Royal Blood escrita por Luh Odair Bennett PPP


Capítulo 5
O Primeiro Passo


Notas iniciais do capítulo

Oi coisinhas lindas, teve comentário? não, não teve.
Maaaas mesmo assim , depois de um longo tempo eu estou de volta o/
Esse capitulo e o que eu gosto de chamar de divisor de águas, é a aceitação.
Então divirtam-se, comentem ( faz muita diferença) me mandem MP, entrem em contato por outras redes, favoritem.



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— O cronograma até agora é o seguinte: — começou Aly alisando o AA em seu MOS. — Você vai entrar depois do discurso de sua tia Miranda, a atual regente, ela estará anunciando sua chegada junto ao início do festival das flores. Você irá descer as escadarias. — Anna começou a encenar a fala da irmã de maneira divertida enquanto as outras três terminavam de me arrumar. — Seu tio Albert estará esperando para sua primeira dança oficial, em seguida você será entregue ao Chris. — Annelize dançava pelo quarto. — Entregue ao Christopher, por último sua dança será com o coronel L. Parker. Eles representaram os Phamilie, — Anna mostrou as presas. — A realeza — ela fez uma reverencia. — E o exército. — Nesse momento Anna já lutava com uma espada invisível pelo quarto cutucando a irmã mais velha.

— Nãos e esqueça de reverenciar sua tia, servira como agradecimento. — Acrescentou Kate.

— E Liza em hipótese alguma reverencie um homem, o título que te aguarda é de rainha, dessa forma ninguém pode ser mais poderoso que você então seu marido não será rei, ele será o príncipe consorte. Sua mãe tornou seu pai o rei com uma reverencia, não tome essa decisão sem saber no que ela implica. — Avisou Zoe seria. — Você tem alguma pergunta?

— E minha tiara? — A pressão do quarto foi quebrada e as meninas caíram na gargalhada. — Não riam, é sério. Reverencias e tal e dança e tal é legal, mas não vi a tiara ainda. — Eu me segurava para rir, tudo isso poderia ser muito pressão e seriedade, mas a melhor parte eram os vestidos e as tiaras.

— Ela deve chegar a qualquer momento. — Respondeu Anna com um sorriso travesso para a gêmea, Hanna por sua vez virou seu MOS em minha direção mostrando a figura de Christopher.

— Garotas, acho que tenho uma entrega para a princesa. — Anunciou ele com um sorriso, era como se ele estivesse olhando diretamente para mim.

— Liza, todos os sistemas do castelo são via de mão dupla, então sim, ele está te vendo. — Avisou Alicia tentando evitar rir da minha cara de pasma.

— Entra Chris — Convidou Zoe com certa intimidade, eles pareciam ser amigos, e ter amigos nesse lugar me parece ser a última saída.

— Minhas garotas — cumprimentou ele abraçando cada uma das meninas. — Alteza.

— Não precisamos de formalidades aqui. — Anunciei a ele que se aleitava em um abraço lateral com Anna e Aly. — Pode me chamar de Liza.

— Okay Liz. — Ele fez questão de salientar o Liz no lugar de Liza.

— Vocês parecem ser bem amigos. — Comento com inveja, as únicas pessoas com quem eu tinha esse relacionamento era Lara e Luke: Um deles se mostrou um mentiroso e a outra deve provavelmente me odiar, não sei como vai ser quando eu realmente perceber que a Lara não vai voltar, que eu provavelmente nunca mais verei ela e que tudo isso é para a sua segurança. Minha melancolia provavelmente foi percebida pelo silencio na sala.

— Sim, sim, nós nos conhecemos aos oito — começou a explicar Alicia. — Bem o Chris e eu, antes disso o cavaleiro de armadura brilhante só sabia chorar pela morte da herdeira a herdeira. — Conto ela em tom de brincadeira, seu sorriso some quando Anna a cutuca e ela percebe que eu sou a herdeira. Então um mini Christopher chorava pela minha pseudo morte?

— E o bebezão aqui chora até hoje — brinca ele apertando as bochechas de Anna. — Só por ser o baby Lady.

— Isso porque você nunca foi a mascote do The Ladys. Isso tudo se dá porque eu nasci sete minutos mais tarde que a Hanna, sete minutos a mais do dia oito de janeiro, Liza. — Choramingou ela me explicando a situação.

—Então vocês têm dezoito certo? — Perguntei cautelosa e elas assentiram com a cabeça. — Bem eu ainda tenho dezessete.

Assim que eu terminei a frase uma Annelize histérica começou a correr pelo quarto gritando e pulando:

— Eu não sou mais o Litle baby, não sou mais.

— Alguém segura essa criança. — Implorou Hanna se referindo a irmã que aos poucos parava de comemorar.

— Bem, nós temos uma vaga no The Ladys, e nunca tivemos uma princesa então... — Convida Christopher de forma educada.

— Eu adoraria.

Nosso momento fofura é interrompido por um sinal de aviso vindo do MOS de Kate.

— Temos que ir agora. — Chamou a dona do aparelho.

— Antes de irmos vocês podem me dar um momento com a princesa meninas — pediu Christopher e prevendo um não ela adicionou — Por favor. — Com um revirar de olhos as cinco se levantaram e deixaram o quarto. Ele pegou uma das caixas trazidas por ele, que no momento se encontravam em cima da cama. — Bem primeiro essa.

Me virei lentamente para o espelho e por ele observei o belo rapaz se aproximar, em suas mãos estava um belo colar: sua estrutura era simples, mas pingente de flor que ela carregava brilhava de longe, era uma rosa de brilhantes com caule e espinhos.

— Posso? — Perguntou se referindo a colocar o colar em mim, concordei retirando o cabelo. Suas mãos eram frias em contato com a minha pele quente. — Ele era da minha mãe, sua tia Elena, eu acho que ele deve ficar com você.

— É lindo! — Exclamei levando minha mão ao colar, ele estava frio e deva a sensação de que as mãos de Christopher ainda estavam em mim. — Obrigada.

— Agora algo que já é seu. — Ele voltou a caixa fazendo mistério, lá de dentro ele tirou uma tiara simplesmente estonteante: ela era mais alta que as outras e tinha desenhos simétricos como os desenhos gregos. — Ela foi de sua mãe e Miranda acredita que ela tem que seguir com você. — Ele encaixou ela em minha cabeça prendendo como as meninas fizeram mais cedo. — A rainha Eleanor usou essa tiara no seu casamento com o Príncipe Thomas e vocês são tão parecidas que poderiam ser facilmente confundidas.

Eu estava maravilhada com aquelas joias, me sentia a pessoa mais suprema do mundo com aquela tiara, acho que pela primeira vez entendi o sentimento de mandar na porra toda. No pouco tempo que estou aqui já ouvi bastante o quão parecida sou com minha mãe, coisa que não faz muito sentido para mim que não consigo ver ninguém além de Emmeline quando ouço a palavra mãe.

— Chris, obrigada, eu estou linda. — Agradeci me levantando e girando lentamente com meu pomposo vestido.

— Você é linda, mas — a atenção que ele deu para o “mas” me fez rir. — O mais importante eu ainda não mostrei. — E se virou me fazendo pensar o que mais poderia vir e quando abriu a outra caixa meu coração saltou, lá dentro tinha uma grande sacola do Mcdonalds.

— Oh meu deus Christopher, você é um anjo. —Grito pulando em cima dele na tentativa falha de pegar a sacola.

 — Primeiro diga quem foi a melhor pessoa que você conheceu nas últimas 12 horas? — Gracejou ele.

— Hum, as meninas. — Respondi com uma falsa perspectiva pensativa, ele pegou a sacola começando a se afastar. — Okay, Okay, foi você, a melhor pessoa que eu conheci hoje, agora por favorzinho, eu não como a horas.

— Toma esfomeada. — Ele me entregou a sacola que logo foi aberta e colocada sobre a mesa no canto do quarto, eu claro comecei rapidamente a devorar as batatinhas. — As meninas não fazem por mal, elas têm tanta pressão sobre elas que esquecem que você não é uma boneca e tem necessidades básicas. — Assenti com a cabeça concentrada demais em meu lanche, ele continuou. — Sabe elas são treinadas desde que nasceram para serem damas de uma pessoa morta, os Anderson são responsáveis por todas as gerações de damas, a mãe e tias delas foram damas da sua mãe e elas são suas assim como as filhas delas serão da sua filha ou nora. — Ele falava tudo olhando para a janela, quando se virou para mim um sorriso doce surgiu sem seus lábios. — Acho que devemos ir, agora que o monstrinho esta alimentado.

— Serio Chris, obrigada. — Agradeci me aproximando dele com a mão no colar, o obrigada não era só pelas coisas que ele me trouxe, mas por ter lembrado de mim e demostrado que se importa, por fim ele estendeu uma bala de menta o que me fez rir. — Você pensa em tudo garoto da realeza. — Zombei pegando a bala.

Assim que abrimos a porta Anna e Hanna me cercaram consertando meu batom e prendendo corretamente minha tiara.

— Liza, podemos ir? — Chamou Zoe se posicionando como guia.

— Claro, vamos, você vem com a gente Chris? — Pergunto ao meu primo.

— Se eu quiser continuar com vida preciso fingir que estive lá todo esse tempo, sintam minha falta garotas. — Dessa forma ela sumiu do lado oposto do corredor.

Concordei com a cabeça e começamos a andar Anna e Alicia ficavam a minha direita e Hanna e Kate a minha esquerda, as mais velhas permaneciam concentradas em seus MOS para comunicar-se seja lá com quem.

— Liza. — Chamou Anna me fazendo para enquanto Hanna jogava um pó cor de rosa em mim. — Isso vai fazer os botões de rosa a sua volta se abrirem, então se se assuste se algo se mexer.

Concordei com a cabeça e percebi que estávamos paradas na frente de uma grande porta de carvalho.

— Abrindo as portas em três. — Anunciou Alicia se afastando junto as irmãs. — dois e... 

As portas se abriram revelando uma grande escadaria de mármore com botões de rosas das mais diversas corres presos aos corrimões, ao fim dela um grande salão com mesas cheias e pessoas de pé me encarava. Conforme descia os degraus mais pessoas murmuravam ou soltavam sons de exclamação e mais botões se abriam liberando um agradável aroma de rosas. Ao fim da escada um homem de mais idade em esperava, ele parecia aquele velho sábio que tem em todos os filmes e sorria como se esperasse muito por esse dia.

— Princesa. — ele reverenciou quando cheguei ao fim da escada, era Albert, o irmão de minha mãe, ainda não entendi o porquê do trono nãos ser dele, já que é o mais velho. Ele estendeu a mão e a música começo.

— Tio Albert. — Respondi ao comprimento, era como se ele me conhecesse, como se já tivéssemos conversado a horas e horas, mas eu nunca o vi na vida. Não trocamos muitas palavras durante a dança, ele perguntou coisas sobre minha chegada e eu respondi, simples e prático, visto que meus pensamentos se mantinham em como deve ser doloroso ver sua irmã morta, se eu sou tão parecida assim com minha mãe, depois de tanto tempo e no fim não ser ela, deve ser doloroso demais para alguém aguentar sorrindo.

Ele se afastou me deixando sozinha no meio no salão, no mesmo instante senti a mão de Christopher passar por toda a extensão de meus braços, ele estava atrás de mim e queria um show, me afastei deixando somente a ponta de meus dedos ligados aos dele o que fez o mesmo puxar meu corpo em sua direção em um choque brusco, começamos a rodopiar pelo salão, ele me erguia e me girava enquanto conversamos e riamos sobre de que forma eu quebraria os pés dele, por fim ele segurou em minha cintura deixando meu corpo cair de forma leve, joguei minha mão para trás junto a cabeça para dar um toque mais teatral ao nosso fim, no qual tentávamos falsamente não rir.

Quando Christopher se afastou a voz de L. Parker tomou meus ouvidos, Logan estava em minha frente fazendo uma reverencia:

— Vossa alteza me daria a honra dessa dança?

— E eu tenho escolha? – Minhas palavras saiam em meio a um sorriso falso, um sorriso que foi mantido até o fim. Logan estava vestido de branco, com o uniforme de gala do exército, vários outros casais começaram a se juntar a nós, parece que a realeza não se importava muito com seus protetores.

Lissa. — Começou ele, ele sabia que só a minha avó me chamava de Lissa, e fez isso e proposito, como se quisesse me ver machucada— O Peter não é confiável, ele não chegou onde está de forma justa.

— É mesmo? — Provoquei. — Vocês devem se dar bem ne, um mentiroso acusando o outro.

— Eu menti pra te proteger, Lissa, ele só que sua coroa.

— Poupe-me coronel Parker, eu mal troquei duas palavras com ele, nem eu quero a coroa. — O cortei de uma vez.

— Elizabeth, você precisa me ouvir, eu só quer...

Antes dele terminar a frase eu me afastei, a música estava prestes a acabar e as pessoas já não me encaravam como no começo. Logan era toxico para mim, ele me fazia viver uma rememoração e algo que eu não teria mais, ele me lembra o Luke, ele me dá esperança e eu não posso ter esperança. Quando sua mão pegou a minha me senti horrível, me senti como uma traidora: a traidora de meus pais, a traidora de Lara, a traidora da vovó.

— Logan, mantenha distancia, não me dirija mais a palavra, eu não quero mais te ver e a cora agradece seus serviços. — Quando terminei de falar ele estava estático, as lagrimas ameaçavam cair, vi portas de vidro que levavam ao jardim e segui para lá, me forçando a pôr um sorriso no rosto.

Sabia que me despedindo de Logan eu estava também me despedindo da minha antiga vida, estava guardando o sobrenome McFells no fundo do meu coração, essa ação me quebrou de tal forma que eu sábia que nunca mais achara a Liza McFells dentro de mim, nunca mais acharia a garotinha do papai que eu era, a menininha da vovó e a princesinha da mamãe, todas elas estavam mortas. As pessoas me cumprimentavam com sorrisos e reverencias enquanto eu me esforçava ao máximo para não me derramar ali mesmo.

O vento no meu rosto quando cheguei ao jardim foi o ápice para me fazer desmoronar, eu sabia que até ele me julgava, até o vento ria de mim e me culpava por não fazer nada, por aceitar a situação e me divertir, as lagrimas já tomavam o meu rosto quando senti meu corpo ser puxado e jogado contra a parede, tentei me afastar em vão.

— Shiii — pediu quem me pressionava contra a parede colocando a mão na minha boca para tentar conter meus soluços, percebi ser Christopher e automaticamente meus braços se engancharam em seu tronco. Três fotógrafos passaram rindo com suas câmeras em mãos. — O que você estava fazendo?

— Eu, eu só. — Tentei enxugar minhas lagrimas e formular uma resposta, mas eu não precisava formula-la eu sabia a resposta: eu queria meus pais, eu queria poder pegar meu cobertor e correr para a cama deles nos dias frios, eu queria poder reclamar que eles eram chatos, ou sair para comer pizza, ah se eu soubesse, nunca teria dito nada de ruim, nunca teria pensado em fugir de casa, nunca teria saído sem avisar. Não sei se Christopher sabia o que eu sentia, ou se só percebeu o quão maus eu estava, mas ele me ninou em seu peito e me deixou chorar.

— O que acha de sairmos daqui e conversarmos? — Sugeriu ele quando meus soluços começaram a sumir.

Concordei e o segui, ele andava decidido, saímos pelos jardins e andamos por longos minutos, a forma decidida na forma como ele andava me reconfortou de alguma forma, fez com que eu me sentisse segura. Quando paramos estávamos em uma ala de estar, parecia aqueles programas de entrevistas: era grande e com poucas janelas.

— Não vão nos incomodar aqui, avisou ele se sentando e apontando o lugar em sua frente. — Então Elizabeth McFells, conte-me mais sobre sua vida? — Pediu ele quando eu me sentei, o fato dele usar o termo “minha vida” se referindo a como ela era hoje de manhã fez com que eu me sentisse melhor.

— Meu nome completo é Elizabeth Antonieta McFells. — Contei vendo ele segurar o riso. — Sou filha de Emmeline e Tom McFells: ambos clínicos gerais. Minha infância foi bem legal, aprendi francês, tiro ao arco, quase todos os tipos de dança, quase mesmo porque na parte de danças históricas eu faltei todas as aulas. — Acrescentei fazendo ele rir, por mais estranho que parecesse ele se mostrava interessado, como se quisesse mesmo saber quem eu sou. — Tive aulas frustradas de etiqueta e até fui miss uma vez.

— Miss?

— É sabe, com tiaras e faixas, mas a vovó me obrigou. — Expliquei me defendendo, ele fez sinal para que eu continuasse. — Isso tudo com Lara ao um lado, Lara é minha melhor amiga de todo o mundo, ela é a minha pessoa, a pessoa com quem eu sempre pude e sempre poderei contar, ou poderia. — Fiz uma pausa absorvendo minhas próprias palavras. — Nós planejamos ir para a universidade de Miami ao fim do ano letivo, ela ia cursar arquitetura e eu direito. — O peso em meu estomago aumentava a cada palavra. — Eu não pude me despedir dela.

Naquela noite não chorei novamente, falei de Lara, do papai e de suas engenhocas que sempre resolviam tudo, falei das receitas mirabolantes da mamãe e da forma como ela adorava cuidar de mim quando eu ficava doente, falei da morte da vovó Anty e do quão difícil foi para mim superá-la, falei de flora, falei de meus talentos e defeitos.

No fim da noite meu ouvinte já havia se tornado um amigo. Enquanto conversamos, riamos e nos debatíamos eu percebi que poderia confiar nele e em seu instinto protetor.

Christopher Sthler foi o primeiro passo para que eu me tornasse a princesa Anastácia Rigors.


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Notas finais do capítulo

Vocês são os melhores ♥



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