Paizão Adolescente escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 10
Entre Beijos e... Tapas!


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo Capítulo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/729399/chapter/10

Pode parecer estranho, mas a minha situação na semana seguinte ao passeio em Malibu mudou muito... e pra pior. Definitivamente perdi todas as esperanças de me reconciliar com Anne. Com a aparência atual, ninguém acreditaria que sou o mesmo Mike de sempre, e que fiquei mais novo graças a um feitiço. Esse acontecimento fantasioso era demais para a vida real em que eles viviam. Apenas o Junior soube de toda a verdade, pois graças às nossas etapas familiares, eu pude convencê-lo. Saibam apenas que estou no corredor... da morte? Ah, quem dera. Mas no corredor do infelizes para sempre.

A passagem para o sucesso de Mark Winscott. O garoto de 17 anos que até agora se meteu na vida dos outros. O corredor da escola. Eu, vestido com a farda do basquete, caminhei até a saída que dava para o ginásio. As pessoas gritavam bastante, torcendo por uma pessoa fictícia, um personagem que eu criei. Saí do vestiário e estava a passos de uma nova vida.

Mas antes que essa cena ocorresse, precisam saber dos acontecimentos anteriores.

 

Dias antes...

— Vim aqui falar de algo importante, mas acredito que eu esteja mais atrapalhando do que ajudando. Mark, inventa outra história.

Ele ameaçou sair fora da mansão. Fui atrás dele imediatamente e fiquei impedindo a sua passagem.

— Quer saber a verdade? Lá vai. Eu sou o seu pai.

Junior segurou forte pela gola da minha camisa e praticamente me bateu. Ele estava transtornado por ter escutado aquilo, era algo avassalador para ele. Continuei calmo, apenas observando.

— Não brinca com a minha cara, Mark. Sabe, acredito que o Paul tem razão sobre você. Finge ser o nosso amigo, mas no fundo é um traidor.

— Não é verdade. Olhe só esta marca — levantei a camisa e mostrei uma cicatriz no abdome, abaixo do umbigo do lado esquerdo. — Vê isto? Lembra quando pescamos no lago Crook? Você tinha onze anos quando pegou na vara a fim de pescar, mas o anzol acabou enfiando na minha barriga. Você quase desmaiou de medo.

Junior balançou a cabeça negativamente, não queria acreditar naquela história fantasiosa demais.

— Mentira... o tio Jack deve ter dito algo a respeito. Com certeza papai disse, porque no dia ele estava conosco.

— Isso pode fazer sentido. Mas não faz sentido um jovem garoto de dezessete anos saber do segredo quando você tinha 8 anos. Fomos para a Disney e lá — sussurrei. — Você fez cocô nas calças e passamos o maior perrengue do mundo. Fomos para o hotel mais cedo sem sua mãe saber. E lá me lembro que passou assistir ao Ben 10 o dia todo, porque esse desenho te acalmava... ops, desenho não,  cartoon.

Junior não conseguiu acreditar nas minhas falas, a princípio. Era uma coisa que seu pai jamais diria aos outros. O rapaz abraçou-me e ficou me chamando de pai por alguns minutos.

— Nem acredito que é o senhor mesmo. Mas como?

— Uma bruxa fez isso com ele. A Desirée... acho que você já viu ela zanzando por aí. A garota que estuda na classe do Mike e que anda toda de preto.

— Ela é bruxa? Igual a da American Horror Story Coven?

— É, acho que sim. Ela me puniu por ter sido um pai tão ruim. Agora eu sei o que é dar valor à minha família.

Junior ficou agitado. Pedi para ele não me entregar, por enquanto, que guardasse o segredo. Ele afirmou que jamais contaria o segredo.

— Pai, eu vim pra te falar e me esqueci o que vinha falar. Agora lembrei que pouco depois que veio embora, Paul havia discutido com a Jessica. Ela ficou chorando.

— Quê? — levantei agora com o susto que tomei. Aquele garoto tinha que pagar caro.

...

No dia seguinte, estava eu na sala quando a diretora Chris me chamou para uma conversa. A ruiva queria saber sobre o Jack.

— Não tive tempo de conversar com o seu pai antes. Quero que fale a ele que me arrependo do que disse e que posso ir ao jantar, hoje, com ele.

— Diretora, achei que havia dispensado ele?

— Ele é um cara legal e excêntrico. Exatamente igual a mim. Pode falar isso a ele?

— Claro.

Depois, no intervalo, liguei para o Jack acerca da conversa com Chris. Ele quase estoura meu ouvido ao dar um grito do outro lado da linha. Obviamente apoiei que esses dois saíssem... pensei numa ideia para reconquistar a minha família.

Caminhei para a arquibancada lá do campo de beisebol e vi Jessica, encolhida, triste e desamparada. Fui até ela para ver o que o safado do Paul fizera.

— Jessica?

— Me deixa em paz!

— Está chorando. Parece que não está nada bem.

— É, dá pra perceber — ela ficou enxugando as lágrimas. Fiquei sentado ao seu lado.

— Sei que começamos com o pé esquerdo, mas desde sempre eu quis ser o seu amigo. Pode me dar uma chance e me contar o que houve?

— Ontem, após você sair, Paul me levou para o banheiro do hotel e quis que eu tirasse a minha virgindade com ele.

A informação surgiu como um baque pra mim.

— Ah, Jessica. Não, você não. Não posso acreditar que você teve sua primeira vez num banheiro...

— Não. Eu desisti. Mas ele tentou me forçar.

— Não acredito que ele fez isso contigo... o que ele fez? — meu sangue estava fervendo.

— Nada. Apenas terminou comigo e me chamou de fraca. Eu sou... eu sou mesmo uma pessoa fraca — ela começou a chorar. Envolvi meu praço na sua nuca e fiquei dando apoio.

— Escute, Jessica. Pode parecer que a culpa foi sua, mas não é. O culpado é o Paul por tentar te forçar. Você é uma pessoa maravilhosa, legal e íntegra.

— Você acha isso mesmo?

— Eu não acho, tenho certeza. E se agora não foi o momento que rolou com a pessoa certa, pode ter certeza que um cara certo vai estar por aí, esperando por ti. É só ter paciência e amar a si mesma.

— Você é muito fofo e não percebi. Ai como é fofo, fica comigo — ela tentou me beijar! Socorro! Minha filha querendo me beijar, me agarrar... me desvencilhei.

— Então... hehe... eu passei aqui só pra te convidar para uma festa na minha casa que vai rolar às 19 horas. Que tal?

— Vou estar lá!

— Que bom.

— Me beija!

— Êêeeeeh — segurei suas mãos e afastei de mim. Tive que sair dali, pois a Jessica jamais pode me tocar. Eu, hein.

Depois que a aula terminou, várias pessoas já estavam sabendo da festa. Ferrado estou.

Jack e Chris saíram para um programa bem demorado. Passariam por um restaurante, depois no cinema. Dava um espaço de, pelo menos, duas horas de festa na mansão.

— Que comece a festa.

A festa começou. Vários alunos, até mesmo quem não era da minha sala estava lá. Fiquei abismado como esses jovens de hoje são bastante rápidos. Essa era da internet é tão cruel. Enfim, tinha uns caras derrubando quadros, artefatos, vasos. Não tive um momento de sossego.

— Uau. Esse lance de ser velho ficou no passado, porque o senhor agiu naturalmente como um adolescente.

— Junior, cadê a sua irmã?

— Na área da piscina. Parece que o Paul também veio.

— Que crápula! Junior, ali não é a Maggie? Vai lá, garanhão — empurrei ele e segui para a piscina. Havia uma varanda em frente e uma escada que dava até essa varanda. Jessica discutia com Paul.

— Diz que vai voltar comigo.

— Me erra, garoto. Estou em outra. Vida que se segue. Perdeu, playbicha.

— Ei, quem te convidou aqui, Paul?

— Quem te chamou pra conversa, Markito? Estou com a minha namorada. Empata foda do caralho — ele estava bêbado.

— Vai sair por bem ou por mal. Senão...

— Senão o quê?

— Senão vou ligar para os seus pais e dizer que está bebendo e assediando uma garota.

— Cara maluco! Sai fora.

Ele tentou agarrar mais outra vez a minha filha. Peguei pela camisa, mas ele se desvencilhou e me deu um soco bem na cara. Apaguei.

Tudo estava tão escuro, eu estava tão zonzo. Sentia mãos alisarem meu peito... será que era a Ann e eu acordei desse pesadelo?

— Olá, meu amor...

— Ann... tive um pesadelo... achei que fiquei mais novo...

— Ann? Quem é essa? Agora é a Jess que irá cuidar de você. 

Puta que pariu! Era a Jessica! Levantei-me imediatamente e caí da cama com ela disposta a tudo para me atacar.

— Vamos brincar de selva. Eu sou a leoa faminta e você meu cervo gostoso.

— Espera, espera, espera, Jessica! Não!

Corri ao redor da cama. Ela me encoxou na parede, quase me beijando. Podia suportar o assédio das três patricinhas, mas da minha própria filha era insano.

— Não sei por que é tão retraído assim, gato. Agora estou livre do Paul, fiquei de olho em você.

— Não, não, não, não, Jessica. Nós não podemos ficar juntos. É errado, é feio, anormal, contra as leis da natureza...

— Para de ser tão desonesto contigo mesmo. Nós temos potencial para namorarmos. Você é o homem da minha vida.

— Não, não sou. Não podemos ficar juntos... Para de morder.

Ela parou de morder a minha mão e foi se sentar na cama. Olhou pra mim.

— Você é gay?

— Quê?

— O seu cabelo é bem penteado e hidratado, sua pele é linda e você usa calça apertada. Cara, como não percebi isso antes?

— Do que está falando? Eu não sou gay. Apenas tenho alguém que amo há muito tempo.

— E quem é a sirigaita? Não vai falar? Pois fala pra ela que o seu namorado já caiu na minha teia. Tigrão! Gostoso! Roooaaaarrr!

Ela saiu. Consegui respirar aliviado. Essa foi por pouco.

Fui até a cozinha pegar uma jarra de suco. Eu tremia em tudo. Quase deixei a jarra cair. Tudo culpa da Jessica tentando me pegar lá em cima.

— Como o meu irmão está se saindo?

Olhei para o lado e vi nada mais nada menos que a Desirée. Abracei a mesma. Fazia um tempo que não nos víamos. Estava com muita saudade.

— Quando chegou?

— Hoje. Vejo que resolveu se entregar aos prazeres da juventude. Hum, pra alguém que queria ter vinte e cinco anos a mais de volta...

— Posso explicar. Essa festa é para reunir a minha família.

— Amanhã a gente volta a se ver. Acabei de ver um estudante maravilhoso passando por ali. Preciso transar com ele ou não me chamo Desirée, a bruxa. Até mais... Ah! Quase ia me esquecendo. Sua esposa acabou de chegar. Bye bye.

Desirée era muito desleixada, até para dar informação. Annelise, de fato, estava no hall da mansão. Ficou perguntando pelo Junior. Tentei convencê-la a não perturbá-lo enquanto ele se dava bem com a Maggie. Convidei-a para a varanda da piscina.

— Seu pai está sabendo de tudo isso?

— Ele vai ficar bem. A senhora não está com uma cara boa... desculpa a indiscrição. O que houve?

— É, eu não estou nada ótima. Acabei de terminar meu relacionamento com o Trevor.

YES!!!

— Eu sinto muito, Annelise. Acho que foi muito difícil para a senhora ter que terminar com aquele homem. Mas o que houve?

— Os filhos dele... Não ia dar certo. Junior nunca gostou dele mesmo. E quer saber? Eu também não dava amor ao homem. Apenas o idiota do Mike que me dava algum tipo de satisfação. Mesmo que ele tenha sido negligente.

Sorri. Era tudo o que eu queria ouvir. Anne ainda me amava e eu a amava. Nós fomos feitos um para o outro. Segurei a sua mão e aproximei a minha boca à dela. Beijei Anne com vontade, com força.

— Mark! Meu sofrimento não lhe dá direito de me assediar! — levei um tapa seco na cara. Ela saiu de perto de mim.

— Você é um traidor. Querendo pegar a minha mãe? — levei um tapa da Jessica.

As patricinhas vieram até mim e me deram tapas. Meu rosto estava pra virar massa de pizza de tanto tapa. O pior foi que Desirée e também me deu um.

— Por que fez isso?

— Ah, é você. Pensei que fosse aquele negão que tentou fugir de mim. Tchauzinho.

Eu arruinei tudo. Pensei que poderia ficar com a minha família, mas acabei me separando ainda mais deles. Foi decepcionante. Tudo estava tão ruim que não tinha como piorar...

— QUE PORRA É ESSA NA MINHA CASA?!

... ou tinha?

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reta final. Será que Mike vai conseguir sua família de volta?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Paizão Adolescente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.