiquei com medo de mandar uma coruja e você já estar na casa do Cabeça de Fósforo. Tem certeza que não quer vir aqui? E eu amei o presente, eu queria muito esse livro e as gravatas são lindas, usarei uma hoje em sua homenagem. D.M.

Sim, Draco tinha um celular. Digitei rapidamente indo me sentar na cama.

Hermione Granger: Estou quase saindo de casa, terminando de me arrumar. Ai, loiro, preciso ir nos Weasley’s, mas qualquer coisa podemos nos falar por aqui mesmo. Que bom que gostou, passei um bom tempo tentando decidir quais gravatas eu levaria hahaha, ficarei feliz se usar. H.G.

Apertei enviar e deixei o celular na cama enquanto ia buscar meu sapato no armário. Era de salto preto e básico. Peguei meu sobretudo preto e levei-os até a sala. Voltei para pegar minha bolsa. Ela era preta também, pequena, discreta e com uma alça para colocar no ombro ou transladar o corpo. Coloquei o que eu precisava dentro, peguei um cachecol vermelho e fui para a sala. Terminei de colocar as roupas e saí.

Draco Malfoy: Você que sabe, morena. A festa aqui rola até tarde, se tiver muito chato aí ainda dará tempo de você aparecer. Não precisava perder tempo com coisas pra mim, sempre te falo isso. D.M.

Revirei os olhos e digitei, saindo do prédio.

Hermione Granger: Tá, pensarei no teu caso. Você sempre perde tempo escolhendo coisas pra mim, então também te darei presentes. Não me faça revirar os olhos. H.G.

O vento estava congelante e conseguia penetrar até meus ossos. Andei rapidamente até um beco que tinha ali perto e aparatei. Cheguei na frente d’A Toca e toquei a campainha. Gina veio atender a porta e me receber com um abraço sufocante.

Entramos e ela não parava de tagarelar. Vi que já tinha bastante gente ali. Tirei meu sobretudo, meu cachecol e minha bolsa e pendurei no mancebo ao lado da entrada. Assim que virei que reparei na minha amiga. Estava com um vestido creme com renda preta por cima, justo marcando todas as suas curvas, ia até o meio das coxas dela. Seus cabelos ruivos caiam nas costas até a cintura parecendo uma cascata de fogo. Sua maquiagem ressaltava seus olhos, ela estava magnífica.

Fui cumprimentando um a um. Fleur que estava linda, Gui, Carlinhos, Percy, Audrey (esposa de Percy), Angelina, Jorge, Sr. Weasley, Molly e Harry. O único que ainda não havia chegado era Ronald. Depois que terminamos parei de falar constantemente com ele, eu sabia que tinha estragado a amizade do trio de ouro quando aceitei namorar com ele, mas ao mesmo tempo eu sabia que eu havia mudado muito desde a época da Guerra e que por mais que não tivesse havido namoro, as coisas acabariam mudando entre o trio.

As pessoas mudaram com a Guerra. Gina se tornou uma mulher independente e correu atrás de sua vida, sua carreira, deixou de ser aquela menininha que eu considerava irmã. Ela ainda era uma irmã para mim, só que crescida, resolvida.

Harry decidiu seguir o caminho e se tornar auror, aproveitou todos os ensinamentos da Guerra para se tornar o melhor auror que o Ministério já havia visto. Ele finalmente se resolveu com a ruiva e passaram a lidar mais maduros com o relacionamento.

Já Ronald, por mais que ele continue sendo o gentil Rony, a fama subiu um pouco a sua cabeça. Com os amigos e família ele era praticamente o mesmo, mas no ministério ele assumia uma postura arrogante que eu não gostava. Com isso, acabei me aproximando de Draco no trabalho. Ao invés de almoçar com os meninos, normalmente costumo sair com Draco e os colegas do nosso departamento. No início, tanto Harry, como Ronald ficaram meio intrigados com isso, mas depois perceberam que eu almoçava com quase todos do departamento, sempre íamos em grupo, então entenderam que eu só estava me enturmando no Ministério.

Eles passaram a ter outras amizades também e paramos de nos falar 24 horas por dia como antes. Eu ainda sentia um carinho imenso por eles, e isso nunca mudará, mas paramos de ter apenas a nossa amizade. Com Harry eu ainda falava mais, ele fazia questão de passar no meu escritório, toda segunda as 15:30, para tomarmos um café ou um chá e conversarmos, desabafar e tudo mais. Ele me mandava cartas também, já Rony só mandava se eu mandasse primeiro.

Começamos a conversar e beber e perdi a noção do tempo. Ronald chegou, a conversa continuou, bebemos, comemos, dançamos e quando fui ver já eram 11:00PM. A conversa foi indo, mas eu fiquei absorta em meus pensamentos. Quando voltei à realidade já não sabia mais o assunto, então simplesmente fui até a janela ver a neve cair.

A noite estava boa, não falaria que não, porque estava. Mas era como se não fosse isso que eu queria. Era como se me faltasse algo, apesar de eu olhar ao meu redor e ter tudo o que a Hermione criança, de 13 anos, iria querer.

Vi Harry se aproximar com duas taças de vinho e parar ao meu lado oferecendo-me uma.

— O que foi, Mione? – Eu peguei-a bebericando o conteúdo.

— Nada Harry, só estou vendo a neve. Pensando, sabe? – Harry me avaliou estreitando os olhos e se aproximou.

— Gina e Rony podem cair nessa sua conversa de que tem estado cansada devido ao Ministério, e que por mais que seja verdade que não ame o Rony como seu parceiro, você tenha ficado meio mal com o término e tal, mas eu e você sabemos que isso não é verdade. – Seu tom de voz era baixo e deixava claro que não queria chamar a atenção.

— Da onde tirou isso, Harry? – Um arrepio me percorreu a espinha e percebi que não haveria escapatória com ele, ele sabia do que tava falando.

— Vai me dizer que não faz nada às quartas e aos sábados? Hermione, eu sei que você está escondendo algo.

— Harry, por favor... – Eu quase suplicava, era meu maior segredo, ninguém poderia saber. Olhei ao redor discretamente conferindo se alguém havia ouvido algo da nossa conversa. Todos estavam entretidos em outra coisa.

— Não vou falar pra ninguém, Mi. Eu só quero que você seja feliz. Não importa como...

— Não posso, Harry. O que a sociedade vai falar de mim? E a reputação que eu criei todos esses anos?

— A Guerra acabou, Mi. Não tem pelo que se preocupar. A sociedade bruxa não tem mais pelo que te julgar. Pra falar a verdade eles nunca tiveram motivos. Não é agora que vão ter. – Ele me olhou nos olhos. – Hermione, você sempre foi uma grifana legítima, essa não é a hora de desencorajar. Você foi sempre a primeira a não ligar para o que diziam da gente, por que agora liga?

Eu, sem resposta, apenas o olhei e abaixei meus olhos. Não sabia o que fazer, estava envergonhada pelo que estava passando, não queria que ele descobrisse assim, já bastava o modo como Luna tinha descoberto. Eu me sentia uma traidora por não ter contado a meus amigos.

— Você gosta dele, né?! Por que tá com tanto medo? – Eu o olhei. – Sabe que vou te apoiar sempre.

— Você não sabe quem é. Não iria gostar.

— Se ele te faz feliz, eu vou gostar sim.

— Sei lá, Harry.

— Quem é, Mione? – Eu me virei para a janela e me concentrei nos flocos que caíam lá fora. – Mi, eu sou seu melhor amigo, sou seu irmão, você pode confiar em mim.

— Eu sei que posso, Harry. – Eu me virei de frente pra ele. – O problema não é esse. Há um motivo para ninguém saber. Esse motivo não é bom.

— Você quer conversar com alguém? – Eu olhei para todos na sala, todos chiques, elegantes, conversavam como se nada mais importasse, gargalhavam de banalidades quaisquer.

— Pode ser em outro lugar? – Ele assentiu e apontou para a cozinha com a cabeça. – Vou pegar meu celular, já vou pra lá. – Ele assentiu novamente e foi andando em direção ao cômodo. Andei até o mancebo onde havia deixado minha bolsa e peguei o eletrônico. Andei em direção a cozinha e me apoiei na bancada ao lado de Harry.

Apoiei minha taça na madeira e comecei a mexer no celular, procurando algo. Quando achei, estendi para que Harry lesse.

Draco Malfoy: Oi, ma petit! Tudo bom? Tô te mandando mensagem por aqui e não nossas costumeiras cartas porque tô almoçando com a Dona Narcisa naquele restaurante trouxa que você me trouxe aquela vez. Ela tá amando. Tudo certo amanhã, né?! Queria saber quando você vai parar de me enrolar, já te falei, você pinta e borda comigo há um bom tempo. Até amanhã! D.M.

Assim que ele pegou o objeto da minha mão, me virei de frente para o balcão pegando meu copo e virando todo o conteúdo de uma só vez. Harry virou o rosto para me olhar e eu fiz uma careta.

— É ele, Mione?

— Olha, Harry, quer sinceramente saber? – Ele se virou pra mim, me entregando o celular, e acenou que sim com a cabeça. – Eu perdi minha virgindade com ele, no final do quarto ano, e desde então, todas as quartas e sábados a gente se vê. Faça as contas e saberá o tempo que enrolo ele.

— Você enrola ele?

— Quando a gente voltou pro sétimo ano ele me falou que queria ficar comigo mesmo, mas venho tardando isso desde lá.

— Por quê? E por que você não contou pra gente?

— O acordo inicial era: Amizade colorida, sem se apegar e só poderíamos contar para uma pessoa cada um. Ele contou para o Blásio. Agora você sabe porque eu e o Blás sempre tínhamos piada interna e nos demos muito bem desde sempre. E eu contei para minha vó, até o Natal do ano passado, em que a Luna descobriu, ela nos viu juntos e tivemos que contar.

— Tá, entendo porque não nos contou, só não entendo porque você enrola ele.

— Porque o acordo é não se apegar. E pelo amor de Merlin, não conte à Gina, sério. Eu contarei a ela na hora certa.

— Ele te chama de “minha pequena” Hermione. Acha que esse acordo ainda vale? – Abaixei os olhos mexendo no celular e estiquei para ele novamente, mostrando a mensagem de mais cedo com o loiro falando da festa. – Ele te chamou pra passar o Natal com ele e você tá aqui? – O tom de Harry era baixo, com medo que alguém nos ouvisse, mas eu conseguia distinguir que ele estava incrédulo.

— Achei que não tinha cabimento eu aparecer lá. Ninguém me conhece.

— A Luna e o Blás te conhecem. – Eu o olhei nos olhos e seus olhos falavam claramente para eu ir para lá naquele momento.

— Acho que não dá mais tempo.

— Manda mensagem, Hermione.

Hermione Granger: Ainda dá tempo? Tenho que falar contigo. H.G.

A resposta veio em segundos.

Draco Malfoy: Estava esperando tua mensagem. Claro que dá, pode vir. D.M.

Harry sorriu e comemorou em silêncio como se fosse uma vitória. Eu ri baixo e o olhei.

— O que eu falo pros outros?

— Diga que sua mãe te mandou uma mensagem pedindo que fosse para lá, que tem uma surpresa pra ti.

— Você pensa rápido, hein. – Falei rindo.

— Você é minha maninha, farei de tudo pra te ajudar. – Ele disse e piscou para mim fazendo sinal de zíper na boca, como que dizendo que era segredo. Ainda bem. Fomos em direção a todos e falei o que tínhamos combinado, sobre minha mãe. Todos acreditarem e fizeram cara de triste por eu ter que ir embora. Vesti meu cachecol, sobretudo e saí pela porta aparatando logo depois.

Hermione Granger: Estou aqui na porta. H.G.

O portão abriu logo depois da mensagem e Draco apareceu me conduzindo para dentro do terreno. Chegamos à porta e um elfo veio nos receber, pegando meus pertences para pendurá-los. Assim que entreguei as coisas, me virei para Draco.

— Está linda, morena. – Ele me disse olhando-me de cima a baixo. – Seu vestido, tudo, está maravilhosa. – Se aproximou selando nossos lábios e ofereceu o braço para eu acompanhá-lo até o Salão Principal, onde estava ocorrendo a festa.

— Você também está deslumbrante, loiro. – Disse enquanto andávamos. Ele olhou para mim e riu. – Nós estamos combinando, cores da Grifinória.

— Sim, estamos, ma petit. – Ele piscou para mim. – Sorria. – Ele disse quando passamos pela porta.

O local estava cheio de bruxos e bruxas. Não estava lotado, mas havia bastante gente. Draco me conduziu para onde estavam Blás e Luna.

— Mione! Não acredito que você veio! – Ela disse jogando os braços pelo meu pescoço e dando um abraço apertado. A loira estava linda em um vestido azul rodado de seda. Seus cabelos estavam em um coque perfeitamente desarrumado e alguns fios lhe caíam o rosto. O moreno ao seu lado estava de terno com a gravata combinando com a roupa da namorada.

— Pelo visto não somos só nós que estamos combinando, Luninha. – Blás falou rindo. Luna nos olhou e riu também. Começamos uma conversa qualquer e quando vi Draco tinha sumido. Olhei ao redor e nada.

— Procurando seu namorado, Mione?

— Não enche o saco, Zabini. Não é meu namorado.

— Veremos, veremos. Ele está vindo com sua sogrinha. – Ele disse soltando uma gargalhada alta. Olhei para trás e lá vinham os dois. Draco e uma mulher loira e muito elegante. Com um vestido verde musgo até o chão que marcava a sua beleza escultural.

— Do que estavam rindo? – Draco me perguntou, tirando-me de transe.

— Do quanto o Blás não presta. – Eu disse revirando os olhos fazendo todos na roda rirem, inclusive Narcisa.

— Eu falei para Luna que não sabia o que ela tinha na cabeça ao namorar Blásio, mas ela não me deu ouvidos. – A mais velha tomou a palavra. Após todos rirem novamente, Draco tomou a palavra.

— Mãe, essa é Hermione Granger. Morena, essa é a minha mãe.

— É um prazer, Sra. Malfoy. – Falei estendendo minha mão, mas para minha surpresa ela me tomou nos braços me apertando em um longo abraço. Draco ria e piscava pra mim.

— Pode me chamar de Cissa, Hermione. É um prazer conhecer a moça que tanto ouço Draco falar. – Arregalei os olhos e todos riram novamente de mim. – Vou deixá-los aproveitarem a festa, fique à vontade, querida. – Ela piscou para mim e saiu andando em direção a um grupo de pessoas.

Ficamos ali conversando praticamente a noite inteira, e apesar de eu só conhecer quatro das muitas pessoas que estavam naquela festa, finalmente me parecia o lugar certo para estar.

***

Quando o relógio de parede bateu duas da manhã, meus amigos decidiram ir embora, deixando-me apenas com Draco. Alguns convidados já tinham ido, mas a festa ainda estava movimentada. Quando ficamos a sós, Draco se virou de frente para mim.

— O que queria falar comigo?

— Podemos ir a um lugar mais reservado? – Ele fez que sim e foi andando até uma porta. Segui-o. Quando ele abriu vi que era a biblioteca da casa. Entramos e ele fechou a porta.

— Pronto. Aconteceu alguma coisa? – Eu andei até a mesa que tinha ali e apoiei-me nela, ficando de frente para o loiro.

— O Harry sabe sobre nós.

— Por que contou a ele? – Sua expressão era indecifrável.

— Porque não consegui mais esconder dele. Ele é meu irmão, Malfoy. Ele vai à minha sala toda segunda, a gente passa quase uma hora conversando, ele presta atenção em mim, sabia que eu fazia alguma coisa às quartas e sábados. Ele veio me perguntar se tava tudo bem.

— Ele ficou tranquilo quanto a isso?

— Sim, ele que me falou para eu vir para cá. Ele praticamente me cobriu a noite toda.

— Nossa, isso sim é uma surpresa. – Ele disse se aproximando e segurando a minha cintura. – Acho que preciso agradecê-lo então. – Ele riu. – Sente-se melhor em ter contado?

— Vocês vão gostar um do outro. – Ele fez uma careta e eu ri. Coloquei minhas mãos em seu ombro e continuei. – Sim, parece que tirei um peso das minhas costas, é meu maior segredo, e eu e Harry nunca tivemos segredos entre nós.

— Ele é muito bom pra você, ma petit, tenho certeza de que entendeu o motivo para ter guardado segredo. – E então me beijou. Seu beijo, apesar de fazerem anos que eu provo, ainda me causava arrepio na espinha. Sua língua pediu passagem se enrolando na minha. Velhas conhecidas brigando entre si.

Suas mãos passavam pelas minhas costas e apertavam minha bunda vez ou outra. As minhas brincavam com o cabelo dele ou acariciavam e arranhavam sua nuca fazendo com que ele soltasse gemidos por entre os beijos.

Levei um susto e afastei-me dele quando as batidas do relógio soaram no ambiente, marcando 3:00AM. Ele riu da minha cara, fazendo com que eu virasse um tabefe em seu braço e ele fingisse uma careta de dor.

— Acho que já tá na hora de eu ir, Draco.

— Já? Por que você não passa a noite aqui?

— Porque amanhã prometi que almoçaria com meus pais, se eu ficar, sua mãe vai querer que eu fique para o almoço também.

— Ok. Tem certeza que não quer ficar mais um pouquinho? – Ele disse com uma cara de safado. Eu ri.

— Se eu ficar mais, nós dois sabemos bem onde isso vai acabar e provavelmente não irei embora.

— Tá bom. Vamos então. – Ele disse me oferecendo a mão para sair dali. Entrelaçamos nossos dedos e fomos até o Salão para que eu me despedisse de sua mãe.

— Cissa, eu já vou indo, tá? – A loira me olhou e fez cara de triste.

— Tem certeza? Por que não dorme aqui? – Eu ri, envergonhada.

— Tenho, amanhã prometi aos meus pais que almoçaria com eles. Senão eu ficaria mais. – A mais velha assentiu com a cabeça me abraçando.

— Aproveite o tempo com eles, você tá certa, querida. – Disse sorrindo no final. – Tome cuidado para voltar pra casa. Draco, meu filho, por que não a acompanha até em casa? Seja gentil, querido.

— Pode deixar mamãe, vou levá-la sã e salva para casa. – Ele riu e beijou o rosto da mãe. Ele pegou minha mão conduzindo-me para a porta enquanto Sra. Malfoy acenava para nós. O mesmo elfo de antes estava a nossa espera com meus pertences e um sobretudo para Draco. Ele me ajudou a vesti-los e saímos para a neve. Quando chegamos no portão ele parou ao meu lado e esperou que eu estendesse o braço para segurá-lo, afim de aparatarmos para o meu prédio. Aparecemos no beco que eu usava quando precisava aparatar.

— Venha, é por aqui. – Disse saindo na rua em direção ao meu prédio. O loiro veio atrás de mim me alcançando e segurando minha mão. – Pronto, é aqui.

— Está entregue, então. – Ele piscou e riu.

— Você não precisava ter vindo, sabe disso.

— Mas eu quis mesmo assim, ma petit. – Eu revirei os olhos por causa do apelido e ele riu.

— Então vai querer subir, né?

— Só se você quiser que eu suba, morena. – Então abri a porta com a minha digital e abri espaço para que ele passasse. Ele sorriu e me esperou para conduzir o caminho. Passamos pelo hall em direção ao elevador ainda em silêncio. Quando entramos no elevador, ele quebrou o silêncio. – Por que mora em um bairro trouxa?

— Porque minha família é trouxa, e é mais fácil eu esconder minha magia quando eles vierem do que levá-los a um bairro bruxo sem que eles notem a diferença.

— Então nada é mágico na sua casa?

— Não, tem coisas mágicas, mas também tem coisas trouxas. A única coisa que faço quando eles aparecem é fazer tudo ficar parado. – Ele assentiu com a cabeça. Peguei minha chave na porta e entrei com ele logo atrás de mim. Ele parou observando as coisas.

— É lindo, Granger. Sua cara. – Eu ri. Conduzi-o pelo meu apartamento até meu quarto. – Sabe que já tem presentes ali na árvore, né?! – Assenti. – Por que não abre logo?

— Porque não sei o que são e você tá aqui. – Me virei olhando seu rosto. Ele arqueou uma sobrancelha.

— Esconde coisas de mim? – Eu gargalhei.

— Não loiro, não escondo. – Falei me aproximando, quase colando nossos corpos. – Só não sei se Rony mandou algo. Gina disse que ele não superou bem o término.

— Esse assunto de novo não. Já basta toda a briga que tivemos.

— Eu sei, por isso que falei que vou abrir depois. – Ele estreitou os olhos. – Não vou voltar com ele, Malfoy.

— Bom mesmo, agora que sua sogrinha te conheceu, não acho que ela vai te achar inteligente se me trocar de novo pelo Cenoura.

— Ela não é minha sogra. – Ele revirou os olhos. – Não temos nada.

— Temos sim, morena, você só não quer assumir isso.

— Tá, tá. – Ele riu. – Pare de falar e vamos provar minha cama, ela nunca presenciou nós dois juntos.

— Venha. – Ele me puxou tirando meu vestido. – Vamos deitar.

— Tá cansado?

— Amanhã é quarta, meu amor, a gente pode aproveitar muito depois que você sair dos seus pais e quinta feira também, estamos de recesso. Podemos emendar nosso encontro até sábado o que seria ótimo, estamos sem trabalhar mesmo.

— Acho que tu tá cansado. – Eu ri e ele revirou os olhos.

— Podemos viajar por uns 3 dias, se quiser.

— Venha, vamos deitar então. Amanhã a gente conversa sobre isso. – Puxei ele tirando sua roupa. Suas mãos tomaram o lugar da minha e ele se despiu enquanto eu tirava a minha trança. O sonserino me abraçou por trás enquanto eu apoiava o elástico de cabelo na penteadeira e suas mãos subiram até meus seios. Apoiei minha cabeça em seu ombro e ele sorriu. – Como consegue, loiro?

— O quê?

— Não se cansar de mim, como acontece com as outras.

— Você é única, princesa. – Eu sorri e ele me conduziu para a cama. Estávamos apenas de calcinha e cueca. – Com você nunca é tedioso. – Ele me puxou selando nossos lábios enquanto nos deitava.

Virei-me de costas e me encostei em seu corpo. Ele passou a mão pela minha cintura, me abraçando ali. Coloquei minha mão por cima e ele entrelaçou com a dele. Suspirei.

— Sei que todos os nossos encontros acabam com a gente agradecendo pelo prazer que nós nos proporcionamos, mas, hoje, eu quero te agradecer pela companhia de Natal, loiro. Sei que pra você foi importante que eu conhecesse sua mãe. Nem sabia que falava de mim para ela, mas fico feliz de poder te proporcionar esse momento. – Respirei fundo. – Mas, eu ainda não posso te apresentar para meus pais. Não sem antes contar tudo o que há entre nós.

— Não tem problema, meu amor, sei que uma hora isso vai acontecer. – Sorri.

— Boa noite, meu loiro.

— Boa noite, ma petit.


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Notas finais do capítulo

E aí, galera?
O que acharam?
Bom, gostaria muito mesmo que vocês comentassem, ou me mandassem MP, porque eu quero saber o que vocês estão achando...
Obrigada, de coração e até o próximo!

Beijos repletos de Magia *-*



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