então que assim seja escrita por Lyn Black


Capítulo 1
ela, ela e ela


Notas iniciais do capítulo

reflexão, né nom?
(ainda não revisei, mas vou postar assim mesmo porque quero)



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Ela é vazia, sejamos honestos, sinceridade à mesa, a hora de falar sem preocupação de ser escutado já passou. Ela é vazia, e pior, sabe que o é. Seus livros são distrações, assim como cada pequeno ato que compõe a sua rotina, porque ela é tão seca quanto a floresta que um dia era um grande rio. Não é alta, nem baixa; não é magra nem gorda, e os padrões de beleza, ah! Essas vis construções, fazem dela razoável, aceitável, o típico ‘tá. É assim, nem muito nem pouco, sem exceder limites, e devido a isso ela se tormenta, já que para Bri tudo é oito ou oitenta.

Um dia ficou pensando por que deveria haver razão para existir. Se o que o professor de filosofia fala é correto, então ela é uma pseudo filósofa fajuta que reflete como quem caminha num deserto, sempre andando, mas sem chegar à lugar algum, e isso a deixa tão conflitante, tão frustrada, pois ela tem mania de exatidão. Quer resposta e ponto final na frase pra causar alívio, mas ela deseja poder questionar a resposta mil vezes e através de testes e medições comprovar a veracidade do que encheu as linhas da pergunta. 

Ela não é tristeza nem raiva, apenas pura angústia, pois faz tanto discurso bonito, mas colocar em prática, nada. Diz e repete que tem que se amar em primeiro lugar, mas embora conceda realidade a ser um grão de poeira insignificante, é essa mesma sentença que a persegue dia e noite, noite e dia. Quer tanto pensar de um jeito positivo, alegre, otimista, mas carrega um peso no peito, e se arrasta para cima e para baixo sempre que é tomada por esse comando chamado “chorar”.

 Ela vive de fazer poesia de não–ser, mas a sua consciência de que nada do que faz, faz sentido, e que tudo isso é um monte de construções que repetimos, porque é assim que funcionamos, é sua melhor amiga e pior inimiga. 

A verdade é que não há verdade, e ela tenta expulsar o constante vazio (inutilmente, pois vazio se preenche, mas ela não acredita em seu preenchimento). Vive tentando ignorar a conclusão que chegou: o ser humano inventou que tinha que ter um motivo pra existir porque precisava se dar alguma importância, mas se esqueceu de que foi ele quem inventou a necessidade de razão, embora saiba que uma hora ou outra irá abraçar essa convicção. A ideia é que quando finalmente compreenda isso, se acalme, porém está enraizado, é cultura.

Ela vive em constante conflito consigo mesma, e nem estou tocando no tópico “Perfeccionismo e exigência” e como ela ama se torturar para alcançar coisas sem valor algum, mas que são consideradas importantes (ela não acha, mas ao mesmo tempo confere tanto crédito às essas notas e provas que se contradiz).

Ela é uma bagunça, mas só é porque reflete e pensa, e não está disposta a abrir mão disso por nada nesse mundo. Afinal, ela é um grão de poeira de estrela capaz de entender o funcionamento desse sistema em que vive, dos vários sistemas nos quais está inserida, e se será fazer poesia e arte ou estudar física com química que acalmarão seu anseio por conexão com o mundo, então que assim seja. 


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