Aurora escrita por Um conto em ponto


Capítulo 16
Recomeço




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  O tempo é um beneficio ou maleficio que atinge todos sem distinção, rico, pobre, gay, alto, baixo e por aí segue sucessivamente. Algumas semanas se passaram e as coisas foram tomando os rumos necessários para vida de cada um.
—Bom dia. –Disse Mel ainda descendo as escadas podendo visualizar uma grande mesa de café da manhã. E ao lado da mesa umas malas. –Não quis dormir no quarto hoje?
—Bom dia. –Respondeu Marcelo que usava um avental preto e servia ovos fritos nos pratos.
—O cheiro está ótimo.
 Então Marcelo tirou o avental e levou pra cozinha, em seguida puxou a cadeira para que a esposa sentasse, e sentou-se também.
—Eu tomei uma decisão Mel.
—Vai viajar? –Pegou metade de um pão e passou manteiga.
—Não exatamente.
—Fala logo e para de enrolar.
—Eu passei minha vida toda cometendo erros e jogando a culpa nos outros, eu sofri, fiz os outros sofrerem, e sempre achei que o erro era tão humano a ponto de achar que todos eram obrigados a conviver com eles. Principalmente você.
—Admitir é um grande passo querido.
—Estou deixando essa casa, tudo está dando tão certo pra você eu não vou mais atrapalhar sua vida. Vivemos muitas coisas boas, mas não é justo com você.
—Você não me ama mais? –Disse engolindo seco a saliva.
—Eu nunca te amei tanto como hoje, se eu não te amasse eu não te deixava, eu tinha que ter deixado sua vida seguir antes, você não precisava ter passado tudo que passou. -O homem então pausou a fala e uma lagrima escorreu por sua face. –Vou também assumir o bebê assim que ele nascer, não vou deixar ele ser criado em uma mentira. E eu admito, se eu não tivesse saído com os amigos naquela noite, se eu não tivesse levado a sério seus medos de ficar sozinha com nosso filho, se eu ao menos tivesse procurado ajuda hoje tudo seria diferente.
 Mel acenava com a cabeça negativamente em quanto contraía os lábios um contra o outro. Um sentimento foi apertando-lhe o peito se exteriorizando através de um choro. Marcelo levantou-se e a abraçou forte, colocando sua cabeça em seu peito em quanto ela acariciava suas mãos. Ficaram abraçados chorando por alguns minutos que pareciam eternos.
—Eu acabei com tudo....-Dizia ela com a voz abafada pela camisa do marido.
—Eu te amo muito Mel, muito.
—Eu também te amo. Você não errou sozinho.
—Eu preciso ir. –Se afastou do abraço, e limpou a própria face, em seguida limpou a da esposa. Passou os dedos em seu rosto macio, e colocou uma mecha do cabelo castanho claro por trás da orelha dela pegando a mala e caminhando em direção da porta.
—E pra onde você vai?
—Eu vou ficar bem. Se precisar de qualquer coisa você me liga. –E saiu batendo a porta atrás de si.
 Mel ajoelhou-se e deitou no chão tremula chorando. Sentia-se sozinha agora mais do que nunca.
 ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
—Tudo pronto Simon?
—Sim Deusa.
—Malas, tudo?
—Sim, tem certeza que quer ir pra lá?
—Tenho, já ligou para o Felipe avisando que vamos?
—Não. Vou ligar.
—Por que não ligou ainda?
—Estava esperando que a senhora desistisse.
—Passa em casa e pegue o Gael.
—A senhora vai levar o garoto?
—Sim, nunca passei um tempo com o menino. Te encontro no aeroporto.


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