Lembre-se de mim escrita por J S Dumont


Capítulo 35
Revivendo os velhos tempos


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, aqui tá mais um cap. para vocês, voltei rapidinho né?
quero agradecer a todos os comentários e aos que comentaram tanto no cap. 32 e o 33 que era o extra...
quero agradecer também a cacau260809 pela recomendação, muito obrigada flor, fiquei imensamente feliz com ela e dedico o cap. a você...
conversamos mais nas notas finais para nao dar spoiler...
bju



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TRINTA E QUATRO

REVIVENDO OS VELHOS TEMPOS

Eu não conseguia esquecer aquela rosa que recebi, principalmente por pensar na possibilidade de ela ser de Edward. Na verdade, eu tinha quase certeza disso, eu sentia que era dele, só que a maior duvida que eu tinha é o: “Por que ele fez isso? Por que ele me deu essa rosa?” Essa duvida não me deixava pensar mais em nada.

Com certeza o que aconteceu no dia anterior deve ter influenciado ele a tomar essa atitude. Ele havia me pedido desculpas, mas no momento eu estava com muita raiva, muito magoada e acabei indo embora sem aceitar o seu pedido. Mas se ele realmente tiver se arrependido? Se existir algum sentimento por parte dele?

Eram tantas duvidas em minha cabeça, que eu já estava tão cansada de não saber, de não entender, embora eu tentasse ser forte, embora eu tentasse me manter indiferente, eu não estava conseguindo. Eu havia falhado no dia anterior e deu no que deu, e eu corria o risco de falhar novamente. Edward era e talvez sempre continuará sendo o meu ponto fraco.

— Você deveria conversar com ele... – Ângela me aconselhou, estávamos na quadra, não tinha treinos, não tinha jogo. As arquibancadas estavam todas vazias e estávamos aproveitando aquele silencio para conversarmos. Já tínhamos assistido ás primeiras aulas, éramos para estar na ultima, mas eu não estava com paciência para assistir nenhuma aula mais, na verdade eu não havia conseguido prestar atenção em nenhuma delas. Meu pensamento continuava concentrado em Edward, e aquilo já estava me torturando, Ângela concordou em encabular a ultima aula comigo e agora estávamos conversando na quadra.

Eu estava com a rosa na mão, ela me acompanhou o dia inteiro, podia ser um ato um tanto idiota de minha parte, mas eu estava vendo aquela rosa como uma luz no fim do túnel. Uma esperança, para que as coisas pudessem começar a mudar. Quem sabe poderia ser um recomeço?

Ângela estava querendo que eu conversasse com Edward, ela parecia estar torcendo por nós, era até um tanto incrível a mudança de atitude dela, ainda me lembro de quando ela falava mal de Edward e dizia que o melhor que eu poderia fazer é esquecer ele.

— Edward sempre foge das minhas perguntas Ângela... – eu disse suspirando. Provavelmente ele fugia porque não existia justificativas para seus atos. Ele apostou, me enganou, me levou para cama e deixou que todos me humilhassem, enquanto mantinha-se  de cabeça baixa.

— Mas talvez agora ele esteja mudando, talvez ele queira se explicar para você, você mesmo disse que ontem ele te abraçou, pediu perdão, por que você não vai lá, senta do lado dele e fala com ele? Sem provocações, sem julgamentos, simplesmente escuta o que ele tem para falar, ás vezes o que ele pode te falar Bella pode mudar tudo o que você está pensando sobre ele, você já pensou se as coisas não forem da forma que você pensa que é? Afinal, Edward nunca disse que fez essa aposta! – Ângela respondeu.

— Mas ele sempre ficou em silencio, nunca ouviu falar que quem cala consente? – eu respondi, meus olhos desviaram-se para rosa.

— Ás vezes não, só quem pode confirmar se tudo o que você pensa sobre ele é verdade é ele mesmo Bella... Só assim você finalmente acabará com essa duvida... – ela respondeu.

É, eu estava convivendo com essa duvida a um bom tempo, na verdade desde que eu havia decidido me transformar em uma nova Bella eu estava decidida a acreditar que tudo o que aconteceu era verdade, eu quis acreditar nos fatos, no que eu vi e no que eu ouvi. Fiquei tentando alimentar ódio pelo Edward, embora eu não tenha tido muito sucesso, eu tentei fazer tudo para me vingar, provoca-lo e nisso eu ainda consegui, mas eu sabia que no fundo a única coisa que eu estava tentando fazer é chamar a atenção dele.

Eu nunca aguentei ver Edward me ignorando, aquilo era o fim.

Talvez Ângela tivesse razão, só Edward mesmo poderia confirmar se tudo que eu pensava dele era verdade, e então eu comecei a pensar seriamente nesse assunto.

 Durante a tarde eu comecei a caminhar pelo jardim da escola, ainda olhando para aquela rosa, depois de tanto pensar eu estava já decidida a falar com Edward, eu só não sabia como falar com ele.

Era uma decisão difícil, ainda mais sabendo na situação em que eu estava, ainda mais sabendo como terminou nossa conversa ontem. Eu fiquei confusa, eu não sabia se teria coragem, e no fundo eu estava com medo dele confirmar, dele falar que tudo é verdade, seria muito ruim ter a certeza de tudo, embora eu já tivesse decidido acreditar em tudo, eu sabia que uma coisa era eu achar que ele me enganou, e outra muito diferente é ele me dar a certeza disso, falando com sua própria boca.

Caminhei até o local onde Edward e eu costumávamos observar as estrelas e quando comecei a lembrar aqueles velhos tempos, eu comecei a sorrir, foram momentos bons, tanto quando Edward e eu fomos amigos, como quando ele e eu fomos namorados, nessa fase foi como viver um conto de fadas, mesmo que tudo tenha durado tão pouco.

Era fim da tarde, e eu sabia que naquele local dava para ter uma boa visualização do sol se pondo. Pensei em sentar lá e observar, ver o céu era uma maneira que eu encontrava para pensar. Porém quando cheguei lá, eu tive uma surpresa. Alguém estava sentado lá, fazendo aquilo que eu estava pensando em fazer, estava vendo o sol se pondo. Era Edward, e no mesmo minuto meu coração acelerou.

Eu fiquei meio receosa enquanto observava Edward, notei que seu olhar estava triste e eu me perguntava no que ele estaria pensando. Ele poderia estar pensando em mim? Poderia existir essa possibilidade? Eu sentia vontade de me aproximar e fazer o que Ângela falou, falar com ele, sem provocações, apenas tentar descobrir a verdade. Mas o que eu falaria depois do que aconteceu ontem? Eu poderia simplesmente agradecer pela rosa, apesar de que ele não colocou o nome dele, então, como eu iria agradecer por algo que eu não tenho certeza? Depois de pensar, então eu decidi que eu poderia simplesmente perguntar se foi ele mesmo que mandou, se ele dissesse que sim, ai eu poderia agradecer.

Respirei fundo, o observei por mais alguns segundos e então me aproximei, sem tentar pensar em nada para não ficar receosa, tentei não imaginar como Edward reagiria com minha aproximação, pois se eu imaginasse com certeza seria pensamentos negativos. “Pensamentos negativos não Bella”. Foi á única coisa que pensei enquanto eu sentava-me do lado dele, notei que ele ficou um tanto incrédulo a me ver, seus lábios se entreabriram e só estando tão próxima que eu consegui reparar como os olhos dele estavam vermelhos.

— Está recordando os velhos tempos? – perguntei a ele, com um leve sorriso no rosto.

— Estou recordando os tempos bons... – ele me respondeu. Eu o olhei, ficando alguns segundos em silencio, até enfim perguntar:

— Se para você era tão bom por que você não o quis mais?

 Tudo bem, eu tinha prometido a mim mesma que não ia provoca-lo, mas pensando bem não foi uma provocação, foi somente uma pergunta. Só que eu não saberia como ele iria interpretá-la, ele poderia achar que estou querendo provoca-lo.   Mas na realidade eu só queria que ele me dissesse o porquê ele se afastou e não quis mais lutar por nós, isso caso tenha mesmo existido algum sentimento por parte dele. Edward suspirou, discordou algo com a cabeça e encarou seus pés. Ele não queria falar e realmente eu estava sem paciência para insistir.

— Tá legal, eu não vou invadir o seu espaço só me fala uma coisa foi você que me enviou essa rosa? – eu perguntei.

Edward olhou para mim, seus olhos desceram em direção a rosa que eu segurava, parecia que só agora que ele a notou.

— Sim... – ele respondeu, eu não pude evitar sorrir, afinal, eu estava certa, não podia ser de outra pessoa.

— Para você é importante que eu não mude? Você se importa realmente com isso Edward? – perguntei.

— Você sempre foi uma pessoa boa Bella, não deixe isso morrer ainda mais por coisas que não valem a pena... – ele respondeu. Mesmo não dizendo se para ele isso era importante ou não, mas pelo menos dessa vez ele respondeu algo.

— O que não vale a pena? – perguntei.

— Todas as pessoas que te machucaram...

— Inclusive você? – perguntei, arqueando as sobrancelhas.

Edward suspirou e desviou o olhar para sua frente.

— Inclusive eu... – ele respondeu.

Eu suspirei, levantei-me da grama e bati a mão na saia do meu uniforme para tirar a terra que ficou grudada nela, realmente não valia a pena insistir em conversar com Edward, por mais que eu tentasse, por mais que eu insistisse, eu não conseguia ter nenhum avanço, eu chegava confusa e saia mais confusa ainda.

— Tudo bem Edward, tenha uma boa tarde... – eu despedi-me dele e me virei eu já estava me afastando, quando escutei ele chamar o meu nome, meu coração no mesmo minuto disparou, eu respirei fundo e me virei para olhar para ele novamente.

Ele continuava olhando a sua frente, mas estava falando comigo:

— Bella, eu sei o que você quer saber... – ele começou, franzi as sobrancelhas e voltei a me aproximar dele. – Eu sei que a sua maior duvida é o quanto eu fui culpado nessa história toda... – ele então finalmente me olhou. – Não é?

— Eu acho que eu não tenho duvidas referente a isso, porque você já deixou muito claro que eles estavam falando a verdade, você transou comigo por causa de uma maldita aposta, não foi? – eu perguntei e meu tom saiu mais magoado do que eu gostaria que saísse.

— Não! – ele respondeu, eu olhei para ele com os lábios entreabertos, era como se eu não tivesse escutado direito, era como se ele tivesse falado sim e eu que acabei escutando um não.

— O que? – perguntei, como se não tivesse escutado direito, Edward então desviou o olhar para sua frente.

— Bella, eu não fiquei com você por causa de uma aposta, eu errei sim, eu cometi um erro, mas não esse, na verdade o meu único erro foi não ter admitido a todos o quanto eu amava você! – Edward então voltou a me olhar para continuar a falar. – A merda que eu fiz nessa história toda e que me culpo até hoje foi ter escondido o nosso relacionamento por ter tido vergonha de assumi-lo, e acredite se eu pudesse voltar no tempo essa seria a única coisa que eu teria feito de diferente, eu nunca usei você Bella, eu nunca na minha vida enganaria você, quando eu disse que te amava eu estava dizendo a verdade...  – ele admitiu, suas palavras estavam parecendo ser tão sinceras, que eu não suportei, algumas lágrimas começaram a cair dos meus olhos, aquilo tudo estava mais parecendo um sonho não parecia estar saindo da boca dele, ele não parecia estar falando aquilo de verdade.

— Então, você não apostou? – perguntei num tom baixo, mas o suficiente para ele escutar, parecia que eu ainda estava digerindo essa parte.

— Não Bella, se você quiser me culpar por algo, se você quiser me perseguir, me crucificar, você pode, mas não porque eu menti para você porque eu não menti, mas sim por eu ter dito que nós dois juntos enfrentaríamos tudo e quando eu tive que enfrentar eu não enfrentei, eu não lutei, eu não fui forte e por isso sim eu posso te pedir perdão...

Me aproximei dele com a boca aberta, tirei as lágrimas que caiam dos meus olhos, e continuei olhando para ele, incrédula.

— Você não apostou? Era tudo mentira? Seu imbecil, por que você não falou isso antes?! – eu o xinguei.

Minha vontade era de bater nele por ele ter escondido isso de mim por tanto tempo. Sentei-me no chão novamente do lado dele, e eu comecei a me lembrar de tudo que eu havia sofrido por acreditar em algo que não era verdade.

Ele suspirou e passou a mão no cabelo, seu rosto estava levemente vermelho.

— Quando você saiu correndo do quarto eu fui atrás de você, eu estava decidido a me explicar, só que, a Tanya apareceu e começou a falar algumas coisas que eram verdade, se tudo isso aconteceu, foi por minha culpa, pois eu posso não ter dormido com você por causa de uma aposta Bella, mas eu fui o culpado por eles terem entrado no meu quarto e ter te humilhado...

— Como? – perguntei, sem entender. Minha cabeça girava demais e eu ainda tentava digerir tudo.

Edward respirou fundo antes de voltar a falar:

— Em um treino eu ouvi Riley e Carl falarem sobre apostas, eles estavam discutindo sobre qual garota Carl iria ter que transar, Riley teve a ideia de Carl tentar dormir com você, eu me meti na conversa e tentei convencê-los a parar com aquilo, eu sabia que naquele momento eu tinha que ter falado a verdade, eu tinha que ter admitido que estávamos juntos, mas eu não tive coragem Bella... – Edward apoiou sua testa em seus joelhos, o rosto dele estava totalmente vermelho. – Em vez disso eu aceitei a aposta, mas não porque eu queria o dinheiro, ou porque eu fiz por maldade, eu só aceitei para eles pararem, para eles esquecerem, quando transamos eu nem estava pensando nisso, eu só não queria que Carl ficasse atrás de você por causa de uma aposta idiota!

— Como eles descobriram que estávamos juntos no quarto? – eu perguntei incrédula com que Edward estava me contando.

— Tanya viu, ela sabia sobre a aposta... – Edward respondeu, ele parecia evitar me olhar. – Ela ainda jogou na minha cara que se eu voltasse com você, eles continuariam te provocar e as lideres de torcida iriam te perseguir, não iriam te deixar em paz, eu não queria que isso acontecesse, eu além de me sentir culpado por tudo, eu não queria que você sofresse mais por minha culpa, eu queria que você me esquecesse Bella e se você precisasse me odiar para isso tudo bem, eu já havia errado tanto com você, você já havia sofrido tanto por minha causa... – Edward suspirou e só então me olhou. – Esse era o mínimo que eu poderia fazer por você...

— O mínimo que você podia fazer por mim? – eu perguntei, sentindo mais lágrimas escorrerem pelos meus olhos.

— É... – ele concordou, suspirando. – Toda vez que eu ia atrás de você foi pensando em mim, porque eu queria você por perto, mas dessa vez Bella o que fiz foi pensando em você, porque eu achava que igual ás outras vezes você iria conseguiria seguir em frente, que você conseguiria superar, eu não sabia que tudo isso iria acontecer, eu não sabia que você iria ficar dessa forma... Que você fosse mudar tanto!

Mais algumas lágrimas caíram dos meus olhos, eu arrastei um pouco o meu corpo na direção dele,

— E por que agora você está me contando tudo isso? – eu perguntei. Edward demorou alguns segundos para me responder, e aqueles segundos foram suficientes para quase me matar.

— Porque eu não quero que aquela Bella que eu amo tanto morra... – ele respondeu

Meus lábios se entreabriram, meu coração disparou acelerado, eu ainda digeria o que ele me disse, só depois de alguns segundos eu consegui entender que realmente aquilo estava acontecendo, aquilo estava sendo mesmo real e então da minha boca só conseguiu sair uma única palavra:

— Obrigada...

###

— Eu vou ganhar... – eu disse a ele, eu estava bem na frente com o carro, Edward tentava, tentava, mas não conseguia passar de mim, eu realmente era muito boa com jogos de corrida.

— Eu ainda vou... Eu vou... – ele disse, ele até se levantou do chão e se aproximou da TV, percebi que ele apertava os botões do controle com mais força, ele até se aproximou mais eu... – AH DROGA! – ele resmungou, assim que passei da linha de chegada. AHÁ o venci no videogame, de novo.

— Você tem muita sorte nesses jogos! – ele reclamou, sentando-se na cama, ao meu lado.

— Não é sorte querido é talento... – eu disse a ele, mostrando a língua, Edward no mesmo momento levantou-se da cama (que ele havia acabado de se sentar) e aproximou-se de mim, com os braços cruzados, parando bem na minha frente.

— Você vai ficar ai se achando... – ele disse.

— Ou se vou, olha para mim Edward... – eu disse levantando-me da cama e ficando em pé na frente dele, então dei uma volta e o olhei piscando varias vezes. – Sou linda, sou inteligente, jogo videogame muito bem e não preciso nem falar do xadrez não é? – mexi nos cabelos e Edward então discordou com a cabeça e eu comecei a dar risada.

— Você agora além de ser uma sabe-tudo é convencida! – ele disse, aproximando-se de mim, parei de rir no mesmo minuto.

— Bom... Fazer o que se sou tão maravilhosa assim, deveriam até fazer uma estatua minha, não acha? – perguntei a ele num tom brincalhão, enquanto colocava o controle do videogame na cama, Edward umedeceu os lábios e pareceu pensar por alguns segundos.

— No meio do corredor? – ele perguntou.

— Não no pátio mesmo, e embaixo escrito Bella a talentosa... – eu disse, percebi que Edward olhava-me nos olhos, seus olhos desviaram-se alguns segundos para minha boca e aquilo fez com que meu coração disparasse de um modo assustador, afinal, estávamos numa aproximação um tanto perigosa.

— A numero um no videogame? – ele perguntou.

— Bom, essa não é a minha única qualidade... – respondi. Ele suspirou e então ficou de costas e afastou-se.

— É, terei que falar com diretor... – ele disse e depois se jogou na cama.

Eu continuei encarando-o com um sorriso no rosto. Fazia uma semana que Edward e eu voltamos a ser amigos, tudo bem que quando nos afastamos nós não éramos mais amigos, já havíamos dado um passo a mais em nossa relação e o certo é discutirmos sobre esse assunto, mas decidimos ir com calma, haviam acontecido muitas coisas e tanto eu quanto ele não queríamos ir com tanta sede ao pote para não correr o risco de acontecer algo que destrua essa nossa relação novamente.

Na realidade eu sabia que estávamos com medo, tudo que havia acontecido havia sido um grande mal entendido ocasionado por terceiros, ou seja, os alunos da escola. Era como se uma multidão fosse contra a nossa relação. Tudo bem que agora eu estava diferente, eu estava bonita, havia me tornado líder de torcida e minha relação com Edward não seria mais motivos de risada. Mas ainda era um passo que precisava ser dado devagar, precisávamos de confiança, não apenas em nós mesmos, mas um no outro também.

Eu havia machucado ele e ele havia me machucado também, eu o amava e isso era um fato e segundo ele, ele também me amava. Talvez só precisássemos de mais alguns dias, semanas ou um mês, para que as coisas conseguissem ser encaradas de melhor forma por nós, ainda mais eu sabendo que para Edward ainda podia ser um pouco mais difícil, pois eu não era mais a Bella de antes, eu entendia que ele precisava de um tempo para digerir a ideia que algumas coisas haviam mudado, principalmente a minha popularidade e a minha aparência.

Algumas coisas havia mudado, principalmente a minha raiva referente a todos que me machucaram... eu os via como o grande culpado por toda essas semanas de terror, mas eu sabia que a maior culpada de tudo era Tanya que praticamente “ameaçou” Edward quando ele foi me pedir desculpas, deixando claro que ela e as demais lideres de torcida me perseguiriam se ele voltasse comigo.

Isso eu não consegui esquecer e sempre quando podia eu a provocava, tentando fazer com ela a mesma coisa que ela fez um dia comigo, Edward não concordava com isso, falava que o melhor era esquecer eles e acabar com toda essa guerra, mas, eu não conseguia, por mais que tentasse eu não conseguia concordar com ele.

— Como está sendo para você ser uma líder de torcida? – ele perguntou para mim, fazendo eu acordar dos meus pensamentos, eu deitei na cama dele e o olhei. Agora Edward estava conseguindo jogar basquete como antes, eu não o abalava mais nas quadras e isso me deixou bem mais sossegada, afinal, eu não queria prejudica-lo mais agora que voltamos a ser amigos, eu sabia que ele estava mais relaxado pelo fato de termos voltado a nos falar. Ele ainda sempre me olhava durante os jogos, mas eu sempre fazia questão de sorrir para ele para lhe passar confiança.

— Hum... Normal! – eu respondi.

— Normal? É a única palavra que você tem para falar? Normal? – ele perguntou, rindo. E tenho certeza que a risada havia sido sarcástica. Eu continuei olhando para ele, em silencio.  – Tá legal, então que tal a gente assistir um filme de terror para lembrarmos os velhos tempos? – ele perguntou para mim e no mesmo minuto eu me sentei na cama.

— Não, tudo bem, eu falo... – eu disse segurando-o pelo braço, na tentativa de impedir que ele saísse dali e colocasse um filme de terror. – Olha tá sendo terrível tá legal, as pessoas ficam olhando para mim... – eu confessei.

— Isso é normal, os alunos olham para os populares... – ele explicou.

— É, mas é estranho, eu fico com aquela impressão de que estou com algo no rosto e por isso todo mundo fica me olhando, porque qual é meu! Não tem porque me olharem...

— Para... Você é linda Bella... – ele disse, agora sentando-se e eu o olhei com os lábios entreabertos, senti meu rosto esquentar e tive a impressão de que estava começando a ficar vermelha.

— Você realmente acha? – perguntei a ele.

— É lógico que eu acho, eu sempre achei, ainda mais quando você está com esses olhos brilhando e quando sorri com esse sorriso doce que só você tem... – ele disse e notei que no mesmo minuto ele ficou vermelho e desviou o olhar rapidamente.

— Mas isso não é o motivo deles me olharem como se eu estivesse com uma melancia na cabeça... – eu respondi, irritada. – Além do mais, tem alguns atletas que são muito idiotas, aquele Alec mesmo ele é muito burro e fica atrás de mim feito um carrapato! – eu acrescentei e notei que esse comentário incomodou Edward.

— Concordo com você, ele é um idiota! – ele disse, e depois voltou a se deitar na cama.

— Ah e eu não posso esquecer que também estou passando fome, Ângela, Rosalie, Alice e Jacob se juntaram para ficar vigiando o que estou comendo, é terrível ficar sem chocolates... Olha as minhas unhas! –eu mostrei a minha unha para Edward, ele voltou a se sentar e pegou a minha mão para olhar. – Ela está toda roída devido á falta do chocolate, Rosalie ontem teve quase um treco quando a viu!

Edward então deu risada, mas não soltou a minha mão.

— Eu imagino, mas elas ficam bonitas também curtas! – ele disse. – Elas estão bem pintadas, ela não tem o que reclamar!

— Ela reclama do mesmo jeito e eu preferia também elas grande sabe, pois caso você se comportasse mal eu poderia te arranhar... – eu disse sorrindo sarcasticamente para ele, Edward me encarou enquanto umedecia os lábios, por um momento eu me perguntei se ele havia encarado o meu comentário como alguma indireta.  Se ele encarou, realmente não havia sido a minha intenção, eu tinha falado na maior inocência possível.

— E aonde você iria me arranhar? – ele perguntou após alguns segundos em silencio. Meu rosto no mesmo minuto esquentou.

—Você tem preferencia em algum lugar? – eu perguntei, na verdade a pergunta soltou-se sem querer.

— Er... Acho que as costas seriam é bem legal... – ele disse, notei que ele sequer piscava.

 Eu encarei Edward, calada por alguns segundos. Eu não sabia se ele estava flertando, dando alguma indireta ou algo assim, mas se eu fosse interpretar o que ele quis dizer eu levaria para esse lado, ainda mais sabendo que arranhões nas costas significava algo bem malicioso. Ou seja, as garotas costumavam arranhar os garotos nas costas quando estava fazendo algo que nós dois até hoje só fizemos uma única vez, não que eu não quisesse que acontecesse de novo. Na verdade eu desejava isso desde que voltamos a sermos amigos, e o ouvindo dizer isso já estava fazendo com que eu começasse a achar que ele esta querendo o mesmo.

 Eu mordi os meus lábios inferiores enquanto encarava Edward fixamente, ele estava levemente vermelho e continuava me olhando como se estivesse hipnotizado ou algo assim, naquele momento como eu desejei poder saber o que ele está pensando.

De repente ele parecia ter acordado para a realidade e então se levantou da cama e foi até o seu guarda-roupa, eu o observei abrir a primeira gaveta e tirar umas três barras de chocolate dali de dentro, eu o olhei boquiaberta.

— Eu comprei para você, eu já imaginava que eles estavam proibindo você de comer chocolate... – ele disse, jogando as barras de chocolate na cama, eu as peguei rapidamente e as olhei como se fosse ouro. – Vê se esconde bem e não me dedura...  – ele pediu.

— Por isso que eu te amo tanto! – eu acabei soltando enquanto abria uma das barras de chocolate. – Você nunca julgou o meu desejo por chocolate! – eu acrescentei, mordendo o primeiro pedaço. Nossa como isso é bom!

— Chocolate te faz feliz, por que eu te julgaria? – Edward perguntou, sentando-se na cama e me observando fixamente.

— Eles dizem que chocolate engorda... – eu expliquei, após engolir o pedaço e já estava mordendo um novo.

— Você tem um corpo maravilhoso, não acho que vai ser o chocolate que vai muda-lo! – ele respondeu, eu não pude evitar sorrir para ele.

— Obrigada! – eu agradeci, e impulsivamente acabei o agarrando, puxando-o para um abraço, naquele momento eu me lembrei de quando eu o perseguia e ficava o abraçando nos corredores, Edward dizia que eu faltava esmaga-lo com os meus abraços, mas eles saiam de forma tão natural, era abraços impulsivos, na força da emoção, de alegria de vê-lo, vontade de senti-lo, ou igual agora, de gratidão.

 Mas já faz muito tempo que aprendi a controlar emoção e eu sempre me preocupava com a força do meu abraço, só que enquanto eu encostava meu queixo no ombro dele eu pensava o quanto era impossível não lembrar-me de tudo que ele e eu já vivemos. E agora parecia que estávamos começando a reviver tudo de novo. Era impossível não me lembrar de que algum tempo atrás eu estive ali no quarto dele, jogando videogame com ele, deitada na mesma cama que ele, fazendo o meu papel de amiga, é impossível não me lembrar de que ficávamos horas curtindo amizade um do outro, embora desde sempre não era somente isso que nós queríamos, mas naquele momento a amizade ainda estava bastando.

Agora parecia que tínhamos colocado uma fita cassete e apertado para ela voltar toda para trás, mas eu não importava de viver esse momento de novo, estar perto de Edward sempre me deixou feliz, é bem melhor ser amiga dele do que inimiga.

— Bora para um filmezinho de terror? – ele disse com um sorriso maldoso nos lábios, logo quando eu o soltei, eu sabia que ele fazia isso de proposito para me torturar.

— Você e esses filmes de terror... – eu reclamei.

— Para de reclamar e encare tudo isso como uma mulher! – ele respondeu, eu bufei, peguei o travesseiro e joguei bem no rosto dele. Ele deu risada e segurou o travesseiro. – Olha lá hein que eu vou tomar esse seu chocolate de volta!

— O que é dado não pode ser mais tomado! – eu disse abraçando fortemente os meus maravilhosos chocolates.

— Quem inventou essa regra? – ele perguntou, arqueando as sobrancelhas.

— Eu mesma, Bella Swan, estou dizendo eu sou demais, mereço uma estatua! – respondi num tom brincalhão, deitando na cama dele e me cobrindo com o edredom.

 Ele então se levantou, pegou um dos seus DVDS de filmes de terror e o colocou, eu respirei fundo, desejando mentalmente que esse filme não me desse nenhum susto, mas era quase impossível. Eu me assustava muito fácil, o filme não precisava nem ser muito bom para me assustar.

— Fala a verdade que você só faz isso porque é muito mal e quer me torturar! – eu disse a ele, assim que ele deitou na cama, ao meu lado e também se cobriu com o cobertor.

— Eu tenho que confessar que você faz umas caras muito bonitinhas quando assiste filme de terror, e eu já estava com saudades disso... – ele disse, e eu o olhei, boquiaberta.

— Ah é? – perguntei, virando-me para ele.

— Aham! – ele disse, virando-se para mim.

Eu suspirei e nos olhamos por alguns segundos, era tão bom poder ter o rosto de Edward tão perto do meu novamente, o momento só não se tornava perfeito por eu não ter a coragem de acabar a aproximação dando-lhe um beijo.

— A porta está trancada? – perguntei a ele.

— Sim... – ele disse, franzindo as sobrancelhas.

— Ótimo, não quero sofrer o risco daquele bando de idiotas entrarem aqui e ficarem nos acusando de algo... – eu disse.

— Isso nunca mais vai acontecer Bella! – ele garantiu e eu sorri para ele. – Eu não iria ser tão idiota de errar na mesma coisa duas vezes... – ele acrescentou e meu sorriso se alargou.

Olhei para TV, o filme já havia começado e tenho que admitir que eu fico um tanto nervosa quando estou assistindo filme de terror.

— Se eu ter pesadelos a culpa vai ser sua! – eu disse a ele.

— Relaxa Bella, não tenha medo... – ele disse e então eu o olhei, Edward aproximou e deu um leve beijo na ponta do meu nariz, em seguida colocou um dos seus braços em volta do meu corpo e puxou-me para um abraço.

Meu corpo esquentou ao sentir o calor do corpo dele, não podia negar que aquilo era gostoso demais.

— Eu vou cuidar de você... – ele disse e eu sorri para ele enquanto encostava a minha cabeça em seu ombro.

— Eu acho bom mesmo! – eu disse, antes de soltar um suspiro e tentar prestar atenção no filme, mas eu duvidava muito que eu iria conseguir, logo eu estarei morrendo de medo e escondendo meu rosto com o edredom.

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Mais um semestre chega ao fim, estou terminando mais um ano. Agora é contagem regressiva para o final do ensino médio, depois das férias iriamos para o ultimo ano, e isso fazia meu coração disparar a mil. Afinal, depois do ensino médio eu sabia que seria uma nova vida, eu iria ter que pensar qual curso eu iria fazer, escolher a faculdade ideal, tentar ingressar nela. São muitas coisas, são muitas duvidas, definitivamente eu ainda não estava preparada para isso.

— Já sabe o que vai fazer da vida depois de formado? – perguntei para Edward, estávamos andando pelo corredor, um ao lado do outro, e claro isso já era razão o suficiente para que os alunos que passassem do nosso lado olhassem até para trás para nos observar, eita alunos curiosos.

 - Ainda não, duvidas, duvidas e duvidas... – ele disse, e eu dei risada.

— Estamos então no mesmo barco querido... – respondi para ele e então parei em frente ao meu armário, Edward parou ao meu lado e se virou em minha direção, com um leve sorriso no rosto.

— Bella a sabe tudo, ainda está na duvida do que vai fazer da vida? – ele perguntou e eu o encarei com as sobrancelhas arqueadas. – Eu achei que você já tinha planejado todo o seu futuro!

— Não, ás vezes não dá para planejar todo futuro, logico que é mais seguro planejá-lo, só que, não podemos saber se as coisas vão acontecer da forma que nós queremos... É muito relativo! – eu disse, e Edward me encarou com os braços cruzados. – Que nem, é, você já planejou suas férias? – perguntei.

— Meus pais vão viajar! – ele respondeu.

— Ah de novo? Qual vai ser o destino agora? – perguntei, virando para ele.

— O meu vai ser o meu quarto, eu não vou viajar com eles! – ele respondeu, e então eu sorri discretamente.

— Espero então que você aproveite esse tempo para ler, faça esse cérebro funcionar e vê se não desanda na minha ausência! – eu disse, e depois fechei meu armário, e sorri para ele de novo. – Tenha umas boas férias Edward! – eu acrescentei e depois me virei, voltando a respirar agora normalmente, comecei a caminhar enquanto sentia meu coração apertar, lógico que eu não queria que nossa despedida fosse assim, queria no mínimo dar um abraço nele, eu sabia que iria sentir a falta dele, seria de novo aquela tortura que nem foi nas férias passada.

— Bella! – eu o ouvi chamar, e meu coração no mesmo minuto disparou mais ainda, eu virei e o olhei.

— É assim que você vai se despedir de mim? – ele perguntou aproximando-se de mim e rapidamente ele me puxou para um forte abraço.

No mesmo minuto minha respiração falhou, enquanto aquele perfume que tanto amo invadiu minhas narinas, eu coloquei meus braços em volta dele e correspondi o seu abraço, apoiando minha cabeça no seu ombro. Como é possível eu amar tanto esse garoto?

Quando ele me soltou, olhou-me com um leve sorriso no rosto, ele passou a mão em meu cabelo e soltou um suspiro.

— Acho que não precisamos ficar tanto tempo sem se ver, não acha? – ele perguntou.

— Como assim? – perguntei e agora meu coração já quase quer sair pela boca.

— Podemos nos ver nas férias... – ele respondeu e eu não pude evitar sorrir, ele estava falando sério?

— Claro, seria ótimo! – eu disse e minha voz saiu mais empolgada do que eu gostaria que saísse, e quando dei por mim, lá estava eu o agarrando fortemente.

Ele soltou um gemido baixinho e logo me dei conta de que eu deveria estar o machucando, então o soltei rapidamente.

— Acho que eu te apertei demais né? – eu disse, ainda sorrindo.

— Não ligo mais, pode até quebrar os meus ossos se quiser... – ele disse, e então colocou a mão em meu rosto, eu segurei minha respiração, por um momento acreditando que ele iria me beijar. Mas ele em vez de beijar minha boca, beijou minha testa.

— Eu te ligo nas férias... – ele disse, antes de se afastar rapidamente e ele me deixou ali com o coração a mil.

Fui caminhando pelo corredor, ainda meio tonta, já fazia anos que eu era apaixonada por Edward, mas ainda tudo era novo para mim, conseguia sentir as mesmas coisas, como se cada toque dele, cada abraço, cada beijo, ainda fosse o primeiro.

Eu dobrei o corredor e parei, encostando-me na parede, eu vi Mike passando em passos apressados e com uma expressão séria no rosto, num gesto impulsivo ainda eu o chamei, ele se virou, mas quando viu que era eu, apenas virou-se novamente e foi embora, meu coração voltou a apertar. Ele estava me ignorando há meses. Isso porque um dia foi meu melhor amigo.

É eu queria me despedir dele, mas como não foi possível eu pelo menos iria me despedir de Ângela e de Alice e Rosalie, alias, as três ficaram bastante felizes que Edward e eu voltamos a ser amigos, mas elas diziam que já estava passando da hora de nós avançarmos na relação. Às vezes eu já estava começando a concordar com elas.

 Primeiro eu despedi de Rosalie e Alice que insistiram que eu continuasse a dieta durante as férias e ainda me lembrou de eu fazer hidratação no meu cabelo e na minha pele, e depois de ouvir o sermão delas eu fui atrás de Ângela no nosso dormitório, mas não a encontrei, dei algumas voltas pela escola, até encontra-la no pátio, ela estava com Jacob e fiquei boquiaberta quando vi que eles estavam dando alguns selinhos um no outro, parecia estarem se despedindo. Até que ainda demorou para eles finalmente ficarem juntos.

Aproximei-me toda sorridente, desejei parabéns aos dois e dei um abraço em cada um. Ângela disse que combinaria de sairmos nas férias e eu achei a ideia ótima.

Achei que Edward demoraria a me ligar, mas na primeira semana de férias eu tive a primeira ligação dele, ficamos quase uma hora no telefone conversando falando o que fizemos na primeira semana de férias. Ele realmente estava lendo “Vampiratas” e isso me deixou bastante feliz, eu também estava lendo, o livro que escolhi era um romance, mas nada que fosse espetacular. No final da ligação, Edward perguntou se eu não gostaria de dar uma volta, eu queria pelo menos ter esperado alguns segundos para responder ele, para fingir que estava pensando, mas não aguentei a resposta acabou saindo rápido demais e lógico que era um “sim”.

Edward e eu marcamos de se ver numa sorveteria, e claro, assim como chocolates eu adoro sorvete, pedi logo um enorme sorvete de chocolate, Edward preferiu um Milk Shake de baunilha. Estávamos conversando um com o outro, dessa vez nosso assunto era a infância, quando contei para ele que ainda não havia aprendido a andar de bicicleta, ele achou bem engraçado.

— É sério que você nunca aprendeu andar de bicicleta? – Edward perguntou, enquanto dava risada.

— Sério o meu pai tentou, tentou e tentou, mas eu sempre voltava para casa toda roxa... – expliquei para ele. – Mike também tentou nas férias passada me ensinar, mas sai apenas com o joelho roxo também... – dei um suspiro triste, enquanto lembrava-me de Mike.

— Ah, você saiu com o Mike... – ele disse, não parecia ter gostado muito do meu comentário.

— Sim, foram aquelas férias em que você começou a namorar a Tanya! – eu o lembrei.

— Ah não me lembre dela... – ele disse, revirando os olhos. – Mas tenho certeza que eu consigo te ensinar a andar de bicicleta...

— Não ensina nada! – eu disse, não acreditando nisso.

— É lógico que eu consigo! – ele insistiu.

— Tá certo, eu quero só ver, já estou vendo que eu vou ganhar novas cicatrizes no joelho! – eu disse.

— Eu aposto que não! – ele disse.

E no outro dia lá fui eu na minha missão de aprender a andar de bicicleta, logo eu entendi a estratégia de Edward para não me deixar machucada, ele levou protetor para o joelho, cotovelos e até um capacete, alugamos uma bicicleta no bosque, e Edward então começou a sua missão de me ensinar, ele me tratava que nem uma criancinha segurava bicicleta, ficando do meu lado e eu toda desengonçada tentava equilibrar ela, teve um momento que até consegui, quando ele me soltou eu fui pedalando e não me desequilibrei.

— AHHH EU TO CONSEGUINDO, EU TO CONSEGUINDO... – eu disse toda feliz da vida. – Mas... Como eu paro essa merda! – eu disse logo em seguida, tive que desviar de uma criança que estava logo á frente, e acabei batendo na arvore e caindo com a bicicleta no chão.

Edward veio correndo em minha direção e me ajudou a me levantar.

— Está tudo bem? – ele perguntou.

— Sim, está, mas graças ao capacete... – eu disse, afinal, eu tinha batido a cabeça na arvore.

— Você tem que aprender a frear a bicicleta... Vem, vamos de novo! – ele disse e então eu gemi.

E então Edward continuou me ensinando e teve bastante paciência comigo, demorou ainda umas três horas para finalmente eu aprender frear a bicicleta sem cair no chão.

— AEEEE! – ele disse todo feliz, quando eu consegui colocar a perna no chão ao parar a bicicleta, sem cair. – Viu eu não te disse que eu ia conseguir te ensinar a andar de bicicleta... – ele falou, parando na minha frente. – Pelo menos eu pude te ensinar alguma coisa...

Eu sorri para ele.

— É você venceu! – eu disse. – Obrigada! – falei, dando-lhe um beijo no rosto, ele sorriu de volta para mim.

— Isso merece um novo sorvete... – ele disse, e claro eu fiquei toda feliz ao saber que ia saborear um novo sorvete.

E então lá fomos nós chupar mais um sorvete, se Rosalie visse isso iria me matar, isso porque ela ficou uma meia hora falando o quanto é importante eu manter o meu peso. Depois que chupamos sorvete eu não queria que Edward fosse embora, e então eu o convidei para que ele fosse conhecer a minha casa, aproveitando que meus pais não estavam. Ele concordou, eu fiquei um pouco com vergonha, pois eu sabia que Edward era riquinho, mas ele parecia ter gostado bastante ainda mais do meu quarto.

Ele era médio, resumia-se em cama, guarda-roupa, escrivaninha, televisão e estante, mas Edward o achou bem legal, ficou um tempão olhando para os lados até parar o olhar na estante.

— Uau, você tem muitos livros! – ele disse, e se aproximou da minha enorme estante cheia de livros. – Você realmente é uma nerd!

— HAHA! – fiz para ele sem emoção alguma. – Eu gosto de ter bastante livros em casa para ler nas férias, eu não costumo viajar como você... Falando nisso por que você não quis acompanhar os seus pais?

— Porque eu prefiro ficar com a casa toda para mim... – ele disse agora jogando-se em minha cama.

— Imagino... Você deve estar até pensando em fazer festas não é? – eu perguntei.

— Se eu pensar em fazer alguma festa eu te garanto que eu vou te chamar... – ele disse, e então não pude evitar sorrir para ele, enquanto eu me sentava do seu lado. – Mas eu tenho que confessar que tem outro motivo que me fez não ir... – ele respondeu, sentando-se na cama e ficando com o rosto mais próximo do meu.

— Ah é? Qual? – perguntei, com meu coração disparando.

— Você... – ele respondeu e no mesmo minuto eu sorri, devo estar sorrindo feito uma abobalhada. – Eu não queria ficar as férias todas sem te ver...

— Ah é? – agora eu mordia os meus lábios num gesto nervoso. – E por que Edward?

— Eu gosto de estar com você, a sua companhia é melhor do que qualquer viagem... – ele disse, sem desgrudar os olhos de mim, caramba, como eu quis beijá-lo naquele momento, tanto que meu coração até apertou.

Meu sorriso se alargou, enquanto eu reparava em cada traço do rosto de Edward, eu conhecia perfeitamente cada um, foram muitos anos analisando eles, aqueles traços que me encantaram desde a primeira vez que falei com ele na biblioteca anos atrás, e para mim cada dia esses traços se tornava mais lindos.

Edward desviou os olhos de mim para olhar para janela do meu quarto, eu desviei o olhar também para ver o que ele olhava, era a chuva, sim estava começando a chover, eu sempre gostei muito da chuva.

— Droga! – ele reclamou. – Eu vou me molhar todo!

Então eu voltei a olhar para ele.

— Você não precisa ir embora agora... – eu disse, e depois me levantei e me aproximei da janela, enquanto observava a chuva cair. – Vamos admirar a chuva!

— Admirar a chuva? – ele perguntou, e então eu desviei o olhar para ele, olhando-o com as sobrancelhas arqueadas.

— É... – respondi.

— É incrível, além de admirar as estrelas, admirar as nuvens, você também gosta de admirar a chuva... – ele disse, levantando-se da cama.

— Eu adoro a natureza Edward, são coisas simples, eu sei, mas você nunca ouviu falar que as coisas simples é o que faz a diferença? – perguntei a ele.

Edward parou bem na minha frente, olhou-me por alguns segundos e depois desviou o olhar para a janela, eu me virei e também voltei a olhar para a chuva.

— É você está certa... Vamos olhar a chuva! – ele disse, e então me abraçou por trás, eu soltei um suspiro, enquanto meus olhos continuavam fixos na janela do meu quarto, tudo parecia ser um sonho.

Eu observando a chuva abraçada com o homem da minha vida, é era um maravilhoso sonho que eu nunca mais queria acordar e pela primeira vez na minha vida eu não quis que as férias de verão acabassem nunca.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: gente muitos devem ter se impressionado com a reviravolta que deu nesse capitulo, mas não quer dizer que ainda algo irá acontecer, afinal, ainda não chegamos a cena do prologo...não pensem que esqueci ela, pois eu não esqueci ;)
estamos chegando a reta final da fic, ainda tem muita coisa para acontecer só que os caps estão ficando mais longos, pois tenho que admitir que estou com um pouco de pressa de finalizar essa fic, tenho novos projetos para ser postados e para isso preciso finalizar algumas histórias e essa está na lista já que tenho ela finalizada já, então provavelmente nessa semana teremos mais atts com caps longos que nem esse e poderá vir caps extras, peço a colaboração de todos para que comentem em todos os caps, se puderem favoritar a fic e também recomendar me deixaria muito feliz, ainda mais agora na reta final. enfim é isso!
beijos e até breve