Na floresta dos ventos quentes uma ventania aconteceu de repente.

Uma lagarta triste comia solitária seu pequeno grão quando um vento forte a tirou do chão. A coitada voava e girava como um peão e acabou sendo lançada em um galho de árvore sem nenhuma lesão.

O vento foi embora e ela viu que pousara em uma grande árvore de amoras. A árvore tinha verdes folhas e uma linda flora, um sol que podia aquecer suas patinhas a qualquer hora, uma fruta saborosa e uma linda vista da aurora.

Ficou tão apaixonada que imediatamente fez sua casinha de casca, folhas e mais nada. Ali, como todas as lagartas bem encasadas, deveria construir suas asas e voar para uma nova jornada. Mas só de pensar em sair, a pobre lagarta ficava amedrontada. Decidiu que pra sempre aquela seria sua morada, já que ali ficava tão segura e confortada.

Sua casinha de casca a protegia de um vento forte, uma chuva intensa e uma noite fria por sorte.

Os passarinhos a convidaram pra sair, voar com eles e conhecer florestas e animais longe dali, mas a lagarta fingiu nem ouvir, pôs-se na cama e voltou a dormir.

Até que um dia o inverno chegou na floresta, o vento gelado sacudia a árvore que dançava sem ter festa. O vento invadia a casinha esburacada e muito modesta, passando por cada fresta. A lagarta descobriu ali que o frio é o que ela mais detesta.

Construiu as asas apressada para conseguir escapar. Correu até a ponta do galho e se jogou no ar, e com a ajuda do vento, aprendeu a voar. Olhou pra trás com um triste olhar, mas sabia que ali não era mais o seu lugar. era hora do mundo ela explorar.