Paizão Adolescente escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 11
Passando no Teste... A recompensa de Mike


Notas iniciais do capítulo

Último Capítulo

Ufa! Sensação de dever cumprido. Espero que tenham gostado da fic ao longo desses quatro meses. Era para ter acabado em abril mesmo, porém certas circunstâncias me fizeram atrasar. Porém, nesse mês de agosto eu estou disposto a terminar minhas fanfics mais atrasadas. Isso é uma sina na minha vida. Terminar esta foi uma realização pessoal. Espero que tenham gostado mesmo e até uma próxima história. E boa leitura hehe.



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— Saiam todos! Parem de mexer nos meus pertences! Cuidado!

Ouvia os gritos de Jack por toda a mansão. Preferi ficar aqui, perto da piscina, aguardando todos saírem para poder ficar sozinho com meu amigo. Fiquei pensando nas possibilidades que poderiam acontecer quando ele me ver. Queria que a Desirée estivesse comigo, mas ela se foi junto com a multidão.

Respirei fundo e fui até o salão principal. Lá estava ele com os olhos de fogo, prontos para me fuzilarem. A diretora também estava com ele.

— Muito bonito, senhor Mark. Olha o que fez com a sua casa. Querido, estou indo embora também.

— Pode ir, meu amor. Mark e eu vamos ter uma conversa muito séria sobre "como não se meter na privacidade alheia".

Fiquei preparado pelo berro que daria comigo. Chris saiu e Jack fechou a porta.

— É agora que você me explica por que um sujeito que vive de favor na minha casa tem essa liberdade de destruí-la — ele olhou pra mim extremamente sério.

— Eu posso explicar. Tudo isso foi para me aproximar da minha família...

— Conseguiu?

— Não... — ele me deu um tapa seco no rosto. Doeu muito, mas eu merecia.

— Isso foi por você ter destruído a minha casa.

— Desculpa eu... — levei outro.

— Isto foi por não ter conseguido se reconciliar com Anne, por isso essa destruição na minha casa foi em vão.

— Satisfeito?

— Não — ele me deu outro tapa. — Só fiquei com vontade.

— Agora chega. Já está doendo.

— É... acho que foi demais — e mais uma. Saí de perto dele ou minha cara ficaria inchada como que tivesse sido picada por abelhas.

Jack me deu a árdua e merecida tarefa de limpar toda aquela sujeira sozinho. Tive que obedecer, pois morava de favor e traí a sua confiança.

No dia seguinte, resolvi não ir à escola, pois a audiência de divórcio seria na tarde desta terça-feira. Eu estava tão nervoso que jamais prestaria atenção na aula. Jack é meu único amigo, por isso fui pedir mais desculpas pelo que fiz na noite passada.

— Ainda está chateado pelo que fiz ontem?

— Sim. Um cara que mora de favor na casa do amigo se sente na liberdade de fazer uma festa sem consultá-lo. Se fossem seus filhos, estaria feliz? Acorda, rapaz! Não tem mais dezessete anos. Não sabe nem se esse feitiço vai durar pra sempre.

— Tem razão em tudo — sentei à mesa. — Sou uma droga de pessoa. Nem pra amigo estou servindo. Mas estou desesperado. Tenta me entender.

— Só por isso e pelo encontro com a Chris ter dado certo, eu não te odeio. Hoje será a audiência perante a Juíza Ross. Melhor se animar até lá.

— O que quer que eu faça?

— Peça um conselho à sua mãe.

Acatei o conselho e fui visitá-la mais uma vez. Ela estava pintando um quadro, cantarolando... parecia feliz. Senti inveja.

— O que trás até a mim, pequeno Mark?

— Quero lhe pedir um conselho. Como mãe... quer dizer, como se fosse a minha mãe.

— Claro. O que quer?

— Se a senhora tivesse feito algo que magoasse a sua família e se arrependeu, estaria disposta a tudo para recuperá-la?

Ela veio até mim, me beijou no rosto e me segurou nas duas mãos. Olhou nos meus olhos.

— Claro que sim, querido. 

Por um momento pensei que ela havia descoberto o meu disfarce. Lisa Torrance ficou me dando uma aula de moral familiar. Passei quase uma hora conversando com mamãe sem dar pistas de que eu era o Mike.

— Muito obrigado pelos conselhos, senhora.

— Se quiser mais, é só me procurar. Oh, tenho hora marcada com as minhas amigas. Pode fechar o estúdio pra mim?

Ela deu total confiança para mim. Aproveitei e fui ver o que ela havia desenhado naquele quadro. Para a minha surpresa a minha foto de adolescente estava desenhada e, na legenda, "Mike com 17 anos". Ela sabia o tempo todo. Essa é minha mãe.

...

Voei para a casa do Jack quando Anne me disse que a audiência havia sido adiantada para o turno da manhã. Fiquei com o coração na mão. A minha sorte é que Jack estava em casa.

— Falou com a sua mãe?

— Falei. A Anne ligou. A audiência está marcada para às 10 horas.

— Quê?

— Preciso sair logo para o fórum. Pode me dar carona?

— Claro.

— Jack... Vai de cueca?

— Ai meu Deus...

Entramos na ferrari dele e fomos para o tribunal. Faltavam poucos minutos, talvez uns vinte. Se eu me atrasasse, seria como se eu desistisse do processo. Poderia perder até a guarda dos meus filhos.

— Não tem como ir rápido?

— Meu querido, Los Angeles não é um vilarejo. O fórum fica a quilômetros da minha casa. Sai da frente! 

Por mais que Jack tentasse ir mais rápido, o trânsito estava pesado. Ele teve uma ideia de ir pela contramão... quase infartei quando ele fez isso.

— Quer reconquistar tua família? Então vamos fazer de tudo para isso.

Chegamos ao fórum bem em cima da hora. Subimos as escadarias e entramos. Perguntei sobre a audiência e fui para o recinto. Ouvi a juíza dar um veredicto, mas nós conseguimos entrar naquele ambiente.

— Esperem um momento! — gritou Jack. — Isso não pode estar acontecendo.

Anne se virou pra mim e ficou estranhando a nossa presença.

— Mark? Jack? Cadê o Mike?

— Ele não pode vir. Está ocupado numa viagem em Papua Nova-Guiné ou em Minnesota... Enfim, estou aqui pois sou seu advogado pessoal.

— Não é não! Juíza Ross, ele é o amigo do meu marido. Está inventando tudo isso.

— Não estou, Vossa Majestade — eu quase morro de vergonha. — Aqui está o meu certificado de diploma de direito. Aqui... tá um pouco borrado, porque estava no meu bolso, não porque é uma xerox.

A juíza analisou o papel e disse:

— Vou fingir acreditar que é um advogado. O que faria nesse caso?

— Vossa Elegância, este tribunal tem que ser fechado! Está acontecendo uma verdadeira barbaridade ao separar uma...

— Botem esses dois pra fora do recinto.

— Esperem... Anne, eu tenho um bilhete do Mike. Ele me deu — falei pegando um papel no meu bolso.

— Deixa ele. Quero ouvir.

Estava tão nervoso que tremia ao abrir o papel. Olhei bem fundo para o papel e comecei a dizer.

— Anne, meu amor, sei que pareci um covarde fugindo das minhas responsabilidades como pai e marido, mas na época pensei em que tudo isso era necessário. Eu estava completamente enganado. Tentei ser o melhor empresário em detrimento à minha família.

"Sei que dilapidei nossa relação, mas pode acreditar no meu arrependimento? Quando me dei conta estava parecido com o meu pai. Justo aquele homem em que eu não queria ser igual e que lutei no passado. Se arrependimento matasse... Mas ainda te amo, e não quero desistir de você. A mulher que eu conheci ainda no colegial."

"Lembro de um dia você estar sentada na arquibancada do ginásio de basquete e que estava chateada por ter perdido um concerto do Guns N'Roses e ficou xingando até os seus pais. Estava com uma camiseta preta da banda e uma presilha na cabeça. Foi naquele dia em que te convidei para sairmos ao cinema e vimos o Exterminador do Futuro 2. Você nem havia assistido e chorou muito quando o Schwarzenegger morreu no final... Foi aí que nos beijamos pela primeira vez."

"Posso ter errado, mas eu mudei muito... muito mesmo. Só queria uma chance para provar o meu melhor. Vai ficar na sua mão a decisão. Eu te amo e amo os nossos filhos. Com amor, seu Mike".

Fiquei chorando muito ao ler aquilo. Coloquei o papel dobrado ao lado da cadeira em que ela sentou. Parecia abalada do mesmo jeito. Parti sem olhar pra trás.

— Deu tempo de escrever tudo aquilo?

— Jack, eu não escrevi nada. Aquele papel era apenas uma folha em branco.

— Uau.

Minha vida já não fazia mais sentido. Certeza absoluta que o divórcio sairá e a lição que aprendi terá sido em vão.

À noite, fiquei jogando basquete na quadra da mansão. Jack ficou vendo meu sofrimento, mas não conseguiu me convencer. Desisti de vez da minha família e agarrei a chance de viver outra vez... 17 outra vez. Isso parece até roteiro de filme, mas é vida real.

 

E foi isso que aconteceu. Passaram-se alguns dias e o jogo da escola Saint Marko contra uma campeã municipal acontecerá. Será o jogo do ano para a escola e até alguns olheiros da universidade estavam me bajulando. Fiquei um pouco no vestiário até tomar coragem e ir à quadra. Todos torciam por mim e pelo time. Observei Jack com a diretora, Desirée beijando o Paul (what?) e Anne com Jessica. Junior ganhou a titularidade e veio até a mim, agradecer pela força com Maggie.

— O senhor está bem?

— Estou, mas não me chame de senhor no meio de muita gente.

— Tudo bem.

— Filho, vamos arrebentar.

O treinador chamou o time para uma conversa. Estratégia vai estratégia vem, fomos para o meio da quadra. Começou a partida.

Tudo parecia ao nosso favor, estávamos vencendo de 37 a 30; no entanto o colégio Evans se deu bem e passou da Saint Marko. Tentamos de tudo até chegar nos últimos minutos. Olhei para Anne, que ficou olhando para mim com a cara estranha.

— Vamos lá, Mark!

O treinador disse e eu acatei. Fiz uma cesta de três pontos. A multidão foi à loucura. Olhei para a Ann, fiz um gesto como se arrancasse meu coração e desse a ela, um beijo e um gesto como se fizesse uma cesta. Na mesma hora ela saiu desconcertada. Jessica até tentou ir junto, mas ela pediu que ficasse e foi para o corredor. O barulho da multidão, os gritos do técnico, as lembranças de quando eu era adolescente, tudo caiu sobre a minha cabeça. Olhei para a Desirée e ela sussurrou algo que ouvi:

— Vá atrás dela. Passou no teste.

Larguei a bola, dando para o Junior. Fui atrás da minha esposa, do amorda minha vida. Corri com tudo, mas não vi ninguém. Pensei que havia perdido ela... Meu corpo começou a mudar, minha aparência jovial sumiu dando lugar ao homem maduro de 42 anos.

— Então era você o tempo todo.

Virei-me e a vi sair de algum quartinho de limpeza. Caminhei vagarosamente até ela.

— Isso mesmo. Era eu.

— Tem alguma explicação racional para isso?

— Não. Nem eu mesmo acreditaria se fosse com outra pessoa. Tudo começou quando uma bruxa benfeitora surgiu na minha vida e decidiu que eu deveria mudar. Mudar para melhor. Passei perrengue, passei sufoco, voltei a ser adolescente, com o pseudônimo Mark Winscott, e tudo isso para tentar passar no teste. Agora estou aqui, coroa, com uniforme escolar bem na sua frente.

— Por que não me disse isso logo? Sabe, parece que tinha uma parte de mim que sempre soube que era você o tempo todo.

— E o que você queria que eu dissesse? "Oi, sou o Mike e estou assim porque uma bruxa resolveu me enfeitiçar e me transformar em adolescente"? Anne, você estava disposta a se divorciar de mim, eu vi que a sua advogada estava bem disposta a anular o nosso casamento. Depois que te vi naquele tribunal, perdi completamente as esperanças e resolvi desistir de tudo.

Anne se aproximou de mim e me deu um beijo na boca. Eu fiquei sem entender, mas cedi.

— Seu bobo, eu adiei o divórcio pois queria ter realmente a certeza. Agora tenho a convicção de que não vivo sem você.

— Anne!

Beijei-a com gosto e a levantei pela cintura. Ela sorriu com alegria e me puxou para fora daquele corredor. Aquela tarde era só alegria.

— Quero esse tanquinho bem definido, hein? Como se fosse adolescente.

— Pode deixar. Vou malhar todos os dias.

Fomos para o vestiário e ali demos uns amassos maneiros, mas resolvemos mesmo ir para a casa do Jack fazer mais coisas.

...

E as coisas para mim terminaram muito bem. Jessica namora um cara de responsabilidade e que é o melhor genro do mundo; Junior namora a Maggie e está mais feliz do que nunca; Jack e Chris viajaram para o Japão e fizeram cosplay de personagens do Guerra nas Estrelas; Paul se deu mal, pois Desirée o filmou de lingerie e postou no Facebook. Agora é vaiado pelos seus amigos e resolveu se mudar pra bem longe; Anne e eu nos reconciliamos e nosso casamento está muito melhor do que antes.

Desirée apareceu quando eu estava praticando caminhada no parque.

— Desirée?

— Só vim mesmo pra te desejar boa sorte, garotão.

— Muito obrigado. Se não fosse por você, estaria na sarjeta agora.

— Não me agradeça. Foi a sua força de vontade que te ajudou. É igual um viciado. Apenas mostramos o caminho, mas a pessoa viciada é quem muda.

— Vai ficar?

— Mike, nós nunca mais vamos nos ver — fiquei realmente triste. — Sinto muito. Mas eu viverei aqui, no seu coração. Adeus, meu amigo Mike.

— Desirée...

Uma pessoa me chamou, era Anne. Quando olhei de volta, Desirée já não estava mais lá.

 

Nova Iorque - em terceira pessoa

Desirée ficou olhando uma pessoa de longe numa balada. Era o filho de um empresário. O cara era arrogante até a alma, tratava as garotas como lixo e se sentia o maioral. A bruxa olhou pra ele e disse:

— Acho que isso vai dar uma outra história.

Fim


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Notas finais do capítulo

Tchau e até sei lá quando.



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