A Missão escrita por Felipe Carvalho


Capítulo 1
Uma Viajem Inesperada




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Bom, tudo começou em um determinado dia...

— Senhor Endoras, Senhor Endoras – Abro meus olhos forçadamente, as batidas da porta ecoam por todo o meu quarto fazendo um som de quebrar qualquer silêncio.

— Acalme-se Mirithyr, eu já estou de pé, avise a Anetryr que dentro de instantes irei recebê-lo.

Como um bom e velho ritual costumeiro, me levanto do lado direito da grande cama real onde verifico o meu corpo nu em frente ao grande espelho que me observa todas as noites. Meu corpo como sempre, bem conservado graças à imortalidade Élfica que é nos concebido a partir da meia vida.  Meus longos cabelos loiros cintilantes alcançavam a cintura, meus músculos são definidos, não exorbitantes, como os Progenitores gostavam de exibir, más definidos, sem estragar a beleza corporal. Meu dote intimo prefiro deixar ao meu lado pessoal. Como de praxe, me dirigi à lavagem corpórea onde logo em seguida coloquei minhas vestes, um longo roupão dourado, com bordados na manga e pescoço, onde uma aura cintilante formava uma lua atrás de minha cabeça, símbolo dos meus poderes. Em seguida saí do quarto, como era bom sentir o cheiro da mata molhada pela névoa da noite que ecoava pelos janelões dos grandes corredores, o vento trazia sempre consigo o doce sabor das ervas adocicadas que eram utilizadas para adoçar nossas refeições. O corredor era grande, continha grandes janelões que permitiam a visão das matas e arvores que nos cercava, era um extenso trajeto até a porta que dava acesso ao Grande Salão, porém durante o trajeto, era possível presenciar a magnifica natureza. Enfim, cheguei ao outro lado do corredor, onde forcei a porta, que dava acesso ao grande salão real, a se abrir. Nunca fui muito de gostar de coisas extravagantes, diferente de meus ancestrais que construíram o Reino do Norte. O grande salão tinha algumas dezenas de pilares de aproximadamente 30 metros, a natureza se misturava com o ambiente, os pilares tinham rosas e flores que giravam em sua circunferência, grandes sequoias faziam o corredor principal do palácio, uma atrás da outra, em fileiras, sequoias que brotavam a vida de pássaros que cantavam mesmo em dias nublosos em seus ninhos. O piso era de pedra lustrosa, uma pedra negra que emanava uma luz branca ao passo daqueles que caminhavam em cima, pegadas, era o que a luz imitava. As paredes do salão continham raízes de plantas e em alguns pontos, rosas brotavam em cima dos grandes janelões, as vezes alguns pássaros criavam ninhos sobre as janelas, más nunca questionei muito. O trono era uma antiga e lendária arvore, uma arvore que suas folhas brilhavam claro a presença de um amigo e emanava um imenso raio ofuscante de luz quando algum inimigo se aproximava. Ao lado do trono, uma grande mesa com mais de dez metros de comprimento, alimentava a corte de Anetryr. Em frente ao trono, existiam três degraus de ouro e um extenso corredor de sequoias, o corredor principal. Frente ao trono, que brilhava calmamente as suas folhas, se encontrava Anetryr, um Senhor Feudal Élfico do qual encarreguei da administração do lado nordeste de meu reino. Dirigi-me ao trono, onde nenhuma palavra foi dada até o momento do qual me sentei. Após me endireitar sobre os panos que cobriam a gélida madeira do trono, comecei o meu dialogo com o Senhor Feudal.

— Anetryr, o que te trás até mim? – Neste exato momento, Anetryr se levantou, deixou seu estado de reverência. Assim como quase todo Élfo, seus cabelos eram longos e seus olhos brilhavam como a cor do céu. Sua estrutura corpórea era bem modelada, porem sua estatura era um pouco mais baixo, em sua cintura ele carregava sua espada, a decapitadora e em seu rosto havia preocupação.

— Oh Grande Mestre, Senhor do Norte, peço-lhe desculpas por vir sem lhe avisar, más o assunto que eu tenho a lhe tratar exige muita atenção.

— Anetryr, você sabe que eu posso sentir a presença de quem anda em meu reino, ninguém entra ou sai sem que eu sinta sua presença e intenção. Sua presença é bem vinda em qualquer momento. Más... Receio que temes algo, o que lhe assustas?

— Agradeço a sua bondade meu Rei, más como foi me solicitado em pedido escrito, os carregamentos de ervas curandeiras e verduras infelizmente não poderá abastecer seus depósitos, até a próxima colheita.

— Oras, más porque não?

— Infelizmente ocorreu um incêndio inexplicável nas hortas ao estremo nordeste, justamente a horta que mais fornecia ervas medicinais, pois a terra era mais propicia ao plantio. Passamos uma longa semana tentando apagar o fogo que se alastrou pelas hortas seguintes. Um total de dois quartos do fornecimento semestral foi queimado.

Um silêncio de palavras tomou conta do salão, apenas os sons do vento entre as plantas e o som dos pássaros preenchiam o vácuo. Naquele exato momento, coloquei minhas mãos sobre a cabeça, onde uma onda de preocupação me atormentou, como iria alimentar meus elfos sem alimentos?

— Anetryr, que fogo foi esse que vocês não conseguiam apagar?

— Meu senhor, nosso reservatório de água quase secou em nossas tentativas falhas de apagar, tivemos que pedir ajuda ao mago que mora na costa litorânea do reino para poder apagar, parecia que o fogo se alimentava da nossa água.

— Então, irei com você até o nordeste, tenho que checar de perto esta catástrofe.

— Previ que o senhor quisesse verificar com seus olhos, por isto já trouxe a “Corte do Rei” e esta lhe espera ao lado de fora.

A Corte do Rei era uma carruagem magnifica, impossível de explicar tamanha beleza em uma carruagem. Imaginem uma caixa retangular, com rodas de raiz de sequoias, polidas e detalhadas a ouro, assim como quase toda a estrutura, seu interior era totalmente estofado por panos com uma fina cama de seda vermelha por ultimo. Sua cor era branca, com detalhes dourados do ouro, quatro grandes cervos, puxavam a carroça, servos gigantes, considerados por muitos, mais rápidos que cavalos.

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