Forbidden Game escrita por Periwinkle


Capítulo 14
Tudo termina aqui.




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Kami ® POV

Nem pro foto eu tinha visto eles, e quando o Tay me falou que eles estavam vindo, eu não levei muito a sério. Ou se levei no fundo achei que não iriam vir direto pra cá. Queria pelo menos usar esse tempo da nossa volta pra reconciliação e para aproveitarmos. Mas tinha que vim mais uma bomba desse tipo em nossas mãos. Uma bomba que por sinal pode explodir e levar todos junto a ela, inclusive nós.

O garoto segurou minha mão por breves segundos enquanto os pais dele atravessavam a rua em nossa direção. Eu o olhei, e ele parecia estar calmo, mas não era uma calmaria natural.

— Vai com eles. — Disse Tay entrelaçando nossos dedos. Os pais dele vinham soltando fumaça ao ver aquela cena de nós dois de mãos dadas.

— Não, eu não vou. Quero ficar com você. — O olhei e apertei nossas mãos.

— Ta tudo bem, não precisa se preocupar. De verdade, eles não podem fazer nada. — Ele sorriu para mim, foi o sorriso mais falso que eu já vi ele dar. Os pais do mesmo pararam em nossa frente e logo em seguida os ubers que estávamos esperando chegam.

— Não, eu não vou! — Afirmei mais uma vez que não sairia do lado dele.

— Você não tinha falado que não estava mais envolvido com isso? — Eles nem se quer falaram um oi para o Tay, foi direto o intimando. Disse o pai do garoto.

— Oi pai, oi mãe e isso... É o Kami! Meu namorado. — Respondeu de forma serena Tay. Eu nada disse, sentia os olhos deles me perfurando.

— Podemos conversar Rodrigo? — Perguntou a mãe do garoto que me olhou de cima a baixo.

— Ta, claro. Vamos entrar — Respondeu Tay soltando da minha mão e apontando para o portão.

O garoto bem como os pais foram na direção do portão e eu os seguiu. Mas fui impedido de passar pelo portão pelo próprio Tay.

— Não, eu preciso conversar com eles. Vai com os meninos. Por favor. — Pediu ele

Thúlio veio até mim, colocou as mãos em meu ombro.

— Vamos lá, deixa ele. Ele precisa resolver isso sozinho. — Disse o jungler.

— Por favor. — Pediu novamente Tay

— Tudo bem, mas qualquer coisa você me liga na hora que eu venho correndo se necessário. — Suspirei e selei nossos lábios rapidamente, já que os meninos estavam me esperando.

— Não vai precisar, mas qualquer coisa eu ligo, prometo. — Ele entrou dentro da casa e fechou o portão.

Segui e fui para dentro do carro, onde Mylon, Thúlio e Matsu estavam me esperando. Entrei preocupado, sabia que não seria divertido ficar lá sem ele. Não que apenas ele consiga me divertir, é que eu sabia que minha cabeça ficaria o tempo todo nele, com medo de que acontecesse algo grave, ou que ele escutasse coisas que não gostaria. Preocupado até se acontecesse agressão física e o pior eu não iria estar lá pra defende-lo. O clima estava ruim, mas os meninos não deixaram isso transparecer, bem como eu. Tentei agir e fingir que estava tudo bem, como se aquilo fosse apenas um pequeno contratempo.

Quando chegamos, nos sentamos em uma mesa bem no centro, e fomos logo pedindo bebidas e aperitivos. Deixei o celular do meu lado o tempo todo e no último volume. O Outback é um dos lugares que mais frequenta jogadores profissionais de qualquer jogo e streamers, é tipo um ponto de encontro com a galera. E para a nossa surpresa, uma boa parte dos nossos conhecidos estavam lá ou iam chegando aos poucos. E conforme o tempo passava o lugar se enchia cada vez mais por conhecidos e amigos e por alguns fãs também. Não tentava puxar assunto, ficava mais na minha com minha porção de batata frita e minha batida. Mas claro, quando puxavam assunto comigo eu conversava normalmente, até falava e fazia algumas piadinhas internas.

— Qualé, cadê o Tay? — Perguntou Jukes abraçado com o Rakin em minha frente.

— Ele tá em casa com os pais dele. Visita, sabe como é né? — Respondeu Rakin me olhando

— Por isso que está com essa cara Kami? Consegue nem fica um tempo sem o namorado? Tem que aproveitar esse tempo livre, ficar colado o dia inteiro rola não. — Jukes deu um tapa em meu braço, como se fosse uma forma de me reconfortar.

— Só estou cansado, nem dormi direito à noite. To é quebrado. — Tentei inventar uma desculpa pra essa cara de enterro, que por sinal não estava escondendo bem.

— Ah se esse for o problema vou pedir um energético pra você, rapidão. — Jukes saiu e foi até o balcão.

— Desemburra essa cara ai Kami! — Rakin me deu uma bronca. E ele tinha toda razão, virei o copo com o álcool de uma vez.

— É você tem razão — Sorri logo em seguida e ele retribuiu.

Tomei mais uns dois copos para tentar me animar, mas isso não queria dizer que eu não estava mais preocupado. Depois de umas três horas já lá, vejo em meu celular a chamada do Tay. Não pensei duas vezes em atender, fui saindo para fora do estabelecimento para tentar escutar ele direito.

— Tay, Tay está me escutando? — Perguntei já do lado de fora

— Agora estou. Bem melhor... — Respondeu ele

—Ta tudo bem? — Perguntei ansioso para saber como havia sido a conversa.

— Sim está, eu na verdade só liguei pra te deixar mais calmo e te avisar que está tudo bem. Quando você chegar à gente conversa e eu te conto como foi e como rolou a conversa. — As palavras dele foram como alivio para mim, pelo visto estava realmente tudo bem.

— Ta bom, você então não vai vir? — Perguntei enquanto olhava os carros passando na rua.

— Não, até porque não iria aproveitar muita coisa, já que vocês devem estar voltando. — Explicou Tay

— É na verdade eu já, já estou indo, agora os meninos eu não sei. — Olhei para trás e vi a mesa dos meninos, realmente pareciam estar se divertido

— Não precisa vim logo, pode ficar mais tempo ai se divertido. Você precisa desse tempo. — Será que ele não queria que eu fosse logo pra casa?

— Eu estaria me divertido se você estivesse aqui comigo. — Falei brincando

— Eu sei meu amor. Agora eu vou indo tomar um banho e te esperar cheiroso. — Riu Tay

— Bom, provavelmente eu vou chegar com cheiro de álcool. Não de sabonete como você. — Acenei para o Loop dentro do Outback que aparentemente estava me chamando.

— Não tem problema, eu te aceito mesmo bêbado. Agora eu preciso ir. Tchau, e eu te amo. — Disse o menino

— Eu também te amo. Até — Desliguei o celular logo em seguida.

Voltei para perto dos meninos e depois de algumas horas, quase batendo as duas da manhã, decidi voltar para casa. Os meninos iriam continuar ali por mais algumas horas, haja disposição da parte deles. Eu acho que estou ficando velho demais, não estou aguentando mais passar a madrugada toda em barzinhos ou festas. Apesar de que eu não estou tão velho quanto o Loop, já que quando chega perto das 23 horas ele já está indo dormir.

Mal cheguei em casa e fui correndo até o quarto do Tay. Entrei no quarto e lá estava ele deitado na cama de cueca mexendo no celular. Me aproximei e subi na cama me sentado ao lado dele.

— Demorou, estava aprontando o que lá? — Perguntou Tay colocando o celular sobre o peitoral.

— Estava pegando uns novinhos, dei altos beijos. — Sorri para o mesmo que me retribuiu

— A nesse caso então tudo bem. — Brincou o menino

Tay estava só de cueca e sem blusa, só que estava de toca de frio, mas não estava frio. Estranhei a principio, o único que usava toca para tudo era o Rakin, já o Tay não, ele usava raramente

— Porque está de toca? — Perguntei enquanto tirava meu tênis e jogava no chão.

— Precisa ter motivo pra usar toca? — Ele ficou meio assustado com a pergunta, estava estampado nos olhos dele.

— Não precisa, na verdade foi apenas uma pergunta. Se quiser responder... — Dei de ombro. — Mas então, me conte como foi à conversa! — Cruzei minhas pernas em formato de índio e fiquei olhando para aquela toca, mas de uma forma discreta.

— Conversamos muito, meu pai não gostou nenhum pouco, e minha mãe também não. Mas conforme fomos conversando ela começou a amolecer. Disseram coisas horríveis, nunca achei que iria escutar algumas coisas deles. Acho que nem os vizinhos provavelmente nunca escutaram tais coisas. — Conforme ele falava eu fui aproximando minha mão lentamente até que puxei a toca. A orelha dele estava totalmente vermelha e inchada.

Eu não falei nada, engoli a seco, me ajeitei e deitei ao lado dele apoiando meu rosto no ombro do garoto, aproveitei que meu rosto estava próximo do pescoço do mesmo e selei.

— Não foi tão ruim quanto eu pensava que seria. Saíram bravos daqui, mas tenho quase certeza que os convenci de que isso não é algo anormal, é amor. E que mesmo eles aceitando ou não, eu não vou desistir de você. — Ele fingiu assim como eu que não sabíamos o que era aquele vermelho. Já eu preferi não tocar no assunto pra não cutucar a “ferida”.

— Vai demorar um pouco para eles aceitarem— O abracei

— Eu sei — Respondeu ele.

O final de ano logo se começou, passei o natal na casa da minha mãe e já o ano novo, por incrível que pareça passei com a família do Tay. Eles haviam nos chamado para me conhecer melhor, e foram agradáveis. Achei que iriam me chamar para ficar me alfinetando, mas não. Foram amáveis e educados, é o tempo provavelmente amolece as pessoas e o preconceito querendo ou não começa a sumir aos poucos quando você passa a conhecer melhor sobre o assunto. E foi isso que aconteceu com os pais do Tay. Estavam começando a amadurecer conforme se acostumavam e viviam conosco. Mas claro, preferíamos não ficar nos beijando na frente deles ou coisas melosas demais, poderia assusta-los e não era o que queríamos.

Após todas essas festividades, o primeiro Split começou novamente e para minha surpresa e de todos da paiN. Brtt e Dioud haviam sidos contratados pela Red Canids, um time novo. E isso querendo ou não aumentou ainda mais a rivalidade entre nosso time e a red. Antigamente era contra a INTZ, mas os intrépidos não era um problema para nós, não mais. Não que tenhamos rivalidade e raiva dos jogadores, pelo contrario, não temos. Apenas possuímos uma rivalidade saudável entre times, no caso INTZ e PaiN. Agora já a Red, temos uma rivalidade pessoal com os jogadores, um para ser mais exato.

O ano de 2017 se início e com ele veio várias novidades e muitas que iriam vir. 2017 iria ser o melhor ano de toda minha vida, e se me contassem no início do primeiro split tudo o que iria acontecer eu nem acreditaria.  Para começar, Matsu e Loop estavam começando a se dar muito bem, totalmente entrosado os dois.  Todos dentro da casa pareciam que estavam na mesma página, mas não adiantava muita coisa estarmos na mesma página em casa sendo que no jogo, uns iam para a última, outros ficavam no meio do livro ou até mesmo preferiam ser a capa do livro. Estávamos tendo problemas, mas mesmo assim acabamos indo para as semifinais. Mas o que adianta chegar na semifinal e não conseguir ganhar? Fomos eliminados pela Red, o que deixou nossa rivalidade ainda maior. Sonhávamos com a ideia de representar o Brasil no próprio país. Porem infelizmente os caninos acabaram fazendo isso. Bem ou mal, não importa! Eles tiveram todos os torcedores de todos os times torcendo para eles. E o principal no próprio país, com uma multidão gritando o nome dos jogadores e do time.

Logo que o MSI acabou começou os preparativos para o segundo split, e algo que para alguns foi bom, mas para mim nem tanto. Não que eu não tenha gostado, mas com o começo do split, ocorreram muitas mudanças. E uma delas foi a saída do JG, e eu só não consegui aguentar a saída de Thúlio da paiN. Estava feliz por ele ir para Big Gods, mas não é a mesma coisa.

Tinha certeza que Tay iria conseguir substituir ele muito bem, porém perder a convivência com um amigo de anos é bem complicado. Estava feliz por ele estar fazendo essa jornada, e torcia para que ele conseguisse se dar muito bem lá fora para um dia voltar e arrasar, mostrar para todos o quão bom ele é.  E não tivemos apenas essa saída, MiT um dos melhores amigos que já tive, saiu logo em seguida. Da paiN original havia apenas eu, Mylon estava há anos na paiN, porém ele já havia passado por vários outros times. Seriam mudanças drásticas, até mesmo de colocar o Juc e o Paada. Não sabíamos se isso iria funcionar, quase ninguém colocou fé em nós, as vezes nem mesmo eu, mas depois que comecei a ver o resultado nos treinos. Pude ver que isso poderia funcionar, estávamos cobrando mais de nós. E o mais importante, tínhamos pessoas extremamente habilidosas no time e nunca aproveitamos o potencial deles. Até aquele momento.

Tay como titular no princípio não sabíamos como iria ser nosso namoro. Conversamos um pouco e não foi um problemão como pensei. Iriamos continuar tendo um relacionamento mais aberto, bom nem tanto já que combinamos que não iriamos nos relacionar com ninguém. Estamos namorando e não estamos. Complicado, mas o plano era quando terminasse o segundo split, voltaríamos. Meu contrato acabaria no final do ano, e eu iria fazer um curso de aviação. Não havia anunciado, para ninguém fora da paiN, porém eu assim como os chamados “cara da paiN” precisava de um novo rumo para a vida. Isso não quer dizer que eu fosse parar de jogar ou que simplesmente perdi a vontade, não era bem isso. Todavia, eu tinha mais um objetivo para conquistar antes de parar de jogar, que era ganhar o mundial, e meu foco quando entrei no segundo split foi esse. Não sabia se iria conseguir, mas essa era minha vontade, a maior até aquele momento.

Por conta disso, passei todos os minutos que não estava treinando, treinando individualmente. Tay fazia o mesmo, ele queria me ajudar a fechar esse ano com chave de ouro.  Ele foi uma surpresa para todos, ninguém que não o via jogar, imaginava o alto nível que ele estava. Muitos até mesmo acreditavam que ele não conseguiria substituir o Thúlio tão bem. Mas acho que para provar para ele mesmo e para todos, ele treinava tanto para conseguir jogar bem.

O segundo split se iniciou e já estávamos lutando para conseguir uma vitória de cada vez. Pegamos direto a red canids, o time qual havia ganhado o primeiro split, a rivalidade ainda continuava alta. Mas não de nossa parte e sim dos fãs, rivalidade saudável é bom em qualquer tipo de jogo. Perdemos feio, mas foi bom até, já que começamos a arrumar nossos erros pequenos que estávamos cometendo. Principalmente de posicionamento e de certas coisas individuais. Mas conforme fomos jogando os outros jogos, fomos conseguindo arrumar nossos erros e melhores nossas habilidades. Até conseguirmos chegar nas semifinais, não da maneira que queríamos, mas chegamos. Acho que por termos evoluído um pouco e acharmos que estava bom o suficiente, paramos por um tempo de melhorar. Mas pelas três semanas que tivemos de folga até as semis e pelo incentivo de termos entrado apenas por causa dos intrépidos, tomamos aquilo como algo para nos apoiarmos e melhorarmos ainda mais. E foi o que fizemos!

O time que nos colocou, iria ser o primeiro que iriamos enfrentar na semi. Isso era uma pressão ainda maior, já que também eram considerados o time mais forte desse split. Demos o nosso melhor nessa MD5 e acabamos saindo com a vitória de 2x3, foi complicado, jogar contra a INTZ não é algo fácil. Estávamos na final, graças a uma linda jogada que Mylon fez no último jogo que acabou nos garantindo a vitória.

No dia seguinte saiu o outro time que iria competir contra nós, e não era surpresa para ninguém que a Red acabaria ganhando da T One. E para ser sincero essa seria a final mais temida por mim. Iria mostrar se esse ano era do Brtt ou da paiN, e eu estaria realizado se ganhasse dele na final e ainda no mineirinho lotado de torcedores. Quando pisei no palco com a maioria das pessoas ali gritando “paiN” me arrepiei por inteiro, essa era a primeira vez que Tay estava sentindo o poder da torcida. Segurei a mão dele e sorri para o mesmo que retribuiu o sorriso. Os pais dele pela primeira vez estavam ali para assisti-lo, bem ao lado da minha mãe. Uma cena que nunca imaginei que iria acontecer.

Jogos totalmente pegados, por muitos momentos achei que não iriamos conseguir. Mas Tay conseguia incentivar o time, ele chamou a responsabilidade várias vezes na mão dele. O meta não favorecia ele, mas a vontade dele ganhar era maior do que a pressão que ele estava sentindo em cima daquele palco com dezenas de pessoas o assistindo. Estava 2x0 para a Red, sentia que era um jogo totalmente perdido para nós. Mas com todo mundo dando seu máximo conseguimos a vitória por 2x3.

Quando estávamos distribuindo o nexus, Mylon já pulou da cadeira, bem como todos nós e fomos nós abraçar, pular e chorar de felicidade. Não esperava sentir isso depois de 2015, ganhar dessa forma e ainda por cima do time da RED, um time qual não conseguimos ganhar nenhuma serie, foi um sentimento inimaginável. E era a primeira vez que Tay realmente estava como titular, e ele já chegou ganhando um CBLOL. Ele provavelmente estava mais feliz do que eu.

— Quais são os projetos de cada um agora? — Perguntou uma reportem na coletiva de imprensa

— Focar totalmente agora no mundial, meu próximo objetivo. — Respondeu Tay todo empolgado

— Treinar muito — Disse Loop sorrindo para a moça

— Eu na verdade, a princípio agora vou focar no mundial. — Respondi mordiscando meu lábio inferior.

— Porque a princípio? — Perguntou a reportem com uma prancheta em mãos

— Bem, é que depois do mundial, seja lá qual for o resultado eu pararei de jogar lol. Vou me aposentar—  Fui direto, sabia que isso iria surgir muita confusão esse anuncio, desde perguntas até fãs indignados com minha decisão.

— Kami havia conversando conosco. E esse é o último ano do contrato dele com a organização. E foi decisão dele se aposentar e focar totalmente seu tempo em outra função. E nós como o amamos tanto, decidimos apoia-lo. — Completou Juc

— Mas e o Tay, vocês ainda vão continuar juntos? — Levantou um reportem e fez essa pergunta

— Uma pergunta bem pessoal não acha? — Disse Tay olhando para mim

— Sim, vamos continuar juntos e eu irei me esforçar para estar com ele em todos os jogos. Vou me aposentar e não jogar profissionalmente, mas isso não quer dizer que eu vá deixar tudo o que já construí um dia, meus amigos e esse garoto incrível que eu amo demais. — Peguei na mão de Tay o garoto retribuiu o elogio me dando um beijo na bochecha. Aquela foto saiu como capa na maioria das notícias que saiu sobre a paiN, cheguei até mesmo colocar de papel de parece, foi extremamente fofo aquilo. Primeira demonstração de amor na frente de todo mundo dessa forma.

O local o mundial de 2017 era na China, um lugar incrível, uma pena que não poderíamos sair muito para conhecer melhor. O sorteio dos times foi realizado quando ainda estávamos no Brasil, já sabíamos quem iriamos enfrentar, times bem complicados, mas não impossíveis. Fomos para a China confiantes, todos do time sentia que esse ano poderia ser diferente e muitas coisas inacreditáveis iria acontecer.

As fases de grupos começaram uma semana depois da nossa chegada, e fomos passando com grandes dificuldades por cada time e mesmo com tantas dificuldades, íamos ganhando, mas eram vitorias que não nos satisfaziam. Mas estávamos fazendo algo que nenhum outro time brasileiro chegou a fazer. Estávamos por um ponto para semifinais, mas dessa vez queríamos chegar nas semifinais por conta própria sem depender de nenhum outro time. Passamos o tempo todo treinando, vendo replay e conversando sobre o jogo. Eu e o Tay estávamos um pouco afastados, mas isso era até normal, queríamos ir pra semi e não podíamos ficar gastando todo o tempo e folga que tínhamos nós pegando. Mesmo que essa realmente fosse um desejo interno de nós dois.

Atropelamos o time para irmos pra semi, nem eu imaginei esse resultado, estávamos ali para ganhar, e eu não iria aceitar outro resultado em minha tela do lol a não ser o “Victory”. Já nas semis sabíamos o time que iriamos pegar, e seria um dos piores que poderíamos ter pego, Flash Wolves. SKT nesse ano infelizmente não havia se classificado, por alguma razão os jogadores não estavam em seu alto nível.

O jogo foi complicado, como já imaginávamos que seria. E dessa vez, não foi eu, Tay e nem Mylon que brilhou. E sim foi Matsu e Loop, o que os dois jogaram juntos não estava escrito. Nem eu sabia que eles poderiam jogar tão bem como jogaram. E o melhor disso tudo não foi ter ganhado de um time de nome e sim de saber que estávamos na final. A pior parte era saber que seria contra a Samsung. Uma final de mundial, fiquei várias vezes imaginando o Tocobo narrando junto de Tixinha, o quanto eles não estriam gritando e vibrando no final da partida em saber que estaríamos ali, representando o Brasil em alto padrão.

Ambition o caçador da Samsung por motivos de saúde, não iria jogar aquela final, e em seu lugar iria ser colocado Haru, um forte nome também no time. Tay naquele momento estava sem esperança em que iriamos ganhar. Por que não acreditar que iriamos ganhar? Havíamos chegado ali, e nada além de nós mesmo iriamos impedir de segurar aquele troféu de ouro branco com pedras e o principal de levarmos para casa o título de campeão mundial.

Estava calmo, iria dar meu melhor, mas subir naquele palco e ter a torcida completamente contra você, era algo bem complicado. Vaias e os gritos das torcidas estavam começando a me deixar abalado. Mas havia um grupo de pelo menos 40 brasileiros ali, que estava meu foco de visão. Com bandeiras, cartazes e cores pintadas do nosso time no rosto. Apenas deixei meu foco neles, eles ali estavam representando milhares de brasileiros que estavam em suas casas assistindo a aquele jogo e eu precisava ganhar isso para eles. Não podia nadar tanto e morrer justamente na praia, precisava fechar minha aposentadoria com aquele título.

O primeiro jogo foi um stomp que tomamos, saímos de lá para conversar, e acredite estávamos abalados para entrar no segundo jogo. Mas conforme fomos jogando, fomos recompondo e levamos o segundo jogo. Já chegamos para o terceiro confiantes até demais, mas isso não foi um problema, ganhamos novamente. Já no quarto jogo, estávamos sentindo tanta responsabilidade nas costas que cometemos erros absurdos e a SSG acabou ganhando. Já no último jogo, tentamos e tentamos ao máximo, o jogou chegou aos 59 minutos, quando deu 60 minutos, teve um nexus que foi destruído. E adivinha, não foi o nosso!

— paiN Gaming do Brasil é campeão mundial de 2017— Isso ficou ecoando na minha cabeça.

Não tive como aguentar tanta emoção, e nem os meninos. Choramos como crianças, Juc e o restante dos staffs que estavam atrás, invadiram o palco que foi coberto por papéis picados prateados. Alguns papéis acabou colando no rosto por causa do choro de emoção e felicidade. Tay veio correndo para meus braços, nos beijamos sobre o palco coberto de papel picado e com a multidão vibrando. Não sabia se eu aguentaria tanta emoção assim, mas a vida ainda me reservava mais um pouco de emoção, e essa mudaria não somente minha vida, como a de Tay também.

Conforme o papel picado caia sobre nós, e os meninos levantavam a taça atrás, Tay se ajoelhou bem em minha frente e fez um pedido.

— Gabriel Bohm Santos, você aceita casar comigo? — Ele abriu uma caixinha com um anel

— Sim, sim, sim mil vezes sim! — Respondi de imediato. 


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Notas finais do capítulo

Eu já havia terminado ela na social spirit a muito tempo, e havia esquecido de postar aqui. Mas agora está ai, espero que quem acompanha somente pela nyah tenha gostado ♥ fiz ela com todo carinho do mundo. E pretendo em breve criar mais fanfics dessa forma, referente a proplayers, mas não tenho certeza se postarei aqui. Por conta disso, quem quiser continuar lendo fanfics assim, me siga na social spirit!
Estou escrevendo outra fanfic com os proplayers, mas de forma diferente. Quem quiser ver está aqui https://www.spiritfanfics.com/historia/kingdom-of-shadows-9817786
e aqui está minha conta de lá https://www.spiritfanfics.com/perfil/periwinklew



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