Paizão Adolescente escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 3
Segunda chance... De volta à Escola




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Olhei para o meu reflexo no espelho. O jovem de 25 anos atrás apareceu naquele bendito reflexo. Foi um susto tão grande, mas tão grande, que eu gritei bem alto assim que me vi.

— AAAAAAHHHHHHHHHH!

O meu grito foi o suficiente para fazer Jack subir em disparada e ficar batendo na porta preocupado comigo. Ele ficou assim por um tempo, mas não podia deixá-lo me ver assim ou vai pensar que é algum impostor. Respondi que estava bem. Tomei banho rapidamente... Meu corpo estava como era adolescente. Incrível! Meu cabelo voltou a ser loiro e ainda de quebra tinha franja.

Enxuguei-me, vesti minha roupa que eu estava, saí do quarto e fui na fé. Fé de que eu sairia dali com vida. Precisava encontrar a Desirée imediatamente, isso não podia ficar assim. Meus compromissos, meu trabalho, minha vida! Caminhei mais um pouco, desci as escadas e quando estava prestes a sair, o Jack aparece. Olhei para ele e ele para mim.

— Eu posso explicar.

— Seu moleque, como entrou aqui?

— Espera, Jack.

Ele pegou uma arma de paintball e ficou atirando em mim. Aquele troço doía e tive que correr para os outros cômodos para me proteger. Ele caminhou como se estivesse caçando algo. Empurrei-o e caí por cima dele.

— Deixa eu explicar, caramba.

— Não vai explicar nada não, pivete. Quem você pensa que é para entrar na minha casa assim? Tá querendo me roubar?

— Não!

Ele me deu um chute no rosto que caí perto de um cômodo. Ele rapidamente foi até o telefone da sala provavelmente ligar para o 911. Não podia de jeito algum deixar aquele maluco fazer isso, retirei o telefone da sua mão, ele me deu um chute na boca do estômago e depois foi pegar uma espada que havia sobre a lareira. Corri imediatamente para a parte de cima. Ele subiu as escadas, mas dei uma rasteira nele que o fez cair e largar a arma. Agarrou-me pelo colarinho da camisa e nos atirou do alto até a mesa do lobby. Fiquei sentindo dor depois da queda e ele também.

— Seu louco. Sou eu Mike.

— Inventa outra, rapaz. Seu destino já está traçado.

Corri para pegar algo para me defender. Segurei em algo parecido com um bastão branco ou espada, sei lá. Fiquei tentando me defender. Ele pegou um igual e a luz acendeu.

— AHA, você escolheu a sua força. As trevas, não é, rapaz?

— Jack, eu provo que sou o Mike. Você tem uma coleção em DVD de todas as sagas de Power Rangers e também de Kamen Raider.

— Essa informação qualquer um pode saber. Se pensa que vai me pegar com essa historinha pra boi dormir, tire o cavalinho da chuva.

Ele veio pra cima de mim com aquela espada. Fiquei me defendendo o máximo que podia, também desviava. Nessas desviadas, ele quebrava uns vasos que tinha na casa. Ele tinha armas de brinquedo, estátuas de super heróis etc. O cara é um lunático.

— Tudo bem. Na oitava série você sofreu bullying por ser nerd e um valentão chamado Scott te colocou no banheiro e te amarrou com fita no vaso sanitário.

— Alguém pode ter te contado!

— Seu nome todo é Jack Gregory Winscott...

— Você pesquisou na internet!

Ele ficou me atacando. Não tive outra escolha a não ser lutar com ele. meu corpo estava mais leve e ágil. Consegui chutar a espada do Star Wars que ele segurava, mas ele me empurrou e caiu por cima de mim. Pegou um porta-retrato e ia esmagar minha cabeça quando ele viu uma foto e desmaiou.

— Que ótimo.

Olhei para a foto e percebi que era o retrato da classe de 1992 em que estudávamos juntos. Lembro-me disso, pois foi numa feira de ciências. Aparecia eu como estou agora, ele e outros alunos. Aquilo, de fato, me salvou.

— Acorda, bela adormecida.

Ele acordou, me viu e ficou gritando encolhido na parede. Tentei acalmá-lo, afinal de contas quem está sofrendo com tudo isso sou eu. Ele acalmou os ânimos, se aproximou de mim e ficou tocando o meu rosto.

— Quer parar de ficar me apalpando?

— Isso é um milagre. Ou você fez a melhor plástica do mundo ou aconteceu algum erro na Matrix. Como foi que você ficou tão jovem?

Expliquei para ele sobre ontem. Falei a respeito da feiticeira chamada Desirée e da sua visita de ontem. Jack ficou ouvindo muito bem. A única coisa que eu não gostei foi ele passando a mão no meu cabelo.

...

Depois do choque inicial e das explicações iniciais, sentamos no quarto de Jack e ficamos sérios por um tempo. O cara simplesmente pirou de vez e foi na sua biblioteca pegar livros a respeito de assuntos sobrenaturais. Até mangás ou revistas de quadrinhos ele pegou. Colocou tudo sobre a cama e ficou folheando aquilo tudo.

— Quer parar com isso?

— Tem que haver uma explicação plausível para isso. Esse negócio de feiticeira te enfeitiçar... Já sei! Você fez pacto com o cara lá de baixo?

— Aff não!

— Hum... Foi exposto a raios gama? Olhe olhe, raios gama são invisíveis, pode ter feito uma bagunça nas suas moléculas e...

— Não, Jack. Apenas uma feiticeira fez isso comigo. Preciso falar com ela o mais rápido possível. Meu Deus, a minha vida social, profissional, meu trabalho... Argh! Aquela mulher quer arruinar a minha carreira?

— Você disse que a viu ontem em dois lugares. Se quiser pode ir lá.

— Foi na Social Vip e em Saint Marko. Caramba, nunca pensei que a minha vida fosse sofrer uma reviravolta assim.

— Plot Twist. Fale plot twist que é assim que os adolescentes falam.

Revirei os olhos. Sinto que esse louco vai tirar proveito de mim.

Peguei o meu carro e saí imediatamente para o meu trabalho. Eu teria que me disfarçar de outra pessoa para pegar informações. Estacionei o carro e entrei no prédio. Fui até a recepcionista e pedi para falar com um colega meu do trabalho. Esperei por algum tempo e ele chegou.

— Opa, o que quer comigo?

— Sou o Mi... Mark... Sou sobrinho do Mike.

— Ah, Mark. Não me lembro do seu tio mencioná-lo. O que quer?

— Ele disse que está muito doente e não pode vir. É que ele me falou que se arrependeu de ter demitido uma funcionária ontem chamada Desirée. Sabe onde ela mora?

— Desirée do quê?

— Não sei o sobrenome.

— Mark, não sei nada sobre Desirée. Mas se quiser eu posso verificar... Ei, espere.

Desisti daquela conversa, fui embora. Aquilo não levaria a lugar algum. Entrei no carro, fiquei por alguns segundos e dei a partida. minha próxima parada era aquela escola. Precisava falar urgentemente com essa maldita e a escola foi o último lugar que eu a vi, além da casa do Jack.

Estacionei o carro na vaga que ficava em frente e entrei imediatamente. Fiquei como um louco perguntando às pessoas a respeito da faxineira. Era o horário em que alguns alunos andavam pelos corredores, professores também estavam andando e algumas outras pessoas. Vi uma faxineira.

— Oi? Eu queria falar com uma faxineira daqui. Ela é jovem, usa óculos e se chama Desirée.

— Desirée? Nunca vi uma pessoa com esse nome aqui. Aliás, somente eu e um senhor trabalhamos na área da limpeza.

Agradeci à mulher e resolvi ir embora. Não deu nem tempo de ver meus filhos, entrei no carro e retornei para a casa do Jack.

Encontrei o louco vestido de alquimista e fazendo experiências com tubos de ensaio. Perguntei a ele e a resposta era para achar uma cura para mim. Como se eu estivesse doente!

— Achou a dita cuja?

— Que nada. Até parece que ela nunca existiu. Perguntei a um colega meu e ele disse que não havia ninguém com esse nome trabalhando lá. Perguntei para uma porrada de gente na escola e ninguém sabe quem é a Desirée. Parece que estou vivendo um filme de fantasia ou ficção.

— É, meu caro. Agora que você está adolescente, não parou para pensar numa segunda chance? Tipo, você sempre pensou no que faria se tivesse aceitado a bolsa de estudos. Acredito que esta é a sua chance, não? E também tem o fato de sua família estar triste contigo. Será que não chegou a hora de consertar tudo?

— Eu já não sei de mais nada.

Estávamos na cozinha conversando. Fiquei sentado em frente ao balcão da cozinha e com a cabeça baixa. Senti uma pancada na cabeça e olhei diretamente para o Jack que estava rindo da minha cara.

— Por que fez isso?

— Fiz o quê?

— Bateu na minha cabeça?

— Porque você ainda é um aborrecente que precisa de disciplina. Esse cascudo foi um dos muitos que ainda virão.

— Mesmo que eu tenha o corpo de adolescente, eu ainda tenho a mentalidade de adulto. E para de falar besteira, porque sou mais velho que você.

— Não levante a voz para um adulto, criança!

— Eu mereço.

— O que vale é o que eu vejo. Eu vejo um adolescente na minha frente por mais que você diga o contrário... HAhahahahaha te peguei. Cara isso foi o máximo. Vou me aproveitar muito de ti nesse estado. Sério que eu não resisti.

— Engraçadinho.

— Fiquei pensando numa maneira de fazer você se redimir de todos os seus pecados. Ei, somente me escuta. Eu acabei de falar que você está tendo a chance de ouro para se redimir e poder consertar a sua vida. Fiquei pensando aqui: por que você não entra para a escola mais uma vez?

— Não fala besteira. Eu, Mike Torrance, editor chefe de uma respeitada revista, com curso superior em jornalismo, com uma carreira sólida e uma vida financeira estável. Você acha mesmo que eu vou me humilhar a ponto de voltar a estudar? Não e não. Não há nada nesse mundo que vai me fazer pisar naquela escola para voltar a estudar. E ponto final.

— Cara, só escuta. Você estudar mais uma vez vai ser benéfico para você, pois pode recomeçar a vida, e vai ser bom para ficar de olho nos seus filhos. Já pensou a Jessica namorando um cara que só quer saber de sexo, e o Junior ser vítima de bullying. Vai que a sua filha aparece com uma barriga saliente...

— QUANDO COMEÇO?!

...

Ainda não entendi como fui me meter nessa. Simplesmente as duas palavras que me fazem enlouquecer fez a minha cabeça, aliás, faz a cabeça de qualquer pai. Quer ver? Jéssica grávida. Nem a pau! O fato é que agora que entrei nessa não posso mais sair. terei mesmo que ir novamente para a escola. Jack parece que está se divertindo com aquilo tudo. Ele se arrumou para comprar uma mochila e materiais escolares. A sorte, ou azar, é que o ano letivo ainda estava no começo. Agora que ele deu a ideia da Jessica, não me sai da cabeça.

— Cheguei, filhão.

— O que comprou?

— O necessário. Vai se arrumar que eu vou te levar ainda hoje para fazer a matrícula. Consegui uns documentos falsos com um conhecido meu.

— Meu Deus do céu. Ainda bem que sou adolescente. Se der merda a responsabilidade será toda sua, Jack.

— Jack uma porra. Pode me chamar de papai a partir de agora. Como vou te matricular se não for um parente próximo seu? Agora vai se arrumar.

Fechei os punhos de raiva. O maldito estava se divertindo a cada minuto da minha condição. Como eu não tenho escolha, o jeito era acatar o que ele mandava. A Desirée vai me pagar muito caro por ter feito isso comigo.

— Tem certeza que esse tipo de roupa é uma roupa adequada para um estudante? — perguntou ele ao me ver.

— Sim. Os jovens de hoje gostam desse tipo de roupa — eu estava vestido com roupas largas de hip hop. Parecia um 50 Cent branquelo.

— Sei lá, viu. Sua vestimenta está muito estranha. Algo não está se encaixando com a realidade...

— Você não tem moral nenhuma para falar mal da minha roupa! — ele tava vestido de caubói.

Demos uma trégua e fomos para o carro. Ainda não entendo como um cara ostenta tantos carros de luxo. Ele tinha pelo menos uns cinco em casa. Preferi não ir no carro dele, ele foi a contragosto no meu. Este dia é o dia em que a minha vida mudará... não sei se para melhor ou pior.

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Capa: Mike Torrance com 17 anos.



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