Mordet Et Vivit escrita por MaryDiAngelo


Capítulo 9
Família


Notas iniciais do capítulo

Olar amorinhas ♥
Tudo bom com vocês? Espero que sim!

Olha, dessa vez eu nem demorei tanto!
Mas, enfim, trouxe um capítulo saindo do forno pra vocês! :3

Good Reading ^-^



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O crepitar do fogo era tão alto que parecia ecoar por toda a extensão da floresta, chamando atenção de todas as espécies que ousassem passar pelas fronteiras no momento que Hades di Angelo declarava seu luto.

Os vampiros observavam o corpo do filho mais novo de Hades ser consumido pelas chamas, apagando o que restava da existência de Nico di Angelo.

Tão próxima das labaredas, Bianca mirava o anel do sol no dedo do cadáver, tão quieta que chegou a preocupar os amigos a sua volta. Talvez ela estivesse em choque. Talvez ela estivesse planejando um ataque surpresa no Alpha dos lobisomens. Talvez ela apenas estivesse tão inundada na tristeza que não sabia lidar com seus sentimentos no momento, muito menos demonstra-los.

— Nico di Angelo está morto – Hades concluiu em voz alta, sentindo as palavras saírem vomitadas de seus lábios. Lutava para manter sua voz firme, não trêmula.

Ele respirou fundo, procurando se recompor e sentindo, agora, a raiva lhe invadir como um soco no estômago. Em segundos, seus olhos assumiram-se vermelhos, junto das veias que saltaram debaixo de seus olhos. Por mais que estivesse com a expressão vampiresca sedenta, seu semblante era impassível e chegava a ter uma ponta de calma. Assim que olhou dentro dos olhos do Alpha, pode sentir uma pequena hesitação vinda dele, dando uma gargalhada sinistra.

— Se é guerra que vocês querem... – começou Hades, a voz tão afiada e perigosa que Luke percebeu alguns lobos se afastando –  é o que vocês vão ter. E garanto que vou honrar o nome do meu filho – fez uma pausa, abrindo um sorriso quase divertido – matando todos vocês!

Percy, por sua vez, começava a ficar cada vez mais preocupado com Annabeth, que, desde que havia visto o corpo de Nico ser engolido pelas chamas, nem ao menos se mexeu. Seus olhos cinzas tempestuosos estavam vidrados nas labaredas. E mesmo que ele já tivesse tentado chama-la, não tinha obtido resposta.

Como um estopim, depois que o di Angelo declarou guerra contra os lobisomens, o Alpha da matilha começou a ganir e se debater loucamente. Seus músculos retorcidos o fazendo ganir cada vez mais alto, deixando muitos confusos. Porém, o Jackson sentia quase a mesma dor que Luke, já que Annabeth havia fincado suas longas unhas em seu braço, e se não bastasse isso, seus batimentos cardíacos estavam tão fortes que começaram a dar dor de cabeça para o moreno, que começou a chamar seu nome baixo, porém desesperado:

— Chase, olha pra mim – pediu – Annabeth!

Luke começava a voltar a forma humana em uma transformação lenta, mas voltava. Cedendo cada vez mais a dor alucinante que parecia vir de todos os cantos de seu corpo. Conforme isso acontecia, os ademais lobos começaram a rosnar e se colocarem em posição de ataque.

— Annabeth você vai causar uma guerra bem aqui, onde nós vamos perder porque estamos mais vulneráveis do que eles, me escuta, olha pra mim – Percy murmurou em uma súplica.

Como não deu certo, agarrou seu maxilar e puxou seu rosto para si, sentindo seus joelhos fraquejarem quase de imediato com tamanha intensidade do feitiço que provavelmente ela estava conjurando. Seus olhos não estavam mais cinzentos, e sim, brancos. Opacos.

Antes que Percy fosse para o chão, o aperto em seu braço diminuiu, sua cabeça parou de doer e os olhos de Annabeth voltaram a ser cinzentos. Banhados em lágrimas e tão tempestuosos que o moreno levou aquilo como a dor que ela sentia.  

Um ganido alto, junto de barulho de ossos se quebrando, cortou o silêncio que havia permanecido, fazendo todos se voltarem sobressaltados para Hades, que havia acabado de quebrar o pescoço de um dos lobos mais próximos a fronteira.

Não importa o quão doa nele ou nos lobos. Ou em qualquer um. Mas aquela matilha estava com sua sentença de morte assinada.

***

Mais tarde, naquele mesmo dia, Luke não havia se arrependido de ter matado o di Angelo, mas estava começando a se arrepender por não ter matado Thalia quando teve a chance.

— Para de chorar, Thalia – Luke pediu, tentando ocultar o desprezo que estava sentindo ao vê-la chorar por....aquilo. – Eu não posso acreditar e nem ponderar que você está chorando por...

Antes que o loiro terminasse a frase, a pequenina gritou, o cortando:

— Ele era meu amigo! Talvez meu único amigo!

Luke apenas respirou fundo, virando para o outro lado e começando a sair do recinto, decidido a deixar a menina sozinha aos prantos. Ninguém merecia ouvir os berros que ela dava, eram terríveis e machucavam seus tímpanos.

Thalia, vendo-se sozinha, optou para ir para o último lugar que esteve junto dele. Se levantou do chão, arrumando a calça cinza de bolinhas que usava, e passando as mãozinhas pela blusa azul bebê, que era parte do conjunto. Indo em direção as escadas, descendo devagar e sem medo que alguém a visse indo para lá. Agora isso não importava mais.

Seu cabelo negro estava preso em um rabo de cavalo alto, com a franja solta nas laterais de seu rosto, dando um charme e deixando-a mais fofa do que antes. E ele balançava a cada degrau que ela pulava.

Assim que parou em frente a grande porta de metal, começou a arrastar a portinhola com um pouco de dificuldade.

— Senhor Presinhas! Você não vai acreditar no que o papai fez e... – antes que ela concluísse, notou que seu rosto pálido estava marcado por lágrimas – você tá chorando?

O di Angelo, por sua vez, respirou fundo e tratou de sacudir a cabeça, esperando que as lágrimas secassem com o vento.

— N-Não...eu não estava chorando não. É que uma barata cuspiu no meu olho, mas eu já matei ela e está tudo certo! – deu a pior desculpa do mundo. Nem mesmo sabia se as baratas poderiam cuspir, ou se tinham boca para isso acontecer!

 Ela se aproximou cautelosamente, mesmo que já tivesse plena confiança que ele não iria atacar ela em um momento de fraqueza, ainda tinha medo de que ele mudasse de ideia sobre ser seu amiguinho. Contudo, pegou o mesmo banquinho que usava para ficar praticamente na altura dele e colocou em frente a suas pernas, subindo e ficando nas pontas dos pés.

Alcançou seu rosto, esticando sua mão pequenina e limpando a trilha de lágrimas com cuidado. Um sorriso fraco em seus lábios avermelhados enquanto sua cabeça estava tombada para o lado graciosamente. Seus olhos azuis elétricos focados nos dele, que não ousou cortar o contato visual que estava lhe dando uma sensação de conforto.

Talvez Thalia fosse seu ponto de emoções agora. Talvez ela conseguisse lhe acalmar com apenas um único olhar. Talvez o que o di Angelo estava sentindo, era um instinto protetor pela pequena garota que o irritava.

— Eu menti – de repente Nico se viu abrindo a boca e expelindo as palavras sem ao menos raciocinar que aquilo poderia ser um mal exemplo para uma criança de seis anos. – Seu papai fez uma coisa horrível. E agora minha família não vai mais me procurar.

Sem tirar a mão do rosto dele, ela lhe respondeu da forma mais calma que conseguiu:

— Eu posso ser da sua família se você quiser. Vou estar aqui com você.

Mesmo com sua pouca idade, a garota parecia um adulto ao falar tais palavras tão fácil assim. O que surpreendeu o vampiro, que sentiu seu pseudo coração se apertar dentro de seu peito.

— O que aconteceu? Eu estava dormindo, ouvi você chorar! – a porta foi aberta tão rápido que Nico teve um sobressalto, mas Thalia apenas tirou a mão do rosto dele devagar e pulou do banquinho, virando-se para a Beta, descabelada e desarrumada.

— Papai levou o Fred! Ele levou ele e jogou naquele mostro...a máquina de lavar! – fez um bico, como se fosse voltar a chorar.

— Ah, meu amor! Você estava chorando por isso? – Silena parecia aliviada. Caminhou até a pequena e a abraçou – Fred logo vai estar com você, ok? Eu prometo!

Ela se levantou, olhando para Nico por uma fração de segundos, sabendo que tinha que conversar com ele. Portanto, pediu para que Thalia fosse para o quarto rapidinho, com a desculpa que iria tentar resgatar Fred para ela, fechando a porta para ficar sozinha com o vampiro.

— Não quero ninguém me consolando – alertou o di Angelo, antes mesmo dela ameaçar abrir a boca para falar algo.

— Ah, cala a boca saco de esqueleto! – resmungou, encostando na parede de frente para ele – Eu vi a Thalia consolando você, não precisa fingir que não aconteceu nada. Ela é pura demais, sabe? Ama fazer o bem para qualquer um a sua volta, mesmo que isso a prejudique.

Nico abaixou a cabeça. Nunca iria saber se a vermelhidão que subiu em seu rosto era de raiva ou vergonha.

— Bom, de qualquer forma, não acho que sua família caiu nessa – Silena cruzou os braços abaixo dos seios – eu não estava exatamente lá, sabe? Eu estava a muitas árvores de distância. Mas vi quando Hades matou Jake com um único movimento. Vi quando Annabeth fez Luke voltar a forma humana apenas com os olhos. Vi quando uma guerra foi começada. Vi quando sua irmã deu a louca e saiu correndo. Vi muitas coisas, mas algo me diz que Bianca sabe que isso não é verdade.

— Por que está me contando isso?

— Não sei, achei que você deveria saber que tem uma esperança de sua família saber que está vivo.

— Por que está tão na defensiva?

— Não estou – para provar, abriu um pequeno sorriso quando teve os olhos negros em si – eu só... – fez uma pausa, desfazendo o repuxar de lábios e se desencostando da parede. Deixando que seus braços caíssem ao lado do corpo – sinto muito.

Nico assentiu, comprimindo os lábios e murmurando um obrigado.

— Agora, eu vou atrás do ursinho dela – Silena negou em reprovação, abrindo a porta e o olhando por cima do ombro – não querendo ser fofa, nem clichê. Mas...se precisar de família, eu também estou aqui.

O vampiro soltou um “owwwnt” a provocando, enquanto a Beta mostrou a língua e começou a rir. Assim que fechou a porta, teve a certeza que tinha que treinar mais duro para enfrentar Luke o quanto antes e colocar as coisas no lugar.

 


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Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao fim de mais um capítulo! :3
Então? O que acharam? Criticas? Xingamentos? Elogios? Pessoas morrendo de fofura desse momento Thalia e Nico?

ATENÇÃO PESSOAS: O NICO TEVE UM INSTINTO PROTETOR POR ELA. ISSO NÃO É PEDOFILIA. NÃO É AMOR. É UM INSTINTO PROTETOR. OK? O MÁXIMO DE AMOR QUE PODE CHEGAR AÍ, É AMOR FRATERNAL!

Eu vou responder os comentários assim que eu tiver tempo, ok? Comentem para deixar uma autora feliz ♥

Até o próximo o/
Beijos de Escuridão ♥
~Mary.



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