Vai ser assim pra sempre? - Dramione escrita por Anna Carolina R


Capítulo 4
2º ano Pós-Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Tudo bacana? Tudo bom contigo?
(Vocês sabem de quem é esse bordão?)
Gente, SIM, o capítulo está grande, sorry! Mas eu gostei muito dele hahah estava ansiosa para postar!
Espero que gostem!
Boa leitura!

Beijos repletos de Magia *-*



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“Granger,

Amanhã é quarta, tá, meio óbvio haha, nos encontramos no local de sempre?

D.M.”

 

“Amanhã não é só quarta, Malfoy, amanhã é quarta dia 23 de dezembro, eu precisava ir até o Beco Diagonal comprar os presentes. Não pode ser um local mais perto?

H.G.”

 

“Se você quer arriscar ser vista ao lado do ex-comensal da morte aqui...

D.M.

PS: Ainda está no Ministério? ”

 

“Nós somos vistos juntos todos os dias, Malfoy. Nós trabalhamos juntos! Seus comentários me fazem revirar os olhos.

H.G.

PS: Sim, mas eu já acabei todos os relatórios, estou apenas fazendo minha lista de presentes de Natal e já estou saindo, por quê? “

 

“Eu faço parte dessa lista? Porque de todos, eu sou a pessoa mais importante da sua vida, morena.

D.M.

PS: Porque tô pensando em passar aí na sua sala. “

 

“Você não é importante Malfoy. Até o Zabini está na minha lista e você não.

H.G.

PS: Nem ouse fazer isso. O que você quer? “

 

“Nossa, agora eu fiquei ofendido. Desde quando o Blás, aquele insuportável, se tornou mais importante que eu?

D.M.

PS: Preciso conversar com você. “

 

“Ele é namorado da Luna que é quase uma irmã pra mim, né. Praticamente meu cunhado. Fora que ele sempre me dá bons conselhos.

H.G.

PS: Então me encontra na padaria. Daqui uns 10min, pode ser? “

 

“Quero saber que conselhos são esses. Estou indo para lá então.

Até daqui a pouco.

D.M. “

POV HERMIONE GRANGER

Aparatei em um beco ao lado da padaria que servia de ponto de encontro para nós. Ela ficava num bairro trouxa chique, o mesmo em que ficava o hotel em que passávamos nossas noites. Comecei a andar rápido para me livrar logo do frio que eu tinha. A neve parara de cair, deixando a paisagem linda, mas o frio intenso congelava até meus ossos.

Eu estava com um sobretudo quentinho, calça e botas para a neve, quando comecei a andar abri a bolsa e tiquei o cachecol, sim, o cachecol da Sonserina de Draco Malfoy. Ele sempre ficava na minha bolsa, para quando eu saísse do Ministério e estivesse frio. Eu só evitava usar na presença de conhecidos. Enrolei-o em meu pescoço e puxei a porta de vidro do local.

Avaliei o lugar à procura de uma mesa para sentar e me deparei com um par de olhos cinzas me encarando, já sentado ao fundo do estabelecimento. O local era reservado e não tinha muitas pessoas ao redor. Caminhei até ele ainda olhando seus olhos. Aqueles cinzas maravilhosos.

Puxei a cadeira fazendo um arranhado no chão e me sentei. Pedi um chá para o garçom e notei a xícara de chocolate quente dele. Meneei com a mão para que ele começasse a falar.

— Quero saber quais conselhos aquele abestado anda te dando. – Ele arqueou a sobrancelha e abriu um sorriso irônico que só ele sabia fazer. Soltei um riso.

— O último que ele me deu foi “Ainda dá tempo de você sair correndo e se livrar do Draco, aproveite a oportunidade. “ Mas não acho que você vai gostar disso. – Eu também sorri irônica e pisquei para ele.

— Tô vendo que você tá seguindo bem os conselhos dele, né?!

— Ele falou pra eu dar uma chance ao Rony...

— Ele o que??? Mas esse bastardo! E você vai dar? – Ele estava visivelmente chocado.

— Me diga o que queria me falar, por favor. – Falei esboçando cansaço.

— Agora eu quero saber dessa bomba né! – Ele cruzou os braços começando a se irritar. Era tudo que eu não queria hoje, uma discussão.

— O que tem de mais?

— Você se relacionar com o cabeça de cenoura? Tem muitas coisas de mais.

— Tipo?

— Tipo você estar sozinha com ele.

— Eu sei me cuidar, Malfoy.

— Eu sei que sabe!

— E qual é o problema, então?

— Porra, Granger, e a gente?

— E a gente o que?

— Fica como?

— Concorda que sete anos depois do nosso primeiro beijo as coisas mudaram?! Uma hora isso ia acontecer.

— Então você vai parar de me ver?

— Se as coisas ficarem sérias, talvez.

— O que seriam “coisas sérias”, ir pra cama com ele?

— Malfoy, meu, você pretende ser o amante pro resto da vida? Eu não sei! Mas também sei que por mais longe ou perto que esteja, eu sempre soube que teríamos um final.

— Tá terminando comigo? – Ele começou a ficar pálido, cada vez mais pálido do que o normal.

— Não Malfoy, eu não estou. Você tá com uma cara estranha. Quer ir pra outro lugar?

Ele nem me respondeu, só levantou e quando foi andar quase caiu. Segurei seu braço e rapidamente me levantei. Apoiei-o e tirei notas de dentro da minha carteira e deixei na mesa, pagando o que tínhamos consumido. Coloquei minha bolsa em meu ombro e rapidamente o conduzi para fora dali. Teria que levá-lo para algum lugar.

O único lugar que me veio à mente foi o Caldeirão Furado. Andamos até o beco por onde eu vim e aparatei com ele. Sentei-o em uma cadeira e fui até o balcão falar com Tom para pedir um quarto.

Subi ainda segurando Malfoy que ficava cada vez mais branco e mudo. Entramos e coloquei-o sentado na cama. Ele ficou ali paralisado. Tirei meu casaco, minhas botas e o cachecol e fui até o banheiro. Lavei minhas mãos e rosto. Eu estava com uma expressão cansada, meu dia tinha sido corrido, e ainda tinha que aguentar Draco sendo ciumento.

Voltei ao quarto e Malfoy havia tirado o casaco e aberto alguns botões de sua camisa. Ele se levantou e foi até a janela, abrindo-a. Dava para o Beco Diagonal. Um vento forte entrou por ela, bagunçando todo o meu cabelo. Ele se apoiou ali.

Me aproximei ficando atrás dele, sem saber o que falar. Ele sentiu minha respiração.

— Fala, morena, o que você quer falar?

— O que você tá sentindo?

— Eu não sei, tontura, suando frio, acho que minha pressão baixou só...

— Vem. – Puxei seu braço e o levei até a cama. Fiz com que sentasse e fui até o banheiro, molhei uma toalha de rosto e voltei. Coloquei na testa dele. – Relaxa, vou cuidar de você. – Sorri e ele fechou os olhos.

Fechei a janela e voltei a sentar ao lado dele. Ele me olhou, pegou minha mão e ficou brincando com meus dedos.

— Não fica com ele, por favor.

— E vou ficar com quem? Sozinha?

— Eu não sou nada?

— É uma amizade colorida.

— Já se passaram sete anos, seis se não contar a guerra. Hermione, você pinta e borda comigo há um bom tempo, e você continua não me considerando alguém capaz de conseguir estar em um relacionamento com você. – Sua voz era triste. Sua expressão era triste.

— Porque tá tudo bem do jeito que tá.

— E quando vai deixar de estar tudo bem? Quando alguém realmente te pedir em namoro?

— Quem vai me pedir em namoro?

— O Weasley, Granger.

— Somos amigos.

— Ele baba em você, Granger. Até parece que não sabe.

— Tá exagerando.

— Morena, por Merlin, me responde. Depois que começamos tudo isso – ele apontou pra cama com a cabeça – você ficou com mais alguém? – Respirei fundo.

— Alguns amassos com o Rony, na época da guerra e só. – A cara dele era impenetrável, não sabia o que ele estava pensando.

— Então você só está ficando comigo agora?

— Uhum.

— Então você assumir que tá namorando comigo não mudaria em nada na sua vida.

— Não quero, Malfoy. Podemos só continuar a fazer sexo, por favor?

Ele não teve tempo de me responder, no segundo seguinte a minha fala uma coruja enorme parou no beiral da janela e bicou o vidro. Como se reconhecendo ela, Draco se levantou e colocou-a para dentro.

Pegou o pergaminho e falou algo baixinho para o animal. Fiquei ali parada olhando para aquele homem. Eu conhecia cada lugarzinho daquele corpo, eu sabia cada detalhe de sua personalidade, ele fazia parte da minha vida de uma forma que eu nem sabia explicar, e ao mesmo tempo que eu negava compromisso a ele, meu corpo não permitia que eu me afastasse.

Cada célula do meu corpo clamava por Draco Malfoy. Era para ele que eu desabafava sobre o trabalho, era com ele que eu havia chorado sobre meus pais, e foi ele que me aguentou animada quando acharam eles. Aquela noite havia sido inesquecível, tudo graças a Draco Malfoy.

— Tá me ouvindo?

— Hã? Desculpa, não ouvi, tava pensando numas coisas aqui.

— Minha mãe cancelou o jantar de Natal dos Malfoy. Logo eu não preciso mais comprar presentes, só para ela.

— Por que? Vai passar sozinho?

— Não, ela pediu que eu a levasse para jantar longe do mundo bruxo. Acho que ela tá precisando respirar. O que significa que não preciso voltar para casa para ajudá-la com a organização das coisas.

— E isso quer dizer...?

— Você tem planos para hoje? Podemos dormir aqui mesmo e amanhã de manhã você vai ao Beco Diagonal cedinho, e eu também, depois faríamos alguma coisa. Temos o dia de folga amanhã.

— Claro, vai ser ótimo. Você tem o que pra comprar amanhã?

— Algo para minha mãe, para uma pessoa especial aí – ele piscou para mim, estava falando de mim? Me senti corar – e para o Blásio, talvez, dependendo do meu humor amanhã. Por que?

— Se der tempo podemos ir almoçar em um lugar em Londres que eu amo. Mas você está melhor?

— A tontura passou, fica tranquila. Vou ficar aqui descansando. – Ele falou sentando na cama novamente.

— Então tá. Vou tomar um banho, qualquer coisa me chama. – Ele assentiu e eu entrei no banheiro.

POV DRACO MALFOY

Ela fechou a porta do banheiro e me vi sozinho no quarto. Conjurei pena, tinteiro e pergaminho e mandei uma carta para o Blás.

“Blás,

Seu imprestável! O que deu em você?

Fica dando conselho para a Hermione, dizendo para ela dar uma chance ao cabeça de fósforo! Porra, meu! Você sabe que eu tô tentando convencê-la a ficar comigo!

Você mesmo me fala isso! Que tínhamos que ficar juntos e blá blá blá!

Eu confiei em você, mano.

D.M.”

Logo chegou a resposta.

“Draco,

Olha, me desculpe, sério, mas ela pediu minha opinião, ela não falou nada sobre você, ela somente disse que na época da guerra (você sabe né?!) ela deu uns amassos naquele cenoura ambulante e que ele tava insistindo pra eles saírem. E eu falei ‘se você tá me contando isso, é porque cogitou sair com ele, então tenta dar uma chance’.

Mas cara, por mais que eu brinque com ela que é pra ela se livrar de você o quanto antes, toda vez que eu a vejo, eu falo: ‘vocês são o complemento um do outro, estão há sete anos juntos. Ele nunca ficou mais de um mês com alguém, se você ainda tem dúvidas do que ele sente por você, então você não é tão inteligente assim, Mione. ‘

E outra, nenhuma amiga dela sabe de vocês, fica meio difícil da gente falar sobre esse assunto. Amigo, se cuida, vai dar tudo certo no final. Tô orgulhoso de você estar seguindo meu conselho e deixando o orgulho de lado.

B.Z.”

“Obrigado, cara.

Eu não sei o que tá dando em mim, mas eu quero muito resolver isso com ela logo.

Outra coisa, não sei se minha mãe te mandou uma carta, mas nosso Natal foi cancelado. Não sei porque ainda, mas te mando carta assim que souber.

D.M.”

Ela saiu do banho e me mandou ir tomar um banho logo, que tava frio demais e que eu podia piorar. Entrei no banheiro e liguei o chuveiro. Despi-me e entrei debaixo da água quente.

Enquanto me lavava fiquei relembrando tudo até ali. O soco no terceiro ano, os insultos, e tudo. Eu não perdia a oportunidade de irritar os grifos; hoje, eu praticamente nem os via. Fazia meses que não tinha notícias da maioria dos alunos que estudaram comigo. Salvo exceções como Blásio, e a Luna, e é claro, a Hermione. Como a vida é engraçada, passei anos com aquelas pessoas e hoje nem sei como estão. Pensando nisso eu peguei a toalha para me enxugar.

Terminei meu banho e saí do banheiro levando uma bronca de Hermione por pegar friagem só de toalha. Revirei os olhos e acendi a lareira com a varinha. O ambiente começou a aquecer. Ela me jogou um pijama, que não sei como ela conseguiu, porque era meu e estava na Mansão, mas nem questionei. Ela estava com um shorts de pijama e uma camiseta, minha camiseta, que certa vez eu esqueci no hotel e ela acabou levando para casa por mim. Acabei por dizendo que podia ficar com ela, e agora vi que tinha muita utilidade.

Ela tinha pedido serviço de quarto pro Tom, e ele subiu magicamente dois lanches. Sentamos à mesinha que tinha ali e comemos jogando conversa a fora. Quando percebi já tinha acabado de comer e ela me puxava para deitar com ela na cama. Entrei por debaixo das cobertas e senti ela se acomodar em meu corpo. Passei meu braço pela sua cintura puxando-a mais para perto. Aquela conchinha maravilhosa.

— Você pode falar o que quiser, mas não adianta, sei que você não vai achar uma conchinha igual a esta.

— Depois de sete anos ainda me espanta ver que você dorme assim comigo.

— Tenho uma reputação tão ruim assim? – Falei em seu ouvido com minha voz rouca. Sabia que ela gostava.

— Ér... Sim, você expulsa as meninas do quarto, praticamente, depois do sexo.

— Quem te falou essa barbaridade?

— Além do Zabini? Muitas meninas cochichavam por Hogwarts que com você era só sexo mesmo, nem passar a noite podia.

— Porque sempre tive minha favorita. – Falei dando uma mordidinha em seu pescoço. Ela soltou um riso baixo.

— Sei, sei. – Ela colocou a mão por cima da minha, que estava na barriga dela, e entrelaçou os dedos. Sorri. – Amanhã vamos de manhã, ne?! Aí depois a gente passa o dia por Londres e vamos para o nosso hotel. – Ela falou com a voz se enchendo de malícia conforme a frase terminava.

— Vai ser ótimo, ma petit (minha pequena). – Eram raras as vezes que eu a chamava assim, primeiro porque ela sempre consegue discutir sobre a altura dela ser super alta e depois porque ela sempre implica que eu falo em francês pra me gabar. Na real, é que eu achei que combina muito esse apelido com ela, e de certa forma ela é minha, tá em meus braços. Sorri com esse pensamento. – Boa noite.

— Boa noite, loiro. – Ela se virou e me deu um selinho rápido, voltando a se encaixar em mim e adormecendo ali.

***

POV HERMIONE GRANGER

Acordei Malfoy bem cedo, pra ele tomar banho e se trocar enquanto eu terminava de me arrumar. O dia tinha amanhecido frio e eu terminava de me maquiar e pôr o sobretudo, cachecol, e todos os apetrechos de inverno para me deixar quentinha. Ele foi rápido, e em meia hora já estávamos saindo do Caldeirão Furado. Eu usava o cachecol dele, obviamente, e ele usava uma blusa de lã vermelha Grifinória. Ri internamente com isso.

O Beco Diagonal ainda estava meio vazio naquele horário, o que era bom, porque como era véspera de Natal, certamente estaria entupido de gente mais tarde e seria um saco achar os presentes, fora as filas para pagar e tudo o mais.

Ele entrelaçou sua mão na minha e saímos andando. Ele foi me levando para a joalheria, onde ele compraria o presente da mãe dele e eu já veria alguma coisa para minhas amigas. Chegamos e entramos, a loja era razoavelmente grande e tinha um balcão com algumas atendentes. Tinham coisas maravilhosas expostas e eu fiquei perdida de tanta joia bonita. Estava tão entretida em uma das vitrines que nem percebi que não havia soltado da mão do loiro, e mais, não percebi quem estava dentro da loja. Foi só quando escutei a voz que eu vi a cagada que tínhamos feito.

— Então o casal se resolveu? – A voz do Zabini ecoou em meus ouvidos. Seguido de outra voz.

— Que casal, amor? – Chorei mentalmente. Sete anos escondendo isso da minha melhor amiga, pra ela descobrir assim.

Olhei pro Draco e ele tinha uma cara de quem queria pedir desculpas desesperadamente. Me virei soltando a mão dele e sorrindo. Ele fez o mesmo.

— Oi gente. Não, não somos um casal, Blás. – Eu falei sentindo minhas bochechas corarem. Luna me olhava sem piscar.

— E essa mão? – Ele falou.

— Ela ainda não aceitou ficar comigo, cara. – Malfoy falou, com um quê de triste na voz. Fingi não perceber, apesar de eu saber que ele sabia que eu tinha percebido. Muito tempo convivendo.

— Mione, você vai me explicar o que tá acontecendo? – Luna cruzou os braços. Zabini me olhou com uma cara de “sinto muito” e Draco só balbuciou “desculpa” puxando o amigo para olhar outra vitrine.

— Ai Luna, eu vou explicar, só peço que por favor você não fique brava comigo, nem me julgue, ou sei lá. Eu queria contar pra você, queria poder contar para Gina, mas não sei. Não consegui. Quando estávamos no 4º ano eu e o Malfoy começamos a nos encontrar escondido. Na verdade, foi uma vez, daí um tempo depois mais uma, e mais uma e foram algumas vezes antes das férias de verão. Quando a gente voltou no 5º ano passou a ser rotina, toda quarta e todo sábado à noite e foi indo. Quando percebi estava começando uma guerra e eu me encontrava com o Draco duas vezes por semana, independente do que estivesse acontecendo.

“Eu acabei sumindo com o Harry e o Rony, então paramos de nos ver, mas quando voltamos pra Hogwarts os encontros voltaram, e não pararam mais. Até hoje.”

“E assim, nosso acordo era que teríamos uma amizade colorida, que não íamos nos apegar e que podíamos ficar com quem quiséssemos, além de só poder contar pra uma pessoa. O Draco escolheu o Blás, e bom, eu não escolhi ninguém, até o sétimo ano, que contei pra minha vó” – Eu dei uma risada e ela também.

— Por que não contou pra gente?

— Eu até queria contar pra você, Luna, mas eu teria que contar pra Gina também, e eu sei como ela ia reagir. Principalmente naquela época, em que tínhamos só 14/15 anos.

— Mas hoje vocês são praticamente um casal, não? Você até usa o cachecol da Sonserina.

— Eu não sei, Luninha. – Eu ri. – Eu uso, mas não sei se fico ou não com ele, é sempre o motivo pelo qual brigamos.

— Vocês combinam. – Eu soltei um riso.

— Só você pra falar isso. – Abracei ela. – Obrigada por não ficar brava. Essa é a maior loucura da minha vida, e já dura sete anos.

— Isso é quase casamento, Mione! Um relacionamento maior que qualquer um do grupo!

— Eu sei, mas no acordo oficial não havia exclusividade, então eu não sei se sou única na vida dele. E Luna, por favor, não conta pra Gina. Apesar de fazerem sete anos, eu só quero contar em duas ocasiões. Se acabar de vez, ou se a gente for ficar juntos mesmo. Porque aí já vou ter feito minha decisão e o chilique dela não vai me fazer mudar de ideia. – A loira riu e concordou. Fomos andando em direção aos homens e vi que Malfoy já pagava pelo que ele havia comprado.

Me aproximei, encostando em seu ombro e escutei ele falar.

— Se importa se formos tomar um café com eles antes de terminarmos as compras? A gente ainda nem comeu nada.

— Não, vai ser ótimo, só quero comprar uma coisa aqui, bem rapidinho.

Uma moça me atendeu e eu acabei comprando um par de brincos para a Gina e eu vi um colar a cara da Luna. Eu comprei meio que disfarçada pra ela não saber que era pra ela. Saímos de lá e Malfoy pegou novamente em minha mão. Eu olhei de rabo de olho pra ele que conversava com Blás e ele apenas abriu um sorriso, sorri também. Aquilo o fazia bem. Os três estavam entretidos em sei lá qual assunto, então só me mantive ao lado deles caminhando.

Chegamos ao café e fomos até uma mesa. Luna foi fazer o pedido no balcão enquanto Blás se sentava e Draco me olhou como querendo saber o que eu queria.

— Eu já estou indo pegar um café com leite, pode ir que só vou pegar o dinheiro.

— Para com isso, eu pago, pode deixar. – Eu revirei os olhos.

— Não precisa, eu tenho dinheiro, eu pago o meu. – Mas ele nem me escutava, já saiu andando e fazendo o pedido para nós dois. Enquanto esperava ele conversava animadamente com Luna.

Bufei e me sentei para espera-lo e olhei Zabini que fazia uma cara engraçada para mim.

— Vai, desembucha, sei que quer falar algo. – Disse rindo para o moreno.

— Vocês agem como um casal, por que não assume logo?

— Porque não somos um e o acordo oficial não exige exclusividade!

— Como se você tivesse muitos homens, né, Mione.

— Você não sabe! – Eu disse rindo. – E além do mais, quem garante que sou a única?

— Eu garanto. E os olhos do Draco também. – Eu arqueei a sobrancelha esperando explicação. – Mione, ele só olha pra você. Ele anda de mãos dadas contigo, vocês dormem juntos, ele quer pagar coisas pra ti, quer mais que isso? Ele nunca fez isso por ninguém. – Eu revirei os olhos.

— Vai saber... – Nesse meio tempo Luna se sentou ao lado do namorado.

— Amor, você não acha que eles são um casal? – Luna se limitou a dar uma risada. – Loira, eles dormem juntos, depois do sexo, quando você já ouviu que Draco Malfoy, faz isso?

— VOCÊS O QUE? – Ela se apoiou pra frente na mesa como quem não acredita. – Você não me falou essa parte, Mione!

— Porque nem é tão importante assim.

— O que não é tão importante? – Draco se sentava ao meu lado me passando um café e um croissant, porque eu era apaixonada por esse pão e ele sabia disso. Ele sabia praticamente todos os meus gostos.

— Que você tá apaixonado por ela. – Blásio falou como quem não quer nada.

— Poxa, morena, isso não é importante?

— Não falei isso. – Disse revirando os olhos e ignorando o fato de ele ter admitido a declaração. – Falei que os detalhes do nosso sexo que eu omiti da Luna não eram tão importantes, por isso omiti.

— Pô loira, você queria até detalhes? – Ele disse rindo.

— Detalhes não né, ninguém merece, mas o fato de você dormir depois do sexo com ela é algo muito relevante se tratando de você.

— Minha moral é tão ruim assim?

— É. – Nós três respondemos em uníssono. E rimos. Ele nos acompanhou na risada.

— Tá, então você vê, loira, que tenho razão em dizer que a Hermione está me enrolando, né?! Já faz tempo que peço isso pra ela.

— Faz tempo? – Zabini e Luna falaram juntos e riram depois.

— A primeira vez foi no sétimo ano. – Eu falei e soltei uma risada. – Mas ele não insistiu muito naquele ano.... Começou a falar bastante esse ano, né? – Malfoy só assentiu com a cabeça e continuou tomando o que eu tenho quase certeza que era um chocolate quente.

— Granger, você não me contou isso! Tá enrolando bastante então! – Blásio falou e eu revirei os olhos.

Acabamos de comer falando banalidades. Saímos e nos despedimos. O casal ia pra casa da minha amiga e eu segui andando até a loja Artigos de Qualidade para Quadribol para dar uma olhada em algo para Harry. Acabei comprando uma promoção da loja que chamava “Caixa Surpresa” e dentro vinham várias coisas diferentes e não tinha como descobrir o que, só abrindo. Então poderia ter acessórios etc. Achei que ele fosse gostar.

Quando saímos de lá Draco sugeriu que fossemos até o Boticário. Ele foi puxando minha mão e quando entramos ele falou:

— O que você vai comprar para o Blás?

— Não sei, por que?

— Ele adora kit de Poções, quer dar isso?

— Você vai dar o que pra ele?

— Pensei em darmos juntos.

— Tipo presente de casal? – Eu disse levantando uma sobrancelha. – Você tá determinado com essa ideia, né?!

— Em sermos um casal? – Eu assenti. – Claro que sim. – Revirei os olhos.

— Tá, pode ser vai. Assim não sai tão caro. – Ele riu e pediu um para a moça que estava atendendo.

— Eu adoro isso Hermione. — Ele disse vendo o que tinha no kit que a moça lhe deu. Eu ri. – Adoraria ter um também.

— Nossa, se te escutassem duvido que pensariam que você trabalha no Departamento de Execução das Leis da Magia e é um cara sério.

— Afe Granger, eu adoro poções. – Eu ri e ele me acompanhou também rindo. – O que você vai me dar de Natal?

— Isso é pergunta que se faça? – Eu falei sarcástica. – Nada ué. Por quê?

— Ah, porque eu sempre te dou presente de Natal.

— Eu te dei todos os anos também. – Falei revirando os olhos.

— Me deu livros. – Eu o encarei raivosa. – Que eu adorei, confesso, mas o seu presente desse ano tá especial.

— Você não comprou uma aliança né? Porque eu vou dizer não.

— Não, não comprei, apesar de eu querer.

— Comprou o que?

— Surpresinha. – Bufei, ele sabia que eu não gostava de surpresas porque sempre fui muito curiosa. Ele me estendeu um papel, que era o preço que eu teria de pagar e se direcionou ao caixa para pagar a parte dele. Olhei pra moça e falei:

— Moça, me dá mais um kit? Mas rapidinho pra dar tempo de eu esconder, é surpresa. – Ela pegou e magicamente embrulhou. Peguei o pacote e coloquei dentro da minha bolsa com feitiço de extensão. Ela me deu outro papelzinho e fui pagar.

Saímos de lá e fomos até a Floreios e Borrões comprar um livro de receitar que eu gostaria de dar para a Sra. Weasley. Depois de feitas as compras saímos e acabei aparatando com Draco até um beco próximo ao restaurante trouxa que eu queria comer.

Era um restaurante italiano que eu adorava e sempre ia com meus pais quando era mais nova. Entramos e o metri nos levou até uma mesa. Era um canto mais isolado do Salão, ele nos deu o cardápio e saiu.

Escolhemos nossos pratos e almoçamos calmamente. Era comum o silêncio entre a gente e ele não era incômodo. Acho que depois de tanto tempo convivendo isso ia acabar acontecendo. Já tínhamos falado sobre todos os assuntos. Não que não tivéssemos assunto, mas é que a gente não precisava ficar tagarelando o tempo todo. Conseguíamos conversar apenas por olhares também.

Ele me levou para passear em um parque de Londres e ficamos andando de mãos dadas igual casais trouxas estavam fazendo e conversando banalidades. Já ia quase anoitecer quando falei para irmos para o hotel.

A porta automática se abriu e entramos. O hotel que tínhamos escolhido quando saímos de Hogwarts era chique. Frequentávamos ele toda semana e eu não podia reclamar, ele era 5 estrelas. A moça atenciosamente nos atendeu e nos deu a chave do quarto. Fomos até o elevador, que era panorâmico, e subimos até o 27º andar.

Fomos pelo corredor até a porta do quarto. Passei o cartão e abri a porta. Malfoy entrou primeiro e puxou minha cintura me fazendo entrar e colar nele. Fechou a porta atrás de mim e me pressionou ali. Suas mãos na minha cintura, nossas bocas quase coladas.

— Esperei o dia todo para fazer isso. – E então me beijou. Sua língua invadia minha boca e me dava uma sensação maravilhosa. Minha língua conhecia cada cantinho daquela boca e as línguas se tratavam como velhas conhecidas.

Eu havia passado um dia inteiro com o Malfoy e não tínhamos feito nada de sexo, só companhia. Isso era estranho.

Eu o empurrei um pouquinho e andei pelo quarto largando minha bolsa e tirando meu sobretudo e meu cachecol.

— Você fica linda de verde.

— E você fica lindo de vermelho. – Falei piscando pra ele, que tirava o próprio casaco. Ele sorriu e se aproximou. Puxou-me pela cintura e colou nossos corpos.

— Eu poderia te ter agora mesmo, porque aposto que está pronta pra mim. – Levantei minha sobrancelha em desafio, apesar de saber que se ele colocasse a mão dele, eu logo estaria pronta mesmo. Ele riu, porque também sabia disso. – Mas eu quero fazer uma outra coisa antes, e eu te quero de verdade.

— O que você quer fazer?

Ele andou até minha bolsa e a trouxe para mim.

— Pega a sacola que eu te dei para guardar da joalheria. – Abri a bolsa e vi que o presente dele estava lá, o de Harry, Luna, Molly, Gina e Blásio também, estava uma verdadeira bagunça. Peguei a sacola. Ele abriu e tirou uma caixa e colocou a sacola junto com o casaco dele, deveria ser o presente da mãe ali dentro.

Ele se sentou na cama e falou:

— Eu bem que gostaria de te dar uma aliança e acabar com esse doce que você faz logo, mas por hora eu quero te dar isso. – E me estendeu a caixa.

Quando abri meu queixo caiu. Ele sabia mesmo surpreender. Dentro tinha um par de brincos de esmeralda, que era a pedra favorita dele, e eram particularmente maravilhosos. Passei a mão por eles e não conseguia acreditar. Todos os anos ele me dava coisas legais. Normalmente eram peças de roupas que eu adorava e usava sempre. E dava junto uma rosa branca, não era outra cor, era sempre branca. Além dos brincos tinha uma pulseira de prata. Eu olhei e puxei-a para ver mais de perto. Tinha dois pingentes, um leãozinho e uma serpente e uns brilhantes. Meu queixo caiu mais uma vez, e eu escutei um riso baixo vindo do loiro ao meu lado.

Ele pegou a pulseira da minha mão e pegou meu pulso para coloca-la. Ficou maravilhosa. Nos representava e aquilo era brilhante ao mesmo tempo que assustador, porque sim, apesar de já ter caído minha ficha que durmo com uma serpente, eu ainda me pegava pensando “Como isso aconteceu? Logo eu, não é possível! ”

Senti ele colocar os brincos em mim enquanto eu estava absorta em pensamentos e dentro de mim, sem admitir, eu sabia que não tiraria mais eles. Nem os brincos nem a pulseira.

— Obrigado por aceitar esse presente, espero que tenha gostado mesmo. Sua rosa vai chegar, eu não esqueci. – Ele piscou.

— Ainda estou cogitando devolver. – Ele entrou em choque e eu ri. – Relaxa, eu tô zoando, eu amei mesmo, obrigada. – Ele fez uma cara de alívio e eu roubei-lhe um beijo, um selinho.

Ele sorriu e me observou levantar da cama e ir até minha bolsa. Puxei de lá de dentro um embrulho e o entreguei.

— Não acredito! – Eu ri. – Você comprou pra mim? Tá falando sério morena? – Eu assenti com a cabeça, sorrindo. Ele abriu um sorriso lindo e começou a observar o novo kit de poções dele. – E você fala que não quer ficar comigo, eu não te entendo.

— Ué, não é só porque te dei o presente que você mimado do jeito que é queria, que eu quero ficar com você.

— Não sou mimado.

— É sim.

— Não sou. E Você agiu hoje como se fossemos algo.

— Nós somos algo. Somos amigos coloridos.

— Não é disso que tô falando. Você andou de mãos dadas comigo o dia todo. Me deu um puta presente e aceitou o meu presente super especial para você. Ontem a gente dormiu como se fosse um casal, sem transar.

— Isso não quer dizer nada. Eu disse que falaria não se me desse uma aliança e vou continuar falando não.

— Por que? O que você acha que vai acontecer se a gente assumir?

— Tudo vai mudar! E tá ótimo do jeito que tá!

— A gente já age como se namorássemos. Nada vai mudar.

— Só que a gente vai ter que ser exclusivo!

— Por que, você tem muitos homens, Hermione? Ah é, o Weasley, tinha esquecido do cenoura. Você tem razão, vai mudar sua vida. – Ele deixou o presente em cima da mesinha e andou até o banheiro abrindo a camisa. Jogou uma água no rosto.

— Eu não tenho nada com ele!

— Mas bem que você quer, né?! Pedindo conselhos pro Zabini até!

— Isso é ciúmes?

— ALGUM PROBLEMA?

— SIM, MALFOY, MUITOS PROBLEMAS! – Ele se aproximou de mim me pressionando na parede.

— Fala um então. – Falou na minha orelha, com aquela voz rouca que eu adoro.

— Você.

— A porta está aberta, pode sair se quiser.

— Não vou sair, você sabe disso.

— Então tá reclamando do que?

— Você me quer só pra ti! E eu? Vou te ter só pra mim?

— PORRA GRANGER! HÁ TEMPOS QUE EU SOU SÓ TEU. EU BABO POR VOCÊ HÁ MUITO TEMPO E SÓ VOCÊ NÃO PERCEBEU. – Confesso que eu não esperava por uma declaração assim.

— Ai, Malfoy...

— Morena, eu tô com uma vontade louca de fazer sexo com você. Desde ontem. E você sabe que essa nossa sintonia só acontece com a gente. Eu não vou parar de te encontrar aqui, eu não vou parar de transar contigo, mas eu também não sei quanto tempo mais eu aguento você me enrolar. Ma petit, eu tô louco por você, mas eu também quero poder saber que você é só minha.

Ele me empurrou para a cama e começou a me beijar sedutora e ferozmente. Ele foi para o meu pescoço e começou a levantar minha blusa para tirá-la enquanto desabotoava minha calça com sua outra mão e colocava-a no meio das minhas pernas e me penetrava com os dedos.

— Vou pensar no seu caso, meu loiro.


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Notas finais do capítulo

E aí gente?
O que acharam? Gostaram? Espero que sim!
Comentem, compartilhem, mostrem pros amiguinhos, façam críticas, sei lá, qualquer coisa, mas me deem notícia do que acharam! Respondo mensagem privada também, fiquem a vontade...

Beijos repletos de Magia *-*



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