The High School escrita por ShisuiONagato


Capítulo 7
Anjo


Notas iniciais do capítulo

Ahhhhh adorei escrever esse capítulooooo, espero que gostem também!
Comentem se puder! E pretendo postar mais dois capítulos no final de semana....
Boa leitura! S2



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O que dizer da dor? Todos sentimos, todos sabemos de sua existência. Pra mim é como se fosse uma presença, e a dor de perder um amigo, era como ser acompanhado da própria representação da morte...

Sentia falta de minha amizade, e os jogos do colégio se tornando obrigatório a todos os garotos era péssimo, pois assim via Carter com mais frequência, já que ele era o sub capitão do time Delarriva. 

Fiquei no banco, torcendo para não ter de entrar no jogo. Grande ilusão, um dos garotos, Todd, torceu o pé. Concluindo, no fim das contas tive que entrar no time. Era o primeiro ano contra o segundo, encontrei lá também Justin, ele até que jogava muito bem, além de cantar sabia jogar.

Durante o jogo Carter não parava de me olhar, mas apenas tentava me concentrar no jogo, a pesar não saber nada do que era para fazer ali, naquela situação. Um descuido e... "Toff"... Uma bolada bem em meu nariz. Sangrou um pouco. Pelo menos sai do jogo e pude sentar nas escadas.  

Adivinha quem trouxe gelo para que colocasse onde a bola chocou? Claro que foi o Jus... NÃO, NÃO FOI O JUSTIN. Lógico que tinha que ser Carter. 

— Tá tudo bem? - pergunta enquanto respira fundo de tanto cansaço. 

— Claro... - respondo seco. 

— Olha sei que está bravo, aliás muito... Mas eu quero mesmo me redimir. Vamos comer hoje na lanchonete em frente ao colégio, por favor venha, e convença Melissa a vir também 

— Quer saber, tudo bem... - concordei, mesmo sabendo que não deveria. 

— Adan, muito obrigado mesmo! - anima-se.

— Ta... Ok. A propósito, você joga muito bem. - não sei ao certo porque disse aquilo.

— Obrigado, foi só para te surpreender - pisca um dos olhos e volta para o jogo em seguida. 

"Foi só para te surpreender?" O que ele quis dizer? Por quê disse isso? Qual a razão para piscar? Ficava mais uma vez debatendo essas questões dentro de minha cabeça enquanto colocava o pacote de gelo, já praticamente todo derretido, em meu nariz com sangue escorrendo. A mistura de sangue com água era um tanto quanto nojenta para se dizer. 

Até que gostava das aulas de Basquete e outros esportes, principalmente porque as lideres de torcida ficavam treinando durante o jogo, e acreditem aquela roupa era muito sexy. A saia não poderia ser mais curta, e o decote deixava as garotas com maiores volumes nos peitos. Chloe participava da equipe e a ex de Carter também. Aliás a própria não tirava os olhos dele. Após o termino do jogo a mister cor de rosa, mais conhecida como Rachel Harris, veio falar com ele. Ouvi a conversa. 

— Quero voltar com você - não poderia ser mais direta. 

— Não é assim que as coisas funcionam. 

— Claro que é, eu não queria mais, mas agora quero de novo. 

— Então sou um objeto. Quando você cansa me descarta, é isso? 

— Mas é claro? - diz ela com cinismo. Carter e sua péssima escolha para garotas. 

— Nossa, direta e grossa. Além do mais estou em um novo relacionamento agora. - ele fala confiante.

— Isso mesmo, comigo! - Chloe interrompe. 

— Ai, que gosto horrível Car Car. - tantos apelidos fofos e ela usava isso? 

— Como se atreve? - Chloe se irrita. 

— Quer saber... Dane-se, sou rica e poderosa. Posso achar qualquer um, até nunca mais stranger. sai jogando o cabelo na cara dele. 

Em seguida todo o resto do time, inclusive Carter e sua namorada saem também. Fico mais um tempo sentado, até meu nariz parar de sangrar. 

Depois desse cansativo jogo em que participei por exatamente quatorze segundos inteiros, é hora do intervalo. Sento-me com Melissa, e logo em seguida para nossa surpresa chega Justin.

— Oi amigos. 

— Olá Justin - respondemos em sincronismo. 

— Seu nariz está bem Adan? 

— Está bem melhor. 

— Que bom, foi um impacto e tanto. Bruce não sabe medir sua força.

— Eu meio que percebi isso, mesmo que da pior maneira o possível. - rimos. 

Melissa fica meio perdida na conversa, mas deixa pra lá. Estava aflita, o resultado saia em breve, e sua ansiedade aumentava a cada segundo. Praticamente o intervalo todo somente eu e Justin conversamos, apenas papos aleatórios. Uma coisa realmente me surpreendeu, disse que antigamente ele se cortava para amenizar sua dor, até que olhando bem ele parece mesmo um garoto que fazia essas coisas, seu estilo meio punk demonstrava isso. No fim ele combinava com Melissa, ela não era a roqueira em pessoa, mas era dividida entre a mocinha e a durona. Até fez mexas rosas em seu cabelo, não que isso mudasse alguma coisa.

Faltando pouco tempo para o termino do almoço, as caixas de som espalhadas pela escola começam a dar sinal de vida, certeza que era algum anúncio do diretor. Estava certo.

"Alunos do colégio Delarriva, tenho em minhas mãos os nomes dos novos representantes da banda da escola. Sem mais suspense, vou começar. No piano temos... Kimberly Ryder. Na guitarra e segunda voz temos... Justin Campbell. E finalmente no vocal principal... Melissa Fabien. Primeiramente parabéns a todos os participantes, e mais ainda aos novos membros da banda. Ficarão responsáveis pelo entretenimento musical em futuros eventos. Até mais explicações. Grato e até breve". 

Novamente terminando suas frases iguais. E minha felicidade por Melissa era gigantesca, viro-me para ela sorrio e a abraço fortemente. E depois também cumprimento Justin. 

— Pessoal vocês conseguiram. Não acredito, parabéns. 

— Sou a voz principal, não pode ser verdade. Isso é o início do meu sonho. 

— Estaremos juntos nessa... - completa Justin. 

— Juntos! - repete Melissa, olhando diretamente em teus olhos.

Sem controle nenhum os dois se beijam, bem em minha frente, loucamente e apaixonadamente, uma paixão musical, podemos chamar assim. Um sentimento que se desenvolveu de um dia para o outro, mas acreditem estava feliz por eles, mesmo que estivesse "segurando vela". 

— Nossa, deu né pessoal. - digo depois de um empo.

Ambos coram seus rostos. Olham um para o outro e se abraçam. Até claro o time de basquete chegar, e pela cara deles, algo ruim estava prestes a acontecer. 

— Justin, o que está fazendo? Sabe das regras. Se quiser continuar no time saia dessa porcaria de banda. Isso é coisa de "mariquinha", não temos espaço para música no time. Pense bem e logo sobre isso... - diz o capitão do time de basquete, Zach era seu nome, e sua aparência assustava qualquer um. 

Melissa olha inconformada, enquanto Justin abaixa a cabeça entristecido. O time se retira em seguida. 

— Que babacas! Mas é claro que você não vai sair...

— Me deixa em paz. - sai com a cabeça ainda abaixada. 

— Nossa, como é idiota. - ela sai também, indo para lados opostos, e o clima tenso ainda fica no ar. Enquanto isso, eu fico parado sem rumo. 

E assim segue o dia. Melissa matou as outras aulas, saiu do colégio após o almoço. 

Ao termino das aulas fico esperando Elizabeth em frente a calçada, ela tinha ido levar Theo ao dentista, por isso atrasou um pouco. Hoje o dia não foi ruim, pelo menos não para mim. Tirando claro aquela bolada na aula de atividade física. 

De volta em casa, sento em minha cama e espero pra ligar para Melissa, tinha que falar com ela sobre o convite de Carter. Depois de um tempo faço a chamada e explico do mesmo jeito que ele disse. 

— E então vamos? 

— Quer saber, estou bem mal depois de hoje a tarde. Vamos! Assim esfrio a cabeça um pouco. Isso claro se aquela maldita não começar com graça. 

— Tudo bem, nos encontramos lá então. - concluo. 

Elizabeth oferece uma carona, mas recuso. Preferi ir andando. Estava meio frio, coloco o capuz da blusa sobre minha cabeça, e escorrego as palmas das minhas mãos até o bolso. Ando por uns trinta minutos até chegar na lanchonete. 

Todos já estavam lá, sento ao lado de Melissa, ela estava linda, usava um vestido verde água que ressaltavam as cores dos seus olhos, poderia dizer que estava vendo um anjo em minha frente. O clima era muito estranho e a cara de Chloe era de um demônio em carne e osso. 

Apesar de tudo as coisas estavam indo bem, cada um fez seu pedido para a garçonete e estávamos conversando numa boa, digo nós três, pois Delarriva estava sendo ignorada. Seu olhar continuava monstruoso e Carter nem ligava para isso. 

— Vou ao banheiro - disse Melissa. 

Enquanto isso eu e Carter ficamos encarando um ao outro. Ele sorriu de repente, e eu contribui, acho que isso acabou se tornando nossa marca, um sorrindo para o outro, e eu admito, me sentia bem ao ver ele sorrindo. 

Melissa volta. Chloe pega o copo de seu refrigerante de cima da mesa e despeja tudo no vestido em um movimento ligeiro. Mel fica indignada com cara de espanto misturada com um toque de raiva momentânea. 

— Ops... Foi um acidente. - diz com sarcasmo cínico. 

— Não acredito que você fez isso, esse vestido era novo e custou muito caro sabia? 

— Chloe por quê fez isso? - pergunta Carter indignado. Eu apenas observava calado. 

— Ai amor, eles que são uns idiotas. Nem aqui eu queria estar. 

— Então vai embora, ninguém mais te quer aqui... Nem mesmo eu. - diz esbravejando.

— O que quer dizer com isso? 

— Acabou Chloe, não aguento mais sua arrogância, prefiro ficar com meus amigos do que com você. Não acredito como fui idiota de abandonar essas pessoas incríveis por alguém assim. 

— Carter, amor não.... Eu sinto muito, me desculpa. 

— Não me chame de amor, já disse acabou. 

— Por favor me perdoe. Eu só tenho você - começa a chorar. Melissa e eu apenas observamos a discussão. 

— Acabou! - seu tom é de seriedade. 

— Eu te odeio... - sai com as lágrimas escorrendo em teu rosto. 

Ele nos olha, senta, respira fundo, aperta firme os pulsos e desabafa já com os olhos cheios de lágrimas prestes a escorrer. 

— Eu não sei como pedir desculpas a vocês dois. Me ajudaram nos momentos mais difíceis, e os abandonei pro alguém como ela. Como posso concertar isso? - agora já chorava silenciosamente. 

— A gente te perdoa, afinal todos erramos. - digo rapidamente. 

— Mas vai ter que reconquistar nossa confiança de novo, e não será nada fácil. - conclui Melissa. 

Agora ele desaba de vez nas malditas lágrimas e soluços, enquanto rangia os dentes. 

— Não fique assim, estamos de seu lado Carter. - afirma ela. 

— Você se tornou meu melhor amigo, e eu estarei sempre contigo. - digo. 

— Obrigado, eu me sinto muito mal pelo que fiz. Estou realmente arrependido. 

— Acalme-se. Vá para casa e descanse.

— Não consigo, meu pai está estressado com os problemas políticos. Acaba descontando tudo em mim, minha mãe e minha irmã. 

— Você tem irmã? - pergunto. 

— Tenho. Alice Axel é o seu nome. Entrará no colégio ano que vem. 

— Eu não sabia. 

— Mas seu pai tem fama de ser um homem super gentil. - interrompe Melissa. 

— Isso mesmo, fama! Como se fosse lendas urbanas. 

— Vamos para minha casa. Minha mãe gosta muito de você e não vai ligar. Assim descansa. - convido.

— Certeza Adan? Depois de tudo o que fiz?

— Só esqueça. Vá na casa de Adan, durma e pense bem. Amanhã é outra história e uma nova página em branco a ser escrita. - termina Mel.

Carter fica me esperando na esquina enquanto vou para me despedir de Melissa. 

— Até amanhã! Que noite não? 

— Com certeza, perdi um vestido, mas ganhei novamente a minha amizade com ele. 

— Seu primeiro amor! - brinco. 

— E o seu atual. - retruca. 

Abaixo a cabeça envergonhado, mesmo sendo mentira. Aquele beijo não ajudava nada quando eu dizia "Não gosto dele". 

Olho nos olhos dela, seu brilho azul e profundo me deixa exitado. Meu coração palpita forte. Agarro-a pela cintura e aproximo meus lábios contra os seus. Ela solta um suspiro profundo, sinto seu coração corresponder. Até que ela termina de encaixar para o beijo. Nada era melhor que aquele momento, parecia que tudo ao meu redor havia sumido, as pessoas, as casas, as ruas... Tudo que escutava era o estalar do beijo e o batimento acelerado de nossos corações. De fundo, ao longe de um restaurante tocava uma música lenta e bem suavizante, o que deixou o momento ainda mais "romântico". Era The Cranberries - Linger...

"If you
If you could return
Don't let it burn
Don't let it fade
I'm sure I'm not being rude
But it's just your attitude
It's tearing me apart
It's ruining everything

I swore
I swore I would be true
And honey, so did you
So why were you holding her hand?
Is that the way we stand?
Were you lying all the time?
Was it just a game to you?

But I'm in so deep
You know I'm such a fool for you
You got me wrapped around your finger, ah, ha, ha
Do you have to let it linger?
Do you have to, do you have to, do you have to let it linger?

Oh, I thought the world of you
I thought nothing could go wrong
But I was wrong
I was wrong

If you
If you could get by trying not to lie
Things wouldn't be so confused
And I wouldn't feel so used
But you always really knew
I just wanna be with you

But I'm in so deep
You know I'm such a fool for you
You got me wrapped around your finger, ah, ha, ha
Do you have to let it linger?
Do you have to, do you have to, do you have to let it linger?

And I'm in so deep
You know I'm such a fool for you
You got me wrapped around your finger, ah, ha, ha
Do you have to let it linger?
Do you have to, do you have to, do you have to let it linger?

You know I'm such a fool for you
You got me wrapped around your finger, ah, ha, ha
Do you have to let it linger?
Do you have to, do you have to, do you have to let it linger?"

Até que ela solta. Acabará de beijar um anjo, não no sentido literal da palavra, mas não tinha definição melhor para alguém como ela. 

— Eu preciso ir. - diz virando-se com as bochechas avermelhadas. 

Fico sem palavras, como se estivesse congelado. Posso ver ela sorrindo enquanto corre para o outro lado da rua para esperar seu pai chegar. 

Depois de alguns minutos retomo a sí. Vou até Carter para irmos de volta a minha casa. 

— Eu vi o que vi? - pergunta sorrindo.

— Por favor não diga nada, só vamos embora ta legal. 

— Tudo bem garanhão. Mas admito, fiquei com ciumes! 

Que? Como assim ciumes? Porque ele dizia essas coisas e fazia aqueles gestos? E por quê me preocupo tanto? Eram milhares de perguntas, mas que poderiam esperar por um tempo, nada poderia estragar aquele momento e aquela sensação. 

Durante a noite tudo que pensava era naquele beijo, foi inesquecível. Mas e agora? Como ficaria a nossa amizade? Continua a mesma? Tudo era um gatilho para um futuro de depressão no vale do silício. Mas Carter roncando do lado de minha cama não me ajudava a fluir com os pensamentos. Não quis dormir no colchão, pediu para dormir em minha cama, como era de casal cabíamos lá sem ficar apertado. Durante a noite ele virou-se e depois seu braço repousou sobre minha cintura, enquanto sorria espontaneamente. Acho que estava sonhando. Mesmo com ele abraçado a mim preferi não acorda-lo, afinal havia sido um dia terrível para ele.

Quando parou com os murmúrios consegui me concentrar em meus pensamentos, enquanto acariciava os cabelos macios de Carter, não sei porque estava fazendo aquilo, mas quando comecei não consegui parar, eram como um imã. 

De uma coisa eu sabia. Eu jamais queria perder meus amigos, mesmo sabendo que isso iria acontecer, pois a única certeza que temos é a morte...

 

                       


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Notas finais do capítulo

É isso pessoal! S2



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