Mansão Arpini escrita por Georgia Kayla Mackenzie


Capítulo 4
Momento de Desespero


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora e os erros. Eu realmente espero que gostem e boa leitura!



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Jibby Roriz - POV's

Começamos a correr. Eu não percebi o quão longe estava indo. A unica coisa de que me lembrava era, que assim que vimos o vídeo no celular da Elisa, sai em direção da porta da cozinha e parti mata a dentro, pelo bosque que há atrás da mansão dos Arpini. Nem me dei conta de quem estava comigo ou se estava sozinho, até sentir um corpo se chocar contra mim.

—Ai! - Escutei uma voz feminina e me virei para me deparar com Calissa esfregando o nariz - Foi mal... Eu estava olhando para trás e não percebi você...

—Olhando para trás enquanto corria? - Indaguei levemente curioso.

—O que foi? Eu estava checando se ele ou ela... Aquela coisa estava atrás de nós!

Enquanto Calissa se explicava o som de folhas esmagadas ecoou até meus ouvidos e, como que em um movimento instintivo, agarrei o pulso da loira a minha frente e quando ela me encarou confusa, eu apenas coloquei o dedo indicador contra os lábios em forma de silêncio.

—O que foi? - Ela sussurrou.

—Tem alguém vindo... Shii - Sussurrei de volta.

Estava se aproximando. Entrei em pânico. Meus olhos percorreram rapidamente a mata em volta. Meu coração saltava em meu peito. A unica coisa que conseguia pensar era que ele estava prestes a nos pegar. Um arbusto se mexeu e eu puxei Calissa para trás de uma árvore e torci para que ele não nos notasse. O barulho de passos estava cada vez mais perto. Foi, então, que percebi serem de mais de uma pessoa e uma delas estava bufando à medida que andava.

—Ai... - Murmurava uma voz fina.

—Anda logo! - Sussurrou não baixo o suficiente para que eu ouvisse, uma outra voz, mas grave.

Naquele momento, quem estava murmurando pareceu apressar o passo e começar a correr, provavelmente, para alcançar a outra pessoa, quando de repente, o barulho de um galho se partindo e alguma coisa caindo no chão atacou meus ouvidos.

—Ai! - Soltou um grito abafado.

Me soltei de Calissa e observei de trás da árvore. Me deparei com Bryan e Bianca. Ele estava um pouco a frente e a garota caída no chão e apertando a mão contra o tornozelo. Suspirei aliviado e puxei Calissa para irmos até eles.

—Hey, estamos aqui também - Disse e eles nos olharam.

—Anda Bianca! Vai nos atrasar... - Bryan murmurou.

—E-eu não consigo... - Ela gemeu - Meu pé! Eu torci! Não vou conseguir andar!

—Também porque usar saltos tão altos! - Calissa comentou e, estanhei, uma vez que ela era uma das amigas de Júllya, então, deveria andar como ela e Bianca, não?

Olhei para seus pés de relance e notei que a loira usava all stars normais. Bryan fui até Bianca e a ajudou a se levantar, mas ela depositou todo seu peso no garoto e em sua perna boa, a esquerda.

—Não vai dar... Ta doendo muito.

Bryan suspirou e se virou de costas para ela. Pensei, primeiramente, que ele iria deixá-la para trás, mas aquela não parecia uma atitude vinda do meu amigo de tantos anos, e foi ai que meus pensamentos se confirmaram. Ele se abaixou o suficiente para que ela pudesse subir em suas costas e ele a segurou, de cavalinho.

—Vamos pessoal - Disse enquanto carregava Bianca.

—Obrigada... - Ela sussurrou e ele apenas sorriu de volta.

Começamos a andar em frente. Caminhamos por alguns poucos minutos mata adentro, quando Calissa parou a nossa frente e fez sinal para que parassemos também.

—Gente, não vamos sair em lugar nenhum andando sem direção... Precisamos encontrar o caminho da estrada... - Ela pareceu pensativa, para então, encarar uma das maiores árvores e sorrir como quem acabou de ter uma brilhante ideia - Já volto! - A garota deu um impulso e começou a subir na árvore.

—O que ta fazendo? - Perguntei sem entender.

—Se eu subir até o topo vou conseguir enxergar para que lado está a estrada - Ela explicou enquanto subia - A árvore é muito alta o suficiente para que eu veja.

Balancei a cabeça. Nunca imaginaria uma das amigas de Júllya escalando uma árvore em meio a uma floresta, mas aquilo me fez admirá-la ainda mais, como já admirava um pouco, ao menos ela já parecia não ser uma garota superficial antes e era bastante bonita. Algo dentro de mim pedia para que a chamasse para sair, contudo me lembrei de onde estávamos e senti medo de algo pudesse acontecer com ela. Parecia perigoso, então, impulsionei e comecei a subir atrás dela, deixando Bryan com Bianca em suas costas, em baixo.

Subimos por alguns segundos. A garota foi bastante mais rápida do que eu e embora eu fosse o garoto que admirava as plantas e bosques e tivera crescido no campo, então, já subira muito em árvores, não era páreo para ela. Essa garota escondia algo e tinha uma alma aventureira. Aquilo fez com que eu quisesse ter uma longa conversa com ela. Falarmos sobre o que nos tornava tão peculiares, ao menos ela parecia peculiar para mim, mas em um sentido especial.

Quando alcançamos o topo da árvore, senti um frio na barriga. Estávamos tão alto. A queda seria mortal. Segurei firme em um dos galhos estreitos e passei para o lado dela, para que pudesse segurar em outro galho, e assim ficar atrás dela, um pouco mais baixo e deixá-la segura, de forma que não corresse o risco de cair.

—Estou vendo! - Anunciou - É... Para lá! - Ela apontou com o braço - Diria que para o leste - Finalizou e eu sorri admirado com a sua enorme capacidade geográfica e senso de direção. Ela me pareceu uma búsola humana.

Jessica Valadares - POV's

Dylan não percebia, mas a cada momento a velocidade do carro aumentava. Primeiro 60. Depois 80. 90. 100. 110 e 120. Aqueles segundos pareciam durar horas.

— Dylan, 120.

Ele olhou para mim e depois para o marcador, então respirou e foi abaixando a velocidade. 90. Ninguém estava prestando atenção na direção do carro. Se não fosse um caso de vida ou morte nós teríamos de parar o veículo e tomaríamos algum remédio de ansiedade, ou então só deitaríamos na grama e relaxaríamos. Mas não tinha tempo. O clima era tenso.

— Ai minha nossa, Dylan. Olha as árvores - Meu chute estava errado.Tinha pelo menos uma pessoa que estava realmente prestando atenção na estrada. Keylan.

— Caramba - Elisa resolveu se pronunciar depois do tempo todo só cochichar com Keylan. Ele apertava a mão dela.

Haviam várias árvores no caminho e deveriam haver muito mais. Não dava mais para o carro passar. O único jeito que pensávamos era o de voltar para casa.

— Ai, não! - Mais parecia uma súplica. Dylan não sabia o que fazer. Começou a baixar a velocidade, de novo.

— Passa nas árvores, cara! - Keylan sugeriu com firmeza, mas parecia uma ordem.

— O meu carro!

— Passa, Dylan!

— O carro vai estragar, Keylan! - Ele disse isso num tom baixo, mas desesperado. Ele não queria gritar com o amigo. Dava para ver que estava se esforçando.

Ele não podia estar ligan do para o estado de seu carro. Seria absurdo, num momento como esses.

— Dane-se seu carro! - O amigo, nem um pouco.

— Se o carro estragar, não vai dar para sairmos daqui! - Ele disse num tom que mais dizia "Ei, seu burro. Você não tinha pensado nisso".

Então o Arpini estacionou em plena estrada. Dylan estava frustrado. Keylan, cético. Elisa, estática como uma estátua e eu rotulando como as pessoas estavam.

— Vamos voltar - A frase de Dylan doeu em mim.

Era o único jeito? Parecia que sim. Elisa e Keylan conversavam atrás. Eu olhei para Dylan. Apesar de parecer um pouco indiferente eu sabia que ele também estava nervoso. Além disso ele estava dirigindo, precisava ficar calmo senão eu sei que nós íamos bater.

— Dylan, vai ficar tudo bem - Eu coloquei a mão em seu ombro.

Ele olhou para mim. Surpreso. Fez que sim coma cabeça e então começou a manobrar o carro. Keylan ficou agitado.

— Espera!

Teve a atenção de todos voltada para ele. Ninguém queria voltar rápido para a mansão Arpine e enrolaríamos o quanto fossse possível.

— E se dois de nós forem pela estrada até a cidade? - Parecia loucura, até ir ficando razoávelmente bom. Irem dois sozinhos para a cidade? Seria a única forma de chamarmos por ajuda - Esses dois vão o mais rápido que der e chamam a polícia enquanto os outros dois voltam para buscar o resto do pessoal.

— E como nós decidiríamos quem vai a cidade?! - A pergunta de Dylan fez todos ficarem pensativos.

— Já sei! - A incrível Elisa - A gente pode sortear. Escrevemos dois "sim" e dois "não" em pedaços de papéis e quem sair com um e outro...

— Essa ideia é muito boa! - Keylan incentivou com um tom bem meigo. Ele gostava dela.

Em menos de cinco minutos os papéis estavam prontos. Havíamos pego todo o material no conversível. Saímos do carro e fizemos uma roda do lado de fora.

— Prontos? - Elisa estendeu a mão com os papéis e cada um pegou um.

— O meu deu "sim" - Keylan iria a cidade.

Foi a vez de Dylan.

— Eu não vou - Ele iria voltar.

Se minha vida estava sendo decidida por um papel, eu queria que o suspense acabasse logo. Mostrei o meu papel de "não". Ficamos uns segundos em silêncio e nos entreolhamos. Eu e Dylan, Elisa e Keylan. Estava decidido. Então eu e Elisa, Dylan e Keylan, se despedimos com um abraço bem forte. Mesmo querendo evitar, não sabíamos em qual lado estava a sorte.

Vimos Keylan colocar as mãos na cintura de Elisa e levantá-la para ajudar a garota a subir a árvore. Ficamos olhando os dois até eles desaparecerem do nosso campo de visão. Eu e Dylan, os dois azarados. Os que haviam tirado os "não" e teriam que voltar ao palco do terror. Nós nos olhamos e eu sorri para ele que me devolveu o sorriso. Talvez eu não estivesse tão azarada assim. Eu iria atrás dos outros com o lindo do Dylan. Uma maneira bem irônica de morrer, com um dos garotos mais populares da escola. Mais desejado. Mais lindo. Em qualquer outra circunstância qualquer garota me invejaria. Mas eu não me sentia sortuda. Nem um pouco. Dylan entrou no carro e girou a chave para dar a partida. Não teve sucesso. O conversível simplesmente não funcionava. Dylan tentou mais uma vez e, por fim, desistiu. Parece que teriamos de ir andando. Olhei para a longa estrada escura que teriamos que percorrer. Dylan e eu nos entrolhamos, antes de ele abrir o porta luvas à procura de uma lanterna para iluminar o caminho e começarmos a caminhar. Seria uma longa caminhada. Ao menos, nós torcíamos por isso.

Caminhamos por um tempo quase colados um no outro. O silêncio estava ficando constrangedor. E eu não queria passar minhas possíveis últimas horas em silêncio. Sendo o que eu sempre fui: Tímida. Eu queria conversar com o garoto mais gato da escola.

Eu pensei em vários assuntos para conversar com Dylan. Não achei nenhum. Lembrei de uns boatos que percorriam a escola e resolvi apelar.

— Então Dylan... é verdade que você beijou a Larissa no mês passado? - Eu estava desesperada. Acabei fazendo aquela pergunta em um tom engraçado.

Ele riu.

— Que ótimo assunto para se falar numa hora dessas - ironizou, como sempre.

— Você tem uma ideia melhor?!

Nós começamos a rir. Era hilário. Hilário como caminhávamos para a morte.

— Mas sim... Eu a beijei.

— E você gosta dela, senhor pegador? - Eu estava caçoando dele.

— Não, eu não gosto.

Mais risadas. Resolvi mudar de assunto antes que ele me fizesse perguntas.

— Se você pudesse acordar amanhã e fazer o que quizesse o que você faria?

Acho que é aquele tipo de pergunta que se tem quando você acha que não vai poder acordar amanhã.

— Eu realmente não sei. Acho que eu nunca pensei nisso.

Deveria começar a pensar agora, Dylan.

— Sério, você não tem ideia?!

— E você ... - Ele hesitou. Ele não lembrava meu nome - ... Jess?

Um chute certeiro.

— Eu faria trabalho voluntário.

— Trabalho voluntário?!

— É, eu to com vontade agora.

A tensão ia diminuindo aos poucos.

— Por que você não me conta um pouco sobre você, Jessica?

— Sobre mim? Eu não acho que seria tão interessante.

— E isso pesa agora?

— Ta bom... Eu sou Jessica Valadares e me mudei há dois meses para essa cidade.

— Por que você se mudou?

— Meus pais se divorciaram. Daí eu, minha vó e minha mãe nos mudamos para cá - Eu falava pausadamente.

— Sinto muito.

— Eu não. Meu pai não era do tipo legal. Acho que... - Eu tinha que hesitar - Que ficamos melhor sem ele - Mudei o assunto para ele. Estava interessada em saber o que isso ia dar - E você?

Meu pai era do tipo que não era realmente um pai. Ou um marido. Ele não entendia o que essas palavras significavam de verdade. Tudo estourou quando descobrimos sobre a Shirley.

— Eu acho que eu sou o que todo mundo vê.

— Com certeza tem algo mais profundo.

Ele olhou para mim e parou.

— Agora percebo que a minha vida não era tão legal assim.

— Era?! Ainda não acabou Dylan.

Ele concordou com a cabeça.

— Você era próximo da Júllya?

— Mais ou menos. De vez em quando eu achava que ela gostava de mim. Sei lá. Mas eu nunca conversei muito com ela.

Como assim ele não sabia se ela gostava dele?! Júllya era simplismente fascinada por ele. De todos os garotos que ela gostou com certeza ela gostou mais dele. Ela não demonstrava tanto, mas sempre que ele passava ela o fitava. Inventava desculpas para ir nos lugares onde ele estava. Quando Dylan participou de um torneio de futebol na escola durante a tarde ela ficou tentando nos convencer durante uma semana para irmos. Cada hora ela inventava algo. Disse que seria um dia bom para fazermos hora na biblioteca. Disse que tínhamos que torcer para a nossa escola. Que isso iria aumentar sua popularidade ou conhecer garotos de outras escolas, mas lá ela só se importou com Dylan. Um garoto ficou de olho nela. Ele pediu o número dela mas ela não deu bola. Calissa e Bianca quase morreram. Elas estavam azarando ele em várias tentativas frustrantes. Ela só tinha olhos para Dylan. Talvez ela gostasse do modo em que ele parecia nunca ligar para nada e ter tudo sempre sobre controle. As vezes eu acho que esse era o único motivopara qual ela era amiga de Elisa. De qualquer forma acho que Júllya merecia que ele soubesse dos sentimentos dela, aqueles que ela tentou esconder ao máximo.

— Ela gostava. Gostava muito.

Júllya. Me lembrei de tudo que tínhamos passado. Dos momentos felizes. De sua áurea. Me peguei em uma lembrança recente, quando ela foi no shopping comigo e as garotas. Estávamos todas na praça de alimentação e alguns garotos olhavam em nossa direção. Júllya disse que iria mostrar para gente como deveríamos responder aos seus olhares. Ela estava tão linda. Confiante. Ela conseguia cativar a atenção de todos com um simples olhar ou um sorriso. Isso era algo tão comum para ela. E ela era tão jovem. Tinha tanta coisa pela frente... Não sei porque, nunca fui muito apegada a ela, mas senti um peso em meus ombros. Ela era linda, jovem e popular. Ela não é, não mais. Ela se foi. E nunca teria um futuro brilhante ao qual almejava. Nunca se casaria com um homem rico e viveria em SPAs e viajando ou fazendo compras. Ela não seria como sua mãe, a quem tanto admirava e sempre falava bem. Ela não conseguira nem terminar o ensino médio e isso doia. Doia mais do que poderia imaginar. E, mesmo sem perceber, comecei a chorar. A ficha ainda não tinha caído antes e agora, parecia que eu iria transbordar em lágrimas.

— Ela morreu, Dylan! - Solucei e parei de andar. Não conseguia acreditar que ela tinha ido. Antes parecia que ela só havia se machucado ou que estava dormindo, mas que ficaria bem. Agora era real. Ela se foi para sempre.

—Eu sei Jessie, eu sei.

Dylan se aproximou de mim e colocou os braços ao redor das minhas costas enquanto eu chorava.

— Eu estou com medo - Disse entre lágrimas e o abraçando de volta.

— Eu sei. É só você ficar bem perto de mim - Todavia Dylan não podia prometer isso e ele sabia.

O garoto e eu continuamos abraçados por um tempo. Sentindo apenas o calor um do outro. Quando nos separamos pudemos avistar a casa. Ela estava bem a nossa frente. Senti um calafrio na espinha e segurei a mão dele bem forte.

Calissa Abre - POV's

Assim que desci da árvore seguida por Jibby anunciei para que todos que me seguissem e comecei a correr. A sensação do vento empurrando os meus cabelos e da drenalina tomando conta do meu corpo. Dava para sentir o meu sangue percorrendo cada uma das minhas veias e isso resultava em um coração acelerado e um frio na barriga. Isso fazia me sentir quase como se voasse.

Embora estivéssemos correndo perigo, eu ainda me sentia imensamente livre e feliz apenas por estar correndo dentre árvores e plantas, uma vez que sempre senti a necessidade de me arriscar. Isso fazia parte de mim. Continuei correndo à frente dos três em direção ao leste, até que pude senti meus tênis deslizando sobre a terra e as folhas. O bosque estava se desfazendo em pequenos arbustos.

Parei de correr e foquei o olhar atráves do escuro. Afastei alguns ramos da frente de meus olhos para poder enxergar melhor. E foi naquele momento que me deparei com um flash de luz. Me surpreendi e franzi o cenho. Como eu poderia estar enxergando alguma coisa se a eletricidade havia acabado? Eu deveria enxergar nada menos que plena escuridão.

Me virei para o pessoal atrás de mim e quase me choquei com Jibby, que parou a minha frente. Ele sorriu sem graça em minha direção e murmurou alguma coisa:

—Opa... Foi mal.

—Tudo bem - Sorri gentilmente - Estamos todos desesperados - Consegui perceber mesmo sem luz que ele desviou o olhar, talvez envergonhado por estarmos tento aquela conversa, então, me dirigi até onde Bryan estava correndo com Bianca em seus costas e gritei - Pessoal, precisamos continuar! Eu vi alguma coisa! Parece uma lanterna!

Nesse momento, com um impulso, dei meia volta e comecei a correr novamente. Jibby suspirou e partiu a me acompanhar enquanto os outros dois tentavam nos alcaçar. A medida que fui me aproximando do reflexo de luz, consegui notar que não estávamos muito longe da rua e que havia alguém, ou melhor duas pessoas. Dylan e Jessica, consegui distinguir. Sorri com o pensamento de que eles também estavam bem. Até aquele momento eu havia praticamente me esquecido deles e de Keylan e Elisa. Me perguntei se eles também estariam bem e torci para que sim.

Assim que meus pés tocaram o asfalto comecei a gritar por seus nomes e tentar chamar sua atenção enquanto acenava. Foi quando percebi que eles estavam bastante próximos. Aos meus olhos pareciam que estavam se beijando, porém afastei aquele pensamento da minha mente, afinal por qual razão eles estariam se beijando? Dylan e Jess? Ainda mais em uma situação crítica como essa. Quando eles me escutaram, rapidamente se viraram em minha diração e acenaram de volta. Então, notei que eles estavam apenas de mãos dadas, todavia que logo se separaram.

Parei a frente de ambos e me inclinei precionando as mãos contra os joelhos enquanto respirava fundo, bastante cansada por tanto correr. Poucos segundos depois e Jibby conseguiu me alcançar e algum tempo depois Bryan bufando atravessou os arbustos com Bianca em suas costas. Jess e Dylan arregalaram os olhos ao notá-los de tal maneira, contudo Bryan soltou a loira e ajudou-a a se manter em pé, e antes que eles pudessem perguntar qualquer coisa me apressei em explicar:

—Bianca tropeçou e torceu o tornozelo, Bryan apenas estava ajudando-a a conseguir correr.

Eles assentiram e se voltaram para mim, no momento em que me estiquei novamente e fiz a pergunta que tomou conta do meu cerébro:

—Onde estão Keylan e Elisa?

—Eles foram até a cidade em busca de ajuda.

Respondeu-me Dylan e como se ele não precisasse me respondeu a nossa atenção foi cativada por luzes vermelhas e brancas que piscaram em nossa direção. E em segundos o som da sirene da polícia ecoou em nossos ouvidos. Eu apenas consegui pensar em que estávamos realmente a salvo. O medo tinha acabado.

Logo que três políciais junto de Keylan desceram do carro e caminharam até Dylan e Jessica para lhes fazerem alguns perguntas a respeito do incidente, o veículo dos paramédicos estacionou na estrada e dois deles vieram até mim, Jibby, Bryan e Bianca para se certificarem de que estávamos bem, porém a não por pequenos arranhões causados pelos galhos na floresta não havíamos nos machucado, exceto por Bi que foi levada pelos homens para fazer um raio x e enfaixar o pé. Enquanto isso dois outros paramédicos adentraram o local guiados por Elisa até onde estava Júllya.

E foi naquele instante que a pior cena de todo o dia aconteceu. Jibby e Bryan arregalaram os olhos. Eu tapei a boca com a mão e franzi a testa. Dylan e Keylan fizeram careta. Elisa e Jessica se aproximaram e se abraçaram bem forte. E Bianca começou a chorar quando uma maca coberta por uma lona preta sobre o corpo de Júllya foi empurrada para dentro da ambulância, onde ela estava sentada. Até aquele momento a ficha ainda não havia caído, mas todos pudemos perceber que não havia outra maneira.

Júllya estava realmente morta. Ela se fora. E não havia mais nenhum jeito de salvá-la.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e que comentem, porque eu realmente gostaria de saber o que estão pensando do desenvolvimento da história! Até a próxima!

XOXO



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