If I die Young (REESCREVENDO) escrita por Baby Blackburn


Capítulo 10
I close my eyes and bang I am dead


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como tem sido a semana de vocês até agora? Espero que boa :)
Eu havia prometido nas primeiras postagens que traria um capítulo todo do James e, mesmo que eu tenha tentado escrever algo sobre a vida dele, achei que seria mais apropriado que vocês soubessem como foram as últimas horas desse personagem até ele encontrar a morte precoce.
Esse capítulo foi extremamente difícil de escrever mas acho que no final eu consegui extrair tudo o que tinha imaginado. Existe uma grande diferença entre falar que o personagem morreu e de fato escrever sobre a morte dele e a do James foi triste por diversos fatores.
ATENÇÃO!!!!!
Caso essa informação tenha passado despercebida por você nas notas iniciais do capítulo 7; após a postagem deste capítulo eu irei fazer uma pausa de duas semanas nessa fanfic. Isso não quer dizer DE MANEIRA ALGUMA que eu irei desistir dela, apenas preciso desse tempo para planejar nos mínimos detalhes os próximos dez capítulos para que eles sejam entregues da melhor maneira para vocês. Não se preocupem, IIDY vai ser finalizada dessa vez.
Como dito anteriormente e que eu acredito que aqueles que me acompanham tenham notado, eu estou postando uma coletânea de song fics inspiradas no álbum Fine Line de Harry Styles. As postagens não tem um dia certo mas toda semana tem uma.
A música desse capítulo já esta na playlist: https://open.spotify.com/track/6MM22AtXB7I5gfTErMF0mJ?si=86neZhmMTmumNMf-iUHWRQ e eu recomendo que vocês escutem ela como trilha de fundo durante a leitura, é uma dica que eu dou para sentir tudo o que quis passar.
Sem mais delongas, apresento a vocês o décimo capítulo de If I die young na visão de James Sirius Potter em suas últimas horas.



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James desceu do ônibus sendo acompanhado pelos gritos e empurrões entusiasmados dos jogadores. Com a taça em mãos e um sorriso no rosto, ele prendeu os lábios entre os dedos e emitiu um alto assobio chamando a atenção de todos. Olhou orgulhoso para cada um dos jovens rostos animados e orgulhosos na sua frente, sentindo os olhares dos pais nas suas costas.

— Escutem bem! – Falou alto chamando a atenção dos que ainda cochichavam entre si. – Cada um de vocês fizeram por merecer esse troféu e eu não poderia estar mais orgulhoso. – Os jogadores vibraram junto com os pais. – Agora eu quero vocês indo pra casa descansar; o fim de semana foi ótimo, mas segunda tem prova de literatura e alguns nem ao menos terminaram o livro.

Aos resmungos e pés arrastando, todos os jogadores foram ao encontro dos responsáveis que os esperavam ansiosamente. Recebendo acenos alegres e tapinhas nas costas, James caçou as chaves da escola em seus bolsos. Ainda sorrindo e se despedindo dos alunos retardatários, ele abriu o saguão de entrada equilibrando o troféu em mãos.

Os corredores vazios e escuros davam razão aos boatos de fantasmas que os alunos gostavam de contar. O barulho que as janelas produziam quando o vento batia nelas arrepiava os cabelos de sua nuca e o som longínquo de uma goteira estava começando a assustá-lo. Dobrou o corredor que dava acesso à sua sala e abriu a porta. Deixou as coisas sobre a mesa enquanto procurava as chaves das portas para a sala de troféus. Escutou o barulho de passos vindo do corredor quando finalmente achou o que procurava.

— Olá? – Chamou alto, colocando sua cabeça para fora da sala. – Tem alguém aí? Sem resposta, pegou suas coisas e trancou a sala indo em direção ao armário de troféus que ficavam expostos no corredor principal. Seus passos e o barulho da sua respiração eram as únicas coisas que poderiam ser escutadas, mostrando que ele era o único a estar na escola àquela hora, e mesmo assim ele chegava o corredor por cima dos ombros toda vez que se sentia observado.

Pegou o celular dentro do bolso da jaqueta e chegou o horário. 22:45. Precisava correr se quisesse pegar Violett acordada. A sua estadia em Manchester lhe trouxe mais que um troféu para o time da escola, durante os intervalos do treinos e os passeios pela cidade, James acabou conhecendo um senhor a procura de um comprador para sua casa. Mesmo sabendo que ele e a noiva se limitaram na procura de apartamentos, depois de conhecer a casa e falar sobre valores soube que valeria a pena o esforço que fariam para conseguir o lugar. Havia planejado todo o discurso para convencê-la de que aquele era um bom lugar para dar início a sua família. E, talvez, aceitar a ajuda financeira dos pais não fosse tão ruim assim.

Sorrindo com seus planos e acelerando os passos, James chegou no armário de vidro que comportava todos os troféus do time até o presente momento. Abriu a porta com cuidado e pousou o mais recente no lugar que a diretora havia demarcado antes da viagem – mal podia esperar para ver a cara da Diretora Minerva ao descobrir que eles realmente haviam ganho.

Fechou a porta e encarou as fotos antigas dos times que vieram antes dele. Pode encontrar ele mesmo, seu pai e avô. Todos capitães de suas épocas. Todos James. Foi afastado de seus pensamentos por um barulho no fim do corredor, de onde ele havia vindo.

— Olá?

Silêncio. Com o coração acelerado, guardou as chaves no bolso da calça e se virou para a direção contrária dando de cara com uma figura ruiva ligeiramente alta.

— Puta que pariu! – Gritou ao ficar de frente com a pessoa. – Mas que merda, Rose. – A prima explodiu em risadas, jogando a cabeça para trás e se apoiando na parede. – O que você ta fazendo aqui, porra?

— Vim pegar algumas provas que esqueci. – Respondeu ainda se recuperando da crise de risos e caminhando em sua direção com os braços abertos. – Olá? Tem alguém aí? – Imitou a voz dele com uma expressão abobalhada no rosto e a sombra de uma risada nos lábios. – Que porcaria de pergunta Sirius.

— Não tem graça. – Riu passando o braço pelos ombros da prima indo em direção à saída.

— Presumo que aquele troféu gigante que estava carregando é um sinal de que ganharam, estou certa?

— Foi lindo, os garotos deram tudo de si e o resultado foi o melhor da temporada. – Respondeu com um sorriso orgulhoso no rosto.

— Quer beber algo pra comemorar? – Perguntou mexendo as sobrancelhas e se virando de frente para ele, fazendo com que a mesma andasse de costas. Olhando desse ângulo e com mais atenção James pode notar a mochila desconhecida e surrada que não combinava em nada com Rose Weasley. Estava suja e parecia ser pesada demais para conter apenas provas.

— Eu gostaria de comemorar com bebida, - Disse depois de analisar a mochila, um sorriso brotou no rosto dela e James se sentiu culpado por ter dado esperanças para depois descartar o convite – Mas eu tenho que encontrar a Violett agora, ela acha que eu só chego amanhã, então...surpresa.

Rose riu, seca, e voltou a caminhar ao seu lado.

— Violett, entendi.

— Tenho uma novidade pra ela e preciso contar hoje. – Disse animado parando ao lado de seu carro. – Sabe como é, antes que eu pense demais e ache que é loucura.

— Se você acha que pode desistir se pensar demais, provavelmente não é a coisa certa. - Constatou do outro lado do estacionamento, abrindo a porta de seu carro.

— Talvez esteja na hora de eu fazer algo fora dos trilhos?

— Nunca saberemos a resposta. – Acenou em despedida antes de colocar as coisas no banco do passageiro. James seguiu seus passo abrindo a porta do motorista e ajeitando suas coisas lá dentro.

Estava pronto para entrar quando notou algo preso em seu limpador de para-brisa. Era um papel enrolado em um plástico, evitando que ele fosse danificado pela chuva que caiu durante o dia. Desenrolou o plástico que o envolvia e abriu o pequeno bilhete. As palavras desconhecidas estavam escritas em uma caligrafia que assombrava James a mais de um ano.

Olhou para os lados em busca de algo e seus olhos pousaram em Rose se arrumando dentro do carro. Pôs o tronco para dentro do carro pela janela e pressionou a buzina, vendo a prima pular de susto dentro do veículo.

— Tá maluco Potter? – Gritou colocando a cabeça para fora da janela.

— Você chegou aqui antes de mim, - Levantou o bilhete para que ela pudesse ver – Viu quem deixou aqui?

— Cheguei pouco tempo antes do ônibus. – Deu de ombros como se estivesse se desculpando. – Deve ter sido um aluno brincando ou um admirador secreto. – Riu dando partida no carro. – Te vejo depois, dirija com cuidado.

James continuou parado no meio do estacionamento, agora vazio, vendo o carro de Rose partir. Aquilo não era obra de um admirador.

*

Seu coração bateu assustado por todo o caminho até a casa dos McNair, mas sorriu quando estacionou o carro na frente da casa da mulher e foi em direção a porta de entrada enquanto procurava sua chave reserva na mochila que trazia no ombro. Parou por alguns segundos antes de colocar a chave na fechadura e gira-la lentamente, tentando abrir a porta o mais silenciosamente possível.

O primeiro andar da casa estava quase todo tomado pela escuridão, salvo apenas pelo pequeno ponto de luz que vinha de uma luminária acesa ao lado do sofá. Não havia sinal de que Violett pudesse estar por ali. Suspirando, cansado, James tirou a jaqueta do time – presente dos jogadores ao ganharem seu primeiro jogo tendo ele como treinador - e pendurou junto aos outros casacos que ficavam perto da porta de entrada.

Ainda em silêncio, subiu as escadas em direção ao longo corredor que levava até os quartos da casa. Ao chegar no topo das escadas pode ver a luz que saia do quarto de Violett. Sorriu com saudade.

Uma risada conhecida saiu de dentro do cômodo fazendo com que seu sorriso se fechasse. Outra risada e vozes cochichando. James começou a andar em direção à porta. O suave barulho de algo sendo jogado sobre o chão seguidos de mais cochichos e ofegos. James continuou a andar até chegar na porta aberta.

— Vio? – Chamou enquanto sentia seus músculos endurecerem o mantendo paralisado enquanto aquela cena se desenrolava em sua frente. Ao ouvir seu nome sendo chamado por James, Violett levantou assustada, trazendo Albus consigo. – Mas que porra?

A mulher veio andando rapidamente em sua direção, vestindo apenas um sutiã e com a calça jeans desabotoada. Albus continuava preso no lugar, vestindo apenas sua boxer.

— James...o que você está fazendo aqui?

— Eu acho que as perguntas aqui deveriam ser feitas por mim. – Respondeu com a voz quebrada. – Então, o que ele está fazendo aqui?

— Não é o que você está pensando...- Ela tentou se aproximar do noite e
por uma das mãos em seu braço.

— Ah, vai a merda Violett. – Gritou, a empurrando, sentia nojo de seu toque e sua pele se arrepiava da pior maneira possível.

— Hey, se acalma cara. – Albus, que tinha achado a sua voz e saído do transe, se pôs entre o irmão e a mulher que chorava compulsivamente.

— Era só o que me faltava. – Riu esfregando a testa com violência. – Era só o que faltava ter que olhar pra sua cara depois disso.

— Olha, se você se sentar e se acalmar nós podemos te explicar tudo...- Albus falava calmamente e James pode jurar ter visto a sombra de um sorriso em seus lábios enquanto o irmão colocava a mão em seu ombro.

— Não! – Gritou afastando a mão dele com violência. A raiva o consumia e tudo o que ele via era vermelho. O sangue latejava em seus ouvidos e seu corpo tremia por inteiro. Sua cabeça girava e algo dentro dela gritava ‘Albus e Violett’. – Eu não vou me acalmar e muito menos escutar as desculpas esfarrapadas de vocês. Não depois de pegar meu irmão quase fodendo minha noiva.

Olhando uma última vez para os dois, James limpou as lágrimas que escorriam por todo seu rosto e se virou, indo embora.

— Jay..- Pode ouvir os chamados e os paços da mulher atrás de si. Estava prestes a abrir a porta quando sentiu a pequena e quente mão dela em seu braço. Foi preciso reunir toda a sua força para não desabar ali.

O toque quente dela o lembrava de todas as histórias que seu pai contava sobre o verdadeiro amor e do seu coração cheio de alegria quando encontrou o seu. Violett era seu verdadeiro amor. Mas ele não era o dela, e ele só enxergou isso naquele momento. Violett McNair amava James Potter com todo seu coração, mas amava Albus Potter mais do que a própria vida. – Por favor...

— Eu amei você.

— Se você puder escutar...- Albus insistiu, parado no pé da escada, ainda sem camisa e com os cabelos desgrenhados. Seus olhos realmente não mostravam arrependimentos ou o mais velho só não sabia mais lê-lo.

— Cala a porra da boca, Severus! – Gritou andando em direção ao irmão.

— Isso tudo, essa porra toda é culpa sua!

— Ah, minha culpa? – Gritou igualmente alto ignorando os pedidos desesperados da mulher. – Eu não acho que deva carregar isso sozinho, Sirius.

— Empurrou o irmão pelo peito. – Talvez se você não tivesse metido o seu nariz onde não foi nunca chamado, Violett estivesse comigo desde sempre.

— Do que é que você estava falando? – Perguntou recuando.

— Eu amei ela primeiro e você apareceu brilhando como a porra de um vaga-lume pra roubar o foco pra você. – Respondeu com a fúria tomando conta do seu ser, partiu pra cima do irmão o empurrando mais uma vez.

— Ninguém te chamou para aquela festa, mas mesmo assim você apareceu com esse sorriso estúpido e roubou a única pessoa que era só minha.

— Você não me disse...

— E eu tive chance? – Riu com escárnio. – Você logo anunciou quão apaixonado estava por ela e novamente o foco foi você. Sempre você.

Os dois se calaram e tudo o que poderia ser ouvido era o choro desesperado de Violett. James limpou as lágrimas que não paravam de escorrer antes de voltar a encarar o irmão.

— A quanto tempo isso está acontecendo? – Perguntou com o olhar voltado para Albus, mas seu tom de voz deixava claro que aquilo deveria ser respondido por Violett.

— Jay, eu ia te contar...

— Quanto tempo?! – Gritou, chutando a mesa de centro da sala.

— Um ano. – Disse em um fio de voz.

— Um ano? – Perguntou incrédulo. Colocou as mãos na cabeça e se sentou encolhido no sofá. Sua cabeça doía. Sua garganta doía. Seus pulmões doíam. Mas nada se comparava com a dor em seu coração.

— Nós íamos te contar. – Ela se abaixou ao seu lado no sofá, suas mãos trêmulas passavam pelos seus cabelos suavemente. – Essa era a última vez, Lily nos avisou...

— Luna sabia disso? – Questionou magoado, seu coração não parava de
partir.

— Ela só quis te proteger, cara.

— Assim como vocês dois, eu imagino. – Retrucou se levantando do sofá e indo em direção à saída novamente sob os protestos de Violett. Parou com a mão na maçaneta e a apertou até seus dedos ficarem brancos. Respirando fundo, se virou um última vez para os dois. – Vocês se merecem, são podres.

— Jay...

— Vamos ficar melhor sem você no caminho. – Albus disse alto para as costas do irmão. James limpou uma lágrima teimosa que caiu e abriu a porta.

Aquela foi a última vez que viu a noiva ou o irmão.

*

James dirigiu o mais rápido que pode pelas ruas vazias e escuras de  Londres. Casa não era seu destino, ainda mais ele não sabendo mais o que significava essa palavra. Seus olhos transbordavam de lágrimas a cada segundo e suas mãos tremiam no volante.

Já haviam se passado horas desde o momento em que chegou na escola com um troféu em mãos e o coração cheio de esperanças para o futuro. Agora com ele doendo a cada batida, desejou nunca ter descoberto aquilo. Sua respiração era pesada e seu corpo começou a tremer violentamente. Sabia que dentro de minutos uma crise o derrubaria.

Desviou os olhos da estrada por alguns segundos quando a luz de um poste fez com que a aliança de namoro em seu dedo brilhou. Seu coração pareceu se partir pela última vez e a dor que sentiu não poderia ser comparada com nada que já tinha experimentado.

Tirou as mãos do volante com o objetivo de arrancar aquele estúpido anel do seu dedo. Ainda com a aliança na mão ele levantou a cabeça e viu o brilho intenso de faróis vindo em sua direção. Hipnotizado pela luz e anestesiado pela dor de ter sido traído por duas pessoas que amava incondicionalmente, James apenas ficou parado olhando para aquele brilho intenso.

Os abraços quentes e rápidos de sua mãe vieram em sua cabeça, assim como o olhar orgulhoso de Harry. A risada alta e contagiante de Lily e o amor que sentia por Albus. Com os olhos arregalados ele colocou as mãos no volante e pisou no freio o mais rápido que pode.

Ainda que fizesse a maior força que conseguia, ele soube que não teria resultado e aquela mochila de Rose junto com o bilhete em seu carro seriam o motivo.O barulho dos freios do outro veículo junto com o som da batida foi tudo o que escutou antes de ser arremessado pelo para-brisa com violência. Escutou o barulho de passos no chão molhado e uma voz gritando ao longe. Sua boca produziu algumas palavras antes de uma luz forte e vermelha atingir seus olhos.

Com um último suspiro, James Sirius Potter se despediu de sua vida e tudo o que conhecia.


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Notas finais do capítulo

É isso! O que acharam? Comentem nem que seja uma palavra hahaha
Quero saber o que acharam desse capítulo em especial.
Vejo vocês no dia 20 de agosto com o capítulo 11 ;)
Se sintam livres para me cobrarem ou lembrarem, seja por aqui ou pelo twitter hahahaha
Love always, BB.



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