Supernatural — Becoming Girl escrita por CASS


Capítulo 2
II — The Devil Wears Prada.


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente (fora Temer), obrigada aos 154 views, aos 11 comentários, aos 19 acompanhamentos e aos 4 favoritos. Sério, isso significa muito. ♥



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   — É Castiel! — a garota cruzara os braços para Sam e Dean, que ainda a encaravam perplexos. — Sou eu. Continuo o mesmo, não importa a casca em que esteja, continuo sendo o amigo de vocês.

   — Nós sabemos, Cass, é que... É difícil te ver assim. — Sam dera de ombros, puxando levemente o lábio para o canto esquerdo da boca.

   — Difícil me ver como mulher? É isso? Só porque sou mulher vocês vão me objetificar? Vão me esteriotipar? Vão...

   — Ou, ou, ou, Castiel. — Dean erguera as mãos, como se se rendesse. — Não é pra tanto, amigo. Afinal... Você continua o mesmo Castiel.

   — Obrigado. — o anjo respirara fundo.

   — Você precisa de uma roupa nova. — Sam notara, vendo os rasgões e a sujeira da camiseta preta que agora era marrom. — Olha quanta poeira.

   A garota assentiu, olhando agora no espelho, enquanto Dean arregalava os olhos para o irmão, em simples ato de querer dizer "pelo amor de Deus, por que você foi falar?". Castiel passava as mãos inúmeras vezes pelas calças e camiseta, até desistir. Elas continuavam do mesmo jeito, e também igualmente rasgadas. Os olhos azul-esverdeados dela desceram aos pés, ao all-star, e suspirou.

   — Volto já. — fechou os olhos.

   Exatos três segundos se passaram até Castiel perceber estar no mesmo lugar. Abriu os olhos, pigarreou, respirou fundo e tentou de novo. Sem sucesso, desistiu, bufando.

   — Não consigo.

   — Como assim não consegue?! — Dean indagou, alterando a voz minimamente.

   — Não consigo. — repetiu Castiel, como se explicasse o fato com aquela simplicidade. — Acho que estou sem poderes.

   Dean assentiu com uma careta, estendendo a mão até a garota, e logo baixando-a. 

   — Claro que está. 

   — Então acho que iremos ter de levá-lo, Cass. — o anjo olhou para Sam, que antes falara. — Vamos de carro. 

   — Você está citando o meu carro, dizendo que vai usar o (repito) meu carro, sem pedir a minha autorização, Sammy? — Dean cruzou os braços.

   — Ah, tá. — Sam dera uma risadinha, começando a andar até a mesinha de centro que estava na sala do hotel em que antes se hospedaram. — Vamos. 

   Sam jogou as chaves para o irmão, que pegou-as nas duas mãos, logo resmungando algo incompreendível. Castiel seguiu Sam, que já saía pela porta, e andava até o Impala, abrindo sua porta do carona. Esperou que Castiel abrisse a porta de trás e entrasse. Assim que o anjo o fez, Dean apareceu na porta. Ainda resmungava. Andou depressa até seu carro, pondo a chave na ignição e dando partida. O carro rangeu como nunca antes e, com um impulso, tomou seu rumo na estrada asfaltada de Cambridge.

...

   Não foram horas viajando. Foram simplesmente horas de grande perda de tempo, silêncio absurdo e vontade de suicídio além do que posso contar. Sam e Dean não conseguiam puxar assunto com Castiel, que agora descobria que tira um “brinco enorme” na orelha, que Sam identificou com um largador principiante; aqueles bem pequeninos com um espaço de uma grafite, sabe? O anjo observava atentamente cada milímetro do novo corpo, encontrando uma tatuagem no pulso. Tocou a mesma levemente, algum flash de um passado inexistente penetrando sua mente. A tatuagem era uma frase em latim. “Et Stabit”.

   O carro deu uma guinada inesperada. Castiel levantou os olhos. Eles estavam seguindo o rio até Newton, a cidade que deveria ter alguma loja de roupas. Eles encontraram uma figura ruiva parar de repente na frente do carro. As mãos estavam apontadas para o carro, em claro sinal de “pare!”. As mangas do vestido negro desciam como sinos. Os cabelos encaracolados estavam caídos nos ombros. Tinha um corte no rosto, e um rasgo no vestido.

   — O que essa sem noção tá fazendo na frente do meu carro?! — Dean gritou dessa vez, abrindo a porta do Impala e batendo a mesma, dessa vez com força.

   Castiel não pôde entender o que exatamente Rowena respondeu ao grito de Dean, mas estava fraca e falava baixo. O caçador estava vermelho de raiva, e apontava para ela como se a acusasse de todos os erros cometidos por eles mesmos ao longo de quase quarenta anos. A ruiva baixou a cabeça e balançou-a devagar, parecia chorar. Dean parou de repente e encarou Sam pelo para-brisa, e o mais novo entendeu. Deu uma olhada rápida para Castiel, perguntando silenciosamente se ele iria ficar bem. A garota assentiu, e Sam desceu.

   — O que aconteceu? — Castiel pôde ouvir Sam dessa vez, ele estava perto da janela aberta.

   — Rowena disse que algo alterou o tecido da realidade! — o anjo ouviu o grito de Dean ao longe. — FALA SÉRIO, SERÁ QUE EU NUNCA VOU TER PAZ NESSA DROGA DE VIDA?

   Sam segurou o braço de Dean, que afastou-se alguns passos do irmão e da bruxa, andando até o Impala. Respirou fundo antes de entrar.

   — Tudo bem? — Cass perguntou.

   — Aquele estresse de sempre, só.

   A menina assentiu.

   — O que ela disse?

   — Algo está alterando o tecido...

   — Não. — Castiel interrompeu o amigo. — Eu ouvi seus gritos daqui. O que ela disse pra você ficar em silêncio e olhar para Sam?

   — Continua imbatível em percepção, hein, Cass?

   Ela deu de ombros e um sorrisinho. Observou Sam voltar andando até o carro e pedir para que Castiel fosse para o canto. Atônitos, ela e Dean soltaram “quê’s” baixinhos. O mais novo os Winchester abriu a porta traseira do carro, deixando a bruxa entrar e sentar ao lado de Castiel. O anjo lançou-lhe um olhar assassino, fazendo a ruiva encará-la.

   — Ora, ora, se não é o cupido mais fofo da face da Terra. — mesmo fraca, seu senso de humor negro não teve fim.

   Castiel resmungou algo sobre não ser um cupido e odiar cupidos, quando Dean encarou Sam que sentava-se ao seu lado.

   — Sério, Sam? Vai colocar a Bruxa-Mor bem atrás de você?

   — Como se eu pudesse matar vocês sem poderes. — ela reclamou, cruzando os braços. — Longa história. Pé na tábua, Franguinho.

   Dean lançou-lhe um olhar que fez Castiel arrepiar. Ele nem sabia que podia fazer isso, mas aquilo era uma sensação estranha. Agora, Cass era humanX e estava confusX e sozinhX nessa. Não demorou muito, dessa vez, para que achassem uma loja de roupas.

   — Quer dizer que não serei de completa inutilidade hoje, não é mesmo? Ou vão me dizer que o Senhor-Auréolas sabe escolher uma boa roupa feminina?

   — Você não sabe escolher uma boa roupa feminina, Rowena. — Dean disse, rabugento, o que fez Sam dar uma risada e Castiel abrir um sorriso curto.

   — Assim você me magoa, Bonitão.

   — É aqui. “Spencer’s Costume”. — Sam lera o letreiro acima de uma porta. — Vamos.

   Dean estacionou o carro, e os quatro saltaram de lá. Primeiro entrou Sam, depois Rowena, logo então Dean e, por último, Castiel. Foram recebidos por atendentes eufóricas. Cass dera um passo para trás, assustado. Uma menina de camiseta rosa e cabelo louro preso em um rabo de cavalo sorriu para ele.

   — Olá, posso ajudar?

   — Eu quero um sobretudo. — Castiel respondera, cética.

   — Ah, por aqui. — a vendedora começou a andar no meio das araras de roupas coloridas.

   Castiel a seguiu, deixando Sam e Dean boquiabertos para trás. Rowena apenas balançou a cabeça.

   — Senso de moda igual a zero.

   — Eles são seus parentes? — a loura perguntou a Castiel.

   — Hã... Sim. Eles são minha família.

   A menina deu um sorriso e cruzou as mãos perto do rosto.

   — Eles são seus pais?

   — Quê? Não! — Castiel balançara a cabeça. — Eles são meus irmãos.

   — Vocês não são muito parecidos. — a vendedora olhou de esguelha para Sam, que tomou isso como uma deixa para se aproximar.

   — Mães diferentes. — o mais alto acariciou os cachos de Castiel, que tomou aquilo como uma ameaça e encolheu-se.

   — Ah. E ela?

   — Cadê o sobretudo? — Castiel rosnou levemente para a loura, já estava sem paciência.

   Como se ela se lembrasse, andou até a arara de sobretudos femininos, onde eles encontraram... Rosa. Era tudo rosa. Castiel olhou a loura.

   — Não tem outra cor?

   — Nós temos lilás.

   Com os olhos arregalados, o anjo encarou a possibilidade de usar mesmo aquilo. Um barulho ao fundo da loja quebrou o pensamento do anjo, que rapidamente voltou seu olhar para Dean e Rowena. Onde estavam eles? Olhou para Sam e logo para a vendedora, que sorria levemente.

   — Ora, Castiel, vai escolher ou não?

   Dito isso, ela avançou para cima de Sam, sua língua abrindo-se em uma espécie de cobra, ou tubo, ou seja lá o que fosse aquilo, estava indo diretamente para o pescoço de Sam. Uma olhada para trás salvou Castiel de uma outra vendedora.

   — Pishtaco! — Sam gritou, e com um barulho nojento e agonizante, Dean voltou com sangue no rosto.

   — Eca! — enfiou uma faca de prata nas costas da que estava em cima de Sam, e lutou contra a que antes avançara para Castiel.

   Dean voou pelas araras de roupas coloridas, enquanto a Pishtaco avançava para Castiel que, sem poderes, não pôde se defender. Ela segurou o queixo da menina-anjo e, balançando-a, deu um sorriso.

   — Estão meio que pagando muito por você.

   — Estamos cansados de ouvir isso. — Sam disse atrás do monstro, enfiando-lhe a faca de prata de Dean que escorregara no chão.

   Com um barulho nojento, o monstro caiu ao chão.

   — Parece que não precisam mais de ajuda. — Rowena segurava uma barra de metal na mão, ofegante. — Mas eu sim.

   Um urro gutural saiu de debaixo dos pés da bruxa e eles puderam enxergar o gerente da loja, que se debatia abaixo dela com os miolos escorrendo no chão.

   — Uma prata por aí?

   Dean jogou-lhe a faca e a ruiva matou o monstro.

...

   — É. Você até que se veste bem. — Rowena admitira, observando Castiel sair com o novo sobretudo rosa e o vestuário completamente mudado de como estava antes.


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Notas finais do capítulo

Obrigada, novamente por ler, e um agradecimento especial à revisão de Rapha e às ideias de Gus.