Aurora escrita por Um conto em ponto


Capítulo 10
Dgfg




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—Maria, a menina pela qual o tio Alvaro me trocou.
—Não me diga que...
—Sim, eu a matei.
—Mas como foi?
—Isso já não faz parte do seu trabalho, tem que perguntar porque foi.
—Eu sei exatamente o que estou fazendo, não faço perguntas por impulso, não sou impulsiva, estou cumprindo meu trabalho de psicóloga e preciso que colabore como minha paciente. Sei que você gosta de estar no controle sempre, mas dessa vez quem dita as perguntas sou eu ok? Vou perguntar novamente igual faço com as criancinhas que atendo no posto quando desconversam para não responder pois se sentem culpadas. Como foi?
—Esta me comparando a uma criancinha de posto?
—Tudo bem, por estar desconversando sei que foi a diferente dos outros, então por que foi?
—Eu não quero mais falar sobre isso. Eu não sei ao certo

 Então sua mente começou a vagar no passado.

 Maria, a viúva de Alvaro nunca se ausentou da mente de Aurora, mas após o falecimento de seu tio as duas não se encontraram mais. Até uma sexta feira do mês de abriu há uns sete anos atrás, onde Aurora foi convidada a ser palestrante de uma faculdade de Direito a qual Maria cursava.
—Maria ? é mesmo você? –Disse abordando a jovem que não há via a quatro anos.
 Maria nunca esqueceu a menina que Alvaro tanto falava, e vendo o que Aurora se tornou, uma mulher bem sucedida e de negócios, sentia que gostava ainda menos dela, podia ver a repulsa em seus olhos.
—Ola, tem muito tempo mesmo né?
 As duas tiveram uma conversa rápida e logo Aurora assumiu a palestra, a qual Maria detestou só por ser da sobrinha preferida do falecido. Aurora de cima de um palco olhava a moça fixamente, a deixando desconcertada, e ao fim da palestra Aurora nem se quer hesitou de convida-la pra um café.
—Que bom que nos reencontramos, meu tio realmente te amou. –Disse em quanto engolia a seco.
—Eu também o amei muito, mas hoje eu tenho horário a cumprir e acho que não vou conseguir.
 Essa cena nunca saiu da memoria de Aurora e tocar no assunto fez com que ela sorrisse de maneira discreta.

—Você está me dizendo que sentia ciúmes pelo tio mesmo depois de falecido?
—Eu não sei se era ciúmes, ela escondeu muitas coisas de nós.
—Como?
—Um filho, ela teve um filho dele, e nunca nos contou. O menino estudava em escola publica, não se alimentava como um dos nossos.
—Então você fez mal para uma criança e você tem essa noção?
—Não, não, eu fiz bem pra ele, ele mora comigo, e ele realmente tem meu carinho, ela não merecia ficar com um filho do meu tio.
 Mel respirou fundo e pensou que em quanto rejeitava a maternidade a louca de sua paciente roubou uma criança.
—Eu era a parente mais próxima e com condições de adota-lo legalmente.
—Nunca li nada sobre você ser mãe.
—Eu não quero expor a criança e nem quero especulações na cabeça do menino, ele é adorável.
—Entendo. –Dizia em quanto anotava tudo.
—Bom, vou te encaminhar para um psicólogo de minha confiança....
—Não, você é a pessoa da minha confiança.
—Eu não sei trabalhar com o seu caso, eu odeio confessar mas você está interferindo na minha vida pessoal, e a culpa não é sua.
—Claro que não. –Aurora então se levantou. –A culpa é do seu marido. Você entende as minhas dores porque já passou por elas, você já foi traída, você sabe exatamente do que eu to falando. Você é maravilhosa doutora, você precisa se aventurar, você precisa cuidar de si, se divertir, sair dessa vida entediante e viver de verdade.
—Você tem me perseguidor ?
—Não, eu só estudo bem quem chamo para entrar na minha casa.
 Mel então guardou suas coisas em sua bolsa, e se preparou para ir embora.
—Fica, já que desistiu de mim, que sou levada de mais pra você, não tem porque mais ser psicóloga e paciente não acha? Fica pra um café.
 Ao sentir as mãos macias de Aurora tocar seu braço, sentiu um arrepio subir-lhe a espinha. As duas agora estavam olhando nos olhos uma da outra como duas mulheres.
—Você estudou o suficiente para saber que não vou te matar. –Disse se afastando da psicóloga.
—Estudei o suficiente para saber que psicopatas não vem com uma placa na testa dizendo que vão me matar.

 Mel saiu dali e foi direto pra casa, não tinha cabeça para trabalhar mais, se trancou no quarto e chorou em quanto pensava o quanto queria largar do marido, então foi interrompida pelo próprio abrindo a porta de vagar.
—Amor, com licença, vamos conversar.
—Te juro Marcelo que não é o melhor a se fazer agora.
—Não podemos acabar assim.
—Por favor, me deixe pensar, vai ser o melhor.
—Eu juro que não vou fazer mais isso –Disse sentando-se ao lado da mulher colocando a mão sob seu ombro.
 Mel então se levantou empurrando-o.
—Não vai fazer mais isso??? –Disse alterando a voz. –Você fala como se tivesse quebrado um copo.
—Eu consegui negociar com ela, ela não vai dizer que o filho é meu.
—HAHAHA- Deu uma gargalhada sarcástica –E você vai conviver com isso Marcelo? Eu não sei o que é pior, a criança crescer em uma mentira ou ser seu filho. Você quer tanto ser pai mas não sabe ser, você seria horrível.
—Eu sempre fui um ótimo pai, não foi eu que deixei nosso bebe se afogar na banheira.
 Mel então caiu de joelhos e começou a chorar incontrolavelmente e repetia várias vezes.

—Eu não fiz por querer, não foi por querer, não foi por querer..... até ficar inconsciente e ser levada ao hospital.



 “Hoje eu sou uma pessoa melhor, foi por isso que decidi trabalhar nessa causa em apoio a meninos de rua. Mas eu tive muita ajuda, Mel Garcia foi o anjo que Deus colocou em minha vida...ela não é um psicóloga normal, ela é quase milagreira –Disse tirando risos da plateia do programa o qual estava sendo entrevistada. ” Foi a primeira frase que Mel ouviu quando despertou no hospital.
— O que houve? –Disse estranhando o lugar em quanto Marcelo segurava sua mão.
—Que bom que acordou, você me deu um susto, eu não posso viver sem você.
—Por que eu to aqui?
—Você sofreu um colapso nervoso, achei que ia te perder.

—Com licença? –Mel reconheceria aquela voz baixa e aveludada até há dez metros de distância. Então sorriu pálida ao vê-la .
—Aurora, minha paciente mais rebelde.
 Quem não acreditava no que via era Marcelo.
—Muito prazer Dona Aurora, sou Marcelo.
—É, eu sei- Disse com desprezo.
—Sou um grande admirador da senhora e...
—Como você está Mel? Trouxe chocolates, imaginei que gostasse, quem não gosta. –Interrompeu o marido da psicóloga que pra ela era presa fácil . Permaneceu alí por uma meia hora até o efeito


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