Lembre-se de mim escrita por J S Dumont


Capítulo 24
Entregando-se ao amor


Notas iniciais do capítulo

Olá, eu dei uma sumidinha daqui eu sei, estou concentrada na finalização de uma fic e isso meio que me atrapalhou um pouco nas att das outras, mas tentarei voltar a postar as quintas-feiras, espero que gostem desse capitulo, embora parte dele seja pov edward de coisas que aconteceram, mas é bom para conhecer o pensamento dele, os receios dele, os sentimentos, no final volta para cenas ineditas, eu quero pedir para que todos comentem, não comentem só em caps mais interessantes ou emocionantes, comentem em todos, é importante para mim e também irá ajudar a me incentivar a att semanalmente essa fic, é isso, deixem reviews, favoritem e recomendem.

falando em recomendação, o que me deixou muito feliz essa semana foi as recomendaçoes que recebi dessa fic, as duas primeiras euu quero agradecer a Ana e a Helen Everlark, me deixou muito feliz obg :)



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VINTE E TRÊS

ENTREGANDO-SE AO AMOR

A única coisa que eu queria era passar o meu aniversário ao lado de Bella, eu queria ter um dia agradável ao lado dela, ouvi-la falar de coisas que eu não compreendo, me divertir com o jeito atrapalhado dela, e poder olhá-la, olhá-la a tarde inteira. Porém uma coisa é planejar e desejar e outra é conseguir.

Quando fomos o caminho todo juntos no ônibus, eu achei que até conseguiríamos ter um dia agradável no centro, porém foi só descermos, que Tanya apareceu, parecendo decidida já a acabar com os nossos planos.

Ela me abraçou e sorriu daquele jeito meio duvidoso, eu imaginei que ela só estava fazendo isso porque Bella estava próxima, era uma maneira de tentar magoá-la.

— Mozinho... Hoje é seu aniversario, que tal pararmos com essas brigas e darmos uma volta juntos? – ela sugeriu, colocando os braços em volta do meu pescoço.

Ouvir aquilo parecia o fim, ficar a tarde toda com Tanya escutando ela falar sobre coisas chatas e fúteis no meu ouvido.  Não, era realmente o fim, nem pensar, suspirei e puxei os braços dela para longe de mim.

— Olha Tanya, Bella e eu combinamos de tomarmos um café juntos... – eu disse, olhando para Bella, percebi que ela não estava muito a vontade e com razão. Tanya deixava qualquer um desconfortável. 

— Ah sim sua amiguinha, mas não tem problemas, podemos ir nós três, o que vocês acham? – Tanya perguntou.

— Não, que isso, vão vocês dois... – ela respondeu. Fazendo com que eu discordasse com a cabeça, inconformado.

— Eu faço questão querida, pode vir com a gente, o bom é que eu posso conhecê-la melhor... Eu gosto de conhecer os amigos do meu namorado... – ela respondeu, dando um ênfase na palavra “meu”.

Eu fiquei ali, congelado, as olhando, sem saber como sair daquela situação, eu queria ficar apenas com Bella naquela tarde, mas eu sabia que não iria conseguir me livrar da Tanya.

Só voltei em mim quando percebi que não estava mais só nós três, Mike havia se aproximado, com certeza porque já queria levar Bella com ele, eu não pude evitar o nervoso de vê-lo tão próximo dela assim.

— Hei Bella, eu estou indo lá naquela livraria que você me falou, quer ir? É que não estou querendo ficar de vela... – ele então apontou com a cabeça para Ângela e Jacob que estavam parados mais na frente e conversavam bastante próximos um do outro.

— Claro! – ela disse rapidamente, deixando-me ainda mais nervoso. Bufei, enquanto sentia o estomago despencar, eu tentei pensar em falar qualquer coisa para reverter a situação.

— Mas Bella... – eu iniciei, porém não sabia o que inventar, foi quando Tanya já foi me interrompendo.

— Tenho uma ideia melhor, que tal nós quatro irmos ao café e depois passamos nessa livraria?... – Tanya novamente sugeriu, apertando meu braço com força. Olhei para Mike e depois para Bella, percebi que eles se entreolharam, Mike deu de ombros, porém Bella pareceu não gostar muito da ideia.

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Pela primeira vez Tanya conseguiu ter uma ideia que prestasse, era melhor ter Mike e Bella próximos de nós, do que eles terem saído e ido sozinhos a qualquer lugar, pelo menos por perto eu conseguiria saber o que eles falavam, faziam, como tratavam um ao outro, e era o que eu fazia todo o tempo, desde que chegamos ao café, eu reparava cada gesto deles, e principalmente a forma que Mike olhava para Bella, era olhar interessado, estava claro para mim que ele gostava dela.

Eu não podia evitar a raiva que sentia em imaginar Bella e Mike tendo alguma relação, era um sentimento estranho, porém inevitável. Minha vontade era de levantar, puxar Bella e irmos para bem longe dali, mas não era possível, eu sabia que tinha que me segurar e continuar como sempre, disfarçando. Porém, por mais que eu tentasse evitar, eu sabia, cada dia estava mais claro para mim que eu sentia ciúmes de Bella, e ainda, que eu a queria perto de mim, e já não bastava mais só a presença dela, eu estava começando a querer algo mais.

Eu estava tão distraído que não conseguia nem escutar o que Tanya falava, ela parecia querer puxar assunto com Bella e Mike, mas eu sabia que não era por simpatia, Tanya nunca iria gostar de ter uma amiga como Bella, ambas eram muito diferentes, e eu agradecia mentalmente por isso.  

Estava claro que Tanya estava querendo é provocar, ela sentia raiva de Bella, raiva que ela tentava de todo jeito disfarçar e que eu a cada momento ficava mais preocupado. Eu tinha medo do que ela poderia fazer, afinal, falam que mulheres magoadas e enciumadas são capazes de fazer qualquer coisa, Tanya parecia ser esse tipo de mulheres.

— Hum... Vocês dois são amigos há muito tempo? – ela perguntou depois de alguns segundos em silencio, ela olhou para Mike e Bella, e eles se entreolharam e concordaram com a cabeça. – Sabe vocês até que fariam um casal bonitinho e olha só não é querendo me gabar, mas eu nunca erro! – o sorriso dela se alargou.

Olhei para os dois com coração disparando, agora só faltava essa, Tanya querer dar uma de cupido para cima dos dois, no mesmo momento minha vontade foi de se levantar e puxar Tanya para fora do café, de tão desconfortável que estava a situação, porém o medo de deixa-los sozinho era maior. Eu não queria ficar imaginando o que os dois estariam fazendo, o incomodo de imaginar é pior do que ver Tanya tentar juntá-los.

Engoli a raiva enquanto observava o desconforto de Bella com o comentário e de Mike que até mesmo se engasgou com a própria saliva e começou a tossir.

— Somos apenas amigos! – Bella disse olhando para Tanya.

— É... Apenas amigos! – Mike concordou, meus olhos ficaram pregados em Bella, ela também olhava-me fixamente.

— Ah é? Que pena, acho que vocês fariam um belo casal... – ela insistiu enquanto pegava sua xicara e dava um longo gole de café, ela continuava com os olhos grudados nos dois.

Quando saímos do café, Tanya decidiu acompanhar Mike e Bella até a livraria, ao entrarmos Mike e Bella já foram as estantes ver os livros, já Tanya e eu ficamos lá, parados no meio da livraria, de braços cruzados.

Meus olhos pararam nos dois, Mike e Bella, senti o estomago revirar de forma estranha enquanto me lembrava do que Tanya havia falado, Bella e Mike faziam um belo casal, pois são parecidos, tem gostos iguais. Aquilo me incomodou, abaixei a cabeça, e tentei não olhá-los mais. Até que escutei a voz de Bella:

— Edward, eu acho que você ia gostar desse livro aqui! – eu voltei a olhá-la e vi que ela me olhava com um livro na mão, rapidamente me aproximei, deixando Tanya para trás. Peguei o livro da mão dela, e observei a capa, ela era agradável.

— Vampiratas... Como será? – eu falei, e nós dois então começamos a ler a sinopse do livro.

O ano é 2505. Os oceanos se avolumaram e uma nova era de pirataria se inicia. Connor e Grace são gêmeos, e ficam órfãos depois da morte repentina do pai viúvo. Assustados, decidem fugir e enfrentar o mar, mas uma terrível tempestade os separa. Dois misteriosos navios rumam para o resgate – cada um encontra um dos gêmeos antes de desaparecer nas brumas. Connor está em um navio pirata e rapidamente se junta à tripulação. Grace vai parar em um navio que só desperta quando escurece. Trancada em uma cabine na qual velas se acendem sozinhas e refeições se materializam do nada, ela não demora a perceber que está no navio dos Vampiratas.

Após terminar de ler, escutei Bella dizer:

— Eu vou ao banheiro, eu já volto! – ela entregou o livro para mim, e então a observei até ela entrar no banheiro. Dei de ombros e então voltei a olhar para o livro e comecei a olhar as páginas, até me distrai por alguns minutos, só voltei em mim quando Tanya aproximou-se.

— Eles estão demorando, não acha? – ela perguntou.

— Eles? – eu disse, e depois olhei a minha volta, só então me dei conta de que Mike havia sumido.

Eles tinham ido embora... Juntos.

Meu estomago despencou, enquanto eu colocava o livro de volta na estante. Por que ela havia feito aquilo? Por que pelo menos ela não se despediu?

E então naquele momento a única coisa que desejei foi ir embora. Afinal, o meu aniversario estava sendo um completo pesadelo. Porém, como ainda estava muito cedo eu sabia que era impossível, eu fui obrigado a passar o resto da tarde com Tanya, andamos pelo centro e eu não podia negar que em todos os lugares que eu passava com ela, eu ficava olhando para os lados na esperança de ver Bella, pelo menos de longe. Mas nada, sem sinal.

E então comecei a me torturar, pensando no que ela e Mike poderiam estar fazendo naquele exato momento, ele poderia estar tentando se aproximar, tocar nas mãos dela e falar palavras românticas, e se Bella caísse na dele? Discordei com a cabeça e senti uma vontade imensa de bater a cabeça na parede para ver se eu parava de pensar nessas coisas.

Definitivamente os ciúmes é um dos sentimentos mais torturante que um ser humano pode sentir, pois ele é inevitável e impossível de controlar, por mais que tentemos não pensar no assunto, mais ele fica rondando em nossa mente, mexendo com nosso sistema nervoso, concluindo, os ciúmes é involuntário.

Quando finalmente deu o horário de irmos embora eu agradeci mentalmente, pelo menos no ônibus eu reencontraria os dois, quando entrei com Tanya, já os avistei no fundo do ônibus, Bella estava com a cabeça encostada na janela e Mike estava de braços cruzados e olhos fechados. Eles pelo menos não estavam muito pertos um do outro, dei um suspiro aliviado, enquanto escolhia um lugar para sentar, preferi escolher o mais próximo deles para poder continuar os observando.

 Enquanto os olhava eu ficava pensando no porque de Bella ter sumido daquela forma... Por que ela pelo menos não avisou? Ela parecia evitar olhar em volta do ônibus, seus olhos estavam pregados no lado de fora, ela parecia observar a forte chuva que tinha começado a cair a pouco tempo, eu então imaginei que ela estava me evitando, só depois de muito tempo, quando já estávamos próximos da escola, é que ela me olhou. Meu coração no mesmo momento disparou, e só então notei que os olhos dela estavam tristes.

###

Quando nós chegamos á escola eu já estava decidido a falar com Bella, eu precisava desesperadamente saber o por quê ela havia feito aquilo, Tanya teria falado algo a ela? Ou ela teria sumido com raiva dela ter estragado a nossa tarde? Será que ela estava esperando que eu fizesse alguma coisa? Eu poderia ter feito alguma coisa para ter evitado tudo isso?

Foi enquanto dobrando alguns corredores eu consegui avistá-la, ela caminhava em passos largos em direção ao seu dormitório, rapidamente a segui.

— Bella, Bella... – eu a chamei, notei que ela começou apressar os passos, ela parecia querer mesmo me evitar. Foi então que também aumentei os meus passos, e puxei-a pelo braço, afinal, eu não ia desistir tão fácil.

Nós nos encaramos por alguns segundos e depois ela desviou o olhar para o chão.

— Por que você foi embora? – eu perguntei. – Ainda mais daquele jeito, sem sequer se despedir, eu fiquei o resto da tarde te procurando... – eu perguntei, mas ela não me respondeu e nem voltou a me olhar. - Por que você está me evitando? É por causa da Tanya? Eu juro que eu não queria que o passeio terminasse assim, eu...

— Edward, chega! – ela me cortou, eu a encarei com as sobrancelhas franzidas, ela parecia estar nervosa. – Eu estou cansada disso tá legal... – ela acrescentou, notei os olhos dela começarem a lagrimejar. – Desde que te conheci, o que mais faço na minha vida é tentar ser sua amiga, tentei com todas as minhas forças e com toda minha alma ser uma boa amiga, fui compreensiva, te ajudei, sem pedir nada em troca, afinal, a sua felicidade já era o bastante para me deixar feliz, eu só queria, eu só desejava, que você gostasse pelo menos um pouquinho de mim, pelo menos um décimo do que eu gosto de você...  – ela falou e algumas lágrimas caíram dos olhos dela e ela as limpou rapidamente, meu coração disparava, e eu continuava olhando para ela sem reação alguma.  – Eu só quis ser sua amiga e eu já estava conformada com isso, acredite se Tanya fosse uma garota legal até que eu ficaria feliz por você, mas sinceramente, ela é muito maldosa! – ela discordou com a cabeça.

Eu estava completamente confuso, não entendia o porque ela estava disparando tudo aquilo. O que poderia ter acontecido? Eu não fazia a mínima ideia, porém aquelas palavras pareciam me chicotear e a minha vontade era de abraça-la e de dizer que ela não precisava dizer mais nada.

— Bella –  eu disse, tentando interrompê-la, não queria escutar mais, porém ela me cortou.

— Não eu não estou dizendo isso para fazer você sentir-se mal por não gostar de mim como eu gosto de você, eu nunca faria isso, pois você não é obrigado a nada, você não é obrigado nem a falar comigo...  – ela acrescentou, eu discordei com a cabeça, inconformado com as palavras dela. – Só que agora eu vejo que não dá mais Edward, não, não é raiva por você estar namorando, não estou ressentida, não estou com dor de cotovelo, eu só vi que não dá mais para ser o que éramos, porque assim como você não é o Edward de antes, eu também não sou a Bella de antes, e principalmente agora não têm só nós dois, na verdade eu  percebi que eu estou sobrando... – ela finalizou, percebi que mais algumas lágrimas caíram dos olhos dela, mas ela se virou rapidamente, talvez para eu não vê-la chorando.

E então, ela foi embora. Sim, ela foi embora tão rápido que não deu tempo nem de eu pensar, eu fiquei ali parado, ainda digerindo as ultimas palavras dela, elas machucavam e como machucavam, discordei com a cabeça, enquanto me dava conta que ela disse que não queria mais ficar próxima de mim, que não queria mais ser minha amiga.

— Bella... – eu sussurrei para mim mesmo, enquanto sentia meu corpo todo amolecer e meu estomago despencar tanto que eu não conseguia nem mais manter-me em pé, me sentei no chão e apoiei a cabeça com as mãos, enquanto ainda pensava nas palavras de Bella. Elas ficavam se repetindo e se repetindo em minha mente, até que pouco a pouco o desespero começou a fazer eu me dar conta que eu precisava de Isabella Swan mais do que eu imaginava.

Eu não podia deixar que tudo acabasse dessa forma, eu não podia ficar ali, sentado naquele corredor, vendo Bella se afastar de mim, e simplesmente não fazer nada referente a isso. Eu não podia ser fraco dessa forma, eu sabia que precisava da Bella, e eu era suficientemente egoísta ao ponto de ir atrás dela e impedir que ela fosse para longe de mim. Embora ela dissesse que sentia que o melhor era afastar-se, eu não sentia a mesma coisa, eu não queria mais ter que sentir a falta dela.

O medo de ficar sem Bella deu forças as minhas pernas para que eu me levantasse e fosse atrás dela, sem pensar mais em nada eu passei pelos corredores em passos apressados até avistá-la, ela estava correndo para fora da escola, eu sabia que estava chovendo lá fora, porém isso não foi utensilio para que eu desistisse, sai correndo atrás dela no meio da chuva, não me importando em me molhar, a vi indo para trás da escola e então a segui.

Quando já estava numa aproximação razoável, diminui os meus passos e observei-a, ela estava próxima da parede, virada de costas, dei mais alguns passos na direção dela, respirei fundo para tomar a coragem e então a chamei. Ela continuou virada de costas, talvez tivesse levado um choque por eu estar ali, então aproximei-me um pouco mais e chamei-a novamente. Só então ela se virou para me olhar, parecia impressionada por eu ter ido atrás dela.

— Edward... – ela iniciou, notei que a voz dela estava fraca. – Acho que eu já disse o que eu tinha para falar, eu sei que você não gosta de mim, tudo bem, eu entendo e não estou com raiva, não precisa vir até aqui para... – ela começou novamente aquele discurso que eu não estava mais a fim de ouvir, eu já estava cansado de vê-la se menosprezar, eu estava cansado de vê-la falar que eu não gosto dela, sendo que já estava mais do que claro que ela não era indiferentemente para mim.

E então pela primeira vez na minha vida decidi com que o desejo e o impulso agissem no lugar da razão, decidi deixar o medo de lado, a insegurança de lado, a vergonha de lado e tudo quanto mais coisas que impedisse eu de fazer o que há muito tempo eu desejava fazer mais não me permitia por não querer aceitar o que já era obvio.

Já não dava mais para apenas fingir que a amizade dela era o bastante para mim, já não dava mais para esconder que eu desejava tocá-la, era só ela dizer que vai se afastar de mim que eu já fico louco a ponto de fazer o que fiz. Sem sequer pensar.

Aproximei-me rápido o suficiente para não desistir, puxei-a pela cintura e a conduzi até a parede, prensando-a nela, notei que ela ficou assustada e ao mesmo tempo surpresa, tanto que deixou os óculos que ela segurava escorregasse de sua mão e caísse no chão. Olhei-a poucos segundos, não queria pensar, não queria desistir, pois eu queria aquilo. Eu queria beijá-la. E foi o que fiz, a minha boca aproximou-se da dela, rapidamente e logo nossos lábios tocaram-se pela primeira vez, no mesmo momento eu senti como se eu tivesse sido atingido por uma corrente elétrica, e um calor gostoso logo dominou-me de uma maneira, que meu único desejo era aprofundar o beijo e beijá-la cada vez mais e mais.

O beijo durou um ou dois minutos, e me fez sentir todas as sensações diferentes e boas que existem nesse mundo, antes de beijá-la já estava claro para mim que eu sentia algo por Bella, mas ao beijá-la eu constatei que o que sinto por ela é diferente de qualquer coisa que já senti por qualquer garota nessa vida. Eu a amava. Eu a amava desesperadamente. E aquilo me assustou de uma forma que me fez parar de beijá-la para olhá-la.  Eu senti o choque da realidade fazer o meu cérebro acelerar, eu ofeguei e continuei a olhando recordando-me rapidamente de vários momentos que passei junto de Bella, desde quando ela era repugnante para mim até o momento em que ela se tornou fundamental em minha vida. Talvez ela sempre fosse importante para mim. Talvez ela nunca tenha sido indiferente. Eu só nunca quis aceitar.

— Edward... – ela sussurrou, parecendo querer me trazer de volta.

— Eu... – eu sussurrei, soltando um suspiro, coloquei a mão no rosto dela e continuei encarando-a. Ela tinha um rosto tão dócil, ela tinha olhos tão perfeitos... Ela era tão perfeita. Eu queria dizer que a amava, eu queria beijá-la de novo e fui fazer isso, aproximei-me para beijá-la novamente, mas não consegui. Algo me impediu. Eu voltei a pensar, então envergonhado, afastei-me. – Me desculpe... – eu sussurrei e então virei-me, e fui embora rapidamente, deixando-a lá, na chuva, sozinha.

Fui novamente fraco, idiota e preconceituoso, deixei a minha razão falar e vencer os meus sentimentos, eu entrei no meu quarto, bati a porta com força, e me encostei na parede, lentamente deixei meu corpo molhado deslizar-se pela porta, até eu cair sentado no chão. Nunca me odiei tanto na minha vida. Primeiro por me apaixonar por Bella, e segundo por não conseguir admitir isso.

Senti os meus olhos queimarem e meu coração doer, como voltaria olhar para Bella depois de deixa-la lá no meio da chuva? Eu não sabia como faria isso, mas eu sabia que uma hora eu faria, eu iria encará-la de novo, pois eu não conseguiria ficar afastado dela, se antes eu não conseguia, muito menos conseguiria agora.

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Eu não consegui dormir a noite toda, eu sentia o meu corpo arder de uma forma estranha toda vez que eu pensava no beijo e nas sensações que ele havia me causado, como era bom o gosto dos lábios de Bella, como o corpo dela era quente e aquela pele, que pele macia. Só de pensar naquilo, eu começava a me revirar na cama sem parar.

 Era mais fácil segurar a vontade de beijar Bella enquanto nunca tinha experimentado, do que agora, após ter experimentado. Meu desejo era levantar da cama e ir até o quarto dela e beijá-la novamente, porem eu sabia que era uma loucura, e me segurei, só que isso me tirou o sono a noite inteira.

No dia seguinte, eu fiquei levemente nervoso ao pensar que veria Bella novamente, primeiro no refeitório, depois nas aulas, depois de tanto pensar eu estava decidido a pedir desculpas a ela, nunca deveria ter sido fraco, nunca deveria ter a deixado sozinha na chuva. Ter me assustado com aquela mistura de sentimentos não era motivos suficientes para o que fiz.

Então, tentei tirar aqueles pensamentos pelo menos por alguns segundos de minha mente, arrumei-me rapidamente, e enquanto vestia a camisa eu percebi o quanto meu corpo estava dolorido e como a minha cabeça também doía. 

Terminei de me arrumar e sai do dormitório, fui para o refeitório rapidamente, entrei e sentei-me à mesa de sempre, ao lado de Emmett, que logo começou a falar algo que fingi prestar atenção, só depois de um tempo percebi que ele estava falando de Rosalie e da raiva que ele estava sentindo por ela, que no fundo eu sabia que não era raiva, mas era sim ciúmes. Depois, por sorte Jasper apareceu e ele concentrou-se em falar com ele, percebi que Jasper também falou algo sobre alice, mas não cheguei a prestar atenção, eu estava mais preocupado em procurar Bella, os meus olhos percorreram em todas as mesas, mas ainda sem sinal dela.

Demoraram ainda alguns minutos para ela chegar, ela sentou-se a sua mesa e comia sem olhar para nenhum lado. Com certeza deveria estar me evitando, porém eu continuava olhando-a com frequência, na esperança de ainda os olhos dela me procurar.

Demorou cerca de dez minutos mais ou menos para ela levantar o olhar, ela começou a olhar em volta do refeitório, até finalmente parar os olhos em mim, nossos olhos se encontraram, e percebi que os olhos dela brilhavam como nunca. Meu coração disparou no mesmo instante, eu sabia que precisava falar com ela.

Logo ela desviou o olhar para baixo, desistindo de me encarar. Soltei o ar e olhei para baixo também. Eu precisava falar com ela, eu precisava falar com ela. Era a única coisa que passava pela minha cabeça, durante toda manhã.

As aulas pareciam todas uma eternidade, as horas foram se arrastando até finalmente chegar a aula em que eu teria com Bella, o nervosismo começou a aumentar, eu já estava na expectativa de conversar com ela e quem sabe resolvermos esse problema. Eu não sabia como ele seria resolvido, mas precisávamos conversar e chegar a um consenso.

Logo quando entrei na sala já fui procurando-a com olhar, encontrei ela sentada na carteira com o olhar distante, então logo aproximei-me, sentei na carteira atrás dela, respirei fundo e então a chamei.

Ela olhou para trás rapidamente e logo desviou o olhar, parecia estar envergonhada, mas na realidade eu que deveria estar envergonhado com a minha atitude.

— Me desculpe... – eu pedi num tom baixo, ela rapidamente voltou a olhar para mim.

— Como? – ela perguntou.

— Eu não deveria ter ido embora, não daquele jeito... – respondi.

— Você também não era obrigado a ficar... – ela respondeu.

— Eu queria ter ficado, eu... – eu iniciei, mas calei-me ao perceber que uma garota loira havia entrado na sala, era Tanya, ela aproximou-se e sentou no meu lado, fazendo assim eu ser obrigado a deixar a conversa para mais tarde, era incrível como ela conseguia sempre aparecer no momento mais inadequado.

— Oi Bella! – ela cumprimentou, sorrindo de uma forma estranha.

Bella sorriu de volta e depois se virou para frente, sem falar uma única palavra. Logo em seguida o professor entrou na sala, começando a aula.

Por mais que eu tentasse, eu não conseguia me concentrar na aula, eu sabia que o professor estava passando um texto na lousa, mas sequer eu conseguia saber do que se tratava o texto. Eu o copiava sem nenhuma vontade, enquanto os meus pensamentos continuavam concentrados em Bella e como eu conseguiria falar com ela.

— Heii querida... – Tanya chamou Bella, fazendo eu acordar dos meus pensamentos.

Bella se virou rapidamente para olhá-la.

— O que? – ela perguntou.

— Teria como você prender um pouco o cabelo? Ele está atrapalhando a minha visão... – ela respondeu, Bella encarou-a com a boca entreaberta, eu também fiquei chocado, não acreditava que Tanya poderia chegar a esse ponto.

— Por que você não troca de lugar? – Bella sugeriu.

— Ué... É mais fácil você prender o cabelo do que eu trocar de lugar... – ela respondeu com desdém. – Além do mais eu quero ficar perto do meu namorado... – ela fez ênfase novamente na palavra “meu”.

— Ela não é obrigada a prender o cabelo Tanya! – eu respondi, com raiva. As atitudes de Tanya já estavam me enlouquecendo, eu sabia que uma hora nós dois íamos brigar feio.

— O que custa ela fazer isso? Ficaria até mais bonito para ela, se você ver até ajudaria a...

— Tanya, cala a boca! – eu a cortei novamente.

Bella discordou com a cabeça e começou a rapidamente ajuntar os materiais de cima da carteira, enfiou-os na mochila com violência e saiu apressadamente da sala de aula. Logo alguns alunos cochicharam, talvez estavam comentando sobre a atitude “estranha” dela, o professor ficou parado alguns segundos olhando para a porta, depois discordou com a cabeça e em seguida voltou a continuar a escrever o texto na lousa.

— Você não deveria ter falado assim com ela! – eu disse, olhando para Tanya com raiva.

— Você que não deveria ter me mandado calar a boca, tá pensando o que? – ela retrucou também bastante irritada.

Encarei-a por alguns segundos, depois discordei com a cabeça e então foi a minha vez de querer sair da sala de aula.

—Aonde você pensa que vai? – Tanya perguntou enquanto eu guardava o caderno e o estojo na mochila.

— Para bem longe de você! – respondi irritado, depois me levantei e coloquei a mochila das costas, indo em direção a porta da sala.

— Sr. Cullen, onde você pensa que vai? – escutei o professor falar, mas não o respondi, sai da sala e fechei a porta atrás de mim, bufei, passei a mão no meu cabelo e em seguida segui em direção ao meu dormitório.

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Ao entrar em meu dormitório, joguei a mochila no chão e deitei-me na cama, meus olhos pararam no teto do meu dormitório e soltei um longo suspiro.

Bella deveria estar se sentindo muito mal com o ocorrido, eu ainda não tinha tido a oportunidade de falar com ela, me explicar, e ainda Tanya faz isso com ela, a provoca, a humilha e ainda na verdade a culpa é toda minha, afinal, se eu nunca tivesse ficado com ela nada disso estaria acontecendo agora. Não, as coisas não poderiam continuar assim, eu precisava logo falar com ela e resolver a situação.

Fechei os olhos e pensei por mais alguns minutos. Por que estava sendo tão difícil confessar que a amo? Eu precisava fazer isso, eu precisava criar essa coragem, antes que eu me arrependesse por não ter feito isso antes.

Na verdade eu já estava começando a me arrepender...

Levantei-me rapidamente da cama, e tentei não pensar mais, afinal nada melhor de quando agimos por impulso, lá fui eu, sai rapidamente do dormitório e comecei a andar pelos corredores, começando a pensar onde Bella poderia estar, logo pensei, o mais provável pelo que a conheço ela estaria na biblioteca. Então lá fui eu, comecei a caminhar em direção a biblioteca.

Quando eu estava próximo a encontrei, ela estava caminhando nos corredores, bastante distraída. Aproximei-me rapidamente e sem pensar duas vezes a puxei rapidamente para dentro de uma sala de aula vazia, a mais próxima de nós.

Eu fechei a porta e em seguida a puxei pela cintura, colocando seu corpo contra o meu e entre a porta, nossos rostos estavam muito próximos e isso era um tanto tentador.

— Não dá mais Bella, não consigo mais fingir... – eu iniciei, eu não aguentava mais, eu precisava falar para ela, se eu não falasse eu sabia que iria me arrepender mais tarde.

— Como? – ela perguntou numa voz fraca, que saiu meio com dificuldade.

— Eu tento me segurar, mas a única coisa que eu quero é tocar em você, ficar perto de você, principalmente... – meus olhos desceram para a boca dela. – Te beijar... – finalizei em sussurros, enquanto tocava o seu rosto. – Essa vontade está ficando incontrolável, por isso que te beijei ontem... – acrescentei, tudo bem eu estava parecendo um desesperado, mas eu não estava mentindo, era isso mesmo que eu estava sentindo.

— Você estava com dó de mim, foi desespero, foi pelo que eu disse... – ela falou.

— Não... Eu não tenho pena de você Bella, porque eu teria? Se você é a garota mais incrível que eu já conheci... – eu disse aproximando meu rosto ao dela, já louco para beijá-la. – Eu estou completamente apaixonado por você Isabella Swan...

— Não, é mentira! – ela disse, empurrando-me para se afastar de mim, em seguida ela deu alguns passos para frente e depois se virou, para me olhar. – Você nunca me amaria Edward... – ela disse, discordando com a cabeça.

— Por quê não? Vai começar a se menosprezar? Qualquer um poderia se apaixonar por você se te conhecesse... –  eu disse, voltando a se aproximar dela.

— E Por quê? Por eu ser boa ou ser gentil? Não, isso não é o bastante para uma pessoa amar a outra... – ela retrucou.

— Ah não? – eu perguntei, arqueando as sobrancelhas. – Então me diga sabe tudo o que fez você me amar? Ainda você é boa e gentil e eu? Que qualidade então eu tenho para fazer alguém me amar?...

Eu fiquei esperando ela me responder, mas ela ficou abrindo e fechando a boca e nada, então eu continuei:

— Qual é seu medo Bella? – eu perguntei.

Ela ficou ainda alguns segundos calada, antes de me responder:

— É mais fácil amar você e saber que não vou ser correspondida, do que você me corresponder, pode parecer maluco de minha parte, mas eu já estava acostumada com isso, para mim é muito arriscado ouvir você falar que me ama, pode ser completamente tentador, pois logico que eu quero você perto de mim, mas, mas... – ela dizia deixando-me inconformado, eu a puxei pelo braço, na tentativa de fazer ela me olhar, mas ela parecia querer evitar o contato visual. – Eu não sei se posso ser boa suficiente para você, não da forma que você espera que uma garota seja, eu posso amá-lo e talvez você também esteja sendo sincero e também me ame, mas eu sei Edward o porque você evitou me dizer isso até hoje e te entendo, somos diferentes, muito diferentes, e eu se que você tem medo das pessoas te humilharem por isso, deles zombarem da gente por eu não ser da maneira que as pessoas esperem que seja a sua namorada, e para ser sincera Edward você não é o único, eu também tenho esse medo! – ela começou a chorar e começou a tirar as lágrimas rapidamente dos olhos. – Talvez antes eu não tivesse, talvez antes eu não me importasse com que as pessoas dizem, mas agora, pensando bem, depois de algumas coisas que aconteceram eu sei como as palavras machucam, e que as pessoas podem sim ser cruéis o suficiente para acabar com a gente, eu não sei Edward, mas eu já sofri muito para aprender a ver que você não é para mim, e eu prefiro... – ela se afastou de mim. – Que as coisas continuem como estão, pois quanto mais alto nós sonhamos, é como dizem mais alto é a queda...

Ela se virou, e saiu da sala rapidamente, antes que eu pudesse bolar qualquer tipo de resposta para dar a ela.

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Eu não sabia o que fazer, as palavras da Bella ficaram repetindo-se na minha mente, eu sabia que precisava insistir com ela, ainda mais agora que eu tinha tido a coragem de me declarar, só que eu entendia os medos dela, pois também eram os meus medos, e isso só fazia com que ficasse mais arriscado nosso relacionamento, pois caso não desse certo, eu me sentiria ainda mais culpado por ter insistido.

Depois disso Bella parecia querer me evitar, ela não me olhava no refeitório, e quando deparava-se comigo nos corredores faltava sair correndo, eu sei que ela estava com medo de eu tentar uma nova conversa com ela e ainda eu não tinha tido coragem de tentar, mas ver nosso relacionamento novamente nessa situação me deixou extremamente péssimo, o suficiente para que nada – extremamente nada – conseguisse me animar.

— Maninho, o que você tem? Anda tão desanimado... – minha irmã Alice perguntou para mim, enquanto eu mexia em meu armário, eu parei ao ouvir sua voz, soltei um suspiro e a olhei. – A ultima vez que vi você assim foi por causa de uma garota...

— É! – eu concordei.

— Sabe Edward...- ela começou, encostando-se no armário e olhando para suas unhas. – eu sempre desconfiei desse seu namoro com Tanya, eu acho que você nunca gostou dela de verdade, porque antes de ficar com ela, na nossa viagem a París, você estava bem estranho e Emmett disse que era por causa de uma garota! Quem é essa garota que você ama em segredo hein? – ela perguntou toda curiosa.

— Esquece Alice, eu não vou falar disso com você! – eu falei, desviando meu olhar.

— Por que não? Eu sou sua irmã e com certeza por ser mulher, vou te entender melhor do que o Emmett! – ela falou, e então eu suspirei, na verdade eu tinha vontade de falar disso com outra pessoa além de Emmett, eu queria poder conversar com alguém, não guardar sempre isso apenas para mim mesmo.

— Se eu te disser Alice que essa garota é fora do comum, tipo, não é uma garota popular, não se veste que nem você, a Rosalie, a Tanya... – eu disse, ela me olhou com os lábios entreabertos.

— É a Swan, não é? Eu sabia, vocês tem uma relação esquisita já um bom tempo!

— Não, não, antes ela ficava atrás de mim e eu ficava fugindo dela... – eu disse.

— É, porque você não queria admitir que gostava dela, é claro! – ela falou, eu suspirei, e encostei minha testa no armário.

— E você vai me falar que sou louco, cego, estou com graves problemas de cabeça que está distorcendo minha visão e blá, blá, blá! – eu resmunguei.

— Não, eu não sou Emmett, eu sempre disse que ela tem sentimentos como qualquer outra pessoa... e acho que ela poderia fazer bem a você! – ela disse, e eu olhei para ela com as sobrancelhas arqueadas. – Eu acho que já está fazendo, agora você é um dos poucos homens que consegue ver a mulher não apenas como um pedaço de carne, mas sim como um ser humano de verdades, e que tem outras qualidades além da beleza física! – ela disse, e depois aproximou-se e apertou meu rosto, deixando-me irritado. – Fala com ela maninho! – ela disse, e eu logo puxei a mão dela, tirando-a do meu rosto.

— Ela não me quer, ela acha que vão nos zoar, e estou completamente de acordo com isso... – eu respondi.

— E que tipo de homem é você que já aceita o primeiro não? Insisti, vai lá, melhor do que ficar ai choramingando, com cara de peixe morto... – ela falou, dando uma risadinha, e depois começou a se afastar. – nos vemos por ai maninho!

— Hei, não é para contar para ninguém sobre essa nossa conversa! – eu falei em alto som para que ela pudesse me escutar.

Ela riu, virou-se para mim e olhou-me com um olhar esquisito.

— Até parece que você não me conhece! – ela disse, antes de acenar e voltar a se virar, e caminhando em passos largos pelo corredor, logo ela dobrou e sumiu de minha visão.

Eu suspirei, pensei por alguns segundos até me conta de que, ela está certa, eu precisava insistir com Bella, eu não poderia aceitar o primeiro não. Fechei meu armário, guardei os livros em minha mochila e depois comecei a caminhar pelo corredor, a procura de Isabella Swan.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: Será que eles vão se entender? comentem, recomendem e favoritem!!!