Spotted: Behind the Gossip escrita por naymeestwick


Capítulo 12
Capítulo 11 - Two is better than one


Notas iniciais do capítulo

Tradução: Dois é melhor do que um



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Eu lembro do que você usou no nosso primeiro encontro. Você entrou na minha vida e eu pensei: "Ei, sabe, isso pode dar em alguma coisa". Porque tudo o que você faz e as palavras que você diz me deixam sem ar... E agora eu estou sem nada. Porque talvez seja verdade que eu não consigo viver sem você e, talvez, dois seja mesmo melhor que um. Ainda há tanto tempo para descobrir o resto da minha vida e você já me fez ficar sem jeito, pensando que juntos somos melhores. Lembro-me de rir olhando para seu rosto. O jeito que você vira os seus olhos e o seu sabor. Você faz com que seja difícil respirar. Porque quando tudo fica mal, eu fecho os olhos e voo para longe, então, eu penso em você e tudo fica bem. Por isso, agora, eu estou finalmente acreditando que talvez seja verdade que eu não vou consiguir viver sem você
Talvez dois seja melhor que um. Há tanto tempo para descobrir o resto da minha vida. Mas, no momento, o que eu quero só vou descobrir quando nós nos abraçarmos e dissermos: "está tudo bem agora". 
Meu coração está dizendo que somos muito melhores juntos.

(Boys like girls, Two is better than one)

***

Narração do Ed: Em Itálico e entre aspas.
       Leighton: Fonte normal

***

"Fechada para o amor. Eu não precisava da dor. Uma ou duas vezes foi suficiente e foi tudo em vão. Então, o tempo começa a passar e antes que você perceba, você está congelada."

(Leona Lewis, Bleeding Love)

— Leighton! — Ele exclamou ofegante, quando, finalmente, conseguiu me alcançar.

— Ed, por favor, não faz isso comigo. — Disse, virando-me lentamente. Já era madrugada, mas as ruas estavam com uma movimentação corriqueira de uma sexta à noite em Manhattan. A noite estava linda. A escuridão contrastava com o cintilante brilho das estrelas e da enorme lua cheia. Seria uma noite perfeita para um casal apaixonado, sem problemas e complicações. Para mim, era a noite perfeita para voltar para casa e chorar até dormir. O vento estava frio, como nos últimos dias, mas a agitação fez com que o meu corpo ficasse quente. E tudo que eu conseguia sentir eram as batidas intensificadas do meu coração assustado. — Você está piorando tudo...

— Leigh, eu não sei mais o que fazer para você me perdoar ou, ao menos, me entender. — Ele falou com o tom de voz alterado. O desespero era notório em cada palavra.

— Ed, você tem de entender que não há o que perdoar. Eu apenas estou me afastando... — Falei, enquanto buscava seu olhar e, pela primeira vez, ele o desviou. — Isso está virando uma bola de neve. Você erra, pede desculpas com um discurso encantador. Na semana passada foi assim e nos resolvemos. Agora, você faz um pronunciamento público para se desculpar. O que vai ser semana que vem? — Estendi os braços para enfatizar o meu questionamento. — Você vai me pedir em casamento no meio da festa? — Fiz menção à festa que todos nós estaríamos na semana seguinte. Abaixei os braços e bufei, soltando o ar lentamente, na tentativa frustrada de me acalmar.

— Eu não entendo você. Achei que tivesse algo especial com a gente. — Ele cerrou os lábios — No domingo...

— Shhhh.... — O interrompi pousando o dedo indicador sobre os seus lábios. — Por favor, nunca duvide de tudo que vivemos naquela noite. — Abaixei a mão e relaxei os ombros.

— Mas você falou que... — Ele não finalizou.

— Eu sei o que eu disse. E quero aproveitar para dizer que me arrependo. Me arrependo muito por fazer você pensar que foi algo casual. Porque não foi. — Respirei fundo. — Pelo menos, não para mim. — Segurei sua mão fria e levei até o meu coração. — Eu só estava confusa...

— Mas, se você sentiu algo... — Ele coçou a cabeça e lançou-me um olhar intrigado. — Eu não entendo. Você ainda está confusa? — Ele fitou nossas mãos unidas.

— Não estou mais. — Fui direta e soltei sua mão.

— Então, o que está acontecendo? Por que você fugiu? — Ele a pegou de volta e segurou com as duas mãos, como se fosse um bem vital.

— É porque eu decidi que o melhor para nós é nos afastarmos, Ed. — Ele estreitou os olhos e soltou minhas mãos.

— Foi por causa da noite de segunda-feira? Eu posso te explicar o que aconteceu... — Sua feição exprimia aflição. Ele merecia um motivo, mas eu não queria prolongar a história.

— Ed, não é nada com você. Você é um ser humano maravilhoso. Mas não quero que nos comprometamos mais do que já estamos. Por favor, me entenda. — Cruzei os braços, sentindo a brisa gelada me atingir. Meus lábios se curvaram quando eu vi a tristeza no olhar dele.

— Isso não faz sentido para mim. — Ele sacudiu a cabeça, deu alguns passos para o lado, ficando de frente para a rua.

— Não procure sentido nisso. — Me movi em sua direção. — A verdade é que não nascemos um para o outro e quanto antes remediarmos isso, melhor será para a nossa sanidade mental. — Falei com tranquilidade na voz. Não queria encenar uma despedida dramática. — Tenha uma boa noite, Ed. — Dei-lhe um beijo na face e me afastei. Ele não respondeu e, mais uma vez, me deixou ir. Permanecendo parado e com os olhos vidrados na calçada cimentada.

Caminhei lentamente pela rua movimentada, finalmente sentindo o frio, que parecia cortar a minha alma.

Pensei em ir andando até chegar em casa. Só uma caminhada me faria bem. Mas, ao me ver andando, aparentemente, sem destino, Jeff, um dos motoristas da emissora, correu para dentro do carro e acelerou para me alcançar.

— Sta. Meester, eu não posso deixar você voltar sozinha. — Ele falou de dentro do veículo quando o encostou ao meu lado.

— Ah, é verdade... — Eu precisava urgentemente espairecer. Mas, se de repente, alguma coisa acontecesse, poderia sobrar para ele que estava encarregado de fazer o nosso transporte. — Desculpa, Jeff. Estava distraída. — Falei, abrindo a porta do carro.

— Senhor Westwick, o senhor pode vir conosco. — Ele disse, simpático.

— Pode ir, Jeff. Eu vou ficar mais um pouco. Ainda preciso conversar com uma pessoa... — Ele sorriu para o motorista, agradecido e recuou alguns passos. — Além disso, a Sta. Meester prefere ficar sozinha. — Ele virou-se e caminhou, despreocupado, para dentro do prédio, ignorando meu olhar fuzilador para ele depois daquela indireta.

Precisei esforçar-me bastante para não pular do carro e pedir explicações para aquele desplante. Sabia que se eu tentasse outro contato, acabaríamos nos odiando para sempre.

Jeff arrancou com o carro, afundei-me no banco de trás, sentindo a garganta apertar ao lembrar de suas palavras ao dizer "Ainda tenho que conversar com uma pessoa". Certamente, ele iria atrás da Jessica, principalmente após eu tê-lo dispensado. Ele não pensaria duas vezes em se jogar nos braços dela e deixar o caminho livre para ela envenenar a cabeça dele.

No caminho, passei em uma confeitaria para comprar alguns quitutes. Depois de perder os comes e bebes da recepção pós gravação, aquela seria a minha janta.

Quando cheguei à casa, passei a chave na porta e encostei nela, tentando me equilibrar. Respirei fundo, bem lentamente, para tentar acalmar os pensamentos e relaxar o corpo, que estava extremamente exausto. Um banho de banheira era tudo que eu podia fazer para melhorar o humor e relaxar.

Assim que acabei de preparar a água para o banho, desamarrei o roupão, mergulhei de uma vez e fechei os olhos, concluindo que devido à quantidade de coisas para processar, seria um longo banho. Talvez o mais longo da minha vida.

"Eu estive encarando o teto, vendo o ventilador girar. 
As palavras que dissemos ainda estão muito altas 
e eu mal consigo ouvir minha respiração. 
Estivemos vagando até agora 
e eu nem ao menos sei aonde estamos.
Antes de pularmos, antes de saltarmos, 
tudo já está perdido pra você e pra mim"
(Bridgit Mendler, Hold on for dear love)

Enquanto eu comia um delicioso brownie, que eu comprei no caminho de volta, o telefone tocou. Bufei irritada por ter de sair do banho para pegá-lo em cima da cama. Primeiro, eu pensei em ignorar, mas a música não parava de tocar. "Pode ser algo importante. Ninguém liga tantas vezes num horário desses", penseiJá eram quase duas da manhã.

Rapidamente, enrolei-me no roupão e peguei o celular, quase como uma maratonista. O número era desconhecido mas como eu não tinha nada a perder, dei de ombros e atendi com a boca cheia, jogando-me na cama, logo em seguida.

— Alô. — Falei de forma ríspida, tentando engolir o pedaço do bolo rapidamente.

— Na segunda feira, quando estávamos no camarim e eu mencionei a noite anterior, não estava me referindo ao sexo e sim ao que aconteceu durante a madrugada.

— Ed? — Falei com os olhos arregalados, sentindo minha pele arrepiar, só pelo fato de ouvir sua voz sussurrante e firme mais uma vez.

— Leigh, presta bastante atenção no que eu vou te dizer agora. — Pude ouvir sua respiração pesada e me levantei, colocando-me sentada na cama em um pulo — Quando você acordou assustada naquela noite, eu senti algo muito estranho dentro de mim. Ver o sofrimento em seus olhos, a sua respiração acelerada e sentir o quanto você tremia enquanto eu te abraçava só me ajudaram a perceber o quanto você é frágil e precisa de carinho. Não foi à toa que você teve aquele sonho quando estava comigo. Você precisa de alguém para cuidar de você e te proteger, quando você acordar naquele estado. — Ele falou sem pausas, como se as palavras estivessem entaladas há muito tempo. — Enquanto você chorava, eu refletia. Eu queria fazer isso por você, porque você é uma das pessoas mais doces que eu já conheci nessa vida e eu não quero te perder. Se não for como homem, que seja como amigo. Só não me tire da sua vida desse jeito.

— Ed, por que você está dizendo isso? — Ele me deixou completamente sem palavras e aquela pergunta foi a única coisa que eu consegui dizer.

— Porque eu me apaixonei, Leighton. — Ele disse, rompendo porta a dentro e retirou o celular do ouvido. — Eu me apaixonei por você.

Ele colocou o celular no bolso e não se moveu. Eu também não. Estava paralisada e piscava sem parar. Aquelas palavras foram completamente claras e sinceras. Eu não poderia simplesmente dar de ombros e fingir que não ouvi.

— Como você conseguiu entrar? — Falei, ajeitando a faixa do roupão para não deixar nada escapar.

Ele sorriu em resposta e balançou as chaves revelando o chaveiro em formato de coração que eu havia dado para Chace, mas que ele nunca usava. Era uma surpresa que ele desse elas a Ed.

Em seguida, ele largou-as com força sobre a penteadeira e caminhou em minha direção com passos firmes.

— Ed, eu não...

— Shhhh... — Ele pousou o dedo nos meus lábios assim como eu fiz com ele há algumas horas. Em seguida, agachou-se lentamente até encontrar os meus olhos. Com delicadeza, passou uma mão por dentro dos meus cabelos. Meus olhos se fecharam diante de seu toque e eu me vi sem forças para resistir quando ele encaixou seus lábios nos meus e me beijou com vontade. Era como se ele tivesse pressa. Como se existisse uma necessidade dentro dele, que só poderia ser sanada daquela forma. Eu puxei-o para perto com as mãos pousadas sobre seu rosto e pressionei os olhos com força, soltando um tão suspiro aliviado que ele precisou ajoelhar-se. Continuamos nos beijando. Havia algo diferente naquele beijo. Era uma mistura de paixão e emoção que nos fazia pressionar nossos corpos um contra o outro sem a necessidade de irmos adiante. Apenas desejávamos ficar ali, imóveis, saboreando um ao outro até o mundo acabar e só restarmos nós. Eu não preocupei-me em esconder o que eu sentia naquele momento. Na vida, a gente só tem uma chance de fazer a escolha certa... E aquela era a minha.

— Leigh, é tão bom ter você em meus braços novamente. Você não sabe o quanto... — Ele foi interrompido quando eu o puxei de volta para outro beijo. Ele soltou um gemido de alegria. Não era o melhor momento para iniciar um papo. — Le... Seus lábios deliciosos só me fazem querer te devorar inteira bem agora. — Ele lançou-me um olhar atrevido.

— Então faça! — Falei de forma impetuosa sem desgrudar meus lábios dos dele.

— Não! Nós precisamos conversar, mocinha, e eu não vou sair daqui enquanto não disser tudo que tenho para dizer. — Ele disse com um olhar sério e eu me afastei alguns centímetros.

Ele tinha razão. Havia muito para ser explicado, mas eu não conseguia pensar em nada depois daquele beijo tão recheado de desejo e sentimentos.

— Você está certo! — Abaixei a cabeça e levantei-me da cama. — Me dá só um minuto. — Falei, caindo na real, e esfreguei o rosto para certificar-me de que não estava sonhando nem estava ficando louca. — Vou me trocar e conversamos, tudo bem?!

— Claro, Leigh.

— Você me espera?

— Eu esperaria a vida inteira se fosse necessário. — Ele disse colocando mais uma vez as mãos por entre os meus cabelos, deixando-me a implorar por mais um beijo, mas ele não o fez. Mordi o lábio inferior de leve e ele respondeu com um sorriso de canto de boca.

Quando ele passou pela porta, eu precisei escorar-me na parede para não desmoronar. Em poucos minutos, Ed havia jogado toda a minha certeza por terra com apenas quatro palavras: "Estou apaixonado por você". Aquela cena não saía da minha cabeça. Ele sabia do efeito que causava em mim e soube escolher o momento certo para se aproximar. Por mais que eu precisasse, não pensei em expulsá-lo. Ele sentia que havia necessidade de conversarmos sobre tudo que estava acontecendo entre nós e, por mais que aquela noite fosse ser longa, eu estaria disposta a ouvir cada palavra.

"Mas alguma coisa aconteceu 
pela primeira vez com você.
Meu coração se derreteu. 
Achei alguma coisa verdadeira 
e, agora, todo mundo está olhando,
achando que estou ficando louca."
(Leona Lewis, Bleeding love)

***

— Olá. — Disse um pouco sem graça quando cheguei à sala.

— Você está linda. — Ele apontou para o vestido florido, de alças finas e pequenos botões no busto que eu vestia e fez um biquinho galanteador logo em seguida.

— Obrigada! — Falei e lancei uma piscadela, seguida de uma risada divertida.

— Leigh, senta aqui. — Ele estendeu o braço, como se indicasse o caminho. Eu obedeci e me sentei de frente para ele no sofá. — Eu não sei por onde começar...

— Comece explicando o que você disse antes de nos beijarmos lá no quarto... E, por favor, diga que foi da boca para fora. — Falei séria e ele abaixou a cabeça. Parecia estar constrangido pelo que foi dito.

— Você acha que eu estaria aqui a essa hora da madrugada apenas conversando com você se fosse da boca para fora? — Ele deu um sorriso leve e natural, enquanto minha face se fundia em uma expressão de desespero.

Então ele estava mesmo apaixonado?

Parece estranho, mas era tudo que eu não queria ouvir.

— Ed, você não acha que é um pouco cedo para falar em sentimentos? — Cruzei os braços e encarei-o com semblante fechado. — Nós ficamos há sete dias. — Fiz o número com os dedos da mão para enfatizar. — Depois nós transamos...

— Muitas vezes... — ele interrompeu-me para me lembrar desse fato extremamente significativo.

— Isso não vem ao caso agora. — Revirei os olhos e projetei um biquinho. — A verdade é que está muito cedo para existir algo entre nós além de atração física e até um carinho de amizade... Mas essa história de paixão realmente me assusta.

— Para mim, não é cedo. — Ele jogou o corpo para trás e fitou o teto como se buscasse forças para dizer o que viria a seguir. — Você não faz ideia de quanto tempo eu tenho carregado isso dentro de mim. — Ele disse sem tirar os olhos do teto.

— O que você está querendo dizer com isso, Ed? — Franzi o cenho e senti uma agitação interna. Realmente aquela afirmação havia me deixado intrigada.

— Eu vou explicar... — Ele começou a contar como se fosse uma longa história e eu acomodei-me no encosto do sofá, para atentar-me a cada detalhe.

"Há pouco mais de um ano atrás, eu estava em Los Angeles para fazer alguns testes. Após iniciar a carreira de ator, eu tinha certeza de que lá eu poderia conseguir algo bacana. Certo dia, eu estava em uma cafeteria com alguns colegas que conheci por lá em uma das audições que eu fiz. Eles falavam e riam em tom alto, enquanto eu não conseguia pensar em diversão após enfrentar os caras do Filthy Youth e descobrir que o meu pai estava doente. Estava passando por um dia péssimo... Até o momento em que eu vi uma garota com cachos dourados. Vestida com short desfiado e uma camisa jeans que poderia dar duas dela. Ela não fazia ideia do quanto eu a admirava tão plena e concentrada. Sentada, no canto, encostada no vidro, tão sozinha. Ela parecia reluzente para mim... E não era só pelo fato se estar sendo iluminada pelos raios de sol do mês de agosto. Pensei em me aproximar e dizer algo idiota, como: "Você vem sempre aqui?", mas me contive. Para o meu azar, alguém chegou primeiro, era uma dama de meia idade. Até pensei que pudesse ser a mãe daquela menina. Cerca de meia hora depois, ela se foi. E a linda moça voltou a ficar sozinha, mas, dessa vez, ela estava com um brilho diferente no olhar. Sorria enquanto encarava o livro em suas mãos e eu achei que aquele era o momento perfeito para me aproximar. Assim eu o fiz. Mas, ao chegar perto, ela levantou-se para sair e acabamos nos chocando. Com a colisão, todas as suas coisas caíram no chão e quando eu me abaixei para pegar...

— Vocês, homens, são um bando de idiotas. Não enxergam nem um palmo a sua frente. — Ela disse recolhendo as coisas sem olhar para mim.

— Desculpe. — Falei, completamente desconsertado, sem saber onde eu tinha errado para ser recebido daquela forma. Aquela reação me deixou assustado. Por isso, fui embora, deixando-a sozinha com o seu caos interno.

O grande problema foi sobreviver aos meses seguintes, pensando nela a cada segundo. Não esqueci nenhum detalhe de seu rosto. E isso me fazia sentir arrependimento por não ter insistido e fugido dela.

Mas o destino fez com que nos encontrássemos, exatamente dois meses depois, em uma sala de espera de um estúdio. Eu procurei saber o nome dela e, então, finalmente eu soube quem era o motivo do meu sorriso durante todos aqueles dias que haviam se passado."

Ele finalizou e eu finalmente consegui dizer algo:

— Você não vai dizer que... — Eu disse mordendo as extremidades dos dedos da mão de aflição depois de ouvir tudo que ele disse.

— Sim, Leighton Marissa Meester. Esse era o nome do meu raio de sol. Porque era assim que eu me referia a você durante o tempo que você residiu apenas nos meus sonhos. — Ele girou o pescoço lentamente e me olhou, esperando por alguma reação ou resposta.

— Ed, eu sei que você espera que eu diga algo, mas eu estou sem palavras. — Fiz uma pausa — Espera, eu tenho palavras sim. Eu lembro de ter trombado com um cara, mas eu era tão orgulhosa que não consegui encará-lo. E agora eu descubro que esse cara era você... Por que você nunca me contou isso? — Disse com uma mão sobre a boca. Estava com uma dificuldade enorme de compreender aquela história e ao mesmo tempo com pena de Ed por carregar aquilo com ele durante tanto tempo, por causa da minha grosseria. A verdade é que, naquele momento da minha vida, era o único humor que eu tinha. As coisas estavam indo de mal a pior, mesmo depois de eu, finalmente, ter conseguido me livrar de uma vez do meu ex, Phillip, após de um relacionamento mais complicado do que o natural. Entretanto, minha carreira estava por um triz e minha melhor amiga na época, a Jessica, vivia ignorando minhas ligações desde a metade do ensino médio. Eu me sentia sozinha e desamparada. Mas pelo fato de não saber lidar com tanta pressão, eu acabava explodindo e afastando as pessoas.

— Digamos que seja pela primeira impressão que você deixou naquela cafeteria. — Ele riu. — Além disso, Chace sempre contava o que acontecia com os caras que se aproximavam de você. Eu achei que se eu me aproximasse e contasse, você riria da minha história trágica.

— Não, Ed. Eu não sou aquela pessoa que você conheceu. Eu só estava... — respirei fundo e escolhi bem as palavras. — Passando por um momento muito difícil. — Fechei os olhos com forças, ainda sem acreditar. — Me perdoa. — Abaixei a cabeça e encarei minhas pernas cruzadas sobre o sofá. Eu estava me sentindo muito mal por ter feito ele guardar aquilo tudo, por causa de uma atitude minha.

— Minha princesa, — Ele tocou o meu queixo e ergueu minha cabeça lentamente. Meus músculos estremeceram diante da forma como ele chamou minha atenção. — Não se culpe por algo que você não poderia evitar. Aconteceu como tinha que acontecer. Não foi a primeira vez que eu levei um fora, mas eu escolhi lutar por você e isso faz com que nossa história seja ainda mais especial. — Ele disse com o tom aveludado e tão lentamente, que eu pude ouvir cada traço de seu sotaque, enquanto segurava o meu rosto com as palmas das duas mãos e me fitava como se eu fosse o seu mundo. Embora eu estivesse completamente comovida com aquela história do passado, ainda necessitava de algumas explicações. Porque as atitudes que sucederam esses acontecimentos não condiziam com o sentimento que ele dizia nutrir. Aquela história dele com a Jessica estava entalada na minha garganta.

— Tudo bem, Ed. — Sorri um pouco constrangida e encarei seus olhos, que me fizeram perder o equilíbrio por alguns segundos. — Mas, se você diz que sente tudo isso, o que aconteceu nos últimos meses e nas últimas semanas? Você nunca se aproximava quando eu estava perto e quando eu ia ao apartamento de vocês, você se trancava no quarto ou saía.

— Para ser sincero, Leigh... Eu senti bastante ciúme da sua amizade com o Chace. Você sempre demonstrou esse lado carinhoso para ele e, por um tempo, achei que ele gostasse de você, e isso me feriu. Vocês têm um carinho muito grande um pelo outro e eu confesso que senti um pouco de inveja, no começo. Depois, me afastei, para tentar te proteger dos meus sentimentos.

— Eu não acredito nisso... — Balancei a cabeça em forma de negação e pousei uma mão sobre testa. — Chace e eu nunca tivemos nada e nunca teremos. Ele é como um irmão e isso seria... Nojento. — Projetei uma feição nauseada e ele sorriu aliviado. — Sempre desconfie se eu for aberta demais com alguém. Porque isso é um sinal claro de que eu não tenho nenhum interesse. 

— Fico feliz em saber, Leigh. Isso me deixa um pouco mais aliviado. — Ele piscou algumas vezes e sorriu com o canto da boca. Aqueles detalhes me desconsertavam.

— E é só isso? E você pode me explicar o que aconteceu nessa última semana?

Ele assentiu.

— Por onde começamos? — Ele disse com um sorriso sarcástico nos lábios.

— Pela cafeteria... Não vai me dizer que foi mera coincidência termos nos encontrado lá exatamente no dia em que gravaríamos a primeira cena romântica dos nossos personagens.

— Não foi coincidência mesmo. Desde quando eu descobri que trabalharíamos juntos, coloquei na minha cabeça que eu precisava fazer algo para conquistar você. Mas, como eu disse antes, você parecia muito distante para mim. Então, eu acho que desenvolvi uma espécie de amor platônico... — Ele riu e encarou os próprios pés. — Depois de um tempo lidando com isso, eu aceitei que aquela seria minha condição. Apaixonado pela colega de trabalho.

— Um clássico! — Falamos ao mesmo tempo e caímos na gargalhada logo a seguir. Havia uma série de "clássicos" sobre a vida no set.

— Até você reconhece. — Ele continuou ainda com um sorriso doce no rosto. — Mas, quando tivemos aquela reunião com alguns escritores e fomos informados de que Chuck e Blair teriam um caso, eu fiquei um pouco apreensivo. Finalmente, teríamos a chance de estarmos juntos em cena.

— E não era qualquer cena. — Completei. — Eu lembro bem desse dia. Tive a sensação de estar no baile de primavera da 8ª série. Toda aquela apreensão de fazer algo novo... — Olhei para o alto e fitei o vazio, um pouco nostálgica.

— Foi exatamente assim que eu me senti, Leigh. E, para mim, ainda existia o sentimento que eu não ia saber esconder. Eu queria contar tudo para você há muito tempo, mas a timidez e o medo de ser rejeitado faziam com que eu sempre adiasse... — Ed era muito modesto.

Ele claramente não conhecia a sua dimensão como homem e não fazia ideia do quanto me sentia vulnerável ao seu lado.

— E depois de adiar aquilo durante toda a semana, decidi ir atrás de você. Acordei mais cedo e peguei o celular do Chace para ver se você estaria novamente naquela cafeteria. Você sempre mandava mensagem dizendo aonde estava e eu precisei abdicar da educação para fazer algo totalmente egoísta. Para a minha felicidade, você estaria lá novamente e eu não perdi tempo. Quando eu te vi pelo vidro da loja, lendo tão concentrada, com uma expressão tão serena, senti uma coisa estranha no coração. Imediatamente, minha mente levou-me ao dia 22 de Agosto de 2006, quando eu te encontrei pela primeira vez. O resto da história você já sabe... — Ele sorriu e fitou-me.

Meus olhos se encheram de lágrimas, aquela história era forte demais para mim. Ainda ia demorar para entender como o destino fez o favor de cruzar nossas vidas há mais de um ano atrás e eu não percebi que poderia ser a minha chance para mudar de vida.

— Foi o plano perfeito... — Pisquei três vezes e finalmente uma lágrima caiu. Não queria que ele me visse daquela forma. Mas eu estava guardando muita coisa dentro de mim e certamente eu desabaria em algum momento. — Você fez tudo isso por mim? — Disse com a voz embargada e entrelacei os meus dedos, pousando-os sobre as pernas cruzadas em formato de borboleta sobre o sofá. Sentia como se algo sufocasse-me por dentro.

— Claro que foi, Leigh. — Ele virou-se para mim e passou a mão pelo meu braço arrepiado e trêmulo para tentar me confortar. — E, depois, naquela noite, você estava tão tensa naquele palco... Senti-me culpado por te ver daquela forma. Você não merecia aquela humilhação. As pessoas estavam dizendo coisas bem idiotas.

— Eu sei bem disso. — Baixei os olhos e senti um aperto ainda maior por lembrar daquele dia.

— E foi por isso que eu pensei em algo para fazer você se sentir especial novamente. Conversei com a Steph e ela resolveu tudo. — Ele fez um biquinho convencido.

— Eu não acredito! — Ri ao lembrar dele conversando com a Steph. Eu não imaginaria nunca que aquilo era obra dele. — Ed, você é maluco... Mas, de um jeito muito estranho, você salvou o meu dia. — Dei um tapinha de leve em seu ombro e ele fingiu ter sentido dor, exprimindo uma cara de sofrimento bastante teatral. O que fez com que gargalhássemos como duas crianças. Senti tanta paz naquele momento que custei a acreditar.

— Esse seu jeito descontraído é o que mais me fascina em você. E eu precisava encontrar um jeito de fazer com que você agisse com essa espontaneidade que você tem. — Ele sorriu, sedutoramente e começou a se aproximar, lentamente. — E, Leighton, eu não vou mentir, você estava tão sexy naquela lingerie que, por vários momentos, eu pensei em te raptar no meio da gravação. — Ele se aproximou um pouco mais até ficar a poucos centímetros do meu rosto. Minhas bochechas coraram. Ficamos nos encarando por alguns segundos, com os sentimentos à flor da pele, sem saber como reagir. Na verdade, só estávamos tentando ser fortes para finalizar aquele papo. — Mais tarde, naquela limusine, eu precisei me segurar bastante. Eu estava tão na sua, Leigh, que a cada beijo, ainda que cenográfico, eu sentia como se fosse ao céu e voltasse. — Quanto mais ele falava, menor era a distância entre nós. — Eu não sei como, mas nós fizemos a cena sem instruções e eu nunca me senti tão seguro. Lembro de deslizar minha mão por todo o seu braço descoberto. — Ele repetiu o gesto e, novamente, meu corpo arrepiou-se, mas não foi pelo frio. — Nunca encenei algo tão real. — Nossas testas se encostaram e minha respiração se intensificou. — Sentir você tão linda, tão relaxada, me fez sentir como se eu precisasse daquilo todos os dias. — Ele interrompeu a fala e engoliu a seco. — Ah, Leigh... — Sua voz saiu como um sussurro e meus olhos se fecharam.

— Ed... — Minha voz soou fraca. Ele concentrou-se em meus lábios, admirando-os, como se estivesse prestes a devorá-los. Nossos corações já estavam acelerados e nossas reparações intensificadas. A atração era mais forte do que nós. Àquela altura, todo o meu corpo implorava por algo que teria acontecido se o celular dele não tivesse tocado, provocando uma estrondosa vibração entre nós.

Ele olhou para tela do celular e para mim, logo em seguida. Seus lábios se comprimiram, formando uma linha fina. Aquela reação preocupou-me.

— O que está acontecendo, Ed? — Estreitei os olhos e cerrei os lábios.

— É da companhia aérea. O meu voo de amanhã para Londres está confirmado. — Ele largou o celular sobre o sofá e passou as duas mãos pelos cabelos.

— Você vai viajar? — Falei com tom de surpresa. — Por quê? — Questionei um pouco abalada e meu coração acelerou-se.

— Porque essa era a única forma de conseguir ficar longe de você durante toda a próxima semana, já que eu vou ficar sem gravar. Fiz essa reserva logo depois de você dizer que não fomos feitos um para o outro há algumas horas atrás. Agora, vou aproveitar para visitar minha família.

— Ed, não foi o que eu quis dizer. — Respirei fundo. — Minha cabeça está uma bagunça. Há muitas coisas sem explicação e isso tem me deixado uma pilha de nervos.

— Depois de domingo, achei que tudo estivesse bem claro entre nós. — Ele colocou o celular no bolso e segurou minha mão.

— Estava. Até que eu acordei sozinha e fui bombardeada por uma série de revelações envolvendo você e a Jessica. Você acha que é fácil lidar com isso? — Estendi as mãos em protesto. — Se fosse apenas sexo, eu entenderia. Mas nós dois sabemos que foi bem mais do que isso. — Encarei-o com um olhar desafiador. Estava ansiosa para saber a versão deles sobre os fatos, já que ele se omitiu quando conversamos com o Josh.

— Ei, Leigh. Eu não te deixei sozinha por ter sido algo casual. Nós tivemos uma noite incrível. — Ele acariciou minha face com o dorso da mão. — Eu seria um monstro se fizesse isso. — Fechei os olhos, constrangida, por ter chegado a pensar nisso. Ele parecia responder meus questionamentos mentais. — Eu só fui embora porque queria evitar o escândalo de nos pegarem saindo juntos do seu apartamento. Já pensou como seria se chegássemos juntos ao Main? Nosso destino ia ser bem pior. Se nos fotografassem e o Josh juntasse as coisas, poderíamos estar sem emprego agora. Eu tentei evitar o transtorno que foi. Eu já sabia das fotos que estavam rolando. E por falar nisso... — Ele soltou-me e levantou-se. Parecia ter mudado de humor repentinamente. — Aquela porra de notícia está completamente adulterada. — Ele alterou o tom de voz, em seguida, pegou o celular de volta no sofá e começou a apertar os botões com velocidade. — Aquela revista maldita fez parecer que eu estava tendo um caso com a Jessica, quando na verdade, — Ele continuou — eu só tinha ido ao apartamento dela para pegar dos documentos que deixei com ela antes de começarmos o show na sexta-feira. — Com os dentes cerrados, ele mostrou a foto que foi tirada na manhã de sábado. A mesma que estava na revista. Uma foto que eu conhecia muito bem, por sinal. — Depois disso, fui direto para o aeroporto levar meus amigos de volta. Não foi nada além disso. — Ele apertou mais alguns botões e mostrou-me a outra foto. — E essa foto que disseram ter sido tirada na segunda, na verdade, é de domingo. Se esses idiotas pudessem ler mentes, veriam o quanto eu só estava pensando em te encontrar mais tarde no almoço com o pessoal. — Quando ele finalmente concluiu, minha boca estava arreganhada em formato de "o". Eu sabia sobre a foto de domingo, mas saber a versão dele dos fatos, fazia tudo parecer mais real.

— Mas então por que estava com ela? — Falei quando finalmente consegui fechar a boca e cerrei os punhos. Em seguida, descruzei as pernas e girei o corpo em sua direção com uma expressão nada contente. Aquilo ainda me enojava.

— Leighton, — Ele parou de mover-se de um lado para o outro e voltou a sentar-se ao meu lado — Você precisa entender que a Jessica é uma amiga. Apenas isso! — Ele segurou minhas duas mãos. — Ela nunca vai tomar o seu lugar no meu coração. Eu nunca vou sentir por ela o que senti por você desde a primeira vez que eu te vi. — Ele disse completamente sério enquanto mantinha os olhos fixos nos meus. Voltei a me emocionar.

— Ed, você tem noção da merda que esse mal entendido fez na minha cabeça? — Ele fez que sim com a cabeça e baixou os olhos. — Me deixou completamente sem chão, sem reação. — Continuei. — Eu me senti tão usada... Quando você ficou quieto na sala do Josh, eu achei que podia ser uma espécie de consentimento. Aquilo me destruiu, senti tanta vergonha. — Levei as duas mãos ao rosto, sentindo-o queimar tamanho era o meu nervosismo ao lembrar daquele dia.

— Eu sei disso, Leigh. Mas eu não podia lutar contra as provas. Você não ia acreditar se eu dissesse. Muito menos o Josh... Sei que foi errado, mas, como estávamos de cabeça quente, não ia adiantar eu me defender, então eu contra-ataquei. Minha intenção não era ter te atingido. Mas aquilo também me atingiu e foi por isso que eu saí de lá desorientado, pronto para fazer algo completamente autodestrutivo. A ideia de ter te ferido de alguma forma me fez desejar a morte. Você não merecia sofrer mais.

— E por que você estava com passagem comprada se ainda teríamos uma semana inteira de gravação? — Franzi o cenho, ainda um pouco desentendida.

— Porque depois de tudo, pensei em deixar NY para sempre... E isso incluía abandonar a série. — Ele respirou fundo e eu balancei a cabeça para os lados, ainda com o rosto apoiado nas mãos. — Tudo isso porque eu não queria mais te ver passando por aquilo. Eu sei que a sua história de vida não é fácil, Leigh. E fazer você se sentir humilhada daquele jeito era o fim para mim. — Ele disse sem me olhar nos olhos, apenas concentrado em seus próprios pés.

— Ed, deixa eu tentar organizar a minha mente. — Levei as mãos do rosto à cabeça. — Então quer dizer que você não estava ficando comigo e com a Jessica ao mesmo tempo e que esse papo de vocês estarem juntos é mentira?

— De onde você tirou isso, Leigh? — Ele ergueu a cabeça e disse com um sorriso sarcástico.

— Não importa agora, Ed. — Balancei a cabeça novamente e pressionei os olhos com força, sentindo o ar ficar cada vez mais pesado. — O que importa é que você quase perdeu a vida por mim. Como eu ia conseguir conviver com essa culpa? Por que você fez isso, Ed? Por que? Eu não entendo. Olha o tamanho dessa loucura. — Falei sem pausas. — Isso não tem como ser saudável. — Segurei-o pelos ombros e o sacudi no auge do meu desespero.

— Porque eu estou completamente apaixonado por você, Leighton Marissa Meester. E eu faria tudo de novo se eu soubesse que você estaria ao meu lado no final. — Ele disse sem me tocar, mas o seu olhar invadiu minha alma com tanta força que era como se pegasse meu coração com uma mão e apertasse até que toda dor saísse.

— Ed, você não poderia ter deixado um bilhete naquele dia? Uma mensagem ou o que quer que fosse? Tudo isso seria evitado. — Quebrei o clima com mais um questionamento, mas não é que sobrassem resquícios de raiva em meu coração. Mas aquela confusão sentimental deveria ser evitada.

— Mas eu deixei. — Ele se pôs em pé novamente e eu o acompanhei com os olhos, sem entender como ele havia deixado algo.

— Só se foi por sinal de fumaça... — Falei impaciente e coloquei-me de pé também.

— Não, Leigh. Eu deixei um bilhete lá no quarto. Achei que você tivesse lido e... — Ele bufou, impaciente. — Ah, que inferno! Eu não consigo acreditar que o destino nos pregou mais essa peça. — Ele disse atropelando as palavras. Nunca o tinha visto tão tenso. Depois disso, ele me pegou pela mão e me puxou até o quarto. Mesmo sem entender o motivo daquele ato, eu o segui.

Ao chegar, ele foi direto para o mural de fotos que estava fixado ao lado esquerdo do quarto. Ele parecia conhecer bem aquele cantinho que era tão especial para mim.

— Olha aqui, Leigh. — Ele disse com um pequeno envelope na mão. — Meu coração alcançou a boca e a vontade de chorar retornou com força total. Ele não tinha deixado um bilhete, era uma carta cuidadosamente embalada. Eu estava tão acelerada e emocionalmente instável que não observei que havia um detalhe diferente no meu mural. Se eu tivesse tido mais um pouco de calma, nada daquilo teria acontecido.

Eu peguei o envelope com cuidado e levei uma mão à boca quando li um "Bom dia, raio de sol." escrito com letrinhas miúdas e cuidadosamente desenhadas. Ele parecia ter feito aquilo com todo o amor que existia no coração dele. Desdobrei o papel com cuidado e não impedi mais as lágrimas que começaram a rolar desde a primeira palavra.

"Pequena Leighton,
Passei um tempo pensando no que escrever para fugir de um bilhete comum. Por isso, aqui está a minha billet doux. Eu não sei como será nossa vida nos próximos dias. A noite passada foi a melhor da minha vida. Acordar ao seu lado foi como realizar um sonho. Infelizmente, eu não poderei ficar para ser o primeiro a ver seus pequenos olhinhos se abrirem. Iluminaria o meu dia. Mas, para mim, o dia será muito mais iluminando se eu souber que você esteve em paz e longe das fofocas. Para compensar a minha falta, fiz um pequeno reparo no seu aquecedor, espero que não se incomode. Só quero que você se sinta quentinha e protegida, como se eu sempre estivesse ao seu lado. Obrigado por essa noite que foi tão perfeita quanto tudo em você. Que essa alegria se torne hábito e que eu continue sendo abençoado com a graça de ver o seu sorriso todos os dias.

Com amor,
Edward."

  X X X  

"Há vozes que falam na minha cabeça e eu tento o máximo não ouvir. Mas, elas falam muito alto. Os seus barulhos irritantes enchem meus ouvidos. Tentam me encher de dúvidas, embora eu saiba que o objetivo é evitar que eu me apaixone. Mas, nada é melhor que a agitação. Da sensação que vem com seu abraço. E nesse mundo de solidão, eu vejo o seu rosto. Todos ao meu redor acham que eu estou ficando louca. Talvez eu esteja mesmo." (Leona Lewis, Bleeding love) 

***

***Nota: Billet doux significa "carta de amor" em português e "love letter" em inglês. É comum que os britânicos usem essas terminologias em francês, devido às semelhanças que as duas línguas têm em comum.


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Notas finais do capítulo

Agora, vamos conversar sobre o

que lemos...A questão é a seguinte... Gente, que noite foi essa? Eu estou sem ar ainda. E agora, vocês acham que vai? Será que a Leighton finalmente vai perceber que o Ed só quer cuidar dela e nada além disso? Vamos ver qual vai ser o argumento dela depois dessa cartinha.

Estamos diante de uma história de amor nada tradicional. A história deles é fundamentada em uma rocha, que é o tempo. Mais tempo do que a Leighton imaginava. É uma história profunda e intensa. Eles se conectaram em apenas uma noite e essa conexão tem tudo pra durar a vida inteira. Nunca se esqueçam desta data, queridas(os) leitoras(es). O sol nasceu para Leighton Meester e Ed Westwick.



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