Diva escrita por Palas Silvermist


Capítulo 15
Capítulo 15 - Aula de Valsa




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James andava quieto nas duas últimas semanas, e Lily não conseguia entender o que poderia ter acontecido. Quando conversaram no Sarau, ele parecia triste. O estranho era que ele não estava assim antes da apresentação.

Os dois agora se encontravam regularmente com outros alunos da comissão de formatura, contudo, James só falava o necessário.

—Lice, - chamou a ruiva no dormitório aproveitando que as duas estavam sozinhas – você é amiga do James faz tempo. Sabe se aconteceu alguma coisa com ele? Estou ficando preocupada.

—Também não sei, Lily. – a amiga respondeu – Ia falar com ele hoje.

Conforme dito, Alice procurou o dia todo um jeito de falar com ele a sós, sem sucesso. Pouco antes do jantar, ela sequer tinha ideia de onde ele estava.

—Sirius, você sabe onde o James está? – perguntou ela ao rapaz que estudava o livro de Poções no Salão Comunal

—Treinando Feitiços em uma sala do quarto andar. – ele respondeu

—Qual sala?

—Ao lado da tapeçaria da Revolta dos Duendes.

—Obrigada. – disse ela e saiu pelo Quadro da Mulher Gorda

Alguns andares abaixo, Alice bateu à porta antes de abrir.

—James?

Reducto!— e um vaso explodiu na frente da sala

—Eu não queria estar na pele desse vaso. – disse ela entrando e fechando a porta atrás de si

—Alice?

—Está tudo bem com você?

—Por que não estaria? – disse ele fazendo o vaso se formar novamente

—Porque você anda quieto... principalmente quando a Lily está por perto.

Ele a olhou surpreso.

—É, eu percebi. – Lice respondeu à sua pergunta muda – Quer me contar? – perguntou ela e sentou em uma carteira próxima a ele balançando as pernas

James expirou com peso.

—Você estava no Sarau?

—Claro.

—Você ouviu a música que eu cantei?

—Sim. – ela respondeu aguardando o que viria a seguir

—Era para a Lily, e estou preocupado que ela tenha percebido isso.

—Espera. – falou Lice – A música era para a Lily, e você não queria que ela percebesse?

—Não. Ou queria... Eu não sei, Lice, porque... - ele passou a mão nos cabelos nervoso - eu gosto dela, de verdade. Só que eu fiz um trato com ela lembra? E se eu quebrar esse trato, ela pode desaparecer da minha vida.

—James, - falou ela tranquila – não percebeu que com o que você está fazendo, você está tentando desaparecer da vida dela? O resultado final não dá na mesma?

James apenas bufou em resposta

—Além disso, - ela acrescentou – até onde me consta, esse trato só impede você de convidá-la para sair...

—Obrigado por me lembrar, Lice.

—... não impede você de falar qualquer outra coisa semelhante.

O rapaz a olhou surpreso mais uma vez.

—Só estou mencionando. – disse ela como se não tivesse significados implícitos e levantou

—Acha que ela me ouviria?

—Isso só você pode descobrir. – respondeu Lice antes de sair.

Curiosamente, James não quis mais quebrar vasos depois disso.

... ... ... ... ... ... ... ... ... 

Quando chegou a notícia de que Frank tinha convidado Alice para o Baile de Formatura, Lily ficou preocupada que Rach se chateasse novamente e foi falar com ela.

—Resolvi ir sozinha. – ela falou – Fico pensando em Sirius o tempo todo. Não seria justo ir com outra pessoa e ficar pensando nele. E Sirius nunca convidaria a mim.

—E se ele convidasse?

—Se ele convidasse, seria como uma amiga, e já tem sido difícil estar perto deles esses dias.

—E se fosse um encontro?

—Isso jamais aconteceria, Lily.

—Hipoteticamente falando.

—Não quero passar alguns dias só imaginando quando vai ser o último, não sirvo pra isso.

Lily ficou um momento sem dizer nada, até que declarou:

—Eu também vou sozinha.

—O quê? – fez Rach espantada

—Estou em uma situação parecida... A pessoa com que eu gostaria de ir também não vai me convidar.

—Como pode ter certeza?

—Temos um trato.

—James?

Lily assentiu.

—E a sua solução é muito mais grifinória do que simplesmente aceitar um convite aleatório. É isso, - disse a ruiva decidida com um sorriso – vamos sozinhas.

... ... ... ... ... ... ... ... ...

Naquele sábado, estava agendada a aula de valsa dos alunos do sétimo ano da Grifinória. Por isso, estavam todos em uma sala vazia do terceiro andar com o senhor Louis, um francês professor de dança. Após ensinar a eles os movimentos, passou a dividi-los em pares: Rach e Peter, Sirius e Alex, Bela e Remus, Alice e... James.

—Senhor Louis, será que James e Lily não podem ensaiar juntos? – perguntou Lice – Os dois são da comissão de formatura, faria muito mais sentido.

—Oh, tanto faz, tanto faz. – respondeu ele chacoalhando a mão – Só formem pares logo.

—De nada. – Alice sussurrou para James

—Será que foi só por minha causa? – ele sorriu maroto ao ver Frank se aproximar

—Sem conversa, sem conversa. – fez o senhor Louis, e com um aceno de sua varinha, a música começou

Todos estavam se saindo razoavelmente bem, para uma aula, pelo menos. Com exceção de James, que estava sendo um...

—Desastre! – disse o professor – Meu rapaz, você dança com a graça de um frango sem penas.

—Sempre bom ouvir um pouco de sinceridade. – murmurou James sem que ele ouvisse

—Endireite essa postura! – o senhor Louis empurrou as costas dele – E pare de olhar para o chão. Preste atenção para onde move esses pés, quer esmagar os pés dessa moça?

—Ele não pisou nos meus pés, senhor Louis... ainda.

—No que só posso dizer que tem muita sorte, senhorita.

Horas depois, eles foram dispensados. Quando todos os outros já tinham subido para tomar banho antes do jantar, James chamou Lily no Salão Comunal.

—Lily, eu sei que estão todos estudando para os NIEMs, mas teria alguma chance de você tirar um tempo para treinar essa valsa comigo? Eu tenho de ser capaz de fazer coisa melhor do que hoje.

—Claro, - ela respondeu – pode ser sábado que vem?

—Pode sim.

—E você está melhor?

—Como assim?

—Você estava estranho uns dias atrás...

—Ah, aquilo... Bom, já passou.

—Fico feliz. Eu preciso subir também. Até o jantar.

—Até o jantar.

... ... ... ... ... ... ... ... ...

Na semana seguinte, Lily chegou correndo à sala que eles haviam combinado

—Desculpa, desculpa. Eu sei que estou atrasada.

—Se você estava pintando, eu desculpo. – falou James

—Quem me dera. – fez ela – As meninas da comissão de formatura estavam em uma discussão sobre que tipo de fonte nós vamos conjurar nos Jardins. Os formatos, quantos níveis para cair a água. Realmente muito produtivo. Ontem foram os arranjos de mesa: uma hora e meia para decidir por orquídeas. Você tem sorte de não estar no departamento de decoração.

—Realmente...

—Então, você lembra dos passos básicos?

—Lembro, só não consigo coloca-los no ritmo da música.

—Certo. Vamos ensaiar, então.

James precisava se lembrar de se concentrar em aprender a valsar em vez de pensar em Lily e no quanto eles estavam próximos. Ele constantemente olhava para o chão tentando acertar os passos. Até que a garota soltou o ombro dele e com delicadeza mantinha o queixo dele para cima.

Lily, por sua vez, aproveitava os momentos que estava com ele. Tinha se sentido tão sozinha quando ele se afastara dela após o Sarau. Ainda não sabia o que tinha acontecido, mas tê-lo por perto de novo era suficiente.

Depois de ensaiar por quase três horas, James conseguia executar passos mais apresentáveis, e pelo menos agora conseguia guiá-la. Ele se conformou que muito melhor do que aquilo não ficaria, não para o Baile de Formatura, pelo menos.

—Vai ter de se esforçar mais antes de seu casamento, James. – Lily brincou

—Bom, eu espero não estar estudando para os NIEMs antes do meu casamento.

—Justo.

Mas antes que ela saísse da sala, James a segurou pela mão.

—Lily, - ele hesitou – eu sei que ouviu a música que cantei no Sarau.

—Sim.

—Eu queria... Eu queria que você soubesse que foi para você.

—O quê? – o coração dela disparou

James nunca a tinha visto corar antes.

—E foi isso que o deixou tão triste naquele dia? – ela perguntou suave

—Não! – ele se apressou em responder – Eu só fiquei preocupado de você perceber, achar que eu estava quebrando nosso acordo e se afastar de mim. Eu sei que não tenho permissão de te convidar para sair e, não se preocupe, não é o que eu vou fazer. Eu só... não consigo mais esconder. Eu preciso falar o quanto você é especial pra mim. Eu... realmente gosto de você.

—Eu? – disse ela surpresa – Eu sou só a garota estranha que vai dormir de madrugada e acorda antes do sol só para pintar.

—E esse é só mais um detalhe incrível, você é muito mais do que isso. – ele falou com os olhos brilhando – O jeito que você olha, que ri, o jeito que você é... é tão... cheio de vida. O jeito que fala dos seus desenhos, das suas pinturas, seus olhos brilham de uma maneira... seu rosto fica tão radiante... é deslumbrante. Apaixonante. Ninguém nunca te falou isso?

—Eu não falo muito sobre minhas pinturas.

—Mas eu pensei...

—Você foi de longe a pessoa com quem mais eu falei sobre isso. Eu sempre achei que falar sobre elas me exporia demais, revelaria demais a meu respeito. Eu nunca tinha sido tão aberta antes.

—Por que pra mim? – ele murmurou

—Você pode me dizer? – ela falou próximo de um sussurro – Você pode me dizer porque de uma certa maneira, eu nunca fiquei sozinha, porque eu sempre vivi parte na realidade e parte em um mundo cheio de cores, de personagens, de paisagens. E porque por outro lado eu nunca tive a sensação de pertencer aqui de verdade... a não ser quando estou com você.

Lily colocou a mão no rosto dele, e James fechou os olhos por um momento. Antes que ela retirasse a mão, ele a segurou em seu rosto. Sem pensar muito, Lily deu um passo à frente, ficou na ponta dos pés e o beijou.

—Seu cabelo... - comentou ela quando se afastou um pouco – não está muito bom.

—Nunca está, Lily. – disse ele bem humorado

—Está muito certo... - ela continuou e elevou a mão para bagunçá-lo

—Achei que te irritasse quando eu babunçava o cabelo.

—Não mais.

—Bom, sendo assim, já que eu não posso te convidar para sair... – disse ele olhando para o alto – Namora comigo? – ele beijou a mão dela

—É sério? – perguntou ela surpresa

—É.

Lily sorriu.

—Sim. – ela respondeu e o abraçou.

—Ah, espera. – ele a soltou – Eu preciso quebrar aquele acordo. Posso quebrar aquele acordo? – ele falou rápido.

A ruiva riu alto.

—É claro que pode.

—Lily Evans, você me acompanha ao Baile de Formatura? Apesar da minha performance em valsas... - ele acrescentou

—Eu... - ela interrompeu a si mesma ao lembrar algo – Eu não posso.

O chão saiu dos pés de James.

—Por que não?

—Não entenda mal. Rach estava chateada e acabou decidindo que ia ao Baile de Formatura sozinha. Eu fiquei preocupada e disse a ela que iria sozinha também.

—Lily!

—Não parecia ruim. Ajudaria ela um pouco e, bom, nós tínhamos um acordo e eu não queria ir com mais ninguém. – ela explicou – Não vai ser tão ruim, nós vamos estar todos juntos. – ela tentou emendar

—Hum... - fez ele – Eu tenho duas condições para aceitar isso.

—Quais?

—A Primeira: você vai dançar comigo.

—E a segunda?

—A segunda... - ele sorriu maroto e se aproximou dela até beijá-la de novo

... ... ... ... ... ... ... ... ...

Ao receber a notícia desse namoro, Alice soltou um enorme yei e abraçou Lily com força. Bela, a romântica de plantão, emitiu gritinhos e encheu o quarto de bolhas de sabão com sua varinha. Alex e Rach também comemoram abraçando a amiga, embora sem tentar quebrar suas costelas como Alice.

Um pouco depois, tendo esperado ficar sozinha com Lily, Rach falou alegre:

—Agora você tem um par para o baile.

—Não, Rach.

—Como não? – o sorriso dela se desfez

—Eu disse que ia sozinha como você e é o que vou fazer.

—Lily, me diz que não disse isso ao James.

—Na verdade, eu disse.

—Não!

—Rach...

—Está em tempo de desfazer ainda.

—Rach, não...

—Lily, eu tomei essa decisão tentando não me machucar e sou muito grata a você por querer me fazer companhia. Só que é absurdo agora você estar namorando e não ir com seu namorado ao baile.

—Rach, sinceramente, eu estou preocupada com você.

—Não fique. – disse ela confiante – Eu tenho de encontrar essa força, tenho de mostrar pra mim que eu consigo. Se você for sozinha nas atuais circunstâncias, eu vou me sentir tão mal. Sei que você quer ir com ele.

—Você não costumava se importar com o que pensavam de você?

—Mais do que eu deveria. Agora estou me importando mais como que eu penso de mim.

—Tem certeza?

—Absoluta. – disse Rach com um sorriso – Estou tão feliz por você.

Lily a abraçou.

—Agora vai atrás de James resolver isso já.

—Ele deve...

—Já! – ela a interrompeu rindo

Lily desceu as escadas até o Salão Comunal correndo e encontrou James a uma mesa estudando Transfiguração.

—James?

—Hei, Lily. Já está com saudades?

Ela sorriu.

—Aquele convite para o Baile de Formatura ainda está de pé?

—Pra você, sempre.

—Eu falei com a Rach, ou melhor, ela falou comigo e não se importa de eu ir com você. Na verdade, ela insistiu para que eu fosse. Isso é, se você ainda me quiser como sua companhia.

James em resposta a puxou para perto de si e a beijou.

—Isso é um sim? – ela perguntou

—Você ainda tem dúvida?

—Acho que ainda não ficou muito claro... - ela sorriu

... ... ... ... ... ... ... ... ...

Em uma aula de História da Magia no fim de Maio, Bela estava particularmente entediada. Só mais um mês e ela não teria mais que olhar para Binns.

Bela: Meninas, vou morrer de tédio aqui. Me contem sobre seus planos para o Baile de Formatura: penteado, cor do vestido, sapato ou sandália, maquiagem e o que mais vier à imaginação.

Alex: E o efeito surpresa, como fica?

Bela: Está bem... Lily como vai estar a decoração do Salão Principal?

Lily: Surpresa!

Bela: Rach, sua maquiagem?

Rach: Surpresa!

Bela: !!!!

Rach: Brincadeira. Deixo você escolher se for algo leve.

Bela: EBA!

Rach: Agora posso prestar atenção a História da Magia?

Bela: Fazer o quê... Por que ninguém quer conversar comigo hoje:

Alex: NIEMs.

Lily: NIEMs.

Alice: Sono.

Bela: Vou seguir seu exemplo, então, Lice. Me acordem quando acabar, por favor.


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Notas finais do capítulo

N/A

E aí, e aí, e aí?? O que acharam?

Espero que estejam gostando, estamos bem perto do final da história agora.

Beijos, Palas



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