Mercy escrita por Lins Girl


Capítulo 1
Capítulo 1 - Have Mercy On Me


Notas iniciais do capítulo

Bem, essa one-shot é um pedido da minha Always, Maíra.
Aproveitei que hoje temos um data especial para comemorar e resolvi presenteá-la com essa história.
Maí, obrigada por estar ao meu lado há um ano. (Você é louca, garota hahaha) Love ya.

Well...
Enjoy! :3



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Ele estava disposto a esperar, ele queria um futuro, mas, claramente, ela não. Ela sabia, todo aquele tempo, ela sabia que ele a amava. Kate escutou cada palavra que fora dita naquele dia fatídico.

Depois daquele caso com a bomba, depois de ver que nem sempre temos o tempo que desejamos. Ele quis por seus sentimentos para fora e acabar com aquele medo, mesmo que ela pedisse mais tempo. Ele daria, esperaria o quanto fosse preciso.

Não mais.

Ela o tinha nas mãos, talvez nem soubesse do poder e da influência que exercia sobre ele. Castle podia lutar o quanto fosse para não deixar seus sentimentos saírem, mas quando estava perto dela suas barreiras pareciam cair.

Ela havia lhe dado esperança, aberto uma porta para ele, no entanto, a mesma fora fechada diante de sua face ao ouvir as palavras de Kate na sala de interrogatório.

“Castle”, Beckett chamou por ele, pondo uma de suas mãos no ombro dele. “Então, o que você queria me contar?”

Ele disfarçou o embrulho no estômago, por ouvir a voz dela, e sorriu.

“Não era nada importante.”, ele passou por ela, indo em direção à saída. “Boa noite, Beckett.”

Ela paralisou, por quê boa noite? Amanhã lhe dava esperança de vê-lo no dia seguinte. O que estava acontecendo?

“Boa noite.”, ela precisou falar um pouco mais alto.

Mas ela era uma detetive, o que seria da vida dela se deixasse uma pista escapar? Apressando o passo, ao mesmo tempo em que vestia o casaco, Kate conseguiu impedir as portas de metal de se fecharem. Ela viu a dor no rosto dele. Não, dor não. Raiva.

“Rick...”, ela tentou levar a mão até a dele, porém o que vira em seus olhos a fez recuar.

Ele não aguentava mais, estava implorando para que o destino deixasse ele sair dali sem se machucar. A quem ele queria enganar? Ele estava acabado. O tempo que o elevador levou para descer os quatro andares pareceu uma eternidade. A tensão crescente entre eles fazia Katherine fechar as mãos em punho, tentando controlar as lágrimas.

Por que tudo relacionado a Richard Castle era frustrante?

“Você não pode ir embora depois de me olhar daquela forma.”, ela murmurou assim que ele se pôs para fora do elevador. Rick virou, permanecendo do lado de fora, enquanto Kate ainda não fizera um movimento em sua direção.

“Estou fazendo o mesmo que você faz comigo há quase um ano.”, ele levantou o rosto para encontrar o olhar dela. “Continue fugindo, Katherine. Apenas lembre-se que eu não estarei mais aqui quando você cair.”

Ela cambaleou, tentando se apoiar na barra de ferro na parede do elevador enquanto as portas do mesmo fechavam, tirando de sua área de visão o olhar mais decepcionado que ela já vira em toda sua vida.

##

Richard levou algum tempo até conseguir raciocinar novamente. As palavras haviam saído de uma só vez, nem mesmo ele estava pronto para o que dissera. O sentimento era dilacerante e, cada minuto que permanecia dentro do táxi, afastando-se dela, parecia piorar a dor e o frio vazio dentro do seu peito.

Ele chegou ao loft agradecendo por ser uma noite de sexta-feira, significando que nem Alexis e nem sua mãe estariam em casa. Ele podia gritar em paz, podia beber seu uísque sem ter ninguém para incomodá-lo.

Castle se jogou no sofá e deixou que as lágrimas molhassem seu rosto, no entanto, essa situação não durou muito. Três batidas na porta e lá estava ele abrindo a porta para aquela que o feriu. Por uma fração de segundo, ele tentou fechar a porta, mas Beckett pôs a palma da mão na estrutura de madeira envernizada, impedindo que ele fosse adiante.

“Nós podemos discutir isso de maneira civilizada dentro do loft ou aqui mesmo no corredor, tendo na segunda opção o extra da nossa conversa estar em todos os jornais sensacionalistas amanhã.”, ela o olhou sem demonstrar nada. Frieza talvez.

Ele se afastou e deixou que ela entrasse, suspirando ao perceber que aquilo seria terrível. Os dois estavam no calor do momento, mas precisavam esclarecer algumas coisas.

“Por que você me odeia?”, ela jogou as palavras assim que ele virou após fechar a porta.

“Por mais que eu queira ou tente, eu não consigo te odiar.”, ele foi frio, o tempo todo a olhando.

“O que eu fiz, Castle?”, a voz trêmula denunciou o medo.

“O que você fez?!”, o riso de escárnio escapou de sua garganta ao passo que ele tentava enxugar as lágrimas. “Você mentiu para mim, você disse que não lembrava, quando na verdade você apenas não queria me humilhar ao dizer que não sentia o mesmo por mim.”

Ele estava tirando conclusões precipitadas e a matava aos poucos.

“Eu fiz aquilo para te poupar de me ver como eu realmente sou. Uma pessoa quebrada tentando se deixar amar novamente. Eu nunca quis te machucar. Dói saber que você está assim por minha causa.”, ela disse em um fôlego só, deixando as lágrimas caírem.

“Mesmo quando não é sua intenção me machucar, você me destrói. Eu não aguento mais isso. Tenha piedade, Kate.”

Ela estava sem palavras. Ele estava desistindo dela.

“Eu dirigia à noite para a delegacia só para ter a chance de estar perto de você, para tentar demonstrar como eu te amo. Eu estava acostumado a esperar e não diga que eu estou louco.”, o desespero em sua voz assustava a detetive.

As palavras foram ditas em voz alta mais uma vez.

“Não estou pedindo muito, Kate, apenas peço que seja honesta comigo. Tudo o que tenho agora é o meu orgulho. Aliás...”, ele sentou na ponta do sofá e fechou as mãos em punho sobre os joelhos, erguendo o rosto para manter o contato visual. “Nem isso eu tenho mais, Estou perdido.”

No próximo segundo, ela estava ajoelhada diante de si, segurando seu rosto estre suas mãos, mas ainda sem conseguir proferir uma única palavra.

“Eu sou um fantoche sob seu controle, Kate. Sempre fui.”, as lágrimas dele queimavam suas mãos. O que ela fez com aquele homem? “Mesmo que tenha tido boas intenções, me diga o que realmente sente, deixe-me livre dessa dor, por favor.”

Ela hesitou, mas deixou as palavras deslizarem por entre seus lábios.

“Eu te amo, Rick. É assim que eu me sinto desde o primeiro momento. Eu tive medo por todo esse tempo porque eu sabia que eu te machucaria, mas parece que o fato de eu recuar só piorou a ferida em seu peito.”, ela repousou a mão direita levemente sobre o peito dele, no exato ponto onde seu coração batia descompassado. “Quando você está por perto o ar em meus pulmões se vai, eu sempre preciso de um momento para me recompor. Todos os dias eu me dizia que te amava demais para te fazer enfrentar a Katherine Beckett assustada e...”

Os lábios dele cobriram os dela antes que ela pudesse murmurar um pedido de desculpas. À medida que os segundos se passavam, o beijo se tornava mais gentil e doce. As lágrimas ainda caiam por seus rostos quando Castle resolveu terminar aquele contato.

“Desculpe-me.”, ela murmurou contra os lábios dele. “Eu te amo, Castle. Nunca mais pense o contrário disso.”

Se antes ela não conseguia dizer tais palavras em alto e bom tom, agora ela não podia se conter na hora de pronunciá-las. Ela pedia a Deus que Castle conseguisse perdoá-la, porque ela não conseguia imaginar sua vida sem ele.

“Não estou dizendo que será fácil, mas podemos enfrentar suas barreiras e seus medos juntos.”, ele passou o polegar pela bochecha dela. “Isso é o suficiente por enquanto, Kate. Saber que você me ama é o suficiente.”

A porta estava aberta mais uma vez. Ele podia perdoá-la.

Ela podia amá-lo.


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Notas finais do capítulo

E então?



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