If I die Young (REESCREVENDO) escrita por Baby Blackburn


Capítulo 6
This house of doubt is all we know


Notas iniciais do capítulo

Guess who's back!

Vamos para o capítulo dessa semana que, na minha opinião, é o início da jornada da Lily e Albus em busca de respostas pela morte do James.
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Espero que gostem, nos vemos lá embaixo :)



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James Potter ensinou muito para seus irmãos antes de partir. Em especial, os ensinou como guardar segredos de todos, menos dele. Tempos depois da sua morte, Lily e Albus se encontravam em uma situação difícil ao notarem que, por mais próximos que fossem, não sabiam de nada sobre James Potter.

Passaram o dia em busca de algo que pudesse abrir a caixa ou que pudesse lhes dar uma dica de onde aquele bilhete pudesse ter vindo. O quarto do irmão, que havia ficado intacto desde sua última vez na casa, agora estava revirado e bagunçado como nunca antes. Cansados de procurar por algo que nem ao menos sabiam o que era e com medo de responder perguntas de seus pais quando chegassem, os irmãos apenas colocaram as coisas no lugar e levaram consigo a mochila, jaqueta, caixa e algumas agendas que acharam em gavetas para o quarto de Albus.

Sua briga com o mais velho tinha sido esquecida no momento em que se juntaram para falar de James. Mesmo depois de partir, ele ainda tinha o dom de apartar as brigas recorrentes na casa dos Potter.

— Poderia ser algo relacionado a um trote antes dos jogos? – perguntou Lily enquanto folheava as agendas em busca de algo. – Como o que fizeram com você no ensino médio quando era mascote.

— Não acho que uma ameaça em potencial se encaixe nisso – respondeu enquanto forçava o cadeado da caixa com o arame. – Por que você continua me lembrando desse trote?

— Foi divertido – largou as agendas do seu lado e se jogou na cama do irmão.

— Foi humilhante. Tira o tênis da minha cama, sua imunda – Se virou para a ruiva deitada na sua cama e fez uma careta de desgosto antes de voltar sua atenção para o cadeado. – Mas que grande porcaria, de quem foi a ideia de dar uma caixa com cadeado para o James?

— Sua. – Lily riu se enrolando nas cobertas.

— Foi uma ótima ideia, na época.

Lily soltou uma risada leve antes de se aconchegar mais nas cobertas e cair num sono profundo.

 

*

 

Acordou atrasada no dia seguinte, ainda embolada nas cobertas de Albus
enquanto o irmão roncava baixinho sobre a escrivaninha. Se levantou correndo enquanto cutucava a cabeça de Al com a ponta do tênis e saiu correndo pela casa, quase esbarrando no pai e se trancou no quarto, começando a se arrumar. Vinte minutos depois, uma Lily ainda mais atrasada e, agora descabelada, descia as escadas da casa pulando de dois em dois degraus enquanto procurava pelo celular e carregador na bolsa.

Albus, que parecia ter passado a noite em claro, tentava não cair de cara no seu prato de torradas enquanto acenava minimamente para Harry que falava empolgado sobre algo do escritório. Ginny, sentada no seu lugar de sempre na ponta da mesa, lia um jornal enquanto comia algumas frutas distraidamente. Lily entrou como um furacão na cozinha indo em direção aos armários onde pegou um copo de café descartável e encheu do líquido amargo e escuro. Se abaixou ao lado da cadeira da mãe para pegar um morango que a mesma estava levando até a boca. Ainda escutando os protestos da mãe sobre a falta de alimentação da filha, a ruiva saiu pela porta dos fundos em direção ao seu carro.

O percurso até o jornal, que normalmente levaria 20 minutos, demorou 45 minutos até a chegada ao seu destino. Já no elevador, a garota batia nervosamente o pé direito no chão enquanto consultava o relógio de pulso, estava quase uma hora atrasada. As portas se abriram em seu andar e ela saiu da caixa de metal apressada até seu lugar de sempre.

Estava ligando o computador enquanto organizava sua mesa quando uma sombra foi projetada sobre ela.

— Scor...- começou a falar virando a cadeira e olhando para cima. Seus olhos se arregalaram ao notar que quem a encarava era Remus Lupin, editor executivo do The Daily Telegraph. Apesar de ter crescido com a presença do homem na sua casa, sendo ele um dos melhores amigos do avô, não gostava de abusar da sua boa vontade no local onde trabalhavam. – Sr. Lupin.

— Potter – acenou minimamente com a cabeça enquanto se apoiava na mesa da editora. – Bondade a sua ter se juntado a nós para mais um dia de trabalho... – Checou o relógio pomposamente antes de voltar a olhá- la.  Mesmo que com quase uma hora de atraso.

— Me desculpe, Sr. Lupin...tive alguns problemas no caminho para cá.

A expressão no rosto de Remus mudou, uma ruga de preocupação se formou entre suas sobrancelhas.

— Algo que posso ajudar? – perguntou enquanto se abaixava minimamente e diminuía o tom de voz.

— Não, apenas alguns imprevistos. Mas obrigado.

Lupin ainda ficou algum tempo a olhando, como que para se certificar de ela estava bem, e, então, acenou novamente e voltou para a sua sala. Lily suspirou aliviada e voltou sua atenção para o trabalho.

Em busca de recuperar a hora perdida, ela dispensou o convite de Scorpius e Matteo para almoçarem juntos e pediu um lanche para comer enquanto trabalhava. Já era quase 16 horas quando o nome de Albus brilhou na tela de seu celular, indicando a ligação. Assustada com a tentativa de contato rara e repentina, Lily atendeu depressa.

— Al? ‘Tá tudo bem? – perguntou preocupada sem ao menos dar a chance dele responder. - O que aconteceu? Não deveria estar trabalhando?

— Eu estou – respondeu baixinho, sendo seguido do barulho de uma porta fechando. – Ou pelo menos estou fingindo que. Mas isso não vem ao caso, – fez um minuto de silêncio na linha – estou tentando falar com você o dia todo.

— Desculpa, estava concentrada no trabalho e...

— Não importa, o que importa é que eu lembrei onde a chave da caixinha
está.

— Como você...?

— Ele pendurava em uma corrente e andava com a chave estúpida no pescoço, lembra? – A voz do irmão parecia extremamente animada e Lily sorriu minimamente por isso.

— E onde está a corrente?

— Violett me trouxe no horário do almoço. Vá direto para casa depois do trabalho, vamos abrir essa merda.

E falando isso, Albus encerrou a ligação.

 

*

 

Às 17 horas em ponto Lily deixou a redação sem se despedir de Matteo ou Scorpius, dirigindo até sua casa o mais rápido que pode. Ao chegar agradeceu a falta do carro dos pais. Quanto menos perguntas, melhor. Estacionou o carro na sua vaga e foi apressada até a entrada.

A casa estava escura e silenciosa, mas ao se concentrar pode ouvir os passos de Albus no andar de cima, largou a bolsa no sofá e subiu as escadas. Ele andava de um lado para o outro colocando roupas em uma mala sobre a poltrona que havia em seu quarto. Lily bateu levemente na porta para sinalizar sua chegada.

— Finalmente – largou uma camisa social na cama e foi até a escrivaninha
onde pegou a caixa de uma das gavetas.

— O que tem dentro? – perguntou, se sentando na cama do irmão vendo ele tirar a chave do bolso da calça social que ainda vestia.

— Ainda não abri, quis te esperar – Jogou a chave em sua direção e sentou ao seu lado. – Esse exibido usava ela no pescoço e a gente não nem percebeu.

Lily olhava a pequena chave ornamentada em silêncio por alguns segundos antes de estendê-la para o irmão.

— Abre logo.

Albus pegou a chave e destrancou o pequeno cadeado dourado. A caixa estava cheia de polaroides de James em várias fases da vida junto com alguns bilhetes do ensino médio e faculdade. Ao seu lado, o irmão pareceu murchar ao notar o conteúdo da caixa que o havia deixado acordado a noite toda.

— É só isso? – perguntou chateado. – Por que diabos ele trancaria fotos inúteis?

Lily analisava foto por foto e lia os bilhetes atentamente. Albus bufou se levantando e voltando a arrumar a mala que tinha sido esquecida. Aos poucos,
a caixa foi se esvaziando até não sobrar nada. Ficou alguns minutos
analisando ela vazia em seu colo.

Suspirando colocou a caixa na cama do irmão ao seu lado. O movimento de tirá-la do seu colo fez com que o fundo da caixa produzisse um ruído. Franzindo o cenho, Lily mexeu ela ao lado da orelha. O som de algo se mexendo continuava lá.

— Al? – o homem, que se ocupava em dobrar alguns pares de meia, respondeu com um resmungo. – Ainda tem algo aqui.

Ele levantou o olhar confuso indo em direção à irmã tomando a caixa das suas mãos. Balançou a caixa com força e o som que Lily tinha ouvido se intensificou.

— Isso é...um fundo falso? Por que a gente deu a porra de uma caixa com
o fundo falso para ele?

— Eu não sei, só tinha doze anos quando compramos. – Respondeu enquanto olhava o irmão forçava o fundo da caixa tentando tirá-lo.

O fundo verdadeiro da caixa era ocupado com um pendrive azul preso a um chaveiro da UCL, junto deles havia um pedaço de papel enrolado. O coração dos irmãos acelerou e ambos, inconscientemente, trancaram a respiração enquanto as mãos trêmulas de Lily desenrolavam o bilhete.

53°06'57.0"N 4°01'32.W – Nunca se esqueça.

— São coordenadas? – Albus indagou olhando por cima do ombro da irmã. Ela saltou da cama e se dirigiu até a escrivaninha do irmão onde o computador do mesmo jazia aberto. Digitou a senha rapidamente e esperou que o navegador abrisse. – Como sabe a minha senha?

— Meu aniversário e o do Jay – respondeu enquanto digitava as coordenadas do papel na sua mão. – Bem previsível.

— Mas que porra...

— Llyn Idwal, Bangor – se virou para o homem que havia se posto atrás da cadeira dela. – Conhece?

— Não, nunca ouvi falar. – Virou o computador para o seu lado lendo as informações do lugar antes de procurar por foto. – Fica a três horas daqui.

— Pera ai, volta uma foto – Lily olhou atentamente para a foto que queria e se levantou indo até as polaroides esquecidas na cama. – Olha, o lago atrás do James parece ser o mesmo e tem um faixa ali atrás...mas não dá pra ler.

— Foi a viagem de verão da UCL, antes do James se transferir para San Francisco. - Por que ele teria as coordenadas dessa viagem com um bilhete de “nunca esqueça”? – suspirou levando as mãos até o rosto, quando voltou a falar sua voz estava abafada. – Não faz nenhum sentido.

— Talvez tenha conhecido alguém lá e guardado de recordação.

Lily tirou as mão do rosto e voltou seu olhar até o irmão com uma expressão de descrença no rosto.

— Acredita mesmo nisso?

— Não.

Albus sentou na cama sentindo seus olhos pesados da noite mal dormida. Abaixou a cabeça, tentando aliviar a tensão do pescoço, fazendo com que seu olhar encontrasse o pendrive esquecido ao lado da caixa.

— Veja o que tem aqui – disse pegando o objeto e entregando a Lily enquanto se levantava novamente.

— São fotos da viagem – respondeu ao abrir o arquivo. – Mas James não aparece em nenhuma, não em primeiro plano.

— Por que alguém daria a ele um pendrive com fotos de desconhecidos?

— Deveríamos ir até lá. – Lily sentenciou se virando de frente para o irmão, que continuava a olhar o computador com os olhos arregalados tentando não manter contato visual com ela. – Al..

— Pra que, Lily? – levantou da cama voltando a arrumar sua mala. – Não podemos só esquecer que perdemos uma noite inteira tentando abrir essa caixa pra nada?

— Al, o bilhete da jaqueta foi claramente uma ameaça e esse pode ser uma continuação.

— Ou uma garota ou garoto que o James transava e não queria que ele se
esquecesse deles em São Francisco.

— São apenas três horas de viagem, podemos ir agora e voltamos pela
manhã.

— Luna, já passa das 18 horas e tanto eu quanto você trabalhamos amanhã. Sem contar que amanhã depois do expediente eu e o papai vamos para o escritório de Nova Iorque. Só voltamos no domingo. - Você e o papai vão viajar juntos? – debochou se levantando da cadeira para se sentar na grande janela do quarto do irmão.

— É um caso grande e ele quer a minha ajuda, então...

— Eu vou, com ou sem você – sussurrou olhando o sol se pôr no horizonte.

— Eu sei – largou as roupas novamente e foi até sua irmã se colocando
atrás da mesma e apoiando seu queixo em seu ombro. – Só tenha cuidado, e leve alguém com você.

 

*

 

— Então, você quer a nossa companhia para uma viagem mas não quer falar o por que estamos indo até esse lago? – questionou Matteo no dia seguinte durante o horário de almoço dos três. – Você só pode estar brincando.

— Escuta, Albus não pode me acompanhar e é importante – seu olhar encontrou o de Scorpius que tinha a encarado do início ao fim da sua explicação. O rosto fechado e os braços cruzados sobre o peito. – Partimos no sábado de manhã e voltamos ao entardecer.

— Você não nos disse sobre o que se trata ou o que vamos procurar lá, por que faríamos isso por você? – perguntou Scorpius com a voz calma.

— Querido, você vai fazer o que ela te pedir em questão de segundos e todo mundo aqui sabe. – Matteo falou em meio a risadas se desviando do tapa que o loiro tentava dar em sua cabeça. Se voltou para Lily e pegou uma de suas mãos por cima da mesa. – Lils, nos diga um motivo e seremos seu Batman e Robin.

— Tem algo a ver com James, mas eu ainda não sei o que pode ser. Isso é tudo o que eu posso dizer.

Matteo e Scorpius trocaram um olhar preocupado por um segundo antes de suspirarem e voltarem a encarar a ruiva sentada na sua frente.

— Tudo bem - disse Scorpius pegando a outra mão da menina. - vamos com você. E só para constar – se virou para Matteo com um sorriso debochado – eu sou o Batman.

— Ai querido, você bem que gostaria de ser. – respondeu enquanto se virava para Lily que ria dos dois.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Me deixem saber suas opiniões e teorias, estou curiosa.

Até quinta que vem :)



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