Diva escrita por Palas Silvermist


Capítulo 16
Capítulo 16 - Final do Campeonato de Quadribol




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Em uma manhã do fim de Maio, Sirius entrou no dormitório masculino perguntando:

—Cadê o Grilo Falante?

—Cadê quem? – fez Peter confuso

—Moony.

—Estou aqui, Pads. – disse Remus saindo do banheiro com a escova de dentes

—Antes que eu me esqueça, Wormtail: Alguém me falou que devem ter sobrado tortinhas de creme do café da manhã.

—Verdade?

—Foi o que me disseram. Por que você não dá uma conferida na cozinha?

—Já estou indo. – disse Peter animado e saiu do dormitório

—Nunca sobram tortinhas de creme do café da manhã. – mencionou Remus desconfiado

—Quem sabe? Pode ser que ele tenha sorte.

—Do que você me chamou quando chegou aqui?

—Grilo Falante. – respondeu Sirius

—Algum motivo, ou foi só Pirraça que jogou o elmo de alguma armadura na sua cabeça?

—Bom, você é o mais perto de uma consciência que temos aqui.

—Uma... Padfoot, o que está acontecendo?

—Eu não sei bem o que fazer e queria um conselho.

Você quer um conselho? Sobre o quê?

—Quero convidar a Rach para ir ao baile comigo.

—E onde eu entro nessa história?

—Eu não sei se eu posso, ou como fazer isso.

Remus ficou parado encarando o amigo sorrindo por um dos cantos da boca.

—O que foi? – perguntou Sirius

—Estou só aproveitando o momento.

—Como assim?

—Você percebeu que está pedindo pra mim conselhos sobre uma garota?

—Parece um pouco ridículo agora que você falou, mas dane-se. O que eu faço?

—Eu já te falei o que pensava no geral. – respondeu Remus – Eu jamais falaria especificamente para você fazer alguma coisa, eu não.

—Moony, vai, eu preciso de ajuda.

—Está bem, Pads. Por que você quer ir com ela?

Sirius demorou a responder.

—Eu gosto dela. – ele acabou dizendo

Quanto, Pads? – Remus insistiu

—Muito. – Sirius admitiu – No dia do Sarau quando a vi tão preocupada por não querer apresentar e fiquei tão perto dela... Eu quase a beijei, Moony. Só não fiz isso, porque achei que ela fosse fugir de mim depois.

—Ela provavelmente ia.

—Eu nunca me importei em gostar de nenhuma outra. Se a situação ficasse chata ou difícil, eu simplesmente saía. E eu sei que para elas era a mesma coisa. Dessa vez... mesmo que as coisas fiquem difíceis, eu quero enfrentar se eu puder ficar com a Rach.

Remus riu de leve.

—Estou ficando cercado de apaixonados. – disse ele – Acho que você já sabe o que fazer, Pads.

—É, talvez eu saiba. – disse Sirius com um olhar maroto

... ... ... ... ... ... ... ... ...

Bela e Rachel aproveitavam que tinham a última aula da tarde livre e foram para a Biblioteca estudar. Após duas horas sem intervalo, Bela deixou a cabeça cair sobre o livro cansada.

—Ai, eu não quero mais brincar. – murmurou ela

—Falta pouco. – disse Rach – Menos de um mês.

—Às vezes eu queria que os NIEMs fossem amanhã. Para acabar logo essa pressão.

—É, eu sei o que quer dizer.

—Não aguento mais ingredientes de poções, feitiços, datas... Parece que eu vou ficar louca. – falou ela angustiada

—Bela, por que não para um pouco? Daqui a pouco está na hora do jantar.

—É, acho que vou fazer isso... Antes que eu atire esses livros longe. Ou melhor, – Bela fez uma expressão maníaca - na lareira. 

Bela juntou seus pergaminhos e fechou os livros com barulho. Recebeu um olhar malvado de Madame Pince por isso, porém não deu qualquer atenção.

—Você não vem? – perguntou ela

—Quero só terminar esse capítulo.

Depois que a amiga saiu, Rach olhou em volta. A Biblioteca nunca ficava tão cheia quanto perto das provas finais. Pessoas que sequer passavam naquele andar o ano todo apareciam ali na tentativa desesperada de aprender o suficiente para conseguir as notas que precisavam. Talvez uma esperança de que o conhecimento em concentração tão alta entre aquelas estantes entrasse por osmose.

Rach sentiu uma saudade antecipada. Desde o primeiro ano, ele achava aquele lugar bonito. Os móveis antigos repletos de livros de todos os tamanhos e cores possíveis. Os balcões de madeira escura na frente das prateleiras, as pequenas mesas que deveriam estar ali desde a fundação da escola. Era tão estranho pensar que dali um mês ela não entraria mais lá. Bom, ela confessava que não sentiria tanta falta de Madame Pince...

Rach balançou a cabeça e voltou às páginas de seu livro. Não demorou muito, alguém sentou ao lado dela.

—Hei, Rach.

—Oi, Sirius.

—O que está estudando?

—Defesa Contra as Artes das Trevas.

—Quer ajuda?

—É só a parte teórica.

—E com a prática?

—Alex se ofereceu para me ajudar. Ela é muito boa em DCAT também.

—Ah, eu sei. O que é meio assustador na verdade.

—Por que?

—Por quê? Ela vai ser uma advogada que sabe Defesa Contra as Artes das Trevas. Me lembre de ficar longe do caminho dela.

—Que exagero...

—Ela poderia me azarar E achar um jeito de me processar por isso.

—Alex jamais faria isso. – disse Rach

—Mas foi bom ver você rir mesmo assim...

Rach pegou outro livro e colocou à sua frente apenas para se ocupar e tentar disfarçar que tinha ficado sem graça... de novo.

—Eu queria te fazer uma pergunta. – disse ele

—Qual? – ela virou para ele

—Eu estava pensando... você iria ao baile comigo?

A mudança no rosto dela foi expressiva, embora discreta. Segundos antes estava sem jeito, agora completamente surpresa.

—Você está convidando a mim? – disse ela baixinho

—Estou. – ele respondeu gentil

—Com tantos sorriso a sua disposição, você pediu o meu?

—Eu disse que ele é o mais bonito.

Nem nos sonhos mais loucos de Rach aquilo estaria acontecendo. E ela queria tanto aceitar...

—Sirius... eu não posso ir com você... desculpa. – disse ela parecendo realmente sentir muito

—Ah... Acho que cheguei muito tarde... - disse ele levantando – Divirta-se, então.

Sirius beijou a cabeça dela e saiu da Bibioteca deixando uma Rachel completamente incapaz de se concentrar em qualquer coisa.

... ... ... ... ... ... ... ... ...

Conforme passava Junho, os NIEMs ficavam assustadoramente cada vez mais próximos. As aulas eram pesadas, e os horários de estudo se alongavam. Até os Marotos passaram a ser vistos estudando até tarde no Salão Comunal.

Sirius já tinha terminado a longa redação pedida por McGonagall quando distraído bateu a mão no tinteiro e derramou tinta em metade do pergaminho.

—Eu não acredito! – fez ele chamando atenção das poucas pessoas que ainda não tinham ido dormir

—Só usar um feitiço para remover a tinta. – instruiu Remos por cima do livro de Feitiços

—É, só que aminha varinha não sabe qual parte da tinta é a redação e qual e idiotice. Vai simplesmente remover tudo.

Remus não disse mais nada. Encostou a própria varinha no pergaminho do amigo e logo não havia mais a mancha.

—Como você fez isso?

—É um feitiço que só retira a tinta que ainda está molhada. – Remus respondeu – Por que está com essa cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança há dias?

—Convidei a Rach para ir ao baile comigo.

—E?

—Ela respondeu que não podia.

—Isso explica... lamento Pads.

—Eu também, Moony. Eu também.

... ... ... ... ... ... ... ... ...

O segundo fim de semana do mês trouxe o último jogo de Quadribol da temporada. Como em todos os dias de jogo, o time da Grifinória acordou cedo para tomar café. Antes que eles deixassem o Salão Principal em direção aos vestiários, Lily beijou James desejando-lhe boa sorte.

—Obrigado. – disse ele – Acho que vamos precisar.

A escola toda já se aglomerava nas arquibancadas do Campo de Quadribol enquanto James repassava os últimos avisos, relembrava as últimas táticas... era seu último jogo como Capitão da Grifinória,

—Estamos nessa clara e quente manhã de sábado para o último jogo da temporada: Grifinória X Sonserina. – informava Clark Jordan da Grifinória – Toda essa claridade deve dificultar a vida dos apanhadores. As duas casas vêm com bons times. Grifinória perdeu o último jogo, mas precisa de uma vantagem de apenas oitenta pontos para levar a Taça. E aí vem os jogadores.

—Detesto partidas contra a Sonserina. – comentou Bela na arquibancada – Eles nunca jogam limpo.

—Eu também não gosto. – concordou Alex

—Madame Hooch lança a Goles, e a partida começa! Bennet da Grifinória com a posse da Goles...

James queria encontrar o pomo o mais rápido possível, os sonserinos não demorariam a começar com as faltas.

—Sirius está parecendo uma muralha naqueles aros. – comentou Frank – meia hora de jogo e não passou nada.

—E lá vêm os artilheiros da Sonserina de novo. – avisou Remus

—MAIS UMA DEFESA ESPETACULAR! – narrou Jordan – É com certeza o melhor jogo da carreira de Black.

Isso obviamente não estava passando despercebido pelo time sonserino, e logo Sirius foi atingido no braço por um balaço.

—PENALTI! – bradou Jordan – O goleiro da Grifinória foi atingido por um balaço quando a Goles não estava em seu campo. O jogo foi interrompido a pedido do capitão James Potter que voou para ver como está seu goleiro.

—Padfoot, o quão ruim está isso?

—Bem ruim, - disse Sirius contendo um gemido de dor – acho que está quebrado.

—Vou pedir permissão para Madame Pomfrey consertar isso.

—Não, eu vi você estudando isso. Conserta você mesmo.

—Pads, você está louco? Se eu errar, pode ficar muito pior.

—E enquanto eu vou para a Ala Hospitalar, quem fica no meu lugar? Você prefere perder um artilheiro ou um batedor? Por que mudar o apanhador de posição não dá.

—Padfoot...

—Pega logo essa varinha! – Sirius o interrompeu

—Eu avisei. – disse James já com ela em punho – Reparo.

—Ai! Doeu bem menos quando Madame Pomfrey fez ano passado.

—Como está seu braço??

—Você já pode passar no NIEM de Feitiços, Prongs, - disse Sirius mexendo a mão – porque está como novo. Só me faz um favor? Fala para Adam e Will mandarem ver naqueles balaços.

—Padfoot!

—Dentro das regras, é claro.

—O jogo volta, e Bennet se prepara para bater o pênalti... e é ponto da GRIFINÓRIA! – Jordan voltou à narração – Espera, os sonserinos estão reclamando que Bennet passou da marca. Madame Hooch apita e valida o lance.

Com uma hora e meia de jogo, apenas três goles tinham passado por Sirius e doze pelo goleiro da Sonserina. Os balaços voavam com violência por todos os lados. James queria encerrar a partida antes que mais alguém se machucasse. Contudo, com a vantagem aberta pelos artilheiros, independente de quem pegasse o pomo naquele momento, Grifinória venceria. Isso significava que o apanhador sonserino não estava preocupado em pegar o pomo agora, mas em atrapalhá-lo

Então James o viu. O pomo brilhava alguns metros acima dos aros da Grifinória. Ele seguiu para lá disfarçadamente como se fosse gritar instruções para os outros jogadores. Uma vez fora do alcance do apanhador da Sonserina, ele imprimiu o máximo de velocidade possível. Os dois balaços foram rebatido em sua direção, mas Adam e Willian os interceptaram. Nem um minuto depois, James segurava o pomo no alto com um imenso sorriso encerrando a partida.

... ... ... ... ... ... ... ... ...

A Taça foi entregue por Dublendore a James no jantar daquele dia, e os grifinórios ficaram até bem tarde comemorando no Salão Comunal.

No meio dessa comemoração, Lily viu Rach subir sozinha para o dormitório. Como ela estivesse demorando para descer de volta, a ruiva achou melhor subir e para ver se tinha acontecido alguma coisa. Encontrou a amiga observando um vestido sobre a cama dela.

—Rach, está tudo bem?

—Acho que sim. – ela respondeu com a voz apagada

—Esse é o seu vestido para a formatura?

—É. – ela respondeu

—É... lindo! – comentou Lily

—Obrigada... Lily, acha que eu estou sendo boba em ir sozinha ao baile?

—Por que isso agora? – a amiga perguntou gentil se aproximando dela

—Porque... a única pessoa que de alguma forma eu queria que me convidasse convidou.

—Sirius te convidou?

—Sim. – ela respondeu com um fio de voz

—E você recusou?

Rach assentiu com uma lágrima solitária rolando em seu rosto ainda mirando o vestido.

—Se arrependeu? – Lily perguntou

—Não tenho certeza. – Rach respondeu – Se ele fosse só uma pessoa, eu teria aceitado sem nem pensar. Aliás, eu não devia ficar ofendida com esse pedido? – disse ela olhando para o alto – Se ele pensa que eu sou de alguma forma parecida com as outras...

—Rach, ele nunca pensaria isso. – Lily ponderou

—Acho que eu sei disso. O que torna esse convite ainda mais estranho.

—Talvez esteja em tempo de refazer a recusa.

—A duas semanas do baile, ele com certeza já tem uma companhia. E mesmo que por um motivo louco não tivesse, ele não iria gostar de saber que preferia ir sozinha a ir com ele. Não. – Rach passou a mão pelo rosto limpando a lágrima – Eu escolhi esse caminho, agora vou passar por ele.

—Você está sendo um pouco teimosa... - Lily sorriu com os lábios contraídos – Mas também está sendo corajosa.

Rachel não soube o que responder. Limitou-se a colocar o plástico de volta sobre o vestido e o vestido de volta ao armário.

—Não vai descer? – Lily perguntou ao vê-la pegar um livro

—Não. Já que ninguém mais está estudando agora, não me sinto culpada de também não estar. Vou ler alguma coisa interessante para variar. – ela respondeu sentando em sua cama

—Se precisar de alguma coisa, sabe onde me encontrar. – disse Lily e beijou a cabeça dela antes de voltar para o Salão Comunal


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Notas finais do capítulo

N/A - Oiê!

O que acharam de Rach nesse capítulo? Teimosa demais ou centrada em suas decisões? Não deixem de me contar.

Beijos, Palas



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